
Quando cheguei a Porto Alegre, em 1972, morei por alguns meses na casa de meus tios Luiz a Aracy. Por intermédio dele, marceneiro, tive os primeiros contatos com a feira do livro de Porto Alegre. Ele construía as barracas das editoras que iam para a praça da Alfândega ofertar seus livros. Lembro que eram menos de 50 estandes, mas a quantidade de livros expostos me fascinava. Ontem, passados 35 anos de minha chegada à capital gaúcha, foi inaugurada a 53ª Feira do Livro de Porto Alegre, com 165 expositores e um número extraordinário de obras. E com desconto....
A feira mudou, expandiu-se e perdeu seu lado romântico de décadas atrás, quando podíamos circular livremente pelas bancas e escolher cuidadosamente uma obra sem sermos empurrados. Dava tempo para ler um pequeno livro se o dono permitisse. Atualmente, visitar a feira no fim de semana é inadequado para quem não tem paciência, como eu. Na primeira folhada, somos convidados a devolver a obra ao seu lugar. O ideal é ir durante a semana para poder olhar tudo - e comprar o livro bom e barato. Afinal, a nossa feira do livro é uma das principais festas populares da cidade e devemos valorizá-la.