Blog destinado ao Jornalismo, com informações e opiniões nas seguintes áreas: política, sindical, econômica, cultural, esportiva, história, literatura, geral e entretenimento. E o que vier na cabeça... Leia e opine, se quiseres!
domingo, 7 de novembro de 2010
Mercado de orgânicos cresce 20% ao ano e já tem custo comparável ao da produção tradicional
O Diário Oficial da União publicou no último dia 27 de outubro três portarias com normas para a produção de cogumelos, sementes e mudas orgânicas e certificação de unidades comercializadoras, transportadoras ou armazenadoras. As portarias estão em consulta pública pelo prazo de 30 dias e contribuem para o desenvolvimento da produção orgânica no País e para aumentar a confiança do consumidor. Confiança esta que só aumenta ano a ano. O mercado é totalmente demandante, segundo o gerente de Agronegócios do Sebrae, Paulo Alvim. “Há uma demanda muito maior que oferta atualmente, estimulando a produção de orgânicos em todo o país.” Há 10 anos, segundo ele, o Sebrae começou um trabalho no segmento de orgânicos como forma de agregar valor aos produtos e abrir nichos de mercado na agricultura familiar. “Agora já não é mais um nicho, mas um segmento”, diz.
Mensagem aos jovens jornalistas
Encontrei o discurso de paraninfo do jornalista Carlos Chagas a formandos de Jornalismo da UnB no site Tribuna de Imprensa, do Hélio Fernandes. Me encantou o texto. Deve ter emocionado os novos colegas. Merece ser lido com cuidado por todos que passarem o olho neste blog:
Carlos Chagas
Existem momentos, raros, na vida de todos nós, em que o tempo parece interromper-se.O que era, deixou de ser. O que será, ainda não é. O passado terminou e o futuro não começou. O presente, assim, adquire as características do eterno. As formaturas exprimem esses momentos. Ao entrar neste auditório, vocês deixaram de ser alunos da UnB. Quando saírem, depois de diplomados, serão jornalistas, publicitários, cineastas – enfim, comunicadores sociais.
Importa, então, aproveitar estes instantes eternos para, pela última vez, em conjunto, praticarmos aquilo que alunos e professor praticaram nos últimos anos.
Vamos continuar questionando. Vamos cultivar a dúvida. Vamos erodir as teorias. Vamos contestar os mitos. Vamos implodir os modelos. Vamos desfazer verdades absolutas. Porque esta é a função primeira do jornalismo: opor os fatos às ilusões.
No exercício de nossa profissão, do princípio ao fim, nosso trabalho deve ser pautado pela realidade. É ela o deus que devemos adorar. As ilusões, as verdades absolutas, os modelos, os mitos e as teorias, são o demônio que precisamos exorcizar.
Comecemos pelo nosso próprio mundo, a universidade. Ao contrário do que muitos pretendem, a universidade não é uma simples matriz produtora de mão de obra para a sociedade. Jamais, apesar das tentativas, a universidade será reduzida a um forno produtor de pão para o banquete das elites.
É claro que vocês se prepararam para trabalhar nos jornais, nas revistas, no rádio, na televisão, nas agências de notícias e nas assessorias de imprensa. Vocês estão preparados para ingressar nesse estranho universo cibernético de sites, blogs, e-mails, portais e equivalentes.
No entanto, muito mais do que preparados para ganhar salários nessa variada gama de atividades e de serviços, vocês estão preparados para questioná-los. Vocês estão em condições de renová-los, reformá-los e até, se preciso for, de revolucioná-los.
Porque uma universidade não é uma instituição destinada a servir aos detentores do poder, seja esse poder político, econômico, sindical, esportivo, artístico ou cultural. Uma universidade existe para contestar o mundo á sua volta. Até para rejeitá-lo, repeli-lo e modificá-lo.
Uma universidade também existe para revolver as entranhas do mundo situado dentro de nós mesmos. Significa, uma universidade, um centro permanente de não aceitação de postulados, programas, doutrinas e ideologias de qualquer espécie. Somos, por isso, uma fonte inesgotável de resistência ao que acontece à nossa volta. Um arquipélago de divergências em meio a um oceano de dúvidas.
Será preciso, assim, humildade para compartilharmos essa última trincheira de resistência, esse derradeiro refúgio da liberdade. No ano de 1900, na Sorbonne, o mais famoso dos catedráticos de Física, o professor Lipmann, iniciava sua aula inaugural dizendo-se com dó de seus alunos. Com pena deles porque haviam decidido estudar Física. Porque a Física, dizia o catedrático, já estava pronta, acabada, definida e empacotada. Nada mais haveria a descobrir e a pesquisar.
Pobre professor Lipmann, que para sorte dele morreu antes de saber da existência de Einstein e da teoria da relatividade, da Física Quântica e de quanta fascinação veio e continuará a vir.
Não é a oportunidade, agora, mas não resisto à tentação de questionar a mais nova das verdades absolutas, o mais cruel dos mitos de nosso tempo, a chamada globalização.
Para uns tantos ingênuos e outro tanto de malandros, globalização significa o fim da história. Depois da globalização não existe mais nada.
Argumentam esses patetas a prevalência absoluta do capitalismo, só porque o dinheiro consegue circular de um extremo a outro do planeta em questão de segundos, num digitar de teclas. Fosse assim e globalizado estava o mundo quando o primeiro troglodita conseguiu dominar o fogo e fez com que sua aldeia se comunicasse com as outras através de sinais de fumaça, não mais pelos decibéis de sua garganta.
Mas globalizado o mundo não ficou quando nossos ancestrais aprenderam a utilizar o jumento como meio de transporte? Ou quando os navegadores descobriram o caminho das Índias, levando madeira da Espanha para o extremo oriente e de lá trazendo especiarias?
Ou globalizados não se sentiram nossos avós quando da invenção do telégrafo? Quem garante que daqui a 50 anos nossos netos não rirão de nossas pretensões globalizantes porque eles, sim, estarão globalizados, trazendo água de Vênus e minério de Marte?
Mas com certeza os netos dos nossos netos rirão deles, porque globalizados aí sim estarão, ao buscar o elixir da longa vida em Andrômeda e cérebros descartáveis na Ursa Maior.
Já me alongo. Ainda uma referência à universidade, que nos diz respeito diretamente. Outro mito a destruir. Volta e meia ressurge a campanha contra esse canudo que vocês receberão dentro em pouco. A campanha contra o diploma de jornalista, porque, dizem, o dom de escrever nasce com o indivíduo, não se adquire na universidade.
É a mesma coisa do que permitir ao “seu” Manoel, do açougue aqui na esquina, um craque na arte de cortar carne, de tirar costelas e filés, que ele troque o avental pelo jaleco, entre no hospital e vá operar alguém de apendicite. Ou imaginar que o camelô da rodoviária, um mestre na palavra, que vende tudo o que apresenta em sua bancada, vista a beca e vá defender uma causa no Supremo Tribunal.
O dom de escrever faz o escritor, e o escritor não está proibido de escrever nos jornais. Apenas o fará como colaborador, não como jornalista. Porque o jornalista não é nem melhor nem pior do que o escritor. Apenas, é diferente.
Além de saber escrever, para exercer a profissão o jornalista necessita saber editar, diagramar, selecionar, diferenciar estilos e conhecer o mundo à sua volta, até para questioná-lo. Precisa, o jornalista, de conhecimentos ordenados de história, geografia, sociologia, ética e filosofia, entre outros.
As escolas de jornalismo apresentam falhas e deficiências? Que sejam modificadas, aprimoradas, melhor elaboradas. Jamais extintas. Se estão formando mais professores de jornalismo do que jornalistas, que se modifiquem seus currículos, mas retirar o sofá da sala para acabar com o adultério, como na velha piada, trata-se de um velhaco raciocínio.
O diploma é essencial, expresso pelo que vocês representam aqui, nesta noite: vocês formam um conjunto forjado nos bancos universitários, um conjunto capaz de lutar pela melhoria de seus padrões de vida, tanto quanto pela liberdade da notícia e pela verdade da informação.
É isso que incomoda muita gente. Chegou a hora de dizer adeus. Mesmo aposentado, é nesta casa que me abrigo, é para esta casa que volto nos momentos permanentes de dúvida. Afirmo o oposto do que afirmava o professor Lipmann. Porque eu invejo vocês.
Vocês enfrentarão desafios e realizarão mudanças muito maiores do que aquelas que tentei realizar e enfrentar. Não deixo mensagem alguma. Nos anos em que convivemos, espero haver demonstrado que, como vocês, fui e continuo sendo uma fonte permanente de dúvidas.
Ficam apenas algumas exortações: Rebelem-se contra o preconceito dos que pretendem resumir a vida a um sistema, qualquer que seja esse sistema. Insurjam-se diante de doutrinas, ideologias ou modelos que apregoam dispor de respostas para todas as perguntas. Sacudam a poeira da intolerância dos que apresentam o ser humano como mero conjunto químico dotado de inteligência.
Releguem ao lixo da história a afirmação oposta, de que precisamos nos conformar com a injustiça, a fome, a miséria e o sofrimento para recebermos a recompensa na outra vida. Levantem-se contra a teoria das ditaduras tanto quanto contra a ditadura das teorias.
Cultivem o senso grave da ordem e o anseio irresistível da liberdade. Creiam, acima de tudo, no poder da razão, porque da razão nasce a liberdade, da liberdade a justiça, da justiça o bem comum, e do bem comum o amor.
O amor, a derradeira oferta do indivíduo à sociedade. E de um professor aos seus alunos.
Carlos Chagas
Existem momentos, raros, na vida de todos nós, em que o tempo parece interromper-se.O que era, deixou de ser. O que será, ainda não é. O passado terminou e o futuro não começou. O presente, assim, adquire as características do eterno. As formaturas exprimem esses momentos. Ao entrar neste auditório, vocês deixaram de ser alunos da UnB. Quando saírem, depois de diplomados, serão jornalistas, publicitários, cineastas – enfim, comunicadores sociais.
Importa, então, aproveitar estes instantes eternos para, pela última vez, em conjunto, praticarmos aquilo que alunos e professor praticaram nos últimos anos.
Vamos continuar questionando. Vamos cultivar a dúvida. Vamos erodir as teorias. Vamos contestar os mitos. Vamos implodir os modelos. Vamos desfazer verdades absolutas. Porque esta é a função primeira do jornalismo: opor os fatos às ilusões.
No exercício de nossa profissão, do princípio ao fim, nosso trabalho deve ser pautado pela realidade. É ela o deus que devemos adorar. As ilusões, as verdades absolutas, os modelos, os mitos e as teorias, são o demônio que precisamos exorcizar.
Comecemos pelo nosso próprio mundo, a universidade. Ao contrário do que muitos pretendem, a universidade não é uma simples matriz produtora de mão de obra para a sociedade. Jamais, apesar das tentativas, a universidade será reduzida a um forno produtor de pão para o banquete das elites.
É claro que vocês se prepararam para trabalhar nos jornais, nas revistas, no rádio, na televisão, nas agências de notícias e nas assessorias de imprensa. Vocês estão preparados para ingressar nesse estranho universo cibernético de sites, blogs, e-mails, portais e equivalentes.
No entanto, muito mais do que preparados para ganhar salários nessa variada gama de atividades e de serviços, vocês estão preparados para questioná-los. Vocês estão em condições de renová-los, reformá-los e até, se preciso for, de revolucioná-los.
Porque uma universidade não é uma instituição destinada a servir aos detentores do poder, seja esse poder político, econômico, sindical, esportivo, artístico ou cultural. Uma universidade existe para contestar o mundo á sua volta. Até para rejeitá-lo, repeli-lo e modificá-lo.
Uma universidade também existe para revolver as entranhas do mundo situado dentro de nós mesmos. Significa, uma universidade, um centro permanente de não aceitação de postulados, programas, doutrinas e ideologias de qualquer espécie. Somos, por isso, uma fonte inesgotável de resistência ao que acontece à nossa volta. Um arquipélago de divergências em meio a um oceano de dúvidas.
Será preciso, assim, humildade para compartilharmos essa última trincheira de resistência, esse derradeiro refúgio da liberdade. No ano de 1900, na Sorbonne, o mais famoso dos catedráticos de Física, o professor Lipmann, iniciava sua aula inaugural dizendo-se com dó de seus alunos. Com pena deles porque haviam decidido estudar Física. Porque a Física, dizia o catedrático, já estava pronta, acabada, definida e empacotada. Nada mais haveria a descobrir e a pesquisar.
Pobre professor Lipmann, que para sorte dele morreu antes de saber da existência de Einstein e da teoria da relatividade, da Física Quântica e de quanta fascinação veio e continuará a vir.
Não é a oportunidade, agora, mas não resisto à tentação de questionar a mais nova das verdades absolutas, o mais cruel dos mitos de nosso tempo, a chamada globalização.
Para uns tantos ingênuos e outro tanto de malandros, globalização significa o fim da história. Depois da globalização não existe mais nada.
Argumentam esses patetas a prevalência absoluta do capitalismo, só porque o dinheiro consegue circular de um extremo a outro do planeta em questão de segundos, num digitar de teclas. Fosse assim e globalizado estava o mundo quando o primeiro troglodita conseguiu dominar o fogo e fez com que sua aldeia se comunicasse com as outras através de sinais de fumaça, não mais pelos decibéis de sua garganta.
Mas globalizado o mundo não ficou quando nossos ancestrais aprenderam a utilizar o jumento como meio de transporte? Ou quando os navegadores descobriram o caminho das Índias, levando madeira da Espanha para o extremo oriente e de lá trazendo especiarias?
Ou globalizados não se sentiram nossos avós quando da invenção do telégrafo? Quem garante que daqui a 50 anos nossos netos não rirão de nossas pretensões globalizantes porque eles, sim, estarão globalizados, trazendo água de Vênus e minério de Marte?
Mas com certeza os netos dos nossos netos rirão deles, porque globalizados aí sim estarão, ao buscar o elixir da longa vida em Andrômeda e cérebros descartáveis na Ursa Maior.
Já me alongo. Ainda uma referência à universidade, que nos diz respeito diretamente. Outro mito a destruir. Volta e meia ressurge a campanha contra esse canudo que vocês receberão dentro em pouco. A campanha contra o diploma de jornalista, porque, dizem, o dom de escrever nasce com o indivíduo, não se adquire na universidade.
É a mesma coisa do que permitir ao “seu” Manoel, do açougue aqui na esquina, um craque na arte de cortar carne, de tirar costelas e filés, que ele troque o avental pelo jaleco, entre no hospital e vá operar alguém de apendicite. Ou imaginar que o camelô da rodoviária, um mestre na palavra, que vende tudo o que apresenta em sua bancada, vista a beca e vá defender uma causa no Supremo Tribunal.
O dom de escrever faz o escritor, e o escritor não está proibido de escrever nos jornais. Apenas o fará como colaborador, não como jornalista. Porque o jornalista não é nem melhor nem pior do que o escritor. Apenas, é diferente.
Além de saber escrever, para exercer a profissão o jornalista necessita saber editar, diagramar, selecionar, diferenciar estilos e conhecer o mundo à sua volta, até para questioná-lo. Precisa, o jornalista, de conhecimentos ordenados de história, geografia, sociologia, ética e filosofia, entre outros.
As escolas de jornalismo apresentam falhas e deficiências? Que sejam modificadas, aprimoradas, melhor elaboradas. Jamais extintas. Se estão formando mais professores de jornalismo do que jornalistas, que se modifiquem seus currículos, mas retirar o sofá da sala para acabar com o adultério, como na velha piada, trata-se de um velhaco raciocínio.
O diploma é essencial, expresso pelo que vocês representam aqui, nesta noite: vocês formam um conjunto forjado nos bancos universitários, um conjunto capaz de lutar pela melhoria de seus padrões de vida, tanto quanto pela liberdade da notícia e pela verdade da informação.
É isso que incomoda muita gente. Chegou a hora de dizer adeus. Mesmo aposentado, é nesta casa que me abrigo, é para esta casa que volto nos momentos permanentes de dúvida. Afirmo o oposto do que afirmava o professor Lipmann. Porque eu invejo vocês.
Vocês enfrentarão desafios e realizarão mudanças muito maiores do que aquelas que tentei realizar e enfrentar. Não deixo mensagem alguma. Nos anos em que convivemos, espero haver demonstrado que, como vocês, fui e continuo sendo uma fonte permanente de dúvidas.
Ficam apenas algumas exortações: Rebelem-se contra o preconceito dos que pretendem resumir a vida a um sistema, qualquer que seja esse sistema. Insurjam-se diante de doutrinas, ideologias ou modelos que apregoam dispor de respostas para todas as perguntas. Sacudam a poeira da intolerância dos que apresentam o ser humano como mero conjunto químico dotado de inteligência.
Releguem ao lixo da história a afirmação oposta, de que precisamos nos conformar com a injustiça, a fome, a miséria e o sofrimento para recebermos a recompensa na outra vida. Levantem-se contra a teoria das ditaduras tanto quanto contra a ditadura das teorias.
Cultivem o senso grave da ordem e o anseio irresistível da liberdade. Creiam, acima de tudo, no poder da razão, porque da razão nasce a liberdade, da liberdade a justiça, da justiça o bem comum, e do bem comum o amor.
O amor, a derradeira oferta do indivíduo à sociedade. E de um professor aos seus alunos.
FENAJ e Fitert entram com ação para regulamentar comunicação
A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e a Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão (Fitert) ingressaram com Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (Adin) junto ao Supremo Tribunal Federal questionando a omissão do Congresso Nacional na regulamentação dos artigos da Constituição Federal que dispõem sobre a Comunicação Social. Encaminhada pelos advogados Fábio Konder Comparato e Georghio Alessandro Tomelin, a Adin pretende, também, a regulamentação do direito de resposta.
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, as entidades sustentam que, com a revogação da Lei de Imprensa pelo STF, a regulamentação do direito de resposta – constante do artigo 5º, inciso V, da Constituição – ficou prejudicada, deixando de existir um parâmetro legal para que os tribunais possam decidir-se, quando e como tal direito fundamental é efetivamente aplicado.
As entidades pedem que o STF “declare a omissão inconstitucional do Congresso Nacional em legislar sobre as matérias constantes dos artigos 5°, inciso V; 220, § 3º, II; 220, § 5°; 211; 222, § 3º, todos da Constituição Federal, dando ciência dessa decisão àquele órgão do Poder Legislativo, a fim de que seja providenciada, em regime de urgência, na forma do disposto nos arts. 152 e seguintes da Câmara dos Deputados e nos arts. 336 e seguintes do Senado Federal, a devida legislação sobre o assunto”.
Segundo o presidente da FENAJ, Celso Schröder, a Adin tem o objetivo de provocar o Judiciário, o Congresso Nacional e a sociedade para o debate e regulamentação de dispositivos constitucionais sobre a comunicação. “Na Constituinte de 1988, os legisladores deixaram clara a necessidade de regulamentar e avançar na democratização da comunicação no Brasil, mas passados mais de 20 anos o Congresso Nacional protela essa regulamentação”, reclama.
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, as entidades sustentam que, com a revogação da Lei de Imprensa pelo STF, a regulamentação do direito de resposta – constante do artigo 5º, inciso V, da Constituição – ficou prejudicada, deixando de existir um parâmetro legal para que os tribunais possam decidir-se, quando e como tal direito fundamental é efetivamente aplicado.
As entidades pedem que o STF “declare a omissão inconstitucional do Congresso Nacional em legislar sobre as matérias constantes dos artigos 5°, inciso V; 220, § 3º, II; 220, § 5°; 211; 222, § 3º, todos da Constituição Federal, dando ciência dessa decisão àquele órgão do Poder Legislativo, a fim de que seja providenciada, em regime de urgência, na forma do disposto nos arts. 152 e seguintes da Câmara dos Deputados e nos arts. 336 e seguintes do Senado Federal, a devida legislação sobre o assunto”.
Segundo o presidente da FENAJ, Celso Schröder, a Adin tem o objetivo de provocar o Judiciário, o Congresso Nacional e a sociedade para o debate e regulamentação de dispositivos constitucionais sobre a comunicação. “Na Constituinte de 1988, os legisladores deixaram clara a necessidade de regulamentar e avançar na democratização da comunicação no Brasil, mas passados mais de 20 anos o Congresso Nacional protela essa regulamentação”, reclama.
Paul, sem Lennon, não dá
Quanto mais falam do Paul McCartney - que se apresenta hoje no Beira-Rio, em Porto Alegre - mais lembro do John Lennon e da falta imensa que ele faz.
Político, pacifista, libertário, encantador em suas melodias, amante de Yoko, etc... Não, obrigado, não verei o Paul. Sem Lennon, Ringo e George, não dá. Em tempo: respeito posições contrárias.
Carta aberta a Soninha Francine
Reproduzo, pela relevância do tema abordado e pelo texto elegante, artigo do jornalista Ivan Trindade, publicado no blog "Falando sozinho":
Cara Soninha,
Não nos conhecemos. Acompanhei sua carreira pela televisão, desde os tempos de MTV.
Sempre gostei de você, da sua imagem pública, do jeito como você se meteu no futebol, sem medo de entrar em um campo quase que totalmente dos homens.
Fiquei do seu lado quando você foi crucificada pela mídia retrógrada ao assumir que fumava maconha e que já tinha feito um aborto. Solidarizei-me quando você foi demitida da TV Cultura tucana por esses mesmos “crimes”.
Mesmo longe, morando em Porto Alegre e depois no Rio, fiquei sabendo do início da sua carreira política, das suas idéias progressistas quanto ao meio ambiente, e sua luta por um trânsito mais civilizado e humano em São Paulo. Quando você saiu do PT, achei normal, afinal a luta progressista pode ser feita em ouros espaços e ninguém é obrigado a ser petista, mas não esperava o que estava por vir.
Quando me mudei para São Paulo, em janeiro de 2008, pensei que agora poderia votar em você, mas um descuido me fez perder a data para mudar o domicílio eleitoral, mas te apoiei no primeiro turno da eleição para prefeita.
O primeiro estranhamento veio logo no segundo turno, quando vi você apoiar Gilberto Kassab. Sei que recém saída do PT seria difícil apoiar Marta, mas porque não ficar neutra?O segundo estranhamento veio quando você aceitou ser sub-prefeita da Lapa na administração do mesmo Kassab. Fiquei pensando se o apoio não tinha sido na verdade a sua parte no trato com o Demo? Será que foi? Mesmo assim, continuei seu fã. Continuei achando que você representava um conjunto de idéias interessantes para a discussão política no país.
Mas aí, veio 2010, e não tive mais como te apoiar.
Não lembro o dia exato em que aconteceu, mas lembro muito bem da reação que tive ao ler a notícia de que você apoiaria José Serra para presidente. E não apenas isso, faria parte da campanha. Ok, José Serra não é o demônio e apesar de não votar nele de forma alguma, reconheço que é um nome importante na política nacional. Nada demais em apoiar José Serra, claro.
Porém, você mesmo sentiu que o apoio era difícil de digerir e foi obrigada a publicar uma justificativa no seu blog.
Mas aí veio a campanha e o José Serra que conhecíamos sumiu. No seu lugar, apareceu um beato raivoso, um mentiroso patológico e uma aproveitador baixo.
Serra jogou sua biografia no lixo e você aproveitou para jogar a sua também.
Desde o início, os panfletos apócrifos, a aliança com o que há de pior na igreja católica, nas igrejas evangélicas e na grande mídia. O que já começou mal, só piorou, com boatos diários atacando a imagem da adversária. Se negavam autoria do jogo sujo, a campanha oficial e o próprio candidato em momento algum desautorizaram a campanha subterrânea mais suja da história da democracia brasileira. E você no centro disso tudo.
Lembra do episódio do metrô, quando sem prova alguma você insinuou uma sabotagem petista?
Teve também a propaganda em que aparecia o Zé Dirceu chamando a Dilma de “Minha companheira de armas”. Que feio tentarem criminalizar os bravos brasileiros que lutaram contra a ditadura, um deles o próprio José Serra. Mas vocês acharam que isso daria votos. No final, conseguiram dividir o país e criar um clima de ódio como nunca antes se havia visto.
Exploraram também a questão do aborto com a própria esposa do candidato Serra chamando a adversária de “matadora de criancinhas”. Então, como milagre, os apoiadores de Serra colocaram fotos de bebês como avatar no Twitter e no Facebook. A quem serve isso? É com esse debate político que vocês queriam propor uma alternativa para o país? O que dizer então da hipocrisia quando foi revelado que a própria Mônica Serra havia feito um aborto?
É claro que houve erros do lado da campanha da Dilma e dos seus apoiadores, inclusive dos “blogs sujos”, assim apelidados pelo Serra. Não serve a ninguém chamar Serra de vampiro (o que eu fiz também e peço desculpas), de fujão e de qualquer outra coisa, mas você há de convir que há uma grande diferença entre usar apelidos maldosos e distribuir milhões de panfletos chamando Dilma de terrorista assassina. Muitos desses panfletos produzidos em uma gráfica de propriedade da esposa de um tucano envolvido na campanha.
Outro bom fator de comparação entre as duas campanhas foi o programa de TV. No de Serra, ataques, disseminação de preconceitos e tentativa de desclassificação da Dilma, além de propostas vazias e eleitoreiras. No programa de Dilma, prestação de contas dos feitos do governo Lula e compromissos concretos baseados na experiência de quem governa o país com sucesso há oito anos, com 83% de aprovação. Até acho que você pode não ter tido nada a ver com os programas de TV, mas concordou com a exploração do tema do aborto, por exemplo.
Já no primeiro turno, ficou claro que o povo não aprovava tal estratégia e se não fosse o fator Marina, vocês já teriam sido derrotados. A campanha do Serra, porém, não fez essa leitura e resolveu insistir no debate político mais baixo possível.
Não só mantiveram, como aprofundaram a tentativa de enganar a população. Com a ajuda da Rede Globo, forjaram um ataque ao candidato por petistas raivosos em Campo Grande. Uma bolinha de papel virou um objeto de dois quilos, mas que milagrosamente não deixou nenhuma marca ao atingir em cheio a cabeça do candidato. Logo o ridículo foi exposto e Serra virou hit no Twitter. Nesse dia fui ver o que você estava escrevendo no microblog e descobri que o humor tinha sumido da sua vida. Você bradava que o PT sempre fazia isso. Tinha comprado a tese do ataque fajuto.
Veio a eleição e o povo deu o seu recado. Mais 4 anos para o projeto que vem transformando o Brasil desde 2003. Terceira derrota seguida para o partido que quase jogou o Brasil na bancarrota, mesmo vendendo várias partes do patrimônio nacional. E principalmente derrota para o candidato que escolheu o ódio, a divisão, a mentira, a raiva.
Na segunda-feira, dia 1º de novembro, assisti a um vídeo na internet. Era um debate entre você e o prefeito petista de Osasco (obrigado pelas correções). Tenho que te dizer que me assustei. A Soninha que eu estava acostumado a ver na ESPN BR e antes disso na MTV, sempre leve e com um cacoete de rir enquanto falava havia sumido. No lugar, vi uma mulher raivosa, exasperada, desesperada mesmo com a derrota acachapante que havia sofrido (digamos que 12 milhões de votos de diferença é uma derrota acachapante). Vi uma mulher tentando transferir para os adversários tudo aquilo que ela mesma fez durante a campanha. Todas as mentiras, as agressões e as estratégias subterrâneas que mancharam a democracia brasileira.
Hoje me pergunto se vou voltar a ver a Soninha que estava acostumado a ver na TV ou se aquela jornalista séria e progressista deu lugar definitivamente a uma agente política raivosa que usa o que há de pior no mundo da comunicação para tentar eleger seu candidato? Fica a pergunta.
Abraços, Ivan Trindade
Cara Soninha,
Não nos conhecemos. Acompanhei sua carreira pela televisão, desde os tempos de MTV.
Sempre gostei de você, da sua imagem pública, do jeito como você se meteu no futebol, sem medo de entrar em um campo quase que totalmente dos homens.
Fiquei do seu lado quando você foi crucificada pela mídia retrógrada ao assumir que fumava maconha e que já tinha feito um aborto. Solidarizei-me quando você foi demitida da TV Cultura tucana por esses mesmos “crimes”.
Mesmo longe, morando em Porto Alegre e depois no Rio, fiquei sabendo do início da sua carreira política, das suas idéias progressistas quanto ao meio ambiente, e sua luta por um trânsito mais civilizado e humano em São Paulo. Quando você saiu do PT, achei normal, afinal a luta progressista pode ser feita em ouros espaços e ninguém é obrigado a ser petista, mas não esperava o que estava por vir.
Quando me mudei para São Paulo, em janeiro de 2008, pensei que agora poderia votar em você, mas um descuido me fez perder a data para mudar o domicílio eleitoral, mas te apoiei no primeiro turno da eleição para prefeita.
O primeiro estranhamento veio logo no segundo turno, quando vi você apoiar Gilberto Kassab. Sei que recém saída do PT seria difícil apoiar Marta, mas porque não ficar neutra?O segundo estranhamento veio quando você aceitou ser sub-prefeita da Lapa na administração do mesmo Kassab. Fiquei pensando se o apoio não tinha sido na verdade a sua parte no trato com o Demo? Será que foi? Mesmo assim, continuei seu fã. Continuei achando que você representava um conjunto de idéias interessantes para a discussão política no país.
Mas aí, veio 2010, e não tive mais como te apoiar.
Não lembro o dia exato em que aconteceu, mas lembro muito bem da reação que tive ao ler a notícia de que você apoiaria José Serra para presidente. E não apenas isso, faria parte da campanha. Ok, José Serra não é o demônio e apesar de não votar nele de forma alguma, reconheço que é um nome importante na política nacional. Nada demais em apoiar José Serra, claro.
Porém, você mesmo sentiu que o apoio era difícil de digerir e foi obrigada a publicar uma justificativa no seu blog.
Mas aí veio a campanha e o José Serra que conhecíamos sumiu. No seu lugar, apareceu um beato raivoso, um mentiroso patológico e uma aproveitador baixo.
Serra jogou sua biografia no lixo e você aproveitou para jogar a sua também.
Desde o início, os panfletos apócrifos, a aliança com o que há de pior na igreja católica, nas igrejas evangélicas e na grande mídia. O que já começou mal, só piorou, com boatos diários atacando a imagem da adversária. Se negavam autoria do jogo sujo, a campanha oficial e o próprio candidato em momento algum desautorizaram a campanha subterrânea mais suja da história da democracia brasileira. E você no centro disso tudo.
Lembra do episódio do metrô, quando sem prova alguma você insinuou uma sabotagem petista?
Teve também a propaganda em que aparecia o Zé Dirceu chamando a Dilma de “Minha companheira de armas”. Que feio tentarem criminalizar os bravos brasileiros que lutaram contra a ditadura, um deles o próprio José Serra. Mas vocês acharam que isso daria votos. No final, conseguiram dividir o país e criar um clima de ódio como nunca antes se havia visto.
Exploraram também a questão do aborto com a própria esposa do candidato Serra chamando a adversária de “matadora de criancinhas”. Então, como milagre, os apoiadores de Serra colocaram fotos de bebês como avatar no Twitter e no Facebook. A quem serve isso? É com esse debate político que vocês queriam propor uma alternativa para o país? O que dizer então da hipocrisia quando foi revelado que a própria Mônica Serra havia feito um aborto?
É claro que houve erros do lado da campanha da Dilma e dos seus apoiadores, inclusive dos “blogs sujos”, assim apelidados pelo Serra. Não serve a ninguém chamar Serra de vampiro (o que eu fiz também e peço desculpas), de fujão e de qualquer outra coisa, mas você há de convir que há uma grande diferença entre usar apelidos maldosos e distribuir milhões de panfletos chamando Dilma de terrorista assassina. Muitos desses panfletos produzidos em uma gráfica de propriedade da esposa de um tucano envolvido na campanha.
Outro bom fator de comparação entre as duas campanhas foi o programa de TV. No de Serra, ataques, disseminação de preconceitos e tentativa de desclassificação da Dilma, além de propostas vazias e eleitoreiras. No programa de Dilma, prestação de contas dos feitos do governo Lula e compromissos concretos baseados na experiência de quem governa o país com sucesso há oito anos, com 83% de aprovação. Até acho que você pode não ter tido nada a ver com os programas de TV, mas concordou com a exploração do tema do aborto, por exemplo.
Já no primeiro turno, ficou claro que o povo não aprovava tal estratégia e se não fosse o fator Marina, vocês já teriam sido derrotados. A campanha do Serra, porém, não fez essa leitura e resolveu insistir no debate político mais baixo possível.
Não só mantiveram, como aprofundaram a tentativa de enganar a população. Com a ajuda da Rede Globo, forjaram um ataque ao candidato por petistas raivosos em Campo Grande. Uma bolinha de papel virou um objeto de dois quilos, mas que milagrosamente não deixou nenhuma marca ao atingir em cheio a cabeça do candidato. Logo o ridículo foi exposto e Serra virou hit no Twitter. Nesse dia fui ver o que você estava escrevendo no microblog e descobri que o humor tinha sumido da sua vida. Você bradava que o PT sempre fazia isso. Tinha comprado a tese do ataque fajuto.
Veio a eleição e o povo deu o seu recado. Mais 4 anos para o projeto que vem transformando o Brasil desde 2003. Terceira derrota seguida para o partido que quase jogou o Brasil na bancarrota, mesmo vendendo várias partes do patrimônio nacional. E principalmente derrota para o candidato que escolheu o ódio, a divisão, a mentira, a raiva.
Na segunda-feira, dia 1º de novembro, assisti a um vídeo na internet. Era um debate entre você e o prefeito petista de Osasco (obrigado pelas correções). Tenho que te dizer que me assustei. A Soninha que eu estava acostumado a ver na ESPN BR e antes disso na MTV, sempre leve e com um cacoete de rir enquanto falava havia sumido. No lugar, vi uma mulher raivosa, exasperada, desesperada mesmo com a derrota acachapante que havia sofrido (digamos que 12 milhões de votos de diferença é uma derrota acachapante). Vi uma mulher tentando transferir para os adversários tudo aquilo que ela mesma fez durante a campanha. Todas as mentiras, as agressões e as estratégias subterrâneas que mancharam a democracia brasileira.
Hoje me pergunto se vou voltar a ver a Soninha que estava acostumado a ver na TV ou se aquela jornalista séria e progressista deu lugar definitivamente a uma agente política raivosa que usa o que há de pior no mundo da comunicação para tentar eleger seu candidato? Fica a pergunta.
Abraços, Ivan Trindade
Em boa companhia
O governador eleito do Rio Grande do Sul Tarso Genro visitou esta semana a Cabanha Catanduva, em Cachoeira do Sul, região Central do Estado. O proprietário, Fábio Gomes, grande fonte de minhas matérias no jornal Zero Hora, é também advogado e foi sempre apoiador das campanhas petistas no Estado.
Convite para o secretariado? Não, o Fábio não abre mão de suas atividades, onde vai muito bem.
Convite para o secretariado? Não, o Fábio não abre mão de suas atividades, onde vai muito bem.
Mudar incomoda
Assinado pelos maiores frigoríficos do país e apoiado pelo grupo internacional de compradores de couro, o compromisso pelo desmatamento zero na cadeia de pecuária da Amazônia completou um ano em outubro. As empresas que participam se comprometem a não comprar mais gado de áreas recém desmatadas na Amazônia, localizadas em unidades de conservação e terra indígenas, ou que estejam na lista negra do trabalho escravo.
A conquista, de importânica inquestionável, está incomodando ruralistas. A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), também presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entrou com pedido de suspensão da campanha "Carne Legal", do Ministério Público Federal. A proposta era incentivar os consumidores a questionarem a origem da carne, para expor ilegalidade que toma conta da cadeia - o que claramente inocomoda a senadora. A Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat) ameçou boicote aos frigoríficos que aderirem ao compromisso. "Esta reação é uma prova de que o compromisso está sendo executado e incomodando aqueles que se beneciciam do desmatamento", diz Marcio Astrini, da campanha da Amazônia do Greenpeace, em matéria de Laura Fuser, publicada na última edição da revista da entidade.
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