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quarta-feira, 24 de junho de 2009
Diploma de jornalista: emoção de milhares de pessoas pelas ruas de Porto Alegre
Mais de 400 jornalistas, estudantes, professores, representantes de movimentos sociais e parlamentares protestaram nesta quarta-feira, 24 de junho, no Centro de Porto Alegre, contra a extinção do diploma para exercício do Jornalismo, promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ato, que se iniciou ao meio-dia, ficaria restrito à Esquina Democrática, mas tomou novas proporções. Transformou-se em marcha pela Rua da Praia e nova manifestação em frente à redação do jornal Correio do Povo. Depois de nova caminhada, os manifestantes foram ao Palácio da Justiça e à Assembléia Legislativa, onde receberam o apoio do presidente da casa, deputado Ivar Pavan.
Durante os atos, movidos pela emoção, foram exibidas dezenas de faixas com críticas à decisão tomada pelo STF no dia 17 de junho, 'pirulitos' com imagens demonizadas dos oito ministros que votaram contra o diploma - Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso de Mello - e apitos, narizes de palhaço, panelas e colheres. Algumas pessoas se vestiram com aventais e chapéu, em alusão ao comentário de Gilmar Mendes, presidente do STF, que comparou a profissão de jornalista à atividade de cozinheiro. As palavras de ordem, como 'STF não vale nada! Jornalista sem diploma é palhaçada!' e 'População, preste atenção! Querem roubar teu direito à informação!', chamavam a atenção para o golpe desferido pelo Supremo, que atinge toda a sociedade. Populares aplaudiram e apoiaram a manifestação em todos os momentos.
Na Esquina Democrática, aconteceram as manifestações de dirigentes, estudantes e políticos. Para o vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, Celso Schröder, a manifestação é uma prova de que a união entre jornalistas, estudantes e professores pode modificar a situação da regulamentação profissional via Congresso Nacional. Manifestaram apoio os deputados estaduais Adão Villaverde e Dionilso Marcon, ambos do PT, os vereadores Carlos Todeschini e Sofia Cavedon (PT) e Fernanda Melchionna (PSOL). A secretária de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sônia Santos Viana, alertou que a extinção do diploma de Jornalismo pode ser estendido para outras profissões. Também participaram dos atos o deputado estadual e jornalista Paulo Borges (DEM) e o prefeito de Estância Velha, José Waldir Dilkin. Dirigentes dos sindicatos dos Bancários e do Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul também estivaram nas manifestações.
Em frente ao Correio do Povo, na esquina da Rua da Praia com a Caldas Júnior, os manifestantes sentaram no asfalto e chamaram os colegas que estavam nas janelas do veículo. A maioria aplaudiu, e alguns desceram para participar do ato. No Tribunal de Justiça do Estado, foi feito novo protesto, e as portas foram fechadas. Na Assembléia Legislativa, a concentração foi realizada no hall de entrada até a chegada do presidente da Casa, Ivar Pavan, que garantiu apoio pessoal a novas manifestações da categoria. Também os deputados Edson Brum (PMDB) e Heitor Schuch (PSB) fizeram questão de apoiar o movimento.
Fotos de Arfio Mazzei
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http://www.jornalistas-rs.org.br/
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