Blog destinado ao Jornalismo, com informações e opiniões nas seguintes áreas: política, sindical, econômica, cultural, esportiva, história, literatura, geral e entretenimento. E o que vier na cabeça... Leia e opine, se quiseres!
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Mais amor, menos motor: grande manifestação nesta terça
Vamos à luta, sem carro. Nesta terça-feira, 1º de março, às 19h, no Largo Zumbi dos Palmares, em Porto Alegre, faremos uma marcha para exigir um trânsito mais humano e uma cidade para as pessoas, para exigir punição rígida ao motorista que atropelou criminosamente dezenas de ciclistas em Porto Alegre. E também a todos outros motoristas que utilizam o carro de forma irresponsável, como se fosse uma arma. Vamos exigir que os órgãos públicos parem de privilegiar a circulação de automóveis particulares às custas da qualidade de vida e da vida das pessoas.
Queremos, acima de tudo, um mundo mais agradável e gentil.
Venha a pé, de bicicleta, de cadeira de rodas, de skate, de patins ou de pogobol. Manifeste as suas idéias em cartazes, camisetas e usando a sua imaginação.
Nesta segunda-feira, à partir das 14h, na Cidade da Bicicleta (Rua Marcílio Dias, 1091), estaremos confeccionando cartazes, faixas e outros materiais para expressar nossos sentimentos e desejos.Compareça!
Traga papel, tecido, tinta, pincéis e todo o material que você possa imaginar ser útil.
Ilustração: Kayser - http://blogdokayser.blogspot.com
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Mais amor, menos motor
Voltei a pouco do local do crime. No asfalto da José do Patrocínio, na Cidade Baixa, em Porto Alegre, ficou registrado o protesto contra o motorista que atropelou deliberadamente centenas de ciclistas na sexta-feira. O movimento no horário - 13h de domingo - era reduzido, mas os pedestres paravam, comentavam ou tiravam fotos, como eu fiz. Temos que conscientizar a população de que é possível sermos mais humanos e civilizados. A rua não tem dono. É preciso compartilhar.
Moacyr Scliar morreu. Ficam a vasta obra e o exemplo de amor pela escrita
O escritor gaúcho Moacyr Scliar morreu à 1h deste domingo. No entanto, ficam na nossa memória O Exército de um Homem só e O Centauro no Jardim, dois livros de sua vasta obra. Em 73 anos de vida, o "imortal" produziu mais de 70 livros (praticamente um por ano) e sempre dizia que escrevia com prazer. Isso é verdade, pois andou por diversos gêneros da literatura, como contos, romances, literatura infanto-juvenil e ensaios. Além disso, era colunista frequente de uma dezena de publicações, de jornais diários como Zero Hora e Folha de S. Paulo a revistas técnicas. Escrevia em qualquer lugar a qualquer hora, auxiliado pela tecnologia – jamais viajava sem seu laptop. Tal dedicação à palavra e ao ofício que exercia com evidente prazer transformaram Scliar em um dos autores mais respeitados do Brasil.
Formado em medicina, o escritor tinha especialidade em saúde pública e também era professor universitário. Em 2003, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Era, portanto, um imortal. Scliar recebeu o prêmio Jabuti em1988, 1993 e 2009, o da Associação Paulista de Críticos de Arte em 1989 e o da Casa de las Americas em 1989. Lembro de seus livros, de seus textos sobre saúde e de sua visão sobre política (a mesma minha).
Foto: arquivo site Literatura no Brasil
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Não foi acidente. Foi tentativa de assassinato coletivo
O delegado do caso dos ciclistas atropelados na sexta-feira por um bárbaro quer culpar os manifestantes, alegando que não pediram acompanhamento da EPTC. Afinal, a rua é somente dos automóveis? Por achar isso, o doido jogou sua arma - carro - contra os ciclistas. Tentou matá-los. Não foi um lamentável acidente, como ouvi hoje em diversos espaços. A grande mídia tenta mostrar também isso. Não será este sujeito que dirá ao delegado se houve premeditação. Basta olhar as imagens e ouvir testemunhas isentas que ele saberá que o carro foi jogado contra os manifestantes. O que me deixa tranquilo é que agora se discutirá uma política de trânsito em Porto Alegre. O movimento crescerá e forçará o debate, com certeza.
Barbárie: motorista atropela dezenas de ciclistas em Porto Alegre
Em um ato que se assemelha à barbárie, o motorista de um automóvel Golf preto atropelou dezenas de ciclistas na Rua José do Patrocínio, esquina com Luiz Afonso, ontem à noite. Um grupo de 100 pessoas participava do movimento Massa Crítica - que incentiva o uso da bicicleta como meio de transporte em todo o mundo - fazia uma bicicleata quando o maluco que se acha dono da rua investiu sobre a manifestação. Pessoas e bicicletas voaram para o ar, e o sujeito fugiu, mostrando sua covardia.
Testemunhas disseram que ele tocou por cima, sem perdão. Não dirijo por razões pessoais, sou crítico do excesso de carros nas ruas e só lamento que um movimento pacífico seja interrompido por uma ato insano como este. Na verdade, alguns motoristas se acham efetivamente donos do espaço e não aceitam que o invadam. Por isso, passam sinal fechado, não atendem o pedido de parar junto a faixas de segurança - lei aqui em Porto Alegre - e atropelam tudo e todos. Pedalo comumente e sei do que escrevo.
Casualmente, meu filho pedalou ontem pelas ruas de Vancouver (Canadá) e se disse muito respeitado pelos motoristas. Nesta madrugada, comentávamos as diferenças de comportamento. É questão de consciência.
Foto: Ramiro Furquim/Agência Freelancer/Especial para o Terra
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Verde X arranha-céu
A amiga Eglê Kohlrausch, moradora privilegiada da zona rural de Porto Alegre, manda dizer pelo Facebook que, ao abrir a janela do seu quarto, o sol beijava as flores e as árvores (foto). Fiquei alegre por ela e triste pela minha situação. Já estou junto à janela de minha sala, onde escrevo, e vejo um arranha-céu de 19 andares sendo construído. Naquele terreno, estavam as árvores mais bonitas da Cidade Baixa. Inclusive, uma nogueira centenária, que foi transplantada e naturalmente morreu. Restam pequenas árvores nas ruas. Ao contrário da Eglê, eu respiro um ar menos puro. Para conseguir me igualar a ela tenho que ir no meu quintal, o Parque da Redenção, distante 500 metros. Mas vale a pena.
Fica Renato, em resposta ao Fica Roth
Com certeza, não estou satisfeito com o treinador do Inter, Celso Roth. Mas os gremistas mais chatos têm sido implacáveis na flauta. Por isso, hoje eu respondo à altura: fica Renato. Só soube da derrota do Porto-Alegrense - de virada - hoje às 6h, quando acordei e li a capa de Zero Hora. O jogo contra o Junior Barranquilla, na Colômbia, acabou na madrugada, quando eu já estava roncando. Não ouvi o espoucar de foguetes colorados. Os arrogantes já receberam um hahahahahahahaha na rede. Afinal, diziam que estavam com time certinho para ganhar em casa e fora, que Renato é o treinador da hora e o time da Azenha está recheado de selecionáveis por Mano Menezes. Não é bem assim. Assim como tenho consciência de que Roth não é o treinador ideal para o Inter, pois a defesa continua frágil e os seus três volantes não fazem a condução da bola para o ataque como desejaríamos. Ou seja, está zero a zero. Antes, eles diziam que estavam ganhando de goleada, já contando com a vitória de ontem.
Clima X espirro
Este clima louco de Porto Alegre está provocando minha rinite. No intervalo de 3min44seg, dei nove espirros que acordaram a vizinhança. Desculpem.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Retirada
A retirada é tão importante quanto o avanço.
Numa guerra ou numa relação, é importante sabermos o momento de colocarmos um pé atrás.
Numa guerra ou numa relação, é importante sabermos o momento de colocarmos um pé atrás.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Para o André Barrionuevo, no Facebook
Caro André, nós que vivemos e amamos o jornalismo somos parceiros sempre. E devemos defender que ele seja praticado segundo o que aprendemos na academia. Ou seja, a notícia é prioritária. O profissional deve buscá-la exercitando os princípios da ética e da dignidade, sem a preocupação em ser o protagonista. Lamentavelmente, a mídia força a barra, fazendo o repórter ou o colunista assumir um papel superior. Veja o caso das fotinhos nas colunas ou nas matérias, seja na capa, na contracapa ou nas páginas internas dos jornais. Os leitores estão interessados nisso? Não, querem reportagem. Não interessa quem as fez. Em aprendi isso. Na minha visão, as estrelas sempre foram o leiteiro ou o plantador de soja ou milho. Como era bom ouvi-los - olho no olho - e depois transmitir isso para o leitor. Fui longo, mas é minha posição.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
O bom jornalista
Jornalista, jamais esqueça que as fontes de tua matéria têm que brilhar. O profissional não pode ser transformado em estrela. A humildade é condição básica para o exercício do bom jornalismo.
Não se torture - Osho
O mestre Lu-Tzu diz: "Quando se começa a levar adiante a decisão, cuidados devem ser tomados para que tudo possa acontecer de uma maneira confortável e relaxada."
Essa é a primeira coisa a ser entendida. Uma vez que você tome a decisão de seguir o caminho para dentro, uma vez que você tome a decisão de ser um sannyasin, de ser um meditador, uma vez que você tome a decisão que agora o interior está chamando e você vai procurar e buscar pela questão 'Quem sou?', então a primeira coisa a ser lembrada é: não se mova de uma maneira tensa. Mova-se de uma maneira muito relaxada, certifique-se de que sua jornada interior está confortável. Isso agora é de imensa importância.
Normalmente esse primeiro erro acontece a todo mundo. As pessoas começam a fazer sua jornada interior desnecessariamente complicada, desconfortável. Isso acontece por uma certa razão. As pessoas estão raivosas com os outros em sua vida normal. Elas estão violentas com os outros. Em suas extrovertidas jornadas normais elas são sádicas: elas gostam de torturar os outros, de derrotar os outros, de competir com os outros, de conquistar os outros. Todo o seu prazer está em como fazer os outros se sentirem inferiores a elas.
Lembre-se disto: toda a sua educação prepara-o e dá-lhe prontidão para lutar. Ela não o prepara para a amizade e o amor; ela o prepara para o conflito, a inimizade e a guerra.
Sempre que há competição, é muito provável que exista inimizade. Como você pode ser amigável com pessoas que estão competindo consigo, que são perigosas para você e para quem você é perigoso? Ou elas vencerão e você será derrotado, ou você será o vencedor e elas terão que ser derrotadas.
Assim, tudo o que vocês chamam de amizade, é simplesmente uma fachada, uma formalidade. É um tipo de lubrificante que faz a vida se movimentar suavemente, mas no fundo ninguém é amigo. Mesmos os amigos não são amigos pois eles estão se comparando, uns com os outros, brigando uns com os outros. Este mundo tornou-se um campo de guerra devido à educação orientada para a ambição e a política.
Quando um homem se volta para dentro o problema surge: o que ele fará com sua raiva, inimizade, agressão e violência? Agora ele está só; ele começará a se torturar, ele ficará raivoso consigo mesmo. Isto é o que são os chamados Mahatmas. Por que eles se torturam? Por que eles jejuam? Por que eles se deitam em camas de espinho? Quando existe uma árvore com uma bela sombra, por que eles permanecem em pé sob o sol quente? Quando está quente, por que eles se sentam ao lado do fogo? Quando está frio, por que eles permanecem em pé nus dentro dos rios ou na neve? Estes são os políticos invertidos. Primeiro eles estavam brigando com os outros. Agora não há com quem brigar e eles estão brigando consigo mesmos.
Eles são esquizofrênicos, eles estão divididos. Agora é uma guerra civil, eles estão lutando contra o corpo. O corpo é a vítima dos seus chamados Mahatmas. O corpo é inocente, ele não fez coisa alguma errada para você, mas as suas chamadas religiões seguem ensinando que o corpo é o inimigo; torture-o.
A jornada extrovertida era uma jornada de sadismo. A introvertida se torna uma jornada de masoquismo, você começa a se torturar. E existe um certo prazer, uma certa alegria pervertida em se torturar. Se você pesquisar na história, ficará surpreso, você não acreditará no que o homem tem feito consigo mesmo.
Pessoas têm ferido seus corpos e têm mantido aquelas feridas sem curá-las; porque o corpo é o inimigo. Existem seitas cristãs, seitas hindus, seitas jainas e muitas outras que se tornaram muito astutas, habilidosas e eficientes no que diz respeito à tortura do próprio corpo. Eles desenvolveram grandes métodos de como torturar o corpo. (...)
Toda espécie de estupidez tornou-se possível por causa de um simples erro. O erro é: enquanto você vive externamente, você tentar fazer com que a vida seja difícil para os outros; e quando você começa a se voltar para dentro, existe uma possibilidade de que a velha mente tentará fazer com que a sua vida seja difícil. Lembre-se de que o buscador interior tem que estar confortável, porque somente numa situação confortável, num estado relaxado, alguma coisa pode acontecer.
Quando você está tenso e desconfortável, nada é possível. Quando você está tenso e desconfortável, sua mente está preocupada, você não está num espaço de silêncio. Quando você está faminto, como você pode estar num espaço de silêncio. E as pessoas têm ensinado a jejuar e dizem que o jejum o ajudará a meditar.
Uma vez ou outra, o jejum pode ajudá-lo a ter uma saúde melhor, ele tirará alguns quilos do seu corpo, quilos desnecessários. Mas o jejum não pode ajudar a meditação. Quando você está jejuando, constantemente estará pensando em comida. (...)
As pessoas que estão reprimindo suas fomes, estão constantemente pensando em comida. É natural. Como você consegue meditar? Quando você está jejuando, cardápios e mais cardápios começam a flutuar em sua mente, eles vêm de todos os lugares; belos pratos. Com todo o cheiro de comida, pela primeira vez você começará a sentir que seu nariz está vivo, e que sua língua está viva. É bom jejuar de vez em quando para que você possa se interessar novamente pela comida, mas isso não é bom para a meditação. É bom para que seu corpo fique um pouco mais sensitivo e assim você possa saborear novamente. O jejum deve estar a serviço da festa.
É bom não comer de vez em quando, assim o apetite pode voltar. Para a saúde é bom, mas a meditação nada tem a ver com isso. Será mais difícil meditar quando você está com fome do que quando você está totalmente satisfeito. Sim, comer demais lhe trará problemas de novo, porque quando você come em demasia você se sente sonolento. E quando você não come nada você se sente faminto.
Estar no meio é o caminho certo: o Meio Dourado.
Coma de modo que você não sinta fome, mas não coma demais para você não ficar sobrecarregado, sonolento. E a meditação será mais fácil. O Meio Dourado tem que ser seguido de todas as maneiras, em todo tipo de situações.
Esteja confortável, esteja relaxado. Não há qualquer necessidade de se torturar, nem de criar problemas desnecessários. Abandone essa mente de raiva, violência e agressão; e somente então você conseguirá mover-se para dentro. Porque somente numa consciência relaxada é possível flutuar internamente, cada vez mais fundo. Em completo relaxamento alcança-se o centro mais interno. (...)"
Osho, em "The Secret of Secrets"
Tradução: Sw. Bodhi Champak
Solidão x companhia
"Não ouse roubar a minha solidão se não fores capaz de me fazer real companhia."
Nietzsche
Nietzsche
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Termina o horário de verão. Uma pena!
Infelizmente, hoje nos despedimos de mais um horário de verão. Sempre deixa saudade. Com o dia espichado, temos mais tempo para realizarmos múltiplas atividades ainda com o sol brilhando.
Sem contar que colaboramos para a economia de energia, tão importante nos últimos anos. De acordo com o governo federal, nas três regiões do país - Sul, Sudeste e Centro-Oeste - em que o horário de verão é aplicado, a demanda por energia elétrica diminui em cerca de 5%, já que a população consegue um aproveitamento extra da luz natural.
Portanto, à 0h de domingo os relógios devem devem ser atrasados em uma hora. E os festeiros ganham 60 minutos para bailar.
Sem contar que colaboramos para a economia de energia, tão importante nos últimos anos. De acordo com o governo federal, nas três regiões do país - Sul, Sudeste e Centro-Oeste - em que o horário de verão é aplicado, a demanda por energia elétrica diminui em cerca de 5%, já que a população consegue um aproveitamento extra da luz natural.
Portanto, à 0h de domingo os relógios devem devem ser atrasados em uma hora. E os festeiros ganham 60 minutos para bailar.
Síndrome do ninho vazio X síndrome do ninho cheio
A tradicional síndrome do ninho vazio é a luta dos pais para superar a saída dos filhos de casa e preencher o buraco deixado pela prole. Quando eles alçam voo do lar, seja por estabelecerem economia própria, seja por casamento ou qualquer outro motivo, os pais podem sentir uma espécie de rejeição, de vazio, que pode se transformar numa grande tristeza ou, nos casos mais graves, em uma depressão.
Gabriela Tombini, psicóloga - publicado originalmente no site www.psicobreve.com.br
É natural que isso aconteça, afinal desde o nascimento daquele ser, a relação de dependência sempre existiu, em maior ou menor grau. É comum os pais queixarem-se que os filhos, ao saírem de casa, aos poucos, esquecem do antigo lar. Os telefonemas e as visitas, gradualmente, tornam-se mais raros, com exceção de momentos de crise, de um ou de outro lado. E assim, se não for uma situação esperada e preparada, o “esvaziamento do ninho” pode causar um desconforto familiar.
Mas, e quando acontece exatamente o contrário? São filhos com 29, 30 ou até de 40 anos, já adultos, que não querem e nem pensam em sair de casa. O ninho está cheio, na verdade lotado. Na Itália, por exemplo, isso já é considerado problema de Estado. Conhecidos como “bamboccioni” ou “mammoni”, os filhotões que não saem de casa. Um terço dos homens italianos acima dos trinta anos ainda moram com os pais.Na atualidade, esse momento tem sido protelado, ou seja, a saída de casa está sendo cada vez mais tardia e, às vezes, nem acontece. Neste momento, tem-se o que os especialistas têm chamado de síndrome do ninho cheio, que se constitui na frustração pela incapacidade de criar filhos independentes. Tanto uma quanto a outra situação são difíceis para os pais e merecem uma reflexão para o enfrentamento do momento de crise. Seria bom que, neste momento, pais e filhos pudessem dialogar e prestar auxílio mútuo.
Um dos motivos mais trazidos pelos filhos que não querem sair de casa é a questão econômica. Esta é a principal justificativa para permanência na casa dos pais, afinal comprar ou alugar um apartamento não é nada barato e tem, ainda, a dificuldade de conseguir e manter emprego.
Mas nem sempre a questão envolve dinheiro, várias vezes é por comodidade, mesmo. Surgem assim, os pais patrocinadores, porque a maioria dos filhos mora em casa e não ajudam nem nas despesas básicas. Alguns falam que amam muito sua família, não pretendem sair de casa enquanto não se casarem porque adoram ter suas camisas passadas e entregues como uma lavanderia, comidinha no prato e outros confortos. A moça avisa aos pais que só vai sair quando casar…
Buscar a individualidade de cada um dentro do núcleo familiar é super importante para que todos tenham uma identidade própria como indivíduo, sem se apoiar e depositar seus desejos nos outros. Para os pais, não há uma fórmula para vivenciar essa etapa indispensável de forma prazerosa. Mas, é importante que a pessoa mantenha-se íntegra, inteira, buscando sua realização pessoal no trabalho, na sociedade e na vida familiar.
Criar uma boa estrutura familiar que permita que esse filho vá, mas também permitir que ele se sinta acolhido e encontre espaço sempre que quiser ou precisar voltar. Os pais precisam buscar atividades que preencham suas vidas, tais como: trabalho, atividades físicas, relacionarem-se com amigos e sem esquecer (para os pais que ainda são casados) de tentar (re)aquecer a chama do casamento. “O que está faltando para esse casal? O que aconteceu na dinâmica dessa família que centralizou a atenção exclusivamente sobre esse filho? Quando o filho vai embora, sentem-se perdidos.
Sabe-se que muitos pais fazem sua vida em função dos seus filhos e o seu casamento só existe na presença deles. Isso faz mal para toda a família, pois não possuímos nossos filhos. Não podemos (e não devemos) viver a vida deles.
Revolução energética: a caminho do desenvolvimento limpo
Segunda edição do relatório "Revolução Energética", publicado pelo Greenpeace Brasil, mostra que 93% da eletricidade produzida no país até 2050 pode vir de fontes renováveis como solar, eólica ou biomassa. Isso nos deixaria a um pulo para tornar realidade, ainda no século 21, o plano de o país funcionar com uma matriz elétrica 100% limpa.
Nós, que pensamos no amanhã e nos futuro de nossos filhos e netos, precisamos disseminar estas ideias. E defendê-las!
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Fenaj e FIJ repudiam agressões a jornalistas no Egito
Comemorada pelo povo egípcio, a queda do governo de Hosni Mubarak, anunciada no dia 11 de fevereiro, representou, também, a suspensão de um dos mais violentos ataques ao jornalismo internacional. As agressões à liberdade de imprensa, contudo, não conseguiram impedir que o trabalho dos profissionais de imprensa, aliado ao uso de novas ferramentas tecnológicas, como twitter e facebook, revelasse ao mundo a realidade dos 18 dias de conflitos.
As agressões aos jornalistas brasileiros Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, que após desembarcarem no Egito foram detidos por 18 horas e depois expulsos do país, ao editor do jornal Zero Hora, Luiz Antônio Araújo, que após ser agredido ao cobrir uma manifestação pró-Mubarak, teve sua maquina fotográfica apreendida, e dos jornalistas Fernando Duarte (O Globo), Jamil Chade (O Estado de São Paulo) e Samy Adghirni (Folha de São Paulo), que tiveram seus quartos invadidos por autoridades egípcias em busca de imagens do conflito, compuseram o cenário de mais de 140 ataques registrados contra repórteres estrangeiros.
Em apelo internacional para que cessassem os ataques contra jornalistas no Egito, o presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), Jim Boumelha, denunciou, no dia 4 de fevereiro, um conjunto de agressões. “Alguns jornalistas foram presos, outros espancados e suas câmeras danificadas. Outros foram raptados. Recebemos relatos de agressões a jornalistas da BBC, CNN, CBS e de vários meios de comunicação europeus, como a TV2 dinamarquesa, televisão suíça, enviados especiais do rádio e da televisão pública espanhola, RTVE, os jornais espanhóis ABC e El Periódico, o diário belga Le Soir, Associated Press, o canal russo Zvezda, a difusão pública do TRT da Turquia, televisão polaca TVP, a TV Al Arabiya, além do fechamento dos escritórios da Al Jazeera, entre outros”.
Na oportunidade, além de um apelo mundial de apoio aos jornalistas, a FIJ enviou uma série de orientações aos correspondentes internacionais, através do Instituto de Segurança das Notícias (Insi) e disponibilizou uma conexão de telefone especial de satélite para ser instalado no Sindicato dos Jornalistas Egípcios. A entidade também cobrou do então primeiro-ministro do Egito, Ahmed Chafik, a plena responsabilidade pela proteção dos jornalistas.
A mais recente denúncia, da americana CBS, expõe que, no dia 11 de fevereiro, a jornalista Lara Logan, uma das mais conhecidas correspondentes internacionais da rede, foi violentada quando cobria as comemorações da queda de Mubarak. "Logan foi cercada, e então brutal e continuamente violentada e espancada, antes de ser salva por um grupo de mulheres, ajudadas por cerca de 20 soldados egípcios", revela comunicado oficial da empresa.
Mesmo após a renúncia de Mubarak, a FIJ prossegue atenta aos desdobramentos dos acontecimentos no Egito e buscando assegurar a proteção aos jornalistas.
As agressões aos jornalistas brasileiros Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, que após desembarcarem no Egito foram detidos por 18 horas e depois expulsos do país, ao editor do jornal Zero Hora, Luiz Antônio Araújo, que após ser agredido ao cobrir uma manifestação pró-Mubarak, teve sua maquina fotográfica apreendida, e dos jornalistas Fernando Duarte (O Globo), Jamil Chade (O Estado de São Paulo) e Samy Adghirni (Folha de São Paulo), que tiveram seus quartos invadidos por autoridades egípcias em busca de imagens do conflito, compuseram o cenário de mais de 140 ataques registrados contra repórteres estrangeiros.
Em apelo internacional para que cessassem os ataques contra jornalistas no Egito, o presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), Jim Boumelha, denunciou, no dia 4 de fevereiro, um conjunto de agressões. “Alguns jornalistas foram presos, outros espancados e suas câmeras danificadas. Outros foram raptados. Recebemos relatos de agressões a jornalistas da BBC, CNN, CBS e de vários meios de comunicação europeus, como a TV2 dinamarquesa, televisão suíça, enviados especiais do rádio e da televisão pública espanhola, RTVE, os jornais espanhóis ABC e El Periódico, o diário belga Le Soir, Associated Press, o canal russo Zvezda, a difusão pública do TRT da Turquia, televisão polaca TVP, a TV Al Arabiya, além do fechamento dos escritórios da Al Jazeera, entre outros”.
Na oportunidade, além de um apelo mundial de apoio aos jornalistas, a FIJ enviou uma série de orientações aos correspondentes internacionais, através do Instituto de Segurança das Notícias (Insi) e disponibilizou uma conexão de telefone especial de satélite para ser instalado no Sindicato dos Jornalistas Egípcios. A entidade também cobrou do então primeiro-ministro do Egito, Ahmed Chafik, a plena responsabilidade pela proteção dos jornalistas.
A mais recente denúncia, da americana CBS, expõe que, no dia 11 de fevereiro, a jornalista Lara Logan, uma das mais conhecidas correspondentes internacionais da rede, foi violentada quando cobria as comemorações da queda de Mubarak. "Logan foi cercada, e então brutal e continuamente violentada e espancada, antes de ser salva por um grupo de mulheres, ajudadas por cerca de 20 soldados egípcios", revela comunicado oficial da empresa.
Mesmo após a renúncia de Mubarak, a FIJ prossegue atenta aos desdobramentos dos acontecimentos no Egito e buscando assegurar a proteção aos jornalistas.
Acordo é acordo
Eu também gostaria que o salário mínimo no Brasil fosse bem superior ao que foi aprovado. Mas, como sindicalista, defendo o acordo que companheiros das centrais e o Governo Lula fizeram nos últimos anos. Enquanto o mínimo subia acima da inflação, por conta da equação entre o índice inflacionário e o PIB, o acordo era elogiado. Bastou que o Produto Interno Bruto apresentasse uma queda há dois anos, o que não garante um aumento real no mínimo, para que muitas lideranças passassem a jogar pedra no Governo. Mas este foi o acordo, gente. No próximo ano, o aumento será real porque o PIB voltou a crescer. E o acordo continuará valendo. Muitos estão esquecendo de explicar isso, preferindo jogar os trabalhadores contra o recém empossado Governo Dilma.
Salve Dorothy
No último dia 12, o assassinato da freira e missionária Dorothy Stang completou 6 anos. Nilo D’avila, da campanha de florestas do Greenpeace,traz um emocionante dos momentos seguintes ao crime. Irmã Dorothy, como era conhecida, trabalhou pela geração de emprego e renda com projetos de reflorestamento em áreas degradadas junto aos trabalhadores rurais da Região do Xingu no Pará. D'Avila, na época da morte de Dorothy, trabalhava na campanha da Amazônia, foi um dos poucos que não se esqueceu. Ele mandou mensagem para nossa equipe relembrando o dia em que a freira morreu. Vale ler o que Nilo escreveu:
"Foi num sábado, 12 de fevereiro de 2005. Por volta das 10h da manhã, cheguei no escritório em Manaus para trabalhar. Meu prazo para entregar o 1º esboço da pesquisa sobre soja estava vencendo e todo dia era segunda feira naqueles dias. Telefones tocando, atendo contrariado um deles e de sopetão recebo a notícia: mataram Irmã Dorothy Stang. Grande parte do time do Greenpeace na Amazônia estava, naquele dia, com a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participando da assembléia de criação da associação comunitária da reserva extrativista Verde Para Sempre em Porto de Moz. Em Manaus me lembro de Marcelo Marquesini, Tica Minami e Cordelia iniciando um longo trabalho de filtragem de informação e apoio logístico. O fim de semana tinha acabado para nós e o trabalho de soja foi colocado em segundo plano.
Trinta e seis horas depois, a turma de Porto de Moz foi para Anapu e eu fui parar em Belém. Encontrei, no salão onde foi prestada uma homenagem a Dorothy antes de o corpo retornar para Anapu, vários desorientados e abatidos ativistas das causas sociais e ambientais que, como eu, tentavam entender o que estava acontecendo. Além de Dorothy, quatro lideranças dos trabalhadores rurais do Pará foram assassinadas naquele sábado. Era um plano? Nunca saberemos. Não fui para Anapu, mas o Greenpeace estava lá representado por Paulo, Carlos e outros.
Os dias que se seguiram foram agitados: O exército chegou, reservas foram criadas, prisões e julgamentos começaram a acontecer. Um enredo conhecido de reações, atrasadas do Estado ao assassinato de uma liderança que virou noticia. Foi assim com Chico, não foi assim com DEMA, Fusquinha, Brasília...
Lembro sempre dos telefonemas de Dorothy para o escritório. O sotaque forte do outro lado da linha e as coisas sempre ditas duas vezes para não deixar duvidas no interlocutor. Prosa rápida, sempre seguida de um aviso que tinha mandado mais uma denuncia para o IBAMA ... "você pode ajudar quem depende da floresta?"
Sempre tentando, sempre tentando Dorothy...
Salve Dorothy!
Nilo D'Avila"
Trinta e seis horas depois, a turma de Porto de Moz foi para Anapu e eu fui parar em Belém. Encontrei, no salão onde foi prestada uma homenagem a Dorothy antes de o corpo retornar para Anapu, vários desorientados e abatidos ativistas das causas sociais e ambientais que, como eu, tentavam entender o que estava acontecendo. Além de Dorothy, quatro lideranças dos trabalhadores rurais do Pará foram assassinadas naquele sábado. Era um plano? Nunca saberemos. Não fui para Anapu, mas o Greenpeace estava lá representado por Paulo, Carlos e outros.
Os dias que se seguiram foram agitados: O exército chegou, reservas foram criadas, prisões e julgamentos começaram a acontecer. Um enredo conhecido de reações, atrasadas do Estado ao assassinato de uma liderança que virou noticia. Foi assim com Chico, não foi assim com DEMA, Fusquinha, Brasília...
Lembro sempre dos telefonemas de Dorothy para o escritório. O sotaque forte do outro lado da linha e as coisas sempre ditas duas vezes para não deixar duvidas no interlocutor. Prosa rápida, sempre seguida de um aviso que tinha mandado mais uma denuncia para o IBAMA ... "você pode ajudar quem depende da floresta?"
Sempre tentando, sempre tentando Dorothy...
Salve Dorothy!
Nilo D'Avila"
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
O momento de parar
Chora o mundo inteiro o abandono do futebol pelo jogador Ronaldo. A maioria esquece que o Fenômeno - apelido adequado numa época - já tinha parado. Com excesso de peso e fora de forma, não conseguia acompanhar o ritmo de um esporte de alto nível que, cada vez mais, exige força, velocidade e transpiração. Ronaldo tinha lampejos. Só! Seu corpo não respondia mais.
O ex-craque permanecia em campo por força dos milionários contratos que ainda mantinha e que se espelhavam naquele Ronaldo que foi o melhor atacante do mundo, com força, com volúpia, com inteligência. É duro, mas é preciso saber parar. Pelé soube fazer isso e foi jogar futebol de exibição no Cosmos (EUA). Falcão sentiu que suas pernas não lhe permitiam mais defender e sair, em passadas largas e com elegância, para o ataque.
Ronaldo merece as homenagens de todos os amantes do esporte pelo que representou para o Brasil e para o futebol mundial. Foi fenômeno e é assim que será lembrado. Já entrou na história, com um currículo invejável. Chega!
O ex-craque permanecia em campo por força dos milionários contratos que ainda mantinha e que se espelhavam naquele Ronaldo que foi o melhor atacante do mundo, com força, com volúpia, com inteligência. É duro, mas é preciso saber parar. Pelé soube fazer isso e foi jogar futebol de exibição no Cosmos (EUA). Falcão sentiu que suas pernas não lhe permitiam mais defender e sair, em passadas largas e com elegância, para o ataque.
Ronaldo merece as homenagens de todos os amantes do esporte pelo que representou para o Brasil e para o futebol mundial. Foi fenômeno e é assim que será lembrado. Já entrou na história, com um currículo invejável. Chega!
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Preenchido com seu próprio ser - Osho
Apenas sente-se debaixo de uma árvore. A brisa está soprando e as folhas da árvore estão farfalhando. O vento lhe toca, se move ao seu redor, e passa. Mas não o deixe somente passar por você; deixe-o mover-se para dentro de você e passar através de você.
Basta fechar seus olhos, e enquanto o vento estiver passando através da árvore provocando um farfalhar das folhas, sinta que você também é como uma árvore, aberto, e o vento está soprando através de você – não pelo seu lado, mas direto através de você.
O farfalhar da árvore penetrará em você, e você sentirá que o ar está passando por cada poro de seu corpo. Está realmente passando através de você. Isso não é só imaginação, é um fato – você esqueceu.
Você não está só respirando pelo nariz, você está respirando através do corpo todo – por cada poro dele, por milhões de poros.Se lhe for permitido respirar através do nariz, mas todos os poros de seu corpo estiverem fechados, você irá morrer dentro de três horas. Você não pode ficar vivo respirando somente pelo nariz.
Cada célula de seu corpo é um organismo vivo, e cada célula está respirando. O ar está realmente passando através de você, mas você perdeu o contato. Portanto, sente-se sob uma árvore e sinta.
No princípio irá parecer imaginação, mas logo se tornará uma realidade. É uma realidade – que o ar está passando através de você. Então se sente sob o sol nascente, e não somente sinta que os raios do sol estão lhe tocando, mas que eles estão penetrando em você e passando através de você, assim você fica vulnerável, você começa a sentir-se aberto.
O ego é a barreira. Quando você sente que você é, você é tanto que nada pode lhe penetrar. Você está preenchido com seu próprio ser. Quando você não é, então tudo pode passar através de você. Você se tornou tão vasto que mesmo o divino pode passar através de você.
Toda a existência agora está pronta para passar através de você, porque você está preparado. Assim toda a arte da religião é como não ser, como se dissolver, como se render, como se tornar um espaço aberto.
Basta fechar seus olhos, e enquanto o vento estiver passando através da árvore provocando um farfalhar das folhas, sinta que você também é como uma árvore, aberto, e o vento está soprando através de você – não pelo seu lado, mas direto através de você.
O farfalhar da árvore penetrará em você, e você sentirá que o ar está passando por cada poro de seu corpo. Está realmente passando através de você. Isso não é só imaginação, é um fato – você esqueceu.
Você não está só respirando pelo nariz, você está respirando através do corpo todo – por cada poro dele, por milhões de poros.Se lhe for permitido respirar através do nariz, mas todos os poros de seu corpo estiverem fechados, você irá morrer dentro de três horas. Você não pode ficar vivo respirando somente pelo nariz.
Cada célula de seu corpo é um organismo vivo, e cada célula está respirando. O ar está realmente passando através de você, mas você perdeu o contato. Portanto, sente-se sob uma árvore e sinta.
No princípio irá parecer imaginação, mas logo se tornará uma realidade. É uma realidade – que o ar está passando através de você. Então se sente sob o sol nascente, e não somente sinta que os raios do sol estão lhe tocando, mas que eles estão penetrando em você e passando através de você, assim você fica vulnerável, você começa a sentir-se aberto.
O ego é a barreira. Quando você sente que você é, você é tanto que nada pode lhe penetrar. Você está preenchido com seu próprio ser. Quando você não é, então tudo pode passar através de você. Você se tornou tão vasto que mesmo o divino pode passar através de você.
Toda a existência agora está pronta para passar através de você, porque você está preparado. Assim toda a arte da religião é como não ser, como se dissolver, como se render, como se tornar um espaço aberto.
Nas ruas, como nos velhos tempos
Os recentes acontecimentos mundiais, que envolvem, em distintas áreas do planeta, grandes manifestações populares de insatisfação com governos discricionários e, em alguns casos, a própria derrubada desses governos , nos convida a uma reflexão saudosista.
* Rodolpho Motta Lima, advogado formado pela UFRJ-RJ (antiga Universidade de Brasil) e professor de Língua Portuguesa do Rio de Janeiro - publico no site Direto da Redação
A saudade, no caso, conduz-nos aos anos 60, 70, 80, onde, no Brasil e no mundo - aqui, antes e depois do golpe militar - o comprometimento social das pessoas se expressava através de mobilizações de massa, na luta por direitos então considerados não atendidos, suprimidos ou em vias de supressão. A indignação marcava nas ruas sua presença – muito mais que hoje - em passeatas que, reprimidas ou não, simbolizavam a inconformada voz do povo. Essa época imortalizou um grito de afirmação da soberania popular: “O povo unido jamais será vencido !”
As manifestações no Oriente Médio contrastam com uma certa passividade que atualmente a sociedade ocidental deixa manifesta, diante de fatos que deveriam provocar imediata mobilização, em cenários que apresentam diferentes graus de relevância, mas que, em última análise, revelam o primado da inação.
Houve reações na Itália aos desmandos de Berlusconi, mas espera-se mais do povo italiano diante dos destemperos, da derrocada moral e do verdadeiro escárnio de um presidente que parece pairar acima daqueles que pretensamente representa e que, ironicamente, ameaça pôr, ele sim, os seus partidários na rua para defender suas posturas reprováveis.
Comunidades nacionais inteiras, mundo afora, estão a conhecer, sem reação considerável , as declaração do ex-Primeiro Ministro britânico Tony Blair, reconhecendo o “equívoco” da análise da existência de armas atômicas no Iraque, e, indiretamente, admitindo uma certa manipulação deliberada da opinião pública em ação que redundou em dezenas de milhares de mortes naquele país.
E o americano médio, que assistiu, sem questionar , a um filme como “ Sicko”, de Michael Moore (de denúncia aberta dos males cometidos contra a saúde do povo em nome da ganância), aceita, igualmente sem grandes reações, os posicionamentos de rejeição ao plano do Obama que procura contrapor-se a essa perversa engrenagem.
O tempo que vivemos vem sendo mesmo, predominantemente, o tempo da inércia, da acomodação, do conformismo, da falta de comprometimento. Penso que essa postura tem a ver com a ideologia neoliberal que coisifica as pessoas, e é incentivada por estímulos ao hedonismo, ao consumismo, ao individualismo enfim, que faz com que os indivíduos, em geral, não se identifiquem com os problemas alheios e, paradoxalmente, não enxerguem sequer o mal que se faz a eles próprios.
A mídia, vinculada à manutenção das desigualdades por representar os economicamente poderosos, sabe como inocular nos cidadãos comuns o vírus da alienação. Em nosso país, temos todo um falso aparato de informação para não informar (ou desinformar) e suportamos as vulgaridades televisivas de cada dia, materializadas nas novelas e mais novelas de baixíssimo valor dramatúrgico desvinculadas dos grandes problemas do povo, nos programas humorísticos que beiram o escatológico, nas fazendas e big brothers que nada trazem de bom para a construção de uma sociedade sadia.
No Brasil, se é verdade que o ambiente democrático que exercitamos não apresenta problemas da magnitude dos que antes mencionamos, nem por isso faltam ao nosso povo razões de indignação. Temos, por exemplo, na ordem do dia, o caso dos governadores que pleiteiam vergonhosas pensões arrancadas da contribuição de quem uma vez imaginou estar representado por eles. O Mair Pena Neto trouxe o tema para o DR. Lembro-me, a propósito, de um "Projeto de Constituição”, atribuído a Capistrano de Abreu, que sugeria uma Carta Magna com um único artigo (“Todo brasileiro deve ter vergonha na cara”) e um parágrafo único (“Revogam-se as disposições em contrário").
Mas é mesmo difícil esperar isso dos governados com governantes tão destituídos de vergonha.
Estamos perdendo a capacidade de mobilização nas ruas, talvez porque as pessoas estejam cada vez mais compelidas ao isolamento individualista, em detrimento da solidariedade do coletivo. Cito esse episódio dos governadores ( que tende a cair no esquecimento), como emblemático de muitos outros, sem preocupações partidárias, mas ideológicas, até porque há, no caso desse assalto ao dinheiro público acobertado por legislação imoral, envolvimento de políticos dos mais diversos partidos.
O povo brasileiro ressente-se, nos dias de hoje, de participação. Não pode assistir, inerte, a ocorrências desse tipo. Pode e deve reagir, valendo-se de organizações não governamentais, de órgãos de classe e de mídia eletrônica, com ou sem o apoio dos organismos midiáticos tradicionais (que só “provocam” a reação popular quando lhes convém). O povo, sempre que ofendido em seus direitos, deve exercer o seu soberano poder e (por que não?) ir para as ruas, como nos velhos tempos...
Voe, meu filho
Como é bom ver um filhote seguir seu rumo. Na foto acima, o Marco (à direita) e seus colegas embarcam no Aeroporto Salgado Filho para Vancouver (Canadá) no dia 05 de fevereiro. A saudade é grande, mas a certeza de que um belo voo na vida dele compensa tudo. Nas demais imagens, as famílias e amigos estão reunidos.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Oriente Médio: nada será como antes
A queda das ditaduras na Tunisia e no Egito demonstra que os EUA já não poderão manter o esquema de poder montado há mais de três décadas. Impotente para agir de forma direta no plano militar, os EUA tentam articular transições que mudem a forma de dominação, mas mantenham sua essência. O Exército preferiu a renúncia de Mubarak, porque se deu conta que sua presença unia a oposição. Tem esperança que, sem ele, possa cooptar setores opositores para uma coalização moderada – com El Baradei, a Irmandade Muçulmana, com o apoio dos EUA e da Europa. O artigo é de Emir Sader. Por isso o surgimento do nacionalismo árabe tornou-se um dos fantasmas mais assustadores para os EUA no mundo. Por um lado, pela nacionalização do petróleo pelos governos nacionalistas, afetando diretamente os interesses das gigantes do petróleo – norteamericanas ou europeias –, pela ideologia nacionalista e antimperialista que propagam – de que o egípcio Gamal Abder Nasser foi o principal expoente - e pela reivindicação da questão palestina. A história contemporânea do Médio Oriente tem assim na guerra árabe-israelense de 1967 sua referência mais importante. A união dos governos árabes permitiu a retomada da reivindicação do direito ao Estado Palestino, que foi respondida por Israel com a invasão de novos territórios – inclusive do Egito -, com o apoio militar direto dos EUA. Novo conflito se deu em 1973, agora acompanhado da politica da OPEP de elevação dos preços do petróleo. A partir daquele momento ou o Ocidente buscava superar sua dependência do petróleo ou trataria de dividir o mundo árabe. Triunfou esta segunda possibilidade, com a guerra Iraque-Irã, incentivada e armada pelos EUA, que golpeou dois países com governos nacionalistas, que se neutralizaram mutuamente, em um enfrentamento sangrento. Como sub-produto da guerra, o Iraque se sentiu autorizado a invadir o Kuwait – com anuência tácita dos EUA -, o que foi tomado como pretexto para a invasão do Iraque e o assentamento definitivo de tropas norte-americanas no centro mesmo da região mais rica em petróleo no mundo. Os EUA conseguiram dividir o mundo árabe tendo, por um lado os regimes mais reacionários – encabeçados pelas monarquias, a começar pela Arabia Saudita, detentora da maior reserva de petróleo do mundo, e por outro governos moderados, como o Egito e a Jordânia. A maior conquista norteamericana foi a cooptação de Anuar el Sadar, o sucessor de Nasser, que supreendentemente normalizou relações com Israel – o primeiro regime da região a fazê-lo -, abrindo caminho para a criação de um bloco moderado, pró-norteamericano na região, que se caracteriza pela retomada de relações com Israel – portanto o reconhecimento do Estado de Israel – e praticamente o abandono da questão palestina. Passaram a atuar também dento da OPEP, como força moderadora, favorável aos interesses das potências ocidentais. O Egito, como país de maior população da região, com grande produção de petróleo e país daquele que havia sido o maior lider nacionalista de toda a região – Nasser – passou a ser o peão fundamental no plano politico dos EUA na região. Não por acaso o Egito tornou-se o segundo país em auxilio militar dos EUA no mundo, depois de Israel e à frente da Colômbia. Essa neutralização do mundo árabe, pela cooptação de governos e pela presença militar dos EUA no coração da região – atualizada com a invasão do Iraque – constituiu-se em elemento essencial da politica norteamericana no mundo e da garantia de abastecimento de petróleo para complementar a declinante produção dos EUA e todo o petróleo para abastecer a Europa e o Japão. É isso que está em jogo agora, depois da queda das ditaduras na Tunísia e no Egito. Impotente para agir de forma direta no plano militar, os EUA tentam articular transições que mudem a forma de dominação, mas mantenham sua essência. O Exército preferiu a renúncia de Mubarak, porque se deu conta que sua presença unia a oposição. Tem esperança que, sem ele, possa cooptar setores opositores para uma coalização moderada – com El Baradei, a Irmandade Muçulmana, com o apoio dos EUA e da Europa – que possa fazer reformas constitucionais, mas controlar o processo sucessório nas eleições de setembro, conseguindo desmobilizar o movimento popular antes que este consigar forjar novas lideranças. Indepentemente de que possa se estender a outros países da região – de que a Argélia, a Jordânia, o Marrocos, a Arabia Saudita, são candidatos fortes – a queda das ditaduras na Tunisia e no Egito demonstra que os EUA já não poderão manter o esquema de poder montado há mais de três décadas. O menos que se pode esperar é a instabilidade politica na região, até que outras coalizões de poder possam se organizar, cujo caráter dará a tônica do novo período em que entra o Oriente Médio. (Carta Maior) |
Chove chuva...
Mais um dia de chuva aqui em Forno Alegre.
Pena que, rodeado de asfalto por todos os lados, eu não sinta o cheiro de terra molhada.
Pena que, rodeado de asfalto por todos os lados, eu não sinta o cheiro de terra molhada.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Vitória do povo egípcio: Mubarak renuncia
Festa no Egito e em diversas partes do mundo. O presidente Hosni Mubarak renunciou ao cargo hoje, após 18 dias consecutivos de protestos em todo país pedindo sua saída. É a vitória do povo, que não saiu das ruas, apesar da repressão em alguns momentos, deixando dezenas de mortos. Termina uma ditadura de 30 anos apoiada pelos Estados Unidos, que tiveram que se submeter à posição da população e da maioria dos países.
A União Europeia, por exemplo, diz que Mubarak foi obrigado a ouvir a voz dos egípcios ao anunciar sua renúncia ao poder, declarou a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton.
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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Isso não é jornalismo
O colega Eliziário Goulart Rocha postou no Facebook esta capa do jornal mineiro. Sem comentários...
Mas é preciso dizer: isso não é jornalismo.
Mas é preciso dizer: isso não é jornalismo.
Olhar e tocar...
Quero olhar nos teus olhos e sentir os caminhos que eles sugerem.
Quero tocar teu rosto e sentir o calor da ousadia que me permites.
Quero tocar teu rosto e sentir o calor da ousadia que me permites.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Jornalismo by phone e mail
O colega Horst Knak provocou um bom debate no Facebook ao postar fotos antigas de coberturas jornalísticas (uma delas publiquei aqui no blog). Relembramos dos bons momentos das grandes reportagens, das coberturas de eventos e entrevistas coletivas, onde podíamos questionar no olho a nossa fonte. Hoje, não tem nada disso. As entrevistas são feitas por telefone e, muitas vezes, por e-mail. Não se questiona nada. Não se vê nada. Por exemplo, um remate de animais de cabanha era feito in loco, seja na Expointer, em Uruguaiana, em Santa Maria, em Dom Pedrito, etc. Sentir o clima e falar com leiloeiros, vendedores e compradores era essencial para construirmos a matéria. Hoje, o telefone e o mail são as ferramentas. Falta tempo para nossos colegas, que precisam desempenhar triplas tarefas, como multimídias que são. Isso, definitivamente, não é Jornalismo.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Lembranças do mundo jornalístico
Boas lembranças dos anos 90. Amigas e amigos participam de entrevista coletiva no British Club, em Porto Alegre. Aí estão eu, Adriana Langon, Lizemara Prates, Roberto Tavares, Eduardo Teixeira e Gilvânia Banker. Todos em plena atividade...
A foto é do interminável Horst Knak.
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