domingo, 5 de agosto de 2007

Os indiferentes

Odeio os indiferentes. Acredito que viver significa tomar partido. Indiferença é apatia, parasitismo, covardia. Não é vida. Por isso, abomino os indiferentes. Desprezo os indiferentes, também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes" (Gramsci)

sábado, 4 de agosto de 2007

Professor de ética vê politização em acidente


A "tragédia anunciada" revelou-se não apenas um clichê, mas um grande erro. Ao que tudo indica, o acidente com o avião da TAM não teve nada a ver com pista molhada, "grooving" ou ineficiência governamental.
Suspeito usual por conta da crise aérea - que é concreta e inegável -, o governo foi quase de imediato relacionado às 199 mortes por comentaristas, políticos e meios de comunicação, ainda que várias vozes ponderadas apontassem a necessidade de, ao menos, esperar pelos dados das caixas-pretas.
Para Clóvis de Barros Filho, professor de Ética da Comunicação, esse movimento não é surpreendente. "Já não é de hoje que a mídia em geral tem apreço por endossar versões que deslegitimam a ação do Estado", afirmou, em entrevista a Terra Magazine.
O professor vê sinais de politização em uma cobertura jornalística que deveria ser técnica. "É óbvio que algumas manifestações de autoridades do governo são profundamente infelizes, inclusive do presidente da República. Entretanto continuo a acreditar que existe uma confusão propositadamente estabelecida com o intuito de fazer com que um caso gravíssimo e episódico seja inscrito numa crise - que existe, mas que não tem nada a ver com esse acidente." Que a confusão está estabelecida, não há dúvidas. Uma busca no Google pelos termos "tragédia anunciada", "TAM" e "Congonhas" traz links para mais de 60 mil sites.
Leia a seguir a entrevista de Barros

LER MAIS EM:

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Mônica: Veja, Playboy ...


Qualquer cidadão de boa memória deve lembrar que a jornalista Mônica Veloso ficou conhecida em todo o País, no final de maio, por meio das páginas da revista Veja, do Grupo Abril. E não era por suas qualidades profissionais, mas pelo fato de ter um filha fora do casamento com o presidente do Senado, Renan Calheiros. E também não foi em razão deste romance. À revista, a jornalista disse o dinheiro da pensão vinha dos bolsos do lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior. E assim vai... O resto todo mundo já sabe.
A novidade do momento é que Mônica anunciou que irá posar nua para a revista Playboy e estaria apenas aguardando o acerto do cachê para tirar a roupa. Detalhe: a Playboy é editada pelo mesmo Grupo Abril proprietário da Veja. Coincidência?
Chama a atenção o fato de que outra mulher tornada peça-chave de um escândalo, Fernanda karina Somaggio, se ofereceu para posar nua para a mesma revista masculina e não levou. Secretária do publicitário Marcos Valério, suspeito de operador do chamado mensalão, denunciou em 2005 supostas irregularidades praticadas por seu ex-chefe para a Revista IstoÉ - Dinheiro, do Grupo Três, concorrente da Abril. As versões são variadas: a direção da Playboy disse que nunca negociou com a secretária, enquanto Fernanda Karina afirmou não ter chegado a um consenso sobre o cachê. Ela queria R$ 2 milhões.

Pois é... Acho que haverá este acerto com Mônica!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Os erros da cobertura apressada

do Blog Luis Nassif Online (http://luisnassifeconomia.blig.ig.com.br)

Coluna Econômica – 02/08/2007

No meu livro "O Jornalismo dos anos 90" relato quase duas dezenas de casos de cobertura da mídia em que o "efeito manada" produziu erros gigantescos.
Aparentemente, não se aprende. A mais nova reedição do caso "Escola Base" está na cobertura do acidente com o Airbus da TAM, que vitimou mais de duzentas pessoas; o “japonês” do acidente aéreo foi um morto que não podia se defender: o piloto.
Com o choque inicial, logo após o acidente passou-se a uma busca frenética por culpados. Em um primeiro momento concentrou-se no governo, na pista de Congonhas, na falta de ranhuras no asfalto.
Deixou-se de lado o jornalismo para se ficar numa ladainha única, em que nenhuma outra hipótese era investigada. E essa algaravia escondeu outras interpretações comentadas por especialistas, mas que não chegavam às páginas dos jornais.
Nos poucos momentos em que se permitiu um pouco de jornalismo, descobriu-se que o avião em questão estava com o chamado reverso pinado - um reverso inoperante. Reverso é um sistema inverte o empuxe do motor, ajudando a frear a aeronave.
Seguiu-se um festival de explicações "técnicas", de que o reverso não era relevante, que seria apenas um luxo a mais nas aeronaves, que importante eram os freios e "spoilers".
Quando a caixa preta (que grava as conversas na cabine) foi enviada para os Estados Unidos, acompanhada por uma comitiva de deputados, o discurso começou a se inverter. De repente, o reverso passava a ser importante porque, quando não está em funcionamento, exige uma nova posição dos manetes (os instrumentos que permitem ao piloto controlar a altura da aeronave). Se, na hora de pousar, o piloto não muda a maneira tradicional de colocar os manetes, os instrumentos eletrônicos de bordo interpretam como se ele estivesse querendo decolar. Em vez das turbinas reduzirem, elas aceleram.
Ora, havia duas explicações para eventuais problemas com os manetes: ou erro humano ou problemas mecânicos. Sendo a segunda hipótese, estariam comprometidas a TAM, as autoridades aeronáuticas e, provavelmente, a Airbus.
Aí se viu na cobertura uma mudança de rota inacreditável. Publicação capaz de atribuir ao governo responsabilidades até das precipitações pluviométricas, passaram a encampar a tese do erro humano, poupando as autoridades e sequer mencionando responsabilidades da TAM. O culpado passou a ser um morto, que não podia se defender.
Com a divulgação dos diálogos registrados na cabine, muda o quadro. Um piloto alerta o outro que o reverso esquerdo estava paralisado; o outro concorda. O que significa que pousaram sabendo como proceder. Nos diálogos, descobre-se que o "spoiler" - um sistema de frenagem mais potente que o reverso - não funcionou,que os freios provavelmente não funcionaram. Pode ter sido erro dos pilotos? Pode, mas numa probabilidade muito baixa.
Semanas de cobertura intensiva desmentidas, todas as afirmações peremptórias desmascaradas, a voz do morto, saindo dos arquivos da caixa preta para absolvê-lo.

Como ficamos? Como fica o jornalismo?

Tem que haver limites para o show.

Mostrem a cara!!!!

A OAB de São Paulo e outras entidades lançaram um movimento estranho que se anunciava como apartidário, mas na primeira passeata só exibiu cartazes e faixas notoriamente partidárias. Contra o Governo Lula. Camuflado de defensor do interesse público, um grupo minguado de milionários do Estado mais endinheirado do País resolveu explorar uma tragédia — o desastre com o avião da TAM em Congonhas — para detonar o governo federal.
Basta olharmos o cartaz ao lado para notarmos qual o propósito destes senhores - e senhoras - que não têm qualquer escrúpulos em usar o dinheiro dos associados de suas entidades para promover uma nova manifestação no sábado. Tampouco para mexer com o coração dos parentes das vítimas do vôo 3054. Tentam dissimular e disfarçar, mas não conseguem enganar. O pior é ver seccionais da OAB de outros Estados desaprovando atitudes como a da Ordem paulista. Da FIESP, da Associação Comercial e da Veja já se esperava este comportamento. Mas da OAB, que deveria defender seus associados, serve de ponta de lança para outros interesses.
O tal Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros deveria ser assumido por seus verdadeiros patrocinadores. Mais: mostrar com clareza suas reais intenções, como sempre fez a elite brasileira em defesa de seus interesses patrimoniais.


quarta-feira, 1 de agosto de 2007

A ética do jornalistas

O momento não poderia ser mais propício. Enquanto os indícios de calúnia e difamação prosperam na grande mídia e não é criado o tão esperado Conselho Federal dos Jornalistas, o negócio é debater o o atual Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. De sexta-feira a domingo, delegações de 20 estados se reunião em Vitória (ES) para debater a atualização do atual código. Na abertura do Congresso Nacional Extraordinário haverá a posse da nova direção da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e da Comissão Nacional de Ética, eleitas pelo voto direto da categoria, em processo recentemente encerrado. Outro destaque do evento será a conferência de abertura, com o jornalista colombiano Javier Restrepo, que teve seu horário e local alterados.
O atual Código de Ética dos Jornalistas está em vigor desde 1987. O debate sobre sua atualização vem sendo debatido há três anos e foi intensificado a partir do início o ano passado. O código foi, inclusive, submetido a processo de consulta pública. Uma Comissão Nacional sistematizou as propostas apresentadas, que resultaram na tese guia do evento.
Além da posse das novas diretoria e Comissão de Ética definidas na eleição direta que a Fenaj promoveu de 16 a 18 de julho, no Congresso Nacional Extraordinário haverá, também, uma homenagem ao Vice-presidente da atual Comissão Nacional de Ética dos Jornalistas, José Hipólito de Araújo, que faleceu no início de 2007.
O jornalista colombiano e especialista em ética, Javier Darío Restrepo, estará em Vitória no sábado. Mas a conferência ''Ética e Jornalismo na América Latina'', antes prevista para as 9h, foi transferida para as 14h, no auditório do Hotel Bristol. A mudança se deu porque Restrepo estará vindo de uma outra conferência, em Washington, e sua chegada ao Brasil será no início da manhã de sábado.

Mais informações no site www.fenaj.org.br

terça-feira, 31 de julho de 2007

A verdade camuflada


A cada dia compreendo o que Khalil Gibran (foto do site www.paralerepensar.com.br) pretendeu dizer com a citação abaixo:

"A verdade de outra pessoa não está no que ela te revela, mas naquilo que não pode revelar-te.
Portanto, se quiseres compreendê-la, não escutes o que ela diz, mas antes o que não diz."

As relações humanas são muito difíceis e sempre recheadas de cinismo, hipocrisia....
Ao observarmos o dia-a-dia da política, lermos um jornal ou revista ou assistirmos à programação das grandes emissoras de televisão temos certeza de que a intenção não está expressa apenas nas palavras ditas ou escritas. Mas no que é implícito, camuflado.
Este movimento alcunhado de "Cansei" é a prova cabal do que penso. Entidades, profissionais liberais e empresários usam politicamente o drama de centenas de pessoas - as vítimas do desastrado vôo da TAM e seus familiares - para tentarem alcançar um objetivo. Que não é explícito, que não está anunciado. Mas, conhecendo o que os integrantes do grupo não dizem, sabemos onde eles querem chegar.
Só neste final de semana - passados mais de dez dias do acidente com o vôo 3054 - alguns veículos de comunicação brasileiros começaram a admitir que a causa foi falha humana. Ou seja,
os dados da caixa-preta do Airbus A320, que chegou ontem ao Congresso, apontariam que houve erro do piloto na operação da alavanca de aceleração das turbinas. Algo que jornais da Argentina e dos Estados Unidos já vinham noticiando. Contudo, alguns veículos continuam insistindo em arremeter suas baterias contra o Governo federal, abrindo página com títulos como "Pista criticada por 11 vôos". Não dizem o que pretendem, mas as entrelinhas revelam os propósitos.



segunda-feira, 30 de julho de 2007

Silêncio...

"O que me preocupa não é o grito dos violentos. É o silêncio dos bons."
(Martin Luther King)

Tragédia de Congonhas - até a Veja mostra a verdade

O texto abaixo não foi escrito por um jornalista de esquerda e não se trata de um panfleto petista. Foi a desacreditada Veja que o publicou em suas páginas. E a Rede Globo foi obrigada a noticiar no Fantástico para não perder o trem da história. Pergunta: os hipócritas da direita continuarão a "marchar"?

"Um erro humano está na origem do pior acidente aéreo da história da aviação brasileira. As informações já obtidas por meio da análise das caixas-pretas do Airbus A320 da TAM – que no último dia 17 se chocou contra um prédio da companhia, causando a morte de 199 pessoas – indicam que o avião, ao pousar, não conseguiu
desacelerar o suficiente por causa de um erro do comandante do vôo.
Essas informações, ainda mantidas em sigilo pela comissão da Aeronáutica que investiga o acidente, mostram que uma das duas alavancas que
regulam o funcionamento das turbinas, chamadas de manetes, estava fora de posição quando o avião tocou a pista principal do Aeroporto de Congonhas. O erro fez com que as turbinas do Airbus funcionassem em sentidos opostos: enquanto a esquerda ajudava o avião a frear, como era desejado, a direita o fazia acelerar.
A conclusão é que não houve aquaplanagem no dia da tragédia. Ela apóia-se em três evidências. A primeira delas é a ausência de marcas específicas na pista do aeroporto. Essas marcas são formadas quando a água sob os pneus de uma aeronave que está derrapando esquenta até o ponto de fervura. Elas são claras, muito diferentes das marcas negras causadas por frenagens normais. Na pista de Congonhas, tais marcas não foram encontradas. Os dados já colhidos nas caixas-pretas e a análise do que restou dos pneus do Airbus, encontrados nos escombros do prédio da TAM, afastaram de vez essa hipótese".

A Marcha - do Blog do Mino


Mais um excelente artigo do Mino Carta sobre a ação dos golpistas e oportunistas da direita. São sempre os mesmos... Mas eu, o Mino e milhões de brasileiros já estamos cansados da hipocrisia desta turma! E a charge do cartunista Angeli (ao lado) está maravilhosa....

http://blogdomino.blig.ig.com.br/

Estamos às vésperas do retorno da Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade. Agora passa a se chamar Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros. Trata-se de uma fórmula mais elaborada, mais complexa, mas os objetivos são os mesmos. O movimento foi lançado pela OAB de São Paulo, e conta com o respaldo de figuras importantes da Fiesp e da Associação Comercial paulista, e com a divulgação de televisões e rádios, por ora não melhor especificadas. A idéia inicial faísca no escritório de João Dória Jr., o Iconoclasta Mor, aquele que destruiu a pauladas o monumento dedicado a Cláudio Abramo, o grande jornalista, em uma pracinha do Jardim Europa. Ali desceu o Espírito Santo, e iluminou os primeiros carbonários da grana, unidos em torno do slogan: Cansei. Uma campanha publicitária, oferecida de graça por Nizan Guanaes, gênio da propaganda nativa de inolvidável extração tucana, mais badalado entre nós do que George Clooney no resto do mundo, insistirá em peças destinadas a expor o pensamento dos graúdos envolvidos: "cansei do caos aéreo", "cansei de bala perdida", "cansei de pagar tantos impostos". É do conhecimento até do mundo mineral a quem esses valentes senhores atribuem a culpa por os males que denunciam: nem é ao governo como um todo, e sim ao Lula, invasor bárbaro de uma área reservada aos doutores. Mas o presidente da OAB paulista, certo D'Urso, diz que o movimento não tem conotação política. Enquanto isso, às sorrelfas, o pessoal pede instruções aos mestres. Alguns ligam para Fernando Henrique Cardoso, outros para José Serra. São os derradeiros retoques da tucanização da elite brasileira, a mesma que sentou-se em cima de um tesouro chamado Brasil e só cuidou de predá-lo, com os resultados conhecidos. Incompetência generalizada, recorde mundial em má distribuição de renda, baixo crescimento, educação e saúde descuradas até o limite do crime, miséria da maioria etc. etc.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

A mídia é sensacionalista, segundo enquete do OI


O site Observatório da Imprensa está promovendo enquete para saber o comportamento da imprensa na cobertura da tragédia do Vôo 3054. Chegou em boa hora esta avaliação. Veja:

Como definir a cobertura da mídia sobre o desastre de Congonhas?

- Informativa
- Investigativa
- Sensacionalista

Vote na urna eletrônica em:

http://www.observatoriodaimprensa.com.br

Já votei e minha opção é: sensacionalista. Aliás, pelos resultados parciais, ela vence com 82%. Informativa está com 12%, e investigativa com 8%.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Crítica e esclarecimento no caso do acidente da TAM

Recebi e-mail de um colega jornalista que admiro, especialmente porque é sincero na crítica que faz à minha preferência política, sendo eu um repórter. A resposta: em nenhum momento, esta opção prejudicou minha atuação profissional. Não misturo as coisas. No entanto, meu amigo apóia um dos inúmeros textos que tenho enviado ao mundo virtual sobre os exageros da mídia no caso do avião da TAM. É bom ler o que ele escreveu:
"Mesmo sendo você um indefectível defensor do Governo Federal, devendo, por vezes, ser criticado pela ausência da crítica - propriedade que considero indispensável ao exercício do jornalismo- está, neste momento, rigorosamente coberto de razão. Meu colega, nunca assisti tamanha ignorância explicitada em nossos jornais, rádios e TVs, concedendo generosos espaços à crítica demagógica e inconseqüente ao Governo, culpando-o pela tragédia em Congonhas. Além de ter o privilégio de ser seu colega, também
pertenci à Força Aérea e cheguei a 2º oficial de vôo internacional na Varig. Tenho mais de cinco mil horas de vôo e já operei em Congonhas e morava próximo a este aeroporto. Portanto, conheço razoavelmente o local e os procedimentos de pouso neste aeródromo. Como a gente se corresponde via e-mail, aproveito para afirmar, sem nenhuma dúvida, antes mesmo da abertura das caixas pretas e análise dos dados de vôo, navegação, procedimentos e fala dos pilotos, que o culpado pelo acidente é quem estava pilotando o avião no momento do acidente. O cara não conseguiu ficar dentro da pista, tentou como último recurso o conhecido "cavalo-de-pau", não conseguiu rodar os 180 graus que esta manobra normalmente proporciona e saiu pela lateral, para atravessar a avenida e chocar-se com o prédio.
Daí os oportunistas de plantão trataram de, irresponsavelmente, por sua própria ignorância e, aproveitando-se do desconhecimento técnico da quase totalidade dos leitores e jornalistas, espalhar que a culpa era das autoridades e do presidente. Um absurdo. Os mesmos de 1964, que interromperam minha carreira, com perseguição política e seus seguidores, se articulam, novamente para caluniar e criar condições para golpear a democracia. Mas o preço de nossa liberdade é nossa vigilância. Sei que você é competente e dedicado a isso. Um abraço e tudo de bom."

O ano que não faz calar

Clovis Rossi escreve hoje na Folha de S.Paulo: "Se um país é incapaz de segurar um avião na pista, vai segurar o quê?" Sinto que o jornalista, seus parentes e seus colegas regozijaram-se com a imagem, e imaginei cento e oitenta milhões de brasileiros agarrados à cauda de um Airbus. Ainda assim, mesmo entregue ao mais empenhado e solidário esforço para apreciar a veia literária de Clovis Rossi, receio que país algum tenha condições de segurar um avião. O texto consta de um edificante apanhado elaborado pelo site da Carta Maior com o intuito de demonstrar a sanha golpista da mídia nativa, com o adendo da fala recente de um ministro do Superior Tribunal Militar, Olympio Pereira da Silva Junior, segundo quem, diante da conjuntura, "pessoas de bem vão se pronunciar como já fizeram em um passado não muito distante". Até um paralelepípedo percebe a referência ao golpe de 1964. Sublinho que ontem, ao entrevistar Cassandra pelo telefone (atualmente ela mora em Corinto, deixou Tróia faz tempo), não me escapou toda a sua preocupação com a crise aérea e suas conseqüências. A filha de Priamo fareja clima de golpe, mas tendo a tomar os vaticínios de Cassandra como resultado do seu monumental mau-humor. De todo modo, o ministro do STM falava na entrega dos espadins aos alunos das academias militares, neste mês. E a estes disse que os tais cidadãos de bem, "vão se apresentar" e "aí sim, as coisas vão mudar, o sol da democracia e da Justiça brasileira vai voltar a brilhar". Carta Maior não deixa de registrar editoriais do Globo e do Estadão, e, obviamente, a coluna de Dora Kramer. Textos que ecoam, sem surpresa para mim, páginas e pronunciamentos de quarenta e cinco, quarenta e quatro anos atrás. Aqui, no meu cantinho, resisto na crença de que os tempos mudaram. Acho que 1964, aquela tragédia, sem descurar de certos toques de comédia (o que torna o desastre ainda maior), hoje ficaria entre a farsa e a ópera bufa. Com a colaboração de scriptwriters extraordinariamente vocacionados para o gênero. Talhados à perfeição, graças a um misto de sabujismo, hipocrisia, ignorância e baixo Q.I.
Enviada por mino

http://blogdomino.blig.ig.com.br

terça-feira, 24 de julho de 2007

A importância do jornalismo ambiental


Jornalistas brasileiros e convidados internacionais estarão reunidos de 10 a 12 de outubro, em Porto Alegre, no 2º. Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental. As conferências, painéis e oficinas terão lugar no complexo do Salão de Atos da UFRGS, junto à mais tradicional área verde da capital gaúcha, o Parque Farroupilha. “Aquecimento Global: Um Desafio para a Mídia”, é o tema do evento, organizado pelo Núcleo de Ecojornalistas do RS e dirigido aos profissionais da imprensa, professores, pesquisadores e estudantes universitários.

Pouco tempo se passou desde o primeiro congresso, em Santos, em 2005. No entanto, os acontecimentos mundiais na área ambiental se precipitaram, tornando ainda mais aguardado e necessário este segundo encontro. Desde muito cedo, tem sido grande a procura por informações de interessados em participar.

Jornalistas

Virão a Porto Alegre, como conferencistas e palestrantes, renomados profissionais do jornalismo ambiental do Brasil e do mundo, representando a grande imprensa, a imprensa especializada, a imprensa alternativa, os produtores independentes e a universidade.

Eles vão compartilhar suas experiências, discutir a atuação, as responsabilidades, as perspectivas dos profissionais e meios de comunicação, diante da crise e perplexidade do planeta às reações da natureza a tanta agressão humana.

Cientistas

Também estarão presentes alguns dos maiores cientistas e especialistas em temas candentes como as mudanças climáticas, recursos hídricos e Amazônia. Será uma oportunidade de contato direto dos participantes com as principais fontes da área ambiental no Brasil.

ONGs

Serão representadas, ainda, ONGs e entidades ecológicas do país, apresentando sua visão e sua crítica à atuação dos meios de comunicação e seus profissionais, bem como sua análise dos impasses ambientais deste início de século.

Como já aconteceu no primeiro congresso, em Santos, este será um momento muito rico de intercâmbio e crescimento de todos que participarem.

Leia mais em:
www.cbja2007.com.br

Internacional - bastidores de um sonho


Tem gente que prefere a Batalha do Aflitos. Nós, colorados, optamos pelos "Bastidores de um Sonho - O outro lado do título mundial". Este é o nome do DVD que eu e mais 54 mil associados do Sport Club Internacional recebemos na última semana. Já nos emocionamos com a conquista do Mundo em cima do badalado Barcelona e já vibramos com a chegada de nossos campeões. Mas todos sabemos que, antes da fama e da conquista, estão o trabalho e a dedicação.
O DVD produzido exclusivamente com imagens feitas pelos próprios jogadores e a comissão técnica durante a jornada no Japão mostra tudo o que acontece fora do alcance das câmeras e microfones. Vem o planejamento, a conversa entre os companheiros, o discurso inflamado no vestiário, o abraço solidário. É a hora em que os líderes mostram porque são líderes, e os combatentes vivem seu momento maior, porque conhecem a força que vem da torcida.
São imagens e sons com a emoção do momento, sem imagens de emissoras de televisão ou recursos profissionais. Um DVD para assistir com o coração na mão e uma certeza no peito: nada vai nos separar, nunca mais, Colorado.
Ah, o DVD vem com um extra especial: 'Bastidores da Recopa - A conquista da Tríplice Coroa'.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Ainda sobre a tragédia do vôo 3054

O que é um gesto obsceno?
Ao invés de fazer mea-culpa e pedir desculpas aos leitores por ter induzido a todos a um erro de julgamento, de ter incitado o povo a pré-julgar, o que faz a grande mídia apátrida e golpista? Mete uma câmera dentro de um gabinete e, sorrateiramente, clandestinamente, "flagra" uma imagem em que um ministro comemora o desmascaramento da mídia. E aí? Aí a mídia apátrida e golpista faz seus leitores esquecerem de que ela os induziu a um erro de julgamento e os fazem julgar o gesto obsceno do ministro. Não seria esse um gesto abjeto e obsceno da mídia, leitor amigo?

Leia mais do publicitário, escritor, diretor e roteirista, Lelê Teles no Technosapiens

Uso político do acidente
As chamas ainda ardiam no local do trágico acidente com o avião da TAM quando jornalistas da grande imprensa e lideranças da oposição, agindo como abutres sobre carniça, vociferavam condenações sumárias ao governo federal a quem apontam como ''culpado'' pelo acidente.

Jornais como a Folha de S. Paulo, telejornais de diversas emissoras e parlamentares da oposição se apressaram a jogar a culpa no governo federal, numa clara e inconveniente tentativa de aproveitar a tragédia para fustigar o presidente Lula, a quem não conseguiram derrotar nas urnas.

A julgar pelo frenesi com que a oposição e a imprensa anti-Lula articulam as acusações, não seria demais dizer que, veladamente, muitos deles estão ''comemorando'' o acidente.

Clique aqui e leia o texto completo de Cláudio Gonzalez. Leia mais AQUI: matéria de Mauro Carrrara no Portal Vermelho.

Clima do RS é ignorado


Está certo de que o Brasil é um País continental. Mas o fato é que autoridades e a mídia deveriam saber que existem climas diferentes de Sul a Norte antes de emitir opinião sobre algumas situações. Quaisquer atividades, competições esportivas e vôos dependem de boas condições climáticas. Certo? Não parece tão cristalino para entidades como a CBF, que organiza o atual campeonato brasileiro. Jogos realizados em Porto Alegre e Caxias do Sul são marcados para 18h10min e 20h (a maioria com chuva e neblina), enquanto as partidas no Nordeste são realizadas às 16h (sob intenso sol). Ninguém consulta o clima.
Pois a tragédia do vôo 3054 evidencia também que a grande mídia esquece que o clima gaúcho no Salgado Filho sempre atrasou muitos vôos durante o inverno por causa das chuvas e dos nevoeiros (como este flagrante da Serra gaúcha na foto). No entanto, com o intuito de atribuir esses atrasos ao propalado caos aéreo, "ignora" o clima. Por isso, é publicado que, no balanço da Infraero, o maior índice de atrasos de mais de uma hora (63,6%), foi registrado no aeroporto de Porto Alegre no domingo. Para ilustrar o tormento dos passageiros, são descritos rostos desolados, filas serpenteadas, falta de cadeiras, crianças dormindo sobre malas, etc... Nada é dito sobre a chuva que caiu forte na capital gaúcha. Ou seja, tudo é causado pela fragilidade do sistema do tráfego aéreo!

domingo, 22 de julho de 2007

Acidente em Congonhas - do Blog do Emir

Pergunta: o que merece de fato indignação?

1) O gesto de Marco Aurélio Garcia contra a imprensa oligopolizada e familiar privada que tentou precipitadamente criminalizar o governo no acidente de Congonhas?

2) Ou o gesto da própria imprensa conservadora, cujos arautos chegaram a acusar o governo federal de assassinato, sem nenhuma prova?

Declaração Universal dos Direitos Humanos


CONSIDERANDO que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da familia humana e seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, CONSIDERANDO que o desprezo e o desrespeito pelos direitos do homem resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade, e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade,

CONSIDERANDO ser essencial que os direitos do homem sejam protegidos pelo império da lei, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão, CONSIDERANDO ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, CONSIDERANDO que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos do homem e da mulher, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, CONSIDERANDO que os Estados Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do homem e a observância desses direitos e liberdades, CONSIDERANDO que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
A Assembléia Geral das Nações Unidas proclama a presente "Declaração Universal dos Direitos do Homem" como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo 1
Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo 2
I) Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
II) Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Artigo 3
Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 5
Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Artigo 6
Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.

Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos tem direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8
Todo o homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.

Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10
Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo 11
I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias a sua defesa.
II) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituiam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques a sua honra e reputação. Todo o homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 18
Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

Artigo 19
Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras.

Artigo 21
I) Todo o homem tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
II) Todo o homem tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
III) A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.

Artigo 28
Todo o homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29
I) Todo o homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
II) No exercício de seus direitos e liberdades, todo o homem estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
III) Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas

Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer direitos e liberdades aqui estabelecidos.

sábado, 21 de julho de 2007

E o filho do FHC?



Do blog do Mino Carta:

"A mídia malha a situação e poupa a oposição, com empenho e desfaçatez dignos da medalha de ouro, recordistas mundiais. E me permito contar um episódio que remonta à segunda 16, e que não foi registrado por jornal algum, ou por qualquer órgão midiático.
O governador do Paraná, Roberto Requião, naquela tarde visita o presidente Lula no Palácio do Planalto, para um encontro como de hábito cordial. Em seguida, o governador, em toda a sua corajosa imponência, dirigi-se ao Comitê de Imprensa do próprio Palácio.
Requião tem sido um dos alvos preferidos dos ataques da mídia. Suas relações com os jornalistas são tensas, mas ele não hesita na provocação, e pergunta por que, em outros tempos, “vocês não falaram do filho de Fernando Henrique?” Outro rebento fora do matrimônio, como no caso de Renan Calheiros. A aventura de FHC, do conhecimento até do mundo mineral, é anterior à sua primeira eleição em 1994, e a jovem brindada pelos favores do príncipe dos sociólogos foi mais uma jornalista em atividade em Brasília, Miriam Dutra. "

Continua em:

http://z001.ig.com.br/ig/61/51/937843/blig/blogdomino/2007_07.html#post_18904655