quinta-feira, 10 de abril de 2008

O Grêmio me cansa

Definitivamente, estou cansado de dar adeus para o Porto-Alegrense, cujos torcedores teimam em chamar de grêmio. Numa postagem abaixo, eu já tinha me despedido do adversário após a sua desclassificação no Gauchão no domingo. Pensei que o time da Azenha se recuperaria na partida contra o Atlético Goianiense na noite de ontem. Perdeu nos pênaltis para um time da terceira divisão brasileira e está fora também da Copa do Brasil. Quando será o próximo adeus? No segundo semestre, em meio ao Brasileirão? Pelo menos, me dá uma folga....

Jornalismo panfletário

Publicado na Carta Maior

DEBATE ABERTO


Dilma, Simon e um conhecido blog


Ricardo Noblat cobrou de Pedro Simon que fizesse um discurso no Senado denunciando o suposto "dossiê" dos cartões corporativos. O senador gaúcho estava falando de outro assunto. Pediu desculpas ao jornalista e cobrou explicações da ministra Dilma Roussef. Simon sabe qual é o seu exato lugar.


Denunciar irregularidades na esfera pública, com o amparo de sólido trabalho investigativo, é tarefa irrenunciável do jornalismo. Deixar de fazê-lo, sob qualquer pretexto, é recusar os princípios que fundamentam a liberdade de imprensa, assegurada em qualquer regime democrático. Sobre isso não cabe qualquer discussão. É ponto pacífico para os que desejam a solidez das instituições políticas.
Mas, como já frisamos inúmeras vezes, quando a informação deixa de se submeter a outro imperativo que não seja o do aprofundamento democrático, a liberdade desejada se apresenta como sua própria contrafação. É servida, como subproduto de uma vulgata do utilitarismo, para satisfazer os interesses de seus leitores e sócios maiores.
Um jornalismo que se presta à instrumentalização partidária, distorcendo a realidade, infamando quem considera adversário político, usurpa uma franquia do Estado de Direito para funcionar como panfleto de ocasião. Deixa de ser instância fiscalizadora dos Poderes para tentar substituí-los como única instância legitimadora, subtraindo-lhes direitos e deveres. Quando a imprensa vira partido, seja de oposição ou de apoio a qualquer governo, renuncia ao seu caráter republicano, passando a ser ferramenta de interesses escusos. Há dúvidas se merece ainda ser mesmo chamada de imprensa.
É o que parece estar ocorrendo agora com o vazamento de um suposto dossiê contendo gastos feitos com cartão corporativo na época do governo Fernando Henrique. Antes de verificar se foi montado pela revista Veja, useira e vezeira em construir castelos de cartas, parcela expressiva da grande mídia não hesita em atribuí-lo ao Palácio do Planalto.
Há quase três anos, Luciano Martins escreveu um artigo para o Observatório da Imprensa ( "Quando faltam a razão e o direito") que se tornou definitivo pela dinâmica do jornalismo brasileiro. Analisando o que se delineava como tendência no surgimento do " blog do Noblat", o articulista foi preciso:
"A estréia do jornalista Ricardo Noblat, com seu blog político, no Estado de S. Paulo, traz uma lição inestimável para a compreensão do momento que vive nossa imprensa. Traz também uma mensagem claríssima aos jovens profissionais que sonham um dia escrever no outrora vetusto diário paulista.
A constatação é clara: engajada na luta partidária, a tradicional imprensa brasileira, bem representada pelo Estadão, perdeu os últimos pruridos e não se acanha em abrigar um panfleto em suas páginas, desde que venha a reforçar seus propósitos com relação ao atual governo. A mensagem aos jovens também não poderia ser mais explícita: se quiserem ser bem-sucedidos num grande jornal, aprendam a nadar de acordo com a corrente. Se possível, sejam radicalmente a favor de tudo que pensa o patrão. Substituam a ética pela moral do dia, e boa carreira”.

Mudou o veículo (hoje o blog se encontra na sombra da família Marinho) mas a toada permaneceu a mesma. O jornalismo (?) praticado ali comporta não só pleno endosso ao discurso da oposição como, em circunstâncias especiais, busca orientá-la visando à maior eficácia política. Não faltam, é claro, advertências públicas aos que não se comportam de acordo com a orientação da grande imprensa. Afinal, quem, senão ela, pode ser a única instância de intermediação possível? Quem, de fato, é a atora relevante do jogo político? Quem melhor conhece os atalhos que levam à desestabilização de governos eleitos através de coberturas tendenciosas?
Nesse sentido, nada mais pedagógico que duas postagens de Noblat, na sexta-feira, 28 de março. Em ambas, o jornalismo-torcida evidencia quem é quem na esfera pública midiática. Demonstra como se produz o esvaziamento de instituições clássicas de representação para que a imprensa reitere sua centralidade política.
Irritado com um discurso do senador Pedro Simon que, inadvertidamente, sobe à tribuna sem a pauta atualizada, o blogueiro não mede a intensidade da carraspana naquele que tem se notabilizado por um posicionamento incondicional às demandas tucanas. O texto foi ao ar às 9h53m:
"O que faz Pedro Simon (PMDB-RS) que discursa na tribuna do Senado sobre a harmonia das relações entre os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e não diz uma palavra, uma palavrinha só sobre o escândalo do dossiê produzido pela secretária-executiva da Casa Civil da presidência da República contra o casal Fernando Henrique Cardoso e o governo anterior? Será que Simon não leu a reportagem publicada hoje pela Folha de São Paulo? Será que nenhum assessor dele o alertou a respeito? Ou será que ele considera a história mais uma invenção da mídia dita golpista? Ô Simon, atentai bem: não dá para bancar o senador combativo e na hora agá afinar a voz. Não dá para enganar os trouxas o tempo todo".
A irritação obedece à lógica midiática. De onde o senador gaúcho imagina que há espaços para autonomia relativa? Às 11h20m, menos de duas horas após a advertência, Simon passa recibo e expõe o servilismo solicitado. Noblat registra com satisfação:
“Há pouco, Pedro Simon (PMDB-RS) voltou a discursar no Senado. Referiu-se à nota deste blog que cobrou sua omissão diante do fato denunciado hoje pela Folha de S. Paulo - o de que a Secretária-Executiva da Casa Civil encomendou o dossiê (ou "levantamento de dados") contra o governo FHC no caso do uso de cartão corporativo. Simon alegou que o discurso que fizera pouco antes estava preparado há muito tempo. E que ele não lera a reportagem da Folha. Pediu desculpas ao blog. Tudo bem, Simon. Não há de ser nada. Foi erro de sua assessoria, que não o alertou há tempo. É muito raro um político pedir desculpas. Não caberia pedir desculpas ao blog, mas aos brasileiros que assistiam à sessão do Senado transmitida pela televisão. A adesão à humilde ordem dos franciscanos fez bem a Simon."
O que temos aqui não é apenas a tutela da política pela imprensa. Mais que isso, fica evidente como se estrutura a hierarquia no campo conservador. Quem fugir da organização discursiva das oficinas de consenso deve ser advertido e, dependendo da relutância, silenciado.
O velho senador deve fazer sua contrição sem constrangimento. Ou será que ele não se deu conta de que o alvo do denuncismo vai além de Dilma Roussef? O que está em foco é a possibilidade de esvaziar a representação parlamentar do PT a partir de 2010. Para tanto, é preciso minar uma candidatura viável, seja ela qual for, desde já. Veleidades pessoais nessa hora soam absurdas. O jogo é sujo demais para melindres. Simon sabe qual é seu exato lugar.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil e Observatório da Imprensa.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Delmar Marques, um desbravador

Conheci o Delmar Marques, 60 anos recém completados, no Jornal do Comércio, de Porto Alegre. Foi chefe de redação em um diário voltado basicamente para a reportagem econômica. Não parecia um veículo adequado diante de seu perfil despojado. Ficou pouco tem pouco tempo lá, mas deixou sua marca, arejando o jornal e dando oportunidade para uma série de jovens competentes que hoje povoa as redações gaúchas ou fora do Rio Grande do Sul. Foi um inovador e tinha uma cabeça genial. Antes estivera em Zero Hora, onde atuou como repórter, período em que ganhou o Prêmio Esso (1975). Foi para outras plagas, mas sempre tive notícia dele. Especialmente pelo sucesso alcançado em veículos de ponta (O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, Gazeta Mercantil e revistas Veja e IstoÉ ), pelos livros escritos (Ascensão e queda dos coronéis e Os novos Farrapos, entre outros), pelos documentários produzidos e, ultimamente, no Internet
No dia 12 de fevereiro, ele próprio informava no seu profile do Orkut que estava internado no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor-HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, aguardando um transplante de coração. É claro que, desde então, muitos de seus amigos colocaram lá mensagens positivas para o Delmar. Escrevi sobre aqui no blog, pedindo que todos os amigos torcessem por ele. Para minha surpresa, recebi uma mensagem dele no dia 25 de março último. Ele dizia:

“Obrigado Jorge, grande amigão de sempre. Está complicada a situação, essa fila não anda. Estava filmando no Uruguai quando a crise me jogou no Incor. O agrônomo André de Oliveira continua me aguardando no cerreitos junto aos dolmens e nenirs semelhantes aqueles que gravei na Bretania e na Normandie, no norte da França. É uma semelhança impressionante que leva meus amigos franceses a demonstrar maior interesse pelos meus estudos sobre os minuanos. Aquele abraço do Delmar Marques, esperando por um coração.”

Meu amigo Delmar esperou cerca de três meses por um coração novo, que não chegou. Mas ele viajou muito e escreveu bastante também. Seu último trabalho de peso foi o livro Os minuanos – O resgate das índias sagradas. Depois de montar um documentário que produziu sobre a tribo, lançou com sucesso a obra no Rio Grande do Sul, no Rio e em São Paulo. Com esse duplo projeto, Delmar esperava dar fim ao processo de "esquecimento" articulado em torno dessa comunidade indígena que as sofisticadas pesquisas sobre o genoma do gaúcho apontam como fundamental na formação das famílias do pampa. Ele foi além: lançou o site Minuanos, onde recolhia material para continuação do projeto, interrompido com sua morte ontem no Incor.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Adeus, Grêmio!


Todos os amigos gremistas - inclusive meus dois irmãos - sumiram no final da tarde de ontem. Liguei para os celulares dos sofredores e ninguém atendeu. Foi um comportamento muito diferente daqueles momentos em que o time deles estava na liderança do grupo e mantinha a invencibilidade. De qualquer forma, o Porto-Alegrense caiu na real: time ruim, péssimo treinador, torcida arrogante e dirigentes petulantes. A quinta colocação no Gauchão lhes cai bem.
De qualquer forma, ainda não engulo o papo da turma caxiense, dizendo que Juventude não é filial da Azenha. O jogo de ontem mostrou exatamente isso. Eles ganhavam de 3 a 0, ficaram com dois jogadores a mais e resolveram não jogar. Fugiram da área gremista e, quando chegavam perto, erraram gols feitos. Mais: tomaram dois de um time medíocre e sem moral. Se o juiz desse mais alguns minutos de desconto, abririam a meta para o Porto-Alegrense empatar e se classificar. Agora, se chegarem à final com o Inter, darão a vida por uma vitória...

sábado, 5 de abril de 2008

Restrições ao eucalipto foram retiradas da proposta de zoneamento da silvicultura

Não houve nem discussão e nem votação na reunião do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), realizada hoje à tarde, em Porto Alegre. Ela foi convocada por edital com o objetivo de apreciar e votar a proposta de Zoneamento Ambiental da Silvicultura (ZAS) elaborada pelos técnicos da Fepam, com as alterações sugeridas pelas Câmaras Técnicas do Consema: CT de Biodiversidade e Política Florestal, CT de Agroindústria e Agropecuária, e CT de Assuntos Jurídicos.
No entanto, o representante da Associação Gáucha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), conselheiro Flávio Lewgoy, um veterano das lutas ambientais, pediu vistas do que seria votado, com base no regimento do conselho. Ele e os demais representantes das ONGs ambientalistas, em minoria no órgão, reclamam que a convocação ocorreu com apenas três dias de antecedência e as sugestões das Câmaras Técnicas não chegaram todas às suas mãos a tempo de serem examinadas.
Demonstrando uma certa irritação, o presidente do conselho e secretário do Meio Ambiente, Carlos Otaviano Brenner de Moraes, acatou a solicitação. Mas ressaltou que não aceitará novos pedidos de vistas, ficando convocada nova reunião para a próxima quarta-feira, para votação, sem mais adiamentos, advertiu. “O governo poderia ter aprovado o zoneamento a hora que quisesse, mas temos procurado, acima de tudo, prestigiar a autoridade desse conselho”, afirmou. Em seguida, se retirou rapidamente do auditório da Sema para seu gabinete.

Assim, a reunião serviu para apresentação pública das mudanças sugeridas ao zoneamento pelas Câmaras Técnicas. Pouco antes, Agapan, Amigos da Terra e Ingá, divulgaram úma carta aberta dirigida ao secretário (v. íntegra ao final). As ONGs apelam, basicamente, para que sejam mantidas as limitações ao plantio de florestas exóticas (pinus e eucalipto) no ZAS, que haviam sido acordadas por consenso nas reuniões da Câmara Técnica de Biodiversidade e Política Florestal.

Postura Autoritária

Para surpresa geral, afirmam, na última reunião dessa Câmara, dia 18 de março, apareceu a presidenta da Fepam (Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente), Ana Pellini, para promover uma espéice de intervenção na Câmara Técnica. Ela se apresentou no lugar do conselheiro que vinha representando a Fepam e, junto com representantes dos setores empresariais, retirou do documento todas as principais restrições ao plantio de eucalipto e pinus que consensualmente tinham sido aprovadas.
“Com o agravante de que a presidenta da Fepam, a qual nunca havia participado antes desta Câmara Técnica, votou no lugar do resentante da Fepam na CT, sem ter sido designada para tal representação. Com mais esta postura autoritária e permissiva, comprometem-se os principais fundamentos do zoneamento elaborado pelos próprios técnicos da Sema. Este comprometimento significa a eliminação de qualquer restrição para os plantios silviculturais em seu território”, diz a carta.
Segundo o representante do Ingá, biólogo Paulo Brack, doutor em ecologia e recursos naturais e professor da Ufrgs, foram retirados os elementos mais importantes do zoneamento: 1) os percentuais possíveis de se plantar em cada Unidade de Paisagem Natural (UPN); 2) a limitação do tamanho dos maciços de eucalipto e pinus; e 3) a definição do distanciamento entre estes maciços.
“Esses aspectos são fundamentais, sem esses elementos o zoneamento não terá eficácia nenhuma, voltamos à estaca zero”, afirma Brack.

Da redação da EcoAgência
http://www.ecoagencia.com.br/index.php

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Parabéns, meu Internacional


Sou um privilegiado. Minha paixão por ti, Internacional, começou quando eu tinha cerca de 10 anos e ouvia teus jogos pelas ondas do rádio. Tu já tinhas formado grandes times, mas quem mandava na década de 60 - além dos militares golpistas - era o rival, o Porto-Alegre, que teima em se chamar de grêmio. Mesmo assim, não arredei o pé e meu coração continuou sendo vermelho. Cada vez mais vermelho.
O imponente Beira-Rio foi erguido e, com ele, o início das grandes vitórias, conquistadas em solo gaúcho e além do Mampituba. Vim morar mais perto de ti, em Porto Alegre, em 1972.
No ano seguinte, mais habituado com a capital gaúcha, passei a assistir aos jogos no gigante erguido à beira do Guaíba. Os títulos gaúchos foram sendo empilhados e chegou a hora de conquistar o Brasil. Jamais esquecerei o primeiro título, em 1975, graças a uma cabeçada iluminada do gringo Figueroa ante o timaço do Cruzeiro. Eu estava lá e retornei para o bicampeonato em 1976 e para o tri invicto em 1979. Achava, na época, que nenhuma glória poderia ser maior. Mas tu, meu colorado, és capaz de muito mais.
Deixaste escapar a Libertadores em algumas ocasiões, mas nós sabíamos que um dia chegarias lá. Depois de conquistares a Copa do Brasil em 1992, mostraste ao mundo a tua força no novo século. Foste campeão da América em 2006 - novamente eu estava no Beira-Rio - e muita gente já mostrava satisfação. Afinal, o adversário em Tóquio seria o poderoso Barcelona de Ronaldinho & Cia. Meu Inter, tu mostraste futebol e garra naquela final de 17 de dezembro, alcançando o título de Campeão do Mundo Fifa, jamais conquistado por outro time dos pampas.
Na tua contabilidade, já alinhas 37 campeonatos gaúchos, três brasileiros, a Copa do Brasil, a Libertadores, a Recopa e o Mundial, além de outros triunfos em torneios ao redor do Mundo. Honras o nome que tens, e eu me orgulho de torcer por ti. Parabéns pelos 99 anos de glórias. Quem venha o centenário!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Lançado o programa do 33º Congresso Estadual de Jornalistas no RS


O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS lançou o programa oficial do 33º Congresso de Jornalistas, evento que vai se realizar em Santa Maria nos dias 13 e 14 de junho, preparatório ao Congresso Nacional, programado para agosto em São Paulo. As inscrições custam R$ 25 para estudantes sindicalizados, R$ 30 para estudantes não-sindicalizados, R$ 40 para sócios em dia com a Tesouraria e R$ 60 para público em geral.

13 de junho de 2008 - sexta-feira

16h - Credenciamento
19h30min - Solenidade de Abertura
- ‘A TV Pública no Brasil’
- Tereza Cruvinel, presidente da TV Brasil e ex-colunista do jornal O Globo
Mediação - Celso Schröder, vice-presidente da Fenaj
- Coquetel de boas vindas

14 de junho de 2008 - sábado

8h - Credenciamento
8h30min - Abertura
9h - ‘Os Direitos e as Transformações no Mundo do Trabalho’
- José Dari Krein, filósofo, especialização em Economia Social e do Trabalho
- Magda Biavaschi, juíza do Trabalho
Mediação - Márcia Camarano, vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas do RS

10h20min - Coffee break

10h40min - ‘Oportunidades no Mercado Jornalístico Gaúcho’
- Telmo Flor, diretor de redação do Correio do Povo
- Carlos Bastos, superintendente de Comunicação Social da Assembléia Legislativa
Mediação - Elisa Pereira, diretora do Sindicato dos Jornalistas do RS - Regional Santa Maria

12h - Intervalo para almoço

14h - ‘As Perspectivas do Jornalismo Brasileiro no Século XXI’
- Carlos Dorneles, da Central Globo de Jornalismo
Mediação - José Carlos Torves, diretor da Fenaj

15h15min - ‘Qualidade do Ensino de Jornalismo e Estágio Acadêmico’
- Valci Zuculoto, Departamento de Educação e Aperfeiçoamento Profissional da Fenaj
Mediação - Elisangela Mortari, coordenadora da Faculdade de Jornalismo da UFSM

16h - Assembléia da categoria e eleição dos delegados do Sindicato dos Jornalistas do RS para o Congresso Nacional em São Paulo.

Jornalista: marque na sua agenda o dia 7 de abril

No ano em que se comemora o bicentenário da imprensa no Brasil, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) quer fazer de 7 de abril um momento privilegiado de luta por reivindicações dos jornalistas como uma nova Lei de Imprensa e a convocação da Conferência Nacional de Comunicação. As orientações gerais para Dia do Jornalista foram definidas em reunião da Executiva da FENAJ com representantes de Sindicatos dos Jornalistas, realizada dia 29 de março, em Florianópolis.

Tucanos sabiam de banco de dados sobre gastos corporativos desde 2005

A oposição já conhecia, desde 2005, a existência de um banco de dados sobre os gastos com cartões corporativos. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) divulgou nesta terça-feira (1), na CPMI dos Cartões Corporativos, um ofício da Casa Civil informando sobre a existência do banco de dados em resposta ao requerimento do líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), em que solicitou informações sobre gastos efetuados por dois ex-ministros da Casa Civil do governo Fernando Henrique Cardoso, Clóvis Carvalho e Pedro Parente, no período de 1999 a 2002.
O requerimento 429/2005, apresentado pelo líder tucano em 9 de setembro de 2005, comprova, segundo Teixeira, que a oposição sabia, há três anos, da existência do banco de dados, colocando por terra a suposição de que seria o próprio governo o autor de um dossiê contra a oposição. "A resposta dada ao senador confirma que a Casa Civil estava organizando um banco de dados. Existe um banco de dados e ele é público. Portanto, não aceitamos a suposição de que o governo teria construído um dossiê", afirmou o petista.
A resposta ao requerimento, na ocasião, informava que "o levantamento dessas informações depende de análise de cada um dos processos, sendo necessário um prazo mais alongado para o atendimento da demanda por não estarem disponíveis no Sistema de Administração Financeira – SIAFI". Além disso, o senador, no requerimento, solicitou a informação sobre qual havia sido o gasto com cartões de crédito corporativo dos dois ex-ministros entre 1995 e 2002. A resposta dada foi de que, com base em levantamentos feitos pelo SIAFI a partir de agosto de 2002, foram liquidados R$ 1 milhão 909 mil e pagos R$ 1 milhão, 418 mil com o Cartão de Pagamento do Governo Federal.

Na resposta ao requerimento, também é ressaltado que, de acordo com informações, a maioria dos suprimentos de fundos movimentados pela Secretaria de Administração, em 2002, permaneceu com movimentação com dinheiro (Contas Tipo B). Assim, o valor total por suprimento de fundos foi de R$ 4 milhões 312 mil, 243 e pagos R$ 3 milhões, 819 mil,740.
"Refutamos, categoricamente, qualquer tentativa da oposição de desqualificar o trabalho que a Casa Civil está fazendo e que era de conhecimento da oposição. Além disso, a revista Veja e a Folha de S. Paulo já foram desmentidas sobre existência desse eventual dossiê", afirmou o senador João Pedro (PT-AM).

As informações são da Liderança do PT no Senado

http://www.pt.org.br/portalpt/index.php?option=com_content&task=view&id=11572&Itemid=195

Hepatite A em atletas do Inter. Como seria no outro lado?

Mesmo diante da situação dramática de cinco atletas do Inter (Maycon, Ramon, Renan, Edinho e Muriel), as provocações entre as torcidas colorada e gremista são inevitáveis. Os torcedores vermelhos, por exemplo, lembram que a hepatite surgida no Beira-Rio é do tipo A. No Olímpico seria B, numa alusão às passagens do time da Azenha pela segunda divisão do Brasileirão. Independente das gozações, torço pela volta imediata dos atletas aos gramados e que não surja mais nenhum caso.

"Pára, pai!"

O pai de da menina Isabella Nardoni, 5 anos, é um cara-de-pau. Além de, possivelmente, ter contribuído para o assassinato da filha no último sábado, em São Paulo, inventa uma versão para as palavras ouvidas por uma testemunha antes da garota ser jogada do sexto andar do edifício London, na Vila Mazzei.
"Pára, pai!" foi gritado em forma de apelo por duas vezes, segundo depoimento de um vizinho. Sinal eloqüente de que o pai Alexandre Nardoni está fazendo algo errado com a filha, mas o advogado dele apresenta uma outra versão. Ele separa as duas palavras, sugerindo que Isabella estaria gritando "pára" para outra pessoa e pedindo socorro para o "pai". É um absurdo, com o intuito de livrar a cara do pai, mas acredito que isso o incrimina ainda mais.
Pergunta: Nardoni conseguido dormir desde sábado?

terça-feira, 1 de abril de 2008

Inter quase centenário







O glorioso Internacional fará 99 anos no dia 4 de abril (na próxima sexta-feira), mas a cabeça de todo o colorado está voltada para o centenário, que será comemorado em 2009. Com muitos títulos!
Ninguém vai nos segurar...

Governo Lula é o mais popular em 19 anos de Datafolha

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva alcançou a maior taxa de aprovação desde seu início em 2003 – 55% de "bom" e "ótimo" contra 11% de "ruim" e "péssimo" –, aponta pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira (31) pela Folha de S.Paulo. Este é também o melhor índice obtido por uma administração desde que o Datafolha iniciou a série histórica, em 1990, no governo Collor.
Na primeira pesquisa da série, em março de 2003, ele teve 43% de "bom" e "ótimo" e 10% de "ruim" e "péssimo", um saldo positivo de 33 pontos. No momento mais crítico para o governo (dezembro de 2005, auge da ofensiva do "Mensalão"), estes números passaram para 29% e 28%, um saldo de apenas 1 ponto positivo. Agora, o saldo positivo é de 44 pontos. Na pesquisa anterior do instituto, em novembro passado, os números eram 50% e 14%, saldo de 36 pontos.
Nos dados publicados, os resultados favorecem amplamente o governo mesmo na região brasileira que se mostra mais cética, o Sudeste: 47% de "bom" e "ótimo" e 14% de "ruim" e "péssimo". A melhor avaliação do governo Lula permanece no Nordeste, com 68% de "bom" e "ótimo" e apenas 6% de "ruim" e "péssimo".
Conforme a Folha, "a popularidade recorde do petista foi alavancada por uma recuperação da aprovação no Sul, tradicionalmente uma das regiões mais críticas a ele (aprovação subiu 11 pontos percentuais, para 52%), e pela ampliação do seu prestígio no Nordeste". O texto atribui a recuperação no Sul à "recuperação do setor agrícola".

domingo, 30 de março de 2008

Eu e Olívio vibramos juntos com a vitória colorada



O Internacional confirmou a expectativa e venceu hoje a Ulbra em Canoas por 4 a 1, praticamente encaminhando sua vaga para a fase semifinal do Gauchão. A partida do próximo sábado, contra o mesmo adversário, terá ares de amistoso. O partida me encheu de satisfação também por outro motivo. Tive a felicidade de assisti-la ao lado do colega partidário e colorado Olívio Dutra, ex-governador do Rio Grande do Sul. O "galo missioneiro" é assíduo freqüentador de estádios de futebol, especialmente quando o jogo envolve o seu Inter, clube do qual é conselheiro. Junto com a inseparável mulher Judite Dutra, Olívio vibrou com o desempenho do time colorado e garantiu que estará presente nas finais do campeonato. As fotos mostram um Olívio simples e humilde, que não hesita em sentar nas arquibancadas de cimento ao lado do povo colorado. Tenho orgulho de estar ao lado dele nos estádios e no campo da política. Que outro governador tem este comportamento, sem estar em campanha?

Vamos confirmar o favoritismo, Inter!


Estou rumando para Canoas, onde o meu Inter enfrentará a Ulbra. Teoricamente, é um jogo que encaminhará o colorado para a semifinal do Gauchão. Possui mais time, será apoiado por uma grande torcida e tem realizado grandes partidas ( não vale alinhar as duas contra o Juventude). Sei que o futebol é uma "caixinha de surpresas" - como dizia Dino Sani -, mas acredito no favoritismo colorado hoje e na segunda partida do mata-mata, marcada para o dia 5 de abril, no Beira-Rio. Iarley, clicado ao lado por Marcelo Campos, daVIPCOMM, será uma das armas do Inter.

Futebol: filial é fiel à matriz

Quem não é do Rio Grande do Sul e lê apenas o título, não entende nada. Contudo, os nativos da terra sabem o que significa: ontem, o Juventude perdeu mais uma vez para o Grêmio, cumprindo sua rotina de filial arquitetada há anos. Não deveria haver jogo, evitando gastos desnecessários. Entretanto, o time de Caxias sempre joga em clima de Copa do Mundo contra o Inter, como foi demonstrado nos recentes jogos do Gauchão. Uma vantagem para o Inter: não cruzará mais com os verdes da Serra. Com o pessoal da Azenha é outra história...

sábado, 29 de março de 2008

Canadá começou matança de 350 mil focas


Há 25 anos que não se via uma caçada assim. Na Terra Nova, no Canadá, começou na segunda-feira a perseguição a 350 mil focas da Groelândia. Prevista para durar 36 horas, a matança envolve 2, 5 mil caçadores e 250 arrastões. O controle populacional destes animais e o comércio da sua pele justificam a ação, que é alvo de uma campanha condenatória por parte de associações internacionais dos direitos dos animais.
O governo canadense autorizou a morte de 975 mil exemplares num período de três anos. Estes números significam que, só este ano, houve um aumento de 100 mil focas em relação aos últimos anos. A população total de focas da Groelândia é calculada em 5,2 milhões e vinha triplicando desde os anos 70.
Outra das razões apontadas, tanto pelo Governo como pelos caçadores, tem a ver com a redução do número de bacalhaus nas águas da Terra Nova. Uma foca adulta consome uma tonelada de peixe por ano. Mas esta justificação é a mais criticada pelos ambientalistas. "O bacalhau não desapareceu por causa das focas, mas sim devido à sua sobreexploração pelos pescadores", defendem os defensores dos direitos dos animais.
A matança começou na última semana de março, no Golfo de São Lourenço, perto das ilhas Madalena, no Quebec. Foram mortos 90 mil animais. Mas a grande caçada decorre agora na Terra Nova.

Até quando?

Em três dias, a matança de focas recomeçará. Nesse momento o mundo inteiro está se unindo e protestando contra o governo canadense.
Uma delas é pressionando por meio de um enorme abaixo-assinado. Se vocês querem ajudar a acabar com a cruel chacina de filhotes, participem e divulguem o máximo possível:

Basta apontar o nome, e-mail e país requerido. Não custa nada e demora cerca de 10 segundos para assinar depois de clicar no link abaixo.

Assine: http://www.hsus.org/marine_mammals/protect_seals/seals_action/seal_watch_sign_up.html

Lula diz que oposição destila ódio. Tem razão


No primeiro e no segundo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a oposição preferiu atacar, mesmo sem provas, em vez de legislar a favor do Brasil. O chefe da nação amplia os índices de popularidade, mesmo sob o ataque cerrado da grande mídia, oportunamente alcunhada de Partido da Imprensa Golpista (PIG) pelo colega Paulo Henrique Amorim.
Ontem, em Alagoas, apoiado pelo povo, Lula fez um discurso exaltado e que expressa exatamente o clima reinante entre parlamentares do DEM e do PSDB:
- A oposição está destilando ódio.
Verdade!
Ainda bem que temos meios de contrapor na Internet, dando outra versão aos fatos e publicando charge bem-humorada como esta da Bessinha.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Amazônia: a vida por ela




Mesmo com as inúmeras mortes de defensores da Amazônia, ameaças continuam de todos os lados. Cabe a nós denunciarmos estes abusos para que os casos publicados no site Amazonia.org.br e reproduzidos aqui não se repitam.


Thais Iervolino

"Oferta: R$ 1 mi por sua vida". Em pleno século 21 fica quase impossível imaginar essa situação. Mas na Amazônia, onde a impunidade e a luta por questões fundiárias se intensificam a cada dia, ameaças contra a vida daqueles que defendem a região são constantes. Sem controle e sem justiça a Amazônia acaba virando uma "terra de ninguém" e essa situação vem piorando nos últimos anos. "Só no estado do Pará, 800 pessoas foram assassinadas por causa da luta por terras e questões ambientais nas últimas décadas", revela José Batista Gonçalves Afonso, assessor jurídico da CPT (Comissão Pastoral da Terra) de Marabá.
De acordo com a CPT, cerca de 20 pessoas estão na lista de marcados para morrer e tem que viver sob proteção policial. "A Amazônia é uma região extremamente grande e complexa. Acompanhamos a questão rural e vemos que a agressão às populações da região está num momento bastante crítico", revela Afonso. Segundo ele, a alta do preço da soja, do aço e da carne no mercado internacional, além da vinda do biocombustível, tem provocado a expansão da monocultura e da mineração na região amazônica, trazendo problemas não só para a questão ambiental, mas também para a sociedade. "Os grandes produtores expandem suas terras e desapropriam as populações indígenas, ribeirinhas, quilombolas, entre outras".
Os estados que mais sofrem com os conflitos agrários são: Pará, Mato Grosso e Rondônia. "Ao invés de o governo tentar coibir a ação de grandes latifundiários, ele apóia o modelo vigente. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) vai viabilizar obras na região que promovam ainda mais a produção de grãos, minérios e carne", comenta. Para ele, aqueles que se contrapõem, sofrem um processo de criminalização. "Quando a sociedade luta pelo direito agrário, ela é vista como criminosa e aqueles que defendem os direitos dessas populações sofrem da violência privada, das ações de pistoleiros", argumenta.

Contrariando os interesses

Dom Erwin Krautler, bispo de Altamira (PA), é apenas um entre as lideranças que têm que viver sob proteção policial 24h/dia para não se tornar mártires da Amazônia. O religioso vem sendo ameaçado de morte há vários anos, por causa de sua atuação determinada em favor dos povos indígenas e dos trabalhadores rurais daquele estado. "A minha luta não pode parar. Muita gente morreu pela Amazônia e aquilo que eles defenderam, nós continuamos defendendo, não tem trégua", explica ele.
Ao atuar na luta pelos direitos das comunidades camponesas e pela preservação ambiental na região amazônica; Dom Erwin denunciou a exploração sexual de adolescentes por políticos; a emasculação e assassinato de meninos no estado e a atuação de latifundiários, grileiros, madeireiros e fazendeiros com práticas de trabalho escravo e de destruição ambiental. "A minha luta é pela sobrevivência. Estou vivendo numa área que o Estado abandonou. Se assumimos a defesa pelo meio ambiente e pelos povos indígenas, contrariamos interesses de ruralistas", afirma o bispo.

Manifesto

Para defender a vida de Dom Erwin, organizações da sociedade civil escreveram um manifesto no dia 18 em apoio ao bispo. No documento está escrito "Sabe-se, no entanto, que está em curso um plano detalhado para o seu assassinato, cujas características revelam ser obra de pessoas de grande poder econômico, provavelmente um 'consórcio', como o que vitimou covardemente a irmã Dorothy Stang três anos atrás. A prova desse poder econômico começa pelo valor oferecido aos eventuais assassinos: um milhão de reais!"

Não basta proteção policial

Outro que está com sua vida em risco é o frei Henri Burin de Roziers. Ele faz parte da Comissão Pastoral da Terra e está sob a segurança da polícia militar paraense. "Eu sofro ameaças por telefone. Além de mim, há 116 pessoas na mesma situação".
Para ele, é preciso mais do que proteção policial. "Questiono essa ação do governo. Para acabar com a violência, é preciso ir às causas dela. Os fazendeiros ameaçam e nunca são punidos. O problema é a impunidade", diz. Questionado sobre a continuidade da luta perante as ameaças, o frei revela: "Elas motivam ainda mais o nosso trabalho. Elas mostram que não podemos abrir mão dele".

A luta fora do Brasil

A violência contra defensores da Amazônia não se restringe ao país. No dia 26 de fevereiro deste ano, Don Julio García Agapito, representante governamental da Província de Tahuamanu, em Madre de Diós, região da Amazônia peruana foi assassinado por ter apreendido um caminhão carregado com mogno ilegal na sua comunidade
Segundo Angélica Almeyda, pesquisadora do tema, a região é bem conhecida por ser um dos lugares com maior biodiversidade do planeta. Entre os madeireiros, Madre de Dios é conhecida como a última fronteira onde ainda existe mogno em escala comercial. "Este processo tende a se intensificar em um contexto de abertura da fronteira entre Brasil e Peru, com a estrada ligando o Brasil ao Pacifico por meio do Acre".
A vida pela Amazônia Muitos foram aqueles que defenderam a Amazônia até a morte. Direito da terra, meio ambiente, denúncias de exploração foram algumas de suas lutas. Veja abaixo a história de alguns deles:

Dorothy Stang

Bem de manhãzinha, às 7h30min do dia 12 de fevereiro de 2005, em uma estrada de terra de difícil acesso, a 53 quilômetros da sede do município de Anapu (PA), perguntam à religiosa: "você está armada?". Ela então afirmou: "eis a minha arma!". E mostrou a Bíblia Sagrada. Leu ainda alguns trechos do livro àquele que logo em seguida lhe balearia.
Foram sete tiros que mataram, aos 73 anos de idade, a irmã Dorothy Stang. Foi assim que a vida de uma das maiores defensoras da Amazônia terminou. Irmã Dorothy estava presente na região desde a década de 1970 junto aos trabalhadores rurais da Região do Xingu. Sua atividade pastoral e missionária buscava a geração de emprego e renda com projetos de reflorestamento em áreas degradadas junto aos trabalhadores rurais da área da rodovia Transamazônica. Seu trabalho focava-se também na minimização dos conflitos fundiários na região.
Defensora de uma reforma agrária justa e conseqüente, Irmã Dorothy mantinha intensa agenda de diálogo com lideranças camponesas, políticas e religiosas, na busca de soluções duradouras para os conflitos relacionados à posse e à exploração da terra na região Amazônica.
Irmã Dorothy recebeu diversas ameaças de morte, sem deixar intimidar-se. Pouco antes de ser assassinada declarou: "não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar".

Dema

Ademir Alfeu Federicci, o Dema, foi assassinado em sua casa, em Altamira (PA), no dia 25 de agosto de 2001. O ex-coordenador do MDTX , movimento que congrega mais de 100 organizações rurais e urbanas, como sindicatos, associações de bairro e ONGs, chegou em Medicilândia (PA), município da região Transamazônica, em 1975.
Fez parte de sua trajetória a coordenação da Pastoral da Juventude, a criação do Movimento pela Sobrevivência na Transamazônica (MPST), a liderança de três caravanas a Brasília para reivindicar a recuperação da rodovia Transamazônica e a ampliação dos serviços de saúde e educação na região. Também participou dos "Gritos da Terra Brasil", manifestações que incluíam reivindicações pelo estabelecimento de crédito bancário para pequenos produtores.
À frente do MDTX, a liderança voltou-se, entre outras atividades, a denunciar desvios de recursos da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), a retirada ilegal de madeira em áreas indígenas e a grilagem de terras. Um pouco antes de sua morte, liderava um movimento de resistência à construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, obra prevista no Avança Brasil de FHC que hoje integra o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo Lula. Apesar de sindicalistas e organizações apontarem que o assassinato tinha sido encomendado, o inquérito policial para apurar as causas de sua morte foi concluído com falhas graves em menos de uma semana e classificou o caso como latrocínio.

Brasília

Com doze tiros na cabeça, o líder sindical Bartolomeu Morais da Silva, mais conhecido como Brasília, foi seqüestrado, torturado e assassinado.
Seu corpo foi encontrado às margens da rodovia Santarém-Cuiabá nas proximidades do distrito de Castelo dos Sonhos, local onde o sindicalista residia e atuava como delegado sindical representando o sindicato dos Trabalhadores Rurais de Altamira e também primeiro suplente de vereador pelo PT no município.
Desde 1997 que o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Altamira vinha pressionando o INCRA e o governo do estado no sentido de resolver os graves conflitos fundiários na região de Castelo dos Sonhos, Distrito de Altamira, próximo à divisa com Estado de Mato Grosso, na rodovia Cuiabá Santarém.

Miguel de Freitas da Silva

O presidente da Associação de Trabalhadores Rurais de Ipaú, Miguel Freitas da Silva, de 44 anos, pai de oito filhos, foi assassinado a tiros por dois pistoleiros no dia 1 de setembro de 2001. Ele estava sentado em frente à sua casa, em Tucuruí (PA), quando chegaram os dois homens em uma motocicleta. Um deles perguntou: "quem é o Miguel?". O sindicalista respondeu: "sou eu". Os dois sacaram suas armas e dispararam vários tiros. Dois tiros atingiram Freitas da Silva no peito e tórax. Ele morreu ao chegar no hospital da cidade. Além de sindicalista, Miguel também lutava pela desapropriação de áreas improdutivas da região.

Vicente Cañas

Vicente Cañas é um dos mais cultuados heróis mato-grossenses da luta pelos direitos indígenas. Sua morte, ocorrida presumivelmente em 6 de abril de 1987, é o exemplo típico da união das forças ruralistas com autoridades constituídas para ampliar as áreas agricultáveis de Mato Grosso, à custa de prejuízo e morte dos povos tradicionais.
Foi assassinado no barraco em que vivia solitário, na margem esquerda do rio Iquê, afluente do Juruena, em terras indígenas dos enawenê-nawê, cravadas entre os municípios de Juína, Comodoro e Campo Novo do Parecis, no médio-norte de Mato Grosso.
O inquérito policial que deveria investigar o crime durou intermináveis seis anos e foi marcado por ocorrências inusitadas, como o desaparecimento de provas. O crânio da vítima, lesado por porretadas, foi encontrado casualmente na praça da rodoviária, em Belo Horizonte (MG), em fevereiro de 1989, quando deveria estar sob cuidados do Instituto Médico Legal (IML).

Chico Mendes
Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, foi um seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro. Sua intensa luta pela preservação da Amazônia o tornou conhecido internacionalmente e foi a causa de seu assassinato, em 22 de dezembro de 1988.
Iniciou a vida de líder sindical em 1975, como secretário geral do recém-fundado Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia. A partir de 1976 participa ativamente das lutas dos seringueiros para impedir o desmatamento através dos "empates" - manifestações pacíficas em que os seringueiros protegem as árvores com seus próprios corpos. Organiza também várias ações em defesa da posse da terra pelos habitantes nativos.
Sob sua liderança a luta dos seringueiros pela preservação do seu modo de vida adquiriu grande repercussão nacional e internacional. A proposta da "União dos Povos da Floresta" em defesa da Floresta Amazônica busca unir os interesses dos indígenas, seringueiros, castanheiros, pequenos pescadores, quebradeiras de coco babaçu e populações ribeirinhas, através da criação de reservas extrativistas.
Em 1987, Chico Mendes recebeu a visita de alguns membros da ONU, em Xapuri, que puderam ver de perto a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causada por projetos financiados por bancos internacionais. Dois meses depois leva estas denúncias ao Senado norte-americano e à reunião de um banco financiador, o BID. Por sua luta, Mendes recebe vários prêmios internacionais, destacando-se o Global 500, oferecido pela ONU, por sua luta em defesa do meio ambiente.
Ao longo de 1988 participa da implantação das primeiras Reservas Extrativistas criadas no Acre. Após a desapropriação do Seringal Cachoeira, em Xapuri, propriedade de Darly Alves da Silva, agravam-se as ameaças de morte contra Chico Mendes e ele declarou às autoridades policiais e governamentais que corria risco de vida e que necessita de garantias.
Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado na porta de sua casa. Casado com Ilzamar Mendes, deixou dois filhos, Sandino e Elenira, na época com dois e quatro anos de idade, respectivamente.
A justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves da Silva, responsáveis por sua morte, a 19 anos de prisão, em dezembro de 1990. Darly fugiu em fevereiro de 1993 e escondeu-se num assentamento do Incra, no interior do Pará, chegando mesmo a obter financiamento público do Banco da Amazônia, sob falsa identidade. Só foi recapturado em junho de 1996. A falsidade ideológica rendeu-lhe uma segunda condenação: mais dois anos e oito meses de prisão. Em dezembro de 2007, na mesma semana em que o assassinato de Chico Mendes completava 19 anos, uma decisão da juíza Maha Kouzi Manasfi e Manasfi beneficiou o fazendeiro Darly Alves da Silva com a prisão domiciliar até março de 2008.

Link: http://www.amazonia.org.br



Grêmio, clube sem identidade

Os torcedores gremistas e a mídia que apóia as ações do Porto-Alegrense estão vibrantes. Depois de mais de um ano de discussões e projetos, os conselheiros do Porto-Alegrense aprovaram ontem a construção da chamada "arena". Onde? No Bairro Humaitá, na zona Norte de Porto Alegre. Se sair do papel, a construção do novo estádio expõe a falta de identidade do rival colorado. A primeira casa tricolor localizava-se no Moinhos de Vento, de onde se transferiu para a Azenha (no caminho para a zona Sul). Enquanto isso, o Internacional nasceu e cresceu no Menino Deus. Primeiro no histórico Estádio dos Eucaliptos e, desde 1969, no Beira-Rio, que está sendo remodelado e não ficará devendo para a tal "arena". Sem que o clube desrespeite suas origens.