domingo, 3 de agosto de 2008

As boas notícias de sábado para o Inter



A noite de sábado foi boa para o Internacional, que jogou contra o Fluminense no Maracanã. O conjunto de notícias excelentes começa pelo próprio resultado: 2 a 1 para o colorado, para vibração da grande torcida presente no histórico (foto acima, de Alexandre Lops, do site do Inter). Foi a primeira vitória fora de casa no atual campeonato brasileiro, que chegou à décima sétima rodada. No primeiro tempo, o Inter foi preciso e utilizou com inteligência a velocidade de Nilmar. O jogador fez dois gols em cima do ex-gremista Roger e garantiu uma boa vantagem sobre o time de intragável Renato (outro oriundo da Azenha).
No segundo tempo, o time cedeu espaço, tomou um gol e deixou o jogo dramático. De um destes sustos, surgiu outra boa notícia da noite. O zaqueiro uruguaio Sorondo, voltando de mais uma lesão, deu segurança e salvou um gol dos tricolores cariocas em cima da linha. Tomara que permaneça assim.
Tanto quanto a vitória a outra notícia de grande impacto veio no final do segundo tempo. O raçudo Guiñazu, que a mídia já estava mandando para os Emirados, fica no Inter. O próprio presidente colorado, Victorio Piffero, garantiu que o jogador argentino não irá, apesar a proposta excelente recebida pelo Inter. Que este episódio sirva de lição para alguns colegas da imprensa, que já anunciavam em suas matérias e colunas que a partida de sábado seria a última de Guiñazu. Valeram-se apenas das informações do empresário do jogador, nem sempre a melhor fonte. Estas especulações estão se tornando chatas e demonstram a dificuldade de quem não consegue uma pauta no dia-a-dia do futebol.

Os corruptos e seus partidos

Materinha do Globo Online registra que, de 2000 até agora, 623 políticos tiveram o mandato cassado por denúncias de corrupção no País, segundo balanço divulgado hoje pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE ou o diabo que seja).

Do total, quatro eram governadores e vices. Entre eles, Flamarion Portela (PSL), de Roraima, e o TUCANO (pronto, frisei) Cássio Cunha Lima, da Paraíba, mantido no cargo por força de liminar do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os demais são senadores e suplentes (seis), deputados federais (oito), deputados distritais (13), prefeitos e vices (50 e vereadores (84).

Curiosamente, o líder da corrupção - ao contrário do que querem fazer crer Veja, Folha de S.Paulo e Cansei - NÃO é o PT.

Quem lidera o ranking, com 69 políticos cassados (20,4% do total), é o famigerado DEM (ex-PFL, ex-PDS, ex-Arena etc etc). O PMDB, com 66, aparece logo depois, seguido por PSDB (5, PP (26), PTB (24), PDT (23), PR (17), PPS (14) e - tcharam! - o PT (10). E ainda tem PV, PHS, Prona e PRP, com um político cassado cada.

No ranking dos estados, Minas é que concentra o maior número de cassações (71), o equivalente a 11% do total. Em seguida, vem Rio Grande do Norte (60), São Paulo (55) e Bahia (54). O Rio de Janeiro está na 12ª posição, com 18 cassações neste período.

Por José Lopes no amigosdopresidentelula - Do Noticia Básica

http://portaldenuncia.blogspot.com/2008/07/u-mas-o-pt-no-o-partido-mais-corrupto.html

quinta-feira, 31 de julho de 2008

ARI apóia o diploma para o exercício do Jornalismo

A exemplo do que já fizera a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) divulgou nota hoje apoiando a exigência da formação superior para o exercício do Jornalismo. A entidade reúne em seu corpo de associados jornalistas e proprietários de veículos de comunicação (muitos destes são contra o diploma). É mais uma força na luta que estamos empreendendo em todo o país para que o Supremo Tribunal Federal (STF) mantenha a exigência em votação que acontecerá nas próximas semanas.

"A Associação Riograndense de Imprensa sempre foi defensora de formação superior para o exercício da profissão de jornalista. A exigência do diploma de curso superior é uma conquista histórica dos jornalistas e da sociedade, que mudou profundamente a qualidade do Jornalismo brasileiro. A posição da entidade está assentada no trabalho intenso de alguns de seus dirigentes, que também foram professores e diretores de faculdades de Comunicação. É em nome deles e da diversidade de pensamento e opinião que a ARI defende a exigência de formação superior para o exercício da atividade de jornalista".

Ercy Pereira Torma, presidente da ARI

Lançar tantos jovens é suicídio

Passei o dia tentando não falar ou escrever sobre a derrota do Inter para o Santos em pleno Beira-Rio na noite de quarta-feira. O jogo foi tão chato, enfadonho, nojento... Não quero me precipitar porque o colorado jogou muito descaracterizado e poderá em breve ter à disposição os jogadores contratados, de inegável qualidade. No entanto, é preciso dizer que um time campeão não se forma somente com veteranos e tampouco com gurizada. Lançar jovens em demasia nunca deu resultado. É suicídio. Foi o que aconteceu ontem, quando o time sucumbiu com três garotos no ataque: Taison, Walter e Guto. Culpa deles: não. Do treinador: em parte, porque tinha gente mais experiente no banco. Da direção: em parte, porque lançou mão de Fernandão e Iarley com o discurso de abrir espaço para os jovens. Com as ausências de Nilmar e Alex, os multicampeões fizeram falta. Agora, é torcer para que Daniel Carvalho, D´Alessandro, Rosinei, Gustavo Nery e Bolívar joguem o fino para que o Inter não perca mais e chegue, pelo menos, à Libertadores de 2009.

Quem gosta de história e de imagens de nosso passado tem uma boa oportunidade de matar a saciedade lendo Memória Visual de Porto Alegre . O livro apresenta mais de 230 imagens selecionadas das coleções do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa e reunidas nos núcleos temáticos: Transformações da Cidade, Manifestações Políticas, Cidade e Trabalho, Lazer e Sociabilidade e História da Fotografia. A publicação reúne várias linguagens fotográficas, oferecendo importantes subsídios à pesquisa histórica sobre a cidade de Porto Alegre e sobre as transformações da linguagem fotográfica.

Todos os recursos arrecados com a comercialização do livro serão investidos para melhorias da Reserva Técnica Fotográfica do Museu. O leitor pode comprá-lo na Livraria Bamboletras, na Cidade Baixa, o bairro mais cultural da capital gaúcha.


O livro


Organização de Denise Stumvoll e Naida Menezes


104 páginas


230 imagens


Impressão colorida em papel couchê


Preço: R$ 47,00


Curso de português para jornalistas sindicalizados

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS firmou convênio com o professor Landro Oviedo para a turma única do Curso Básico de Português, a ser ministrado aos sábados, entre os dias 16 de agosto e 27 de setembro. O curso terá 40 horas-aula e os sindicalizados pagarão R$ 150, desconto de R$ 100 no valor total, até 8 de agosto. Já está estão incluídos a apostila exclusiva e material didático, com CD-ROM gramatical, dicionário mais livro de tira-dúvidas.
O programa inclui fonologia e ortografia, morfologia, sintaxe e texto, e o ministrante é Landro Oviedo, Licenciado em Letras, especialista em Língua Portuguesa, advogado e consultor de Português do Correio do Povo. Contatos pelo 9201-3065 ou landrooviedo@uol.com.br.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Unisinos e Feevale dizem sim ao diploma de Jornalismo



É com satisfação que eu e meus colegas da direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul recebemos a adesão oficial da Universidade do Vale do Sinos (Unisinos), de São Leopoldo, e a Feevale, de Novo Hamburgo, à campanha nacional em defesa do diploma e da manutenção da regulamentação do Jornalismo. Na terça-feira (fotos acima), fomos recebidos pelo pró-reitor acadêmico da Unisinos, Pedro Gilberto Gomes, pelo reitor da Feevale, Ramon Fernando da Cunha, que garantiram apoio à formação acadêmica e incentivaram as ações dos cursos de Comunicação Social de suas instituições na campanha em curso pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e pelos sindicatos associados.
Mais do que a apoio, vale ressaltar as suas palavras:
"Sempre defendi a formação acadêmica e mantenho esta postura, desde que não se faça um apanágio da mediocridade. As universidades são responsáveis pela formação de profissionais éticos e sérios", ponderou Gomes.
"Sem a formação, quem perde é a sociedade. Quero que todos os profissionais, em qualquer área de atuação, tenham formação. Tanto a Feevale como instituição de ensino, quanto eu, como cidadão, apoiamos a mobilização dos jornalistas", enfatizou Cunha.
Dos encontros, o presidente da entidade, José Nunes, o segundo secretário, Léo Nuñes, e eu, segundo vice-presidente, saímos com a certeza de que outras instituições, educacionais ou não, vão aderir à campanha. Que não é somente nossa, mas de toda a sociedade.

terça-feira, 29 de julho de 2008

O perigo do empresário de futebol

Não faz um mês um dirigente do Internacional expulsou um empresário de futebol das cercanias do estádio Beira-Rio. Diziam que teria dado um "cascudo" no metido. Não sei, mas deve ter suas razões. O fato é que esta "figura" criada com o profissionalismo de principal esporte brasileiro está exagerando e pensando no próprio bolso antes de olhar para o jogador que assessora. Ontem, foi a vez do empresário do jogador Nilmar mostrar a cara. O atleta já tinha dito no domingo que não lhe interessava se transferir para a Europa porque queira cumprir um ciclo inteiro no clube. No entanto, sob o "apoio" do empresário, mudou o discurso na segunda, dizendo que seria interessante a proposta do Real Zaragoza (ESP) e que esta seria a hora de voltar à Europa. Chamado de mercenário em outros clubes, Nilmar alimenta a fama por conta de um conselho "amigo" do empresário. Espero que o dirigente colorado expulse este e outros metidos que se aproximarem do estádio do Inter. Senão, este câncer vai se alastrar...

Lição de vida

Gandhi

Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida.
A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora.
Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem.
Daria a capacidade de escolher novos rumos, novos caminhos.
Deixaria, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável.
Além do pão, o trabalho.
Além do trabalho, a ação.
Além da ação, o cultivo à amizade.
E, quando tudo mais faltasse, deixaria um segredo:
O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída”.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Daniel Carvalho: eu já sabia...

Sou amigo da Ilone, mãe do Daniel Carvalho, que está sendo repatriado pelo Internacional.
Sou jornalista, não atuo no esporte e não tenho obrigação de passar a notícia adiante. Mas é difícil para um profissional da mídia segurar uma informação.
A Ilone confiou em mim e me informou da negociação com o Inter antes que qualquer veículo de comunicação especulasse sobre o assunto. Mantive minha palavra com esta mãe que estava de malas prontas para visitar o filho na Rússia. Ficou aqui esperando pela conclusão da negociação.


21 de junho de 2008:

Ilone carvalho!!:

OI JORGE!! estou muito feliz hoje.....vc é a primeira pessoa com quem vou comentar, até pq ainda não tá 100% certo. Segunda-feira vai ter uma reunião do presidente do Inter com o do CSKA. Vão tratar da volta do Daniel em agosto para o Inter no lugar do Ramon que o clube queria contratar! Vamos torcer que tudo dê certo... Se depender dele, tudo certinho. Ele tá radiante com a noticia e eu, como mãe e colorada, mais ainda!! Deus ouviu as minhas preces. Hehehe! Jorge, um bom final de semana, eu to pegando a estrada, vou para Rio Grande assistir o meu filho que joga salão pelo estadual!!! bjus e fica com Deus!

Foi difícil guardar segredo desde então porque as notícias eram controversas, mas a Ilone sempre dizia que tinha certeza na volta do guri. Ria de informações de que ele poderia ir para o São paulo e para o Flamengo. Agora está confirmado.

E hoje, 28 de julho de 2008, recebi um recado dela:

Ilone carvalho!!:

Bom dia, meu querido amigo!! Daniel de volta ao nosso time....agora é oficial a notícia!! bju! Deverá chegar amanhã!

Parabéns, Ilone. Teu Daniel agora estará conosco e ao lado do filho João Paulo, de quem tinha tanta saudade lá na Rússia.

Lição de vida

"Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.

Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu".

Darcy Ribeiro

domingo, 27 de julho de 2008

Para valer

Luis Fernando Verissimo

Zero Hora - 24/07/08

Numa carta ao Estado de S. Paulo o sr. Cesário Ramalho da Silva, presidente da Sociedade Rural Brasileira, comentou um texto meu sobre a reforma agrária intitulado 'Injustiça e desordem', publicado aqui há semanas. O sr. Cesário não gostou do texto. Nele eu lamentava a demora de uma reforma agrária para valer no país e o sr. Cesário pergunta: 'Que reforma agrária para valer seria essa que dilapidaria o setor do agronegócio, que segura as contas do país, com efeito multiplicador de gerar riqueza, emprego e renda para a indústria e os serviços?' . Segue dizendo que toda a nação já entendeu que o setor rural é o maior responsável pelo crescimento da economia brasileira, junto com a estabilização da moeda, salvo os que insistem num pensamento 'ideológico' e atrasado sobre a questão - como, suponho, o meu. E recorre a uma analogia curiosa: 'É como voltar ao tempo do Brasil colônia, onde nós, colonizados, não podíamos acumular riqueza porque tudo pertencia à Coroa portuguesa'. Me parece que se a situação colonial evoca alguma coisa é a atual coexistência no Brasil do latifúndio sem proveito social ou econômico e as legiões de banidos da terra, com a Coroa portuguesa no papel do proprietário ausente. Não se quer a dilapidação de negócio algum e sim uma reforma agrária que inclua os milhões de hectares vazios mantidos no Brasil só pelo seu valor patrimonial - uma realidade notória que o sr. Cesário não cita - na cadeia produtiva, com colonização bem feita e bem apoiada.

O sr. Cesário diz que não há exemplo de reforma agrária que deu certo. Eu tenho alguns. Li um relatório da ONU sobre os efeitos dramáticos na cidade de Calcutá, conhecida pela miséria e a extrema degradação urbana, da reforma agrária feita na sua região. Uma reforma agrária radical livrou o Japão de uma estrutura fundiária feudal e teve muito a ver com sua recuperação depois da guerra. A louca corrida para ocupar o Oeste americano não é modelo para nenhum tipo de colonização racional, mas não deu errado. E já que exemplos americanos legitimam qualquer argumento, mesmo os do pensamento 'ideológico', recomendo que se informem sobre o Homestead Act, com o qual o governo dos Estados Unidos lançou, no século 19, o maior programa de distribuição de terra da História. Não surpreende a desinformação sobre reformas agrárias alheias que deram certo, ou só foram frustradas pela reação violenta. Os próprios sucessos da incipiente reforma agrária brasileira são ignorados.

Sobre os assentamentos que estão funcionando em paz, e produzindo, e contribuindo para o efeito multiplicador que o sr. Cesário, muito justamente, exalta, só se tem silêncio. O texto que desagradou ao sr. Cesário foi motivado por uma manifestação, depois atenuada, do Conselho Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que equiparava o movimento dos sem-terra à guerrilha e pedia sua dissolução. Diante da flagrante iniqüidade da situação fundiária brasileira, mostravam, como na frase de Goethe, que preferiam a ordem à justiça. A criminalização do movimento dos sem-terra seria a outra face da descriminalização, pela absolvição e o esquecimento, de atos como o massacre de Carajás. Acho que o sr. Cesário e seus pares concordam comigo que a escolha não precisaria ser feita, que ordem ideal seria a que advém da justiça, ou da ausência da injustiça. Mas isso, claro, pressupõe outro Brasil. Talvez outra humanidade.

Lista suja e a panacéia da ética


A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) publicou em seu site – com direito a ampla cobertura midiática — uma lista com dados sobre candidatos a prefeito e vice nas 26 capitais do País que tenham processos na Justiça. A mídia qualificou os 15 candidatos que integram a lista como ''candidatos ficha-suja'', passando para a população a falsa idéia de que todos os políticos citados são ''farinha do mesmo saco'', criminosos e corruptos que não merecem o voto dos eleitores. Não se sabe qual será o resultado prático desta iniciativa, mas desde já ela causa grande polêmica.

A simples divulgação dos dados não é um problema. Afinal, as informações são públicas. O problema reside no uso político que se faz deste tipo de iniciativa. Em São Paulo, por exemplo, os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM), auxiliados pela imprensa conservadora, estão deitando e rolando em cima da situação, usando-a para atacar a candidatura da petista Marta Suplicy, que foi incluída na lista por responder a um processo movido por seus adversários políticos da direita.

Não foi sem razão que a coligação de Marta emitiu uma nota de repúdio contra a iniciativa da AMB, qualificando a divulgação da lista como uma medida ''arbitrária, tendenciosa e leviana''. A nota ressalta que a lista ''prejudica uma candidatura idônea, que não tem nenhuma condenação em nenhuma última instância'' e sugere que a AMB tomou a iniciativa movida por interesses políticos.

Além de política, a iniciativa é também injusta, pois inclui na lista, por exemplo, candidatas --como Leila Márcia (PCdoB) e Marinor Jorge Brito (PSOL), ambas de Belém (PA)-- que estão sendo processadas por suas atuações em movimentos sociais. Leila foi processada por liderar uma manifestação estudantil e Marinor por participar de uma greve.

Outro grave problema é que, apesar da AMB ser uma entidade da sociedade civil, ela é composta unicamente por juízes, ou seja, servidores do poder judiciário que estão, na prática, interferindo no jogo eleitoral à margem da legislação que rege a disputa. E que, por definição, deveriam ser isentos e nunca prejulgar nem afrontar o princípio democrático da presunção da inocência - isto é, de que ninguém pode ser considerado culpado antes do julgamento pela Justiça. O contrário disso é o linchamento, a justiça feita à margem dos tribunais regulares. Como bem registrou a nota da coligação que apóia Marta Suplicy, é surpreendente ver uma associação ''cujos integrantes têm a responsabilidade de administrar a Justiça cometer um gesto que caracteriza prejulgamento ou rito simbólico de execução sumária''.

A defesa dessa iniciativa pelo presidente da AMB, Mozart Valadares, confirma esses temores. Ele alegou que a entidade não está se ''metendo em política'' mas, logo em seguida, cai em contradição e diz que a entidade está apenas ''discutindo a qualidade de nossos políticos'' pois ''queremos um país menos corrupto'' - como se coubesse a qualquer instância - e principalmente a uma organização que reúne magistrados - chamar para si decisões que, num regime democrático, cabem somente ao povo. É uma versão canhestra do velho bordão que assegura que ''o povo não sabe votar''.

Tal como muitas outras panacéias moralistas, a lista surge como se fosse um remédio milagroso para os males da política. É a velha tentação equivocada de resolver um problema estrutural com medidas cosméticas. Quem realmente defende e entende o que é ética na política sabe que a solução do problema da corrupção e da má gestão pública passa por uma ampla reforma, popular e democratizante, no sistema político nacional e não por uma iniciativa que mais confunde do que ajuda o eleitor a escolher seus representantes.

http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=40863

Onde está a verdade?

“Por que a mídia evita evocar o passado do Opportunity, que de banco do PFL passou-se ao PSDB e floresceu à sombra do pássaro que não voa? Por que a mídia não contempla, em nome da verdade que enfaticamente afirma motivá-la, o papel do banco na duvidosa operação das privatizações? Por que a mídia insiste em circunscrever o caso ao escândalo do chamado mensalão como se os alvos, muito antes de Dantas, fossem o próprio presidente Lula, seu governo e o PT?
Abundam os porquês sem resposta. Por exemplo: por que a Folha de S.Paulo publicou em abril passado reportagem de Andréa Michael que deixou Dantas e Cia. de sobreaviso quanto aos rumos da operação do delegado Protógenes? É possível imaginar que o chefe de Andréa, o chefe do chefe, e o chefe de todos os chefes não tenham percebido a importância das informações trazidas pela repórter? Ou que tenham permitido a publicação sem sua autorização?”

Mino Carta, Carta Maior

Vergonha!

Estou envergonhado. Ontem, um bando de jogadores sem alma - com raras exceções - vestiu a gloriosa camiseta do Internacional e promoveu um monumental fiasco contra o fraquíssimo time do Ipatinga, que deveria estar disputando a terceira divisão do futebol brasileiro. Pior: tem gente querendo fazer gol de letra quando o time está perdendo.
Quero mais atitude, amor à camiseta colorada. Me enoja ver jogadores que vestiram a valorosa camiseta, mas deveriam estar também em outra divisão. Isso dá margem para que os gremistas oportunistas de sempre saiam da toca e toquem flauta. Em certos momentos, nos últimos anos, eles se esconderam covardamente depois das muitas derrotas.

sábado, 26 de julho de 2008

Jornalistas: grupo de trabalho atualizará regulamentação da profissão

O Diário da União publicou na edição desta sexta-feira (25/07) a portaria 342/08 instituindo grupo de estudos com o objetivo de "propor alterações na legislação em vigor para viabilizar a regulamentação da profissão de jornalistas". A publicação é um compromisso recentemente assumido pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, em reunião com dirigentes sindicais dos jornalistas.
No dia 10 de julho, representantes da FENAJ informaram ao ministro que partiu do próprio Governo a proposta de constituição de um Grupo de Trabalho para encaminhar a atualização da regulamentação profissional dos jornalistas. "A constituição de tal GT, adiada durante quase dois anos, seria uma medida compensatória após o veto do governo federal, no final de 2006, ao PLS 079/04, que havia sido aprovado no Senado", explica o presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade.
Para o dirigente, a iniciativa do ministro vem em boa hora e não tumultua a campanha de defesa do diploma -- questão em análise no Supremo Tribunal Federal (STF). "São processos relacionados, mas absolutamente independentes", avalia.
Entre as atualizações previstas no PLS 079/04, estavam as caracterizações de novas funções profissionais, inclusive a de assessor de imprensa. A Portaria 342/08 estabelece a composição do GT com participação dos trabalhadores, empresários e governo, cada qual com três representantes, e com prazo de 90 dias para apresentar relatório final.

Mais informações no site da Fenaj:

www.fenaj.org.br

Gaúcho é mala? Para Dunga, é.

A pergunta acima está sendo repetida com assiduidade nos últimos dias, especialmente na mídia do Centro do País. Tudo porque o gaúcho de Ijuí Carlos Caetano Bledorn Verri - o Dunga - agiu com sarcasmo ao ser questionado por repórteres do seu estado. Ele falou baixinho, mas sua afirmação - "Eu não disse que gaúcho é mala" - foi captada pelo repórter do André Silva, da Rádio Gaúcha. Ontem mesmo, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, reagiu ao destempero do técnico da seleção brasileira, defendendo a postura dos profissionais da imprensa gaúcha.
Na avaliação da entidade, a manifestação não pode ser levada a sério e sim interpretado como um elogio. Na verdade, os repórteres gaúchos não levam ninguém para compadre e revelam-se grandes profissionais, tanto que muitos são constantemente requisitados por emissoras do Centro do País. "No momento em que se contesta a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão, o sindicato saúda a atitude desses profissionais, que se destacam pela seriedade e ética profissional", diz o presidente do Sindicato, José Maria Rodrigues Nunes.
A direção do Sindicato lembra oportunamente que, na década de 90, a imprensa do resto do país execrava o jogador Dunga, defendido pelos gaúchos em função de sua garra no campo. Graças a esse estilo de jogo, o Brasil levantou a sua quarta taça depois de 24 anos de jejum. "Nessa época, ele não chamou os repórteres gaúchos de mala", destaca Nunes.
Dirigente da entidade, assinei embaixo.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Viva o diploma

Muniz Sodré *

Em fevereiro de 2007, a Newspaper Association of America anunciou, durante sua convenção anual em Las Vegas, o lançamento de uma campanha nacional para incutir no público leitor a idéia de que o jornal do futuro será uma “multiplataforma de informação”, o que implica na prática a junção empresarial e cultural do papel com a Web. Daí, slogans do tipo “a Internet é a melhor coisa que poderia acontecer aos jornais”.

Mas será essa também a melhor coisa que poderia acontecer aos jornalistas?

Esta questão tem alguma pertinência para o atual debate sobre a exigência de diploma universitário.

Em princípio, é preciso debater a hipótese de que essa nova face da informação pública possa pôr em crise a própria identidade do jornalismo clássico como mediação discursiva e como funcionalidade específica de um grupo profissional. Disto um claro sintoma é a questão levantada por um arauto da chamada cibercultura: “Seria ainda necessário, para se manter atualizado, recorrer a esses especialistas da redução ao menor denominador comum que são os jornalistas clássicos?”

A resposta, de certo modo, começa a ser dada pelos grandes conglomerados do jornalismo impresso, por meio da progressiva conversão empresarial do papel à eletrônica. Nada impede que o jornalismo troque de suporte preferencial, uma vez que os conteúdos informativos, na medida da independência de sua forma técnica, podem passar de um suporte para outro, sem alterar substancialmente a sua natureza. A despeito do potencial midiático da Internet, a digitalização em si mesma não é um medium, e sim um processo técnico (informático).

Veja-se o livro: mesmo digitalizado continua a ser “livro”, isto é, a organizar seqüencialmente os conteúdos de acordo com a milenar forma códice (codex), embora ainda sejam grandes as dificuldades de leitura de textos extensos na tela do computador. Daí, as hibridizações formais, já praticadas por alguns jornais, entre a escrita tradicional e a escrita para a tela do computador, oferecendo ao público a opção de leitura jornal entre resumos e textos maiores.

Ainda o livro: também não se pode passar por cima da evidência de que, em nossa modernidade, a forma códice (escrita unidirecional, páginas organizadas em cadernos e costuradas), depois chamada livro, impôs-se aos usos e aos espíritos como locus do conhecimento centrado, da leitura que constitui pastoralmente a cidadania, da produção do sentido e do real medidos pela escala do humanismo.

O mesmo se dá com o jornal. Pode trocar de suporte técnico, pode mesmo existir na complementação dos suportes (papel e eletrônica), mas continua impelido, como forma moderna e democrática da comunicação, pela ideologia humanista que garante a cidadania. Eventuais descaminhos não podem elidir a evidência de que a imprensa brasileira, por exemplo, jamais deixou, em seus 200 anos de existência de estar presente, como parte essencial, nas causas que ajudaram a dar à Nação a sua face atual – a abolição da escravatura (de cuja campanha participou a maioria dos jornais provinciais) e a criação da república. O jornalismo, no Brasil e no resto do mundo, reflete as questões públicas decisivas para os rumos da Nação.

Como conceber hoje o funcionamento dessa instituição “quase-pública”, geradora da informação necessária ao cidadão para o pleno funcionamento da democracia, sem uma formação universitária, especializada, de jornalistas? Informação não é mero produto, nem serviço: é o próprio solo da sociedade em que vivemos, é o campo onde joga o cidadão. Se a garantia dessa formação adequada se espelha hoje no diploma, viva o diploma.


* Presidente da Fundação Biblioteca Nacional e professor, doutor em Comunicação pela Sorbonne, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Em defesa dos movimentos sociais

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) promoverão no dia 28 de julho - segunda-feira - o Seminário “Criminalização dos Movimentos Sociais”, no Salão de Atos da Reitoria da UFRGS, das 9h às 12h30min. O evento contará com a participação de quatro painelistas: Dom Tomáz Balduíno, integrante da Comissão Pastoral da Terra, Nita Freire, doutora em educação da PUC-SP, Fermino Sechio, ouvidor Nacional de Direitos Humanos, e Heloisa Fernandes, professora da USP.
Após o seminário, haverá uma caminhada até o Palácio da Justiça (Praça da Matriz), onde será entregue um documento ao presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Desembargador Arminio José Abreu Lima da Rosa. O documento denuncia ações de violência por parte da Brigada Militar contra os movimentos sociais. Participarão do seminário e da caminhadaas seguintes entidades: CUT, CMS, Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Marcha Mundial de Mulheres (MMM), Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Movimento Sem Terra (MST), Movimento Estudantil (UNE), Pastorais Sociais (PS) e Via Campesina.

Serviço:

Seminário sobre a Criminalização dos Movimentos Sociais

Data: 28 de julho

Horário: 9h

Local: Salão de Atos da Reitoria da UFRGS

O perigo da grande goleada

O Inter foi campeão gaúcho com uma espetacular goleada de 8 a 1 contra o Juventude, nossa eterna toca. O período que passamos até a saída de Abel e o ingresso de Tite e Fernando Carvalho mostrou que resultados estapafúrdios são sempre enganosas. Escondem muita coisa.
Ontem, o Porto-Alegrense meteu 7 a 1 no Figueirense, eterna toca deles. O período que se seguirá nas próximas rodadas do Brasileirão poderão mostrar a fantasia deste tipo de resultado. E no Olímpico está Roth e seu currículo de "cavalo paraguaio".
Detalhe: o Náutico já liderou o campeonato e está agora em 11º lugar. Também o Flamengo, líder isolado e disparado por longas rodadas, está em queda. O importante em campeonato de pontos corridos não é começar bem. Vale é terminar bem. Estamos apenas na 14ª rodada - faltam 24 jogos para o encerramento do campeonato. E as contratações do Inter ainda não entreram em campo ...
Esperem, amigos gremistas. Os foguetes espoucados e o buzinaço de ontem são artifícios de momento.