quinta-feira, 26 de março de 2009

Associação de Juízes chama Gilmar Mendes de leviano

A Associação dos Juízes Federais do Brasil emitiu uma dura nota contra declarações do presidente do STF, Gilmar Mendes, na sabatina de quarta-feira na Folha.

Leia a íntegra, que retirei do blog do Fernando Rodrigues.

A Associação dos Juízes Federais do Brasil – AJUFE, entidade de âmbito nacional da magistratura federal, vem a público manifestar sua veemente discordância em relação à afirmação feita pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, que, ao participar de sabatina promovida pelo jornal “Folha de S. Paulo”, disse que, ao ser decretada, pela segunda vez, a prisão do banqueiro Daniel Dantas, houve uma tentativa de desmoralizar-se o Supremo Tribunal Federal e que (sic) “houve uma reunião de juízes que intimidaram os desembargadores a não conceder habeas corpus”.

Conquanto se reconheça ao ministro o direito de expressar livremente sua opinião, essas afirmações são desrespeitosas aos juízes de primeiro grau de São Paulo, aos desembargadores do Tribunal Regional Federal da Terceira Região e também a um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Com efeito, é imperioso lembrar que, ao julgar o habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal em favor do banqueiro Daniel Dantas, um dos membros dessa Corte, o ministro Marco Aurélio, negou a ordem, reconhecendo a existência de fundamento para a decretação da prisão. Não se pode dizer que, ao assim decidir, esse ministro, um dos mais antigos da Corte, o tenha feito para desmoralizá-la. Portanto, rejeita-se com veemência essa lamentável afirmação.

No que toca à afirmação de que juízes se reuniram e intimidaram desembargadores a não conceder habeas corpus, a afirmação não só é desrespeitosa, mas também ofensiva. Em primeiro lugar porque atribui a juízes um poder que não possuem, o de intimidar membros de tribunal. Em segundo lugar porque diminui a capacidade de discernimento dos membros do tribunal, que estariam sujeitos a (sic) “intimidação” por parte de juízes.

Não se sabe como o ministro teria tido conhecimento de qualquer reunião, mas sem dúvida alguma está ele novamente sendo veículo de maledicências. Não é esta a hora para tratar do tema da reunião, mas em nenhum momento, repita-se, em nenhum momento, qualquer juiz tentou intimidar qualquer desembargador. É leviano afirmar o contrário.

Se o ministro reconhece, como o fez ao ser sabatinado, que suas manifestações servem de orientação em razão de seu papel político e institucional de presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, deve reconhecer também que suas afirmações devem ser feitas com a máxima responsabilidade.

Brasília, 24 de março de 2009.
Fernando Cesar Baptista de Mattos
Presidente da AJUFE

SOU JORNALISTA POR FORMAÇÃO

Márcia Martins (*)

O 1º de abril, marcado no calendário mundial como o Dia dos Bobos, começou a ganhar fama no Brasil, em Pernambuco, em 1848, quando ocorreu o lançamento do jornal "A Mentira", informando a morte de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. De vida breve, o periódico saiu pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando seus credores para o acerto de contas no dia 1º de abril de 1850, num local inexistente. E desde então, atire a primeira pedra quem nunca aplicou uma pequena mentira e se justificou, depois, dizendo que era "brincadeira de 1º de abril".

Em nome da informação qualificada, de um jornalismo democrático, exercido com responsabilidade e ética, é que os jornalistas de todo o Brasil precisam unir-se em defesa da exigência do diploma como requisito para o exercício da profissão. E evitar que três séculos depois, o dia 1º de abril fique conhecido como a data em que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a extinção da profissão do jornalista. E na carona, o fechamento de milhares de cursos de comunicação no País. O desespero de universitários que sairão formados em coisa nenhuma. A informação não apurada para a sociedade.

Ao julgar o Recurso Extraordinário sobre a constitucionalidade da exigência do diploma em curso específico para exercer a profissão de jornalista, o STF ameaça uma das conquistas mais importantes da sociedade: o direito à informação independente e plural. A formação superior é uma conquista dos jornalistas, depois de 70 anos da regulamentação da profissão e mais de 40 anos da criação dos cursos de Jornalismo. Na prática, a não obrigatoriedade do diploma significa que qualquer pessoa, mesmo sem terminar o Ensino Fundamental, pode exercer as atividades jornalísticas.

Mais do que um retrocesso perigoso na democracia e na qualidade da informação, a decisão do STF pode abrir um precedente irreversível direcionado a outras profissões que exigem nível superior. E se um belo dia, uma juíza, do alto de seu saber teórico e notório, fechada no seu gabinete, entender que não é preciso ter formação superior para ser assistente social, nutricionista, fisioterapeuta, enfermeira e outras profissões? Vamos assistir tudo de braços cruzados? E deixar que decidam por nós quais as profissões exigem um aprendizado apurado?

Não se trata, apenas, de uma luta corporativista, como alguns podem julgar, a preocupação das entidades de trabalhadores de jornalistas com a sessão do STF no dia 1º de abril. É a inconformidade com a perda de um direito que todo cidadão brasileiro tem de receber informação apurada por profissionais capacitados, com formação teórica, técnica e ética. É a punhalada que pode ferir a liberdade de expressão e comprometer, no futuro, a continuidade de inúmeras outras profissões. É a não repetição de mentiras como a morte de Dom Pedro e nem a invenção de locais inexistentes para receber dívidas.

Resta acreditar que o bom senso irá prevalecer e que o País seguirá na trilha de um jornalismo profissional em aperfeiçoamento, para melhor informar a sociedade. Pedir que Hugo de Grenobble, Venâncio, Ludovico, Valério, Teodora, Teodorico e Pavoni, os santos de 1º de abril, iluminem os ministros do STF. E que a história, narrada no poema do fluminense Eduardo Alves da Costa, não encontre amparo na decisão do STF: "... Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada".



(*Márcia Fernanda Peçanha Martins é jornalista, formada pela PUCRS, trabalhou no Jornal do Comércio, onde iniciou carreira profissional, na Zero Hora, em assessorias de comunicação sociais empresariais e públicas e está licenciada do Correio do Povo. É poeta, diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS. E tem o blog marcinhaprodigio.blogspot.com)

terça-feira, 24 de março de 2009

Definida a Caminhada do Centenário


Ontem, em reunião com a EPTC o Internacional aprovou o roteiro da Caminhada do Centenário. A concentração começa às 8h e a caminhada inicia às 9h30min do sábado, 4 de abril de 2009 na Praça Sport Club Internacional.
O trajeto terá 4km.
No final do trajeto no estádio Beira Rio, a massa colorada será recebida com trio elétrico e shows de bandas coloradas.

PARTICIPE DA CAMINHADA!
LEVE BANDEIRAS E FAIXAS!
VENHA EM ALVI-RUBRO PARA COLORIRMOS O RIO GRANDE DO SUL!
FAÇA A SUA CARAVANA DE OUTRAS CIDADES E PARTICIPE TAMBÉM DESTE MOMENTO HISTÓRICO!

Este é o grande momento da festa do Clube do Povo !

*o trajeto está marcado em vermelho

Diploma de Jornalismo: chegou o momento da votação no STF

O Recurso Extraordinário RE 511961, que questiona a constitucionalidade da exigência do diploma em Jornalismo como requisito para o exercício da profissão, entrará na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) em 1º de abril. Sua apreciação deve se dar no mesmo período do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Lei de Imprensa. A iminência do julgamento das duas ações está obrigando dirigentes sindicais e apoiadores das causas que advogam a constitucionalidade da exigência do diploma e a aprovação de uma nova e democrática Lei de Imprensa a alterarem suas agendas. "Sabemos que o julgamento destas questões começará no dia 1º de abril, mas não se pode prever quando será o seu desfecho" destaca o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Sérgio Murillo de Andrade.
O dirigente pede que os dirigentes de entidades sindicais e do campo do Jornalismo, bem como de outras organizações da sociedade, deverão estar em Brasília no momento decisivo. Apoiadores do movimento estão organizando caravanas dos estados a Brasília na data do julgamento do RE 511961. Do Rio Grande do Sul, deverá sair um ônibus no dia 28 de março, domingo. "Este é o momento mais importante desde a conquista da nossa regulamentação. Vamos levar gente a Brasília, mas precisamos do apoio da categoria", diz o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, José Maria Rodrigues Nunes.
A entidade gaúcha abriu duas contas especiais para que os jornalistas apoiadores do diploma façam depósiutos que permitam custear despesas como transporte, alimentação e estadia em Brasília. As contas são:
Banrisul
Agência 0062
Conta Corrente 0602691425

Unibanco
Agência 0875
Conta Corrente 232938-6

O CNPJ do Sindicato é 92.955.202/0001-05.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Liberdade de imprensa? Para quem?







Do site Direto da Redação

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que reúne os grandes proprietários midiáticos do continente americano, volta e meia se reúne para repetir críticas e se posicionar levando apenas em conta os interesses dos associados. Geralmente bate de frente nos governos de países da América Latina em processo de transformação. Na última destas reuniões, realizada na capital paraguaia, a SIP confirmou que não passa de uma entidade defensora antes de qualquer coisa da liberdade de empresa. Para dourar a pílula, mistura esse gênero de liberdade com a de imprensa e de expressão.

Os grandes veículos de imprensa, impressos ou eletrônicos, repercutem em grandes espaços as resoluções da SIP, que acabou de condenar supostos ataques do Presidente Lula à imprensa. E o que é pior, manifestou a “preocupação” com a anunciada realização, em dezembro deste ano, da Conferência Nacional de Comunicação, anunciada por Lula, bem como defendeu a “flexibilização” da exigência do diploma para jornalistas.

A SIP ficou irritada com Lula por ter o presidente afirmado em entrevista para a revista Piauí que não lê jornais para não ter azia. Desta forma, Lula manifestou seu desagrado contra a constante manipulação da informação da mídia hegemônica e a filosofia do pensamento único. Contra esse tipo de deformação jornalística, a SIP silencia. Prefere condenar quem denuncia.

O patronato reunido em Assunção, sob a presidência de Enrique Santos , irmão do Ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, acusado por Hugo Chávez de querer transformar o país em Israel da América Latina, justificou a “preocupação” por entender que “os debates da Conferência Nacional de Comunicação serão conduzidos por ONGs e movimentos sociais que pretendem interferir no funcionamento da imprensa”.

O verdadeiro motivo do posicionamento da SIP é o de pressionar o Poder Público e boicotar a realização da Conferência, ou manipulá-la para evitar que cumpra os objetivos a que se propõe, ou seja, debater e sugerir mudanças na área da mídia. A resistência é tão forte que alguns analistas entendem serem as reformas na mídia mais difíceis de serem incrementadas até do que a reforma agrária, atrasada no Brasil há pelo menos dois séculos.

As mentiras levantadas pela SIP se devem também ao fato de que os proprietários dos veículos de comunicação quererem manter intacto o domínio sobre o setor midiático através de empresas oligopolizadas. Ou seja, não podem ouvir falar numa Conferência que tem por objetivo discutir a mídia no Brasil e apresentar sugestões concretas no sentido de democratizar os meios de comunicação. Entendem os barões midiáticos, representados nestas bandas pelas famílias Marinho, Mesquita, Frias e tantas outras que não se deve ampliar os espaços midiáticos para setores sociais representativos do povo brasileiro.

Vale tudo para evitar que isso aconteça. Uma das estratégias é aproveitar o espaço da SIP para apresentar argumentos que falseiam a realidade e, vale sempre repetir, que misturam alhos com bugalhos, ou seja, conceitos de liberdade que se chocam, como a de empresa e de imprensa.

Lula da Silva fez o anuncio da realização da Conferência no Fórum Social Mundial no final de janeiro em Belém. Os barões midiáticos agora pressionam o governo para evitar que os movimentos sociais brasileiros ganhem espaço na área. Querem porque querem fazer algo a sua maneira e que não coloque em questão o a sua hegemonia.

De quebra, desta vez via SIP, o patronato reafirmou sua posição contrária à exigência do diploma para o exercício profissional jornalístico. Na verdade, quer o patronato ter o controle ideológico total sobre quem elabora a notícia e também conseguir mão de obra ainda mais barata que a atual.

O debate em torno desta questão tem nuances sofisticadas e não pode ficar sujeito aos humores de um patronato que tem como norma que a notícia é uma mercadoria. Ou seja, para esses empresários, salsicha e notícia são o mesmo tipo de mercadoria, e aí então tudo é possível, inclusive a utilização da estratégia de repetir consecutivamente mentiras até que elas virem verdades.

Não é à toa que a SIP defendeu a flexibilização da exigência do diploma na antevéspera de uma decisão da matéria pelo STF. E também não é à toa que certos dirigentes latino-americanos, de Cristina Kirchner a Hugo Chávez, passando por Evo Morales, Rafael Correa, Daniel Ortega e brevemente Mauricio Funes, o presidente recém-eleito de El Salvador que tomará posse em junho, são considerados hoje “inimigos” da liberdade de empresa (e não de imprensa) pela SIP.


sábado, 21 de março de 2009

Jornalista...

Um breve texto que busquei no Blog da Sommer (http://blogdasommer.blogspot.com) e que define um pouco os jornalistas.
Tanto ela quanto eu desconhecemos o autor, mas caso alguém saiba de onde surgiu avise para que seja creditado.


Jornalista não fala – informa;

Jornalista não vai às festas – faz cobertura;

Jornalista não acha – tem opinião;

Jornalista não fofoca – transmite informações;

Jornalista não pára – pausa;

Jornalista não mente – equivoca-se;

Jornalista não chora – se emociona;

Jornalista não some – trabalha em off;

Jornalista não lê – busca informação;

Jornalista não traz novidade – dá furo de reportagem;

Jornalista não tem problema – tem situação;

Jornalista não tem muitos amigos – tem muitos contatos;

Jornalista não briga – debate;

Jornalista não usa carro – mas sim veículo;

Jornalista não passeia – viaja a trabalho;

Jornalista não conversa – entrevista;

Jornalista não faz lanche – almoça em horário incomum;

Jornalista não é chato – é crítico;

Jornalista não tem olheiras – tem marcas de guerra;

Jornalista não se confunde – perde a pauta;

Jornalista não esquece de assinar – é anônimo;

Jornalista não se acha – ele já é reconhecido;

Jornalista não influencia – forma opinião;

Jornalista não conta história – reconstrói;

Jornalista não omite fatos – edita-os;

Jornalista não pensa em trabalho – vive o trabalho;

Jornalista não é esquecido – é eternizado pela crítica;

Jornalista não morre – coloca um ponto final.

Gilmar Mendes, o censor

Está aí o tal programa polêmico que Gilmar Mendes tirou do ar por causa de denúncias "GRAVES" contra seus pares e a si próprio. Gente, estão nos matando aos poucos. Vamos reagir.
É só clicar nos endereços abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=TCFP6qnjl94 ( primeira parte)
http://www.youtube.com/watch?v=DeqYLvIMMd0 ( segunda parte)
http://www.youtube.com/watch?v=t9SlDPx3uMI (terceira parte)
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Mendes pede a retirada do ar de programa da TV Câmara que ouviu jornalistas de "O Globo" e "Carta Capital"
Esse juiz está indo longe demais...

Eu nasci colorado



























Eu nasci!
Há quase cem anos atrás.
Sou campeão desse mundo
E de mundo mais ...(duas vezes)

Eu vi Edinho ser crucificado
E renascer pra ficar eternizadado
Eu vi os otomanos pegando fogo
Prá pagarem seus pecados
Eu vi!...

Eu vi Pedro Iarley
Cruzar o Mar Vermelho
Vi D'Alessandro
Cair na terra de joelhos
Eu vi Tite negar ser gremista
Por três vezes
Diante do espelho
Eu vi!...

Eu nasci! (Eu nasci!)
Há quase cem anos atrás
(Eu nasci há quase cem anos!)
Sou campeão desse mundo
E de muito mais...(duas vezes)

Eu vi o Inter
Estraçalhar o Barça
Vi o Boca Juniors
Ser riscado no mapa
Vi o grande Álvaro
Sugando sangue novo
E se escondendo atrás da taça
Eu vi!...

Eu vi os pés de Alex
Driblando calcanhares
Vi Fernandão cabecear
Seus gols pelos ares
Eu vi Índio invadir
Muitas áreas pra fazer festa
No lombo dos adversários
Eu vi!...

Eu nasci! (Eu nasci!)
Há quase cem anos atrás
(Eu nasci há quase cem anos!)
Sou campeão desse mundo
E de muito mais...(duas vezes)

Eu vi a torcida
Que cantava com muita garra
Quando o Inter
Ganhou os jogos na marra
Vi o colorado
Que sonhava com mais taças
Estourando outra champanha
Eu vi!

Eu vi os eternos gols
Sagrados de Valdomiro
Eu fui Carlitos pra
Poder golear os pijamas
Quando todos
Praguejavam contra o Inter
Eu vibrei com mais façanhas ...

Eu nasci! (Eu nasci!)
Há quase cem anos atrás
(Eu nasci há quase cem anos atrás!)
Sou campeão desse mundo
E de muito mais...(duas vezes)

Não! Não!
Eu tava junto
Com os malucos na Popular
Eu bebi vinho
Com as mulheres lá do bar
E quando a bola
Estourou na goleira
Eu quase quebrei a perna
De tanto pular

Eu também...

Eu fui testemunha
Das defesas de Taffarel
Eu vi a estrela colorada
Brilhar no céu
E praquele que provar
Que eu tô mentindo
Eu dou o meu troféu...

Eu nasci! (Eu nasci!)
Há quase cem anos atrás
(Eu nasci há quase cem anos atrás!)
Sou campeão desse mundo
E de muito mais ...(três vezes)

sexta-feira, 20 de março de 2009

"A Escola e a Letra": escritores brasileiros e suas influências



Organizado por Flávio Aguiar e Og Doria, o livro "A Escola e a Letra" (lançamento da Boitempo Editorial), reúne texos de autores brasileiros buscando captar a influência que a escola desempenhou em suas obras. "Quase todo escritor brasileiro tem um professor, um colega, um pedaço de escola a recordar e que aí, ou com esse personagem, se deu algo da escolha de escrever”, resume Flávio Aguiar. "A Escola e a Letra" será lançado dia 19 de março, em Porto Alegre, e dia 1° de abril, em São Paulo.

Quais impressões os mais importantes escritores brasileiros levaram da escola? De que forma os processos de aprendizagem pelos quais passaram deixaram marcas em suas obras? As respostas podem ser descobertas na leitura dos cinqüenta textos que compõem o livro A Escola e a Letra, organizado por Flávio Aguiar e Og Doria, e publicado pela Boitempo Editorial.

São contos, crônicas, trechos de romances e memórias que juntos, formam um panorama dos pontos de vista de autores como Machado de Assis, Monteiro Lobato, Mário de Andrade, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Rubem Braga, Clarice Lispector, Osman Lins, Rubem Fonseca, Vinícius de Moraes, Nélida Piñon, Moacyr Scliar, João Ubaldo Ribeiro, Luis Fernando Verissimo, entre outros, sobre a escola.

O livro tem lançamentos marcados para Porto Alegre e São Paulo. Na capital gaúcha, ocorrerá no dia 19 de março (quinta-feira), a partir das 19 horas, no Teatro da Casa de Cultura Mário Quintana (Rua dos Andradas, 736, 6° andar). Haverá leitura de textos por Flávio Aguiar, Luiz Augusto Fischer e Maria Helena Martins. Em São Paulo, o lançamento será no dia 1° de abril, na Choperia do Sesc Pompéia (Rua Clélia, 93, Pompéia), com leituras de Flávio Aguiar, Afonso Romano de Sant'Anna, Boris Schnaiderman, Ivan Angelo e Roniwalter Jatobá.

Dividido em quatro partes, o livro está organizado em blocos, por data de publicação dos textos em livros e jornais. São eles:

I – Antes de tudo o mais, que focaliza os povos nativos antes da chegada dos europeus, embora por meio de um texto literário escrito posteriormente;

II – Os tempos coloniais, com textos que vão do século XVI ao final do XVIII;

III – O Império, no qual se encontram textos sobre o tempo em que este era o regime vigente no Brasil, escritos durante o período ou depois dele;

IV – A República, com textos que abrangem as diferentes fases e ditaduras compreendidas dentro do período republicano, de sua instauração aos dias de hoje.

Nas palavras de Flávio Aguiar: “O leitor que empreender a travessia desses textos em seu conjunto sairá com a impressão de que quase todo escritor brasileiro tem um professor, um colega, um pedaço de escola a recordar e que aí, ou com esse personagem, se deu algo da escolha de escrever”.

"A Escola e a Letra" tem projeto gráfico de Ricardo Ohtake e foi padronizado pelas regras do novo acordo ortográfico.

Trecho da apresentação de Flávio Aguiar

“Seja por que prisma for, irônico, trágico, cômico ou lírico, a evocação da escola aparece na pena (hoje teclado ou tela) de um grande número de escritores como a renovação de um compromisso de origem dentro de um processo geral de mudança ou modernização, assolados que somos por tais esforços desde os tempos coloniais.”

Ficha técnica
Título: A Escola e a Letra
Organização: Flávio Aguiar e Og Doria
Projeto gráfico: Ricardo Ohtake
Apresentação: Flávio Aguiar
ISBN: 978-85-7559-114-7
Preço: a confirmar

O legado da ditadura dos generais: fracassos e atrocidades

Celso Lungaretti

Ao completarem-se 45 anos da quebra da normalidade institucional no Brasil, mergulhando o País nas trevas e barbárie durante duas décadas, é oportuno evocarmos o que realmente foi essa nada branda ditadura de 1964/85, defendida hoje com tamanha desfaçatez pelos jornalões, seus editorialistas e articulistas.
Como frisou a bela canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, cabe a nós, sobreviventes do pesadelo, o papel de sentinelas do corpo e do sacrifício dos nossos irmãos que já se foram, assegurando-nos de que a memória não morra - mas, pelo contrário, sirva de vacina contra novos surtos da infestação virulenta do totalitarismo.
Nessa efeméride negativa, o primeiro ponto a se destacar é que a quartelada de 1964 foi o coroamento de uma longa série de articulações e tentativas golpistas, nada tendo de espontâneo nem sendo decorrente de situações conjunturais; estas foram apenas pretextos, não causa.
(...) inexistia em 1964 uma possibilidade real de revolução socialista. Não houve o alegado "contragolpe preventivo", mas, pura e simplesmente, um golpe para usurpação do poder, meticulosamente tramado e executado com apoio dos EUA. Derrubou-se um governo democraticamente constituído, fechou-se o Congresso Nacional, cassaram-se mandatos legítimos, extinguiram-se entidades da sociedade civil, prenderam-se e barbarizaram-se cidadãos.

COMO O ARTIGO É LONGO E EXIGIRIA UMAS QUATRO POSTAGENS, CONVIDO-OS A LEREM SUA ÍNTEGRA EM

http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2009/03/o-legado-da-ditadura-dos-generais.html

quarta-feira, 18 de março de 2009

Centenário do Inter: a festa vai começar

Vai começar a festa do Centenário, colorados. Poucos como a gente têm tantos motivos para comemorar uma trajetória vitoriosa ao longo de 100 anos.
Vamos, Inter!

Prepare-se para o Centenário do Internacional


O Sport Club Internacional preparou uma série de eventos para celebrar o seu Centenário. As festividades não ficarão restritas somente ao dia 4 de abril, quando o clube colorado irá completar 100 anos. Antes, durante e depois da data histórica estão previstos muitos eventos. Confira na agenda:

* Lançamento do ônibus do Inter : 23 de março - 15h

* Desfile da coleção Inter no Donna Fashion: 3 de abril - 18h

* Missa do Centenário na Catedral: 3 de abril - 19h30min

* Virada do Centenário no Beira-Rio: 3 de abril - 23h50min

* Descerramento de Placa no local de fundação: 4 de abril - 8h

* Caminhada Colorada: 4 de abril - 9h

* Jantar oficial: 4 de abril - 20h

* Lançamento Selo dos Correios: 4 de abril - 11h

* Lançamento Medalha da Casa da Moeda: 4 de abril - 11h

* Corrida do Centenário: 18 de abril - 15h

* Triathlon do Centenário: 18 de abril - 9h

* Desfile da Milka: 26 de abril - 20h

segunda-feira, 16 de março de 2009

A excomunhão da vítima

Por Miguezim da Princesa *

I
Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,
Inteligência e razão,
Peço que Deus que me proteja
Para falar de uma igreja
Que comete aberração.

II
Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
Pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.

III
Mas o bispo Dom José,
Um homem conservador,
Tratou com impiedade
A vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.

IV
Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.

V
O aborto, já previsto
Na nossa legislação,
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.

VI
Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.

VII
É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.

VIII
Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.

IX
Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na lingüiça
É uma coisa do Cão.

X
E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:
Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o ministro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou
A vaga de sacristão.

(*) Poeta popular, Miguezim de Princesa,
é paraibano radicado em Brasília.

O Batalhao de Letras, de Quintana



A colega Lu Vilella, comandante da Livraria Bambonetras, na Cidade Baixa (Porto Alegre), continua mandando belas sugestões de literatura. Desta vez, está divulgando um clássico do saudoso poeta gaúcho Mario Quintana. Vale a pena ler o que ela escreveu. E ir correndo comprar o livro.



O Batalhão das Letras, de Mario Quintana, é um livro infantil para adulto nenhum botar defeito. A partir da clássica fórmula do "bê de bola", o poeta gaúcho usa todos seus recursos de linguagem para desenvolver versos que alfabetizam enquanto encantam.
O texto segue as novas normas da reforma ortográfica.
Aliando alfabetização lúdica e poesia, há mais coisas para aprender e para apreender do que apenas o alfabeto. Uma delas é a própria poesia. Pois todos os principais recursos dessa linguagem estão aqui realizados à perfeição. Além disso, a estrutura poética utilizada e a sua reiteração tornam tudo evidente, além de sedutor.
As ilustrações merecem um comentário à parte. Por um lado, elas são claras e "infantis", mas por outro lado, não são simples simplificações. Pois incorporam muito do modernismo senso lato, na descomplicação dos traços e da perspectiva, e na exuberante paleta de cores, que às vezes evoca Matisse , às vezes Gauguin .
Quanto à composição, seguindo à risca o jogo de letra-puxa-palavra das quadrinhas, o resultado parece às vezes uma fábula tradicional, às vezes Chagall, como na estrofe do V de vento, às vezes a fantasia ensandecida de Lewis Carroll, juntando xícaras gigantes com peças de xadrez numa toalha idem.
Além disso, as ilustrações propõem um jogo ao leitor: nas imagens desenhadas, descobrir a letra tema daquela página.
Como disse, um clássico!
Nossas crianças bem que merecem.

Título: O Batalhão das Letras
Autor: Mario Quintana
Preço: R$ 19,80

Resposta à ofensa da Folha

Celso Lungaretti

Ao Conselho Editorial da Folha de São Paulo

Dirijo-me a este Conselho na condição de cidadão brasileiro indignado com o falseamento da verdade histórica no editorial Limites a Chávez, de 17/02/2009, quando o regime despótico de 1964/85 recebeu a designação mistificadora de "ditabranda", um escárnio para todos que padecemos sob o pior totalitarismo que este país já conheceu, responsável pela tortura de dezenas de milhares de cidadãos, pelo assassinato de centenas de resistentes (desde os que não suportaram as sevícias até os capturados com vida e friamente executados), por estupros e por ocultação de cadáveres, além de um sem-número de violações dos direitos constituicionais dos brasileiros.

Falo também como vítima direta dessa ditadura, já que fui sequestrado, torturado, lesionado para sempre e coagido a participar de uma farsa televisiva altamente lesiva à minha imagem.

E, ainda, como leitor da Folha a quem é sistematicamente escamoteado o direito de resposta e de apresentação do "outro lado", seja com a concessão de espaços ínfimos no Painel do Leitor para repor a verdade dos fatos em episódios nos quais as versões deformadas ou falaciosas tiveram grande destaque editorial, seja com a total desconsideração por minhas mensagens.

É o que acaba de acontecer, pois a Folha ignorou olimpicamente minha mensagem de crítica ao lançamento do neologismo "ditabranda", meu protesto ao ombudsman (que nada respondeu) e minha mensagem de crítica ao ataque descabido da redação a dois ilustres defensores dos direitos humanos.

Venho reiterar que a Folha deve aos brasileiros um editorial esclarecendo exatamente qual é a sua posição sobre a ditadura dos generais, pois um assunto de tamanha gravidade não pode ser tratado de forma tão apressada e superficial como o foi no editorial de 17/02 e nas notas da redação de 19/02 e 20/02.

E também que deve desculpas aos professores Fábio Konder Comparato e Maria Vitória Benevides, pois é simplesmente ridícula a presunção de que, antes de se pronunciarem sobre a ditadura que vitimou seu país, eles seriam obrigados a um posicionamento público sobre os regimes políticos de outras nações.

A Folha não incidiu apenas no erro da falta de cordialidade, como pretende o ombudsman, mas fez acusações insustentáveis contra dois cidadãos respeitados e ofendeu a inteligência dos seus leitores, ao misturar tão grosseiramente alhos com bugalhos, na linha do besteirol característico de sites fascistas como o Ternuma.

Se a Folha agora quer ter rabo preso com a extrema-direita, que, pelo menos, o assuma francamente. Caso contrário, que reconheça, também francamente, ter incidido em excessos que não definem sua verdadeira posição.

O que não pode é, simplesmente, encerrar de forma unilateral um debate que desnecessariamente provocou e agora se voltou contra si, deixando de dar satisfações e esclarecimentos aos leitores que sentiram-se atingidos por seus textos.

Celso Lungaretti é jornalista.
Edita o blog http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/ Seu email é lungaretti@uol.com.br

domingo, 15 de março de 2009

Semana

Segunda, me inflamo.
Terça, te amo.
Quarta, te vejo.
Quinta, te desejo.
Sexta, te quero.
Sábado, te espero.
Domingo, te sonho.

E quando longe de ti,
só para ti, componho.

JG de Araujo Jorge

sábado, 14 de março de 2009

No dia Nacional da Poesia, um Neruda para vocês

Pablo Neruda

Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Casa de estudante

Eu vi o medo,
Eu notei a insegurança.
Das janelas fechadas, não observei luz.
Das que estavam entreabertas,
uma luz tênue iluminava o que parecia um quarto.
Da casa, saia um. Depois, dois.
Olhavam de um lado, e depois do outro, antes de pisar na calçada.
Das mesas dos bares em frente, saiam muitos e sentavam vários.
E as janelas da casa continuavam fechadas ou entreabertas.
Mas havia vida lá como aqui no bar.
Vidas diferentes, separadas pelo medo de uns e pela ousadia de outros.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Peço excomunhão!

Amigos queridos, depois de receber o e-mail abaixo, também pedi excomunhão ao arcebispo de Olinda e Recife. Mandei uma mensagem assim:
"Solidário aos profissionais de saúde que, no estrito cumprimento do seu dever legal , acolheram apoiaram e realizaram o aborto previsto em lei na CRIANÇA de 9 anos, grávida do padrasto estuprador, solicito à Arquidiocese de Olinda que também me excomungue.
Mais que isto: espero que liste também os estrupadores e abusadores, padres e homens comuns na lista de excomunhão."
Link para envio de mensagens:
> http://www.arquidioceseolindarecife.org.br/faladm.htm

quinta-feira, 12 de março de 2009

Revista científica internacional dedica edição temática ao Brasil



Intercom

Consagrada pela comunidade acadêmica como a revista científica de maior impacto internacional na área, Journalism: theory, practice and criticism, publicada pela renomada editora Sage, está lançando o número 1 do seu volume 10 (fevereiro de 2009), focalizando exclusivamente o Jornalismo Brasileiro.

Sua edição impressa circula simultaneamente na Inglaterra, Estados Unidos, Índia e Singapura, mas o acesso da edição eletrônica é mundial, através do portal http://jou.sagepub.com – tendo como editores os renomados professores Michael Bromley, Howard Tumber e Barbie Zelizer.

O volume especial dedicado ao Brasil foi co-editado por dois pesquisadores brasileiros: José Marques de Melo e Sonia Virginia Moreira, autores do ensaio introdutório “Jornalismo Brasileiro: o estado da pesquisa, do ensino e da profissão”.

O corpo da edição è constituído por 6 artigos científicos assinados por Beatriz Becker e Celeste González de Bustamante (UFRJ) – passado e futuro do telejornalismo -; Cida Golin e Everton Cardoso (UFRGS) – jornalismo cultural -; Francisco Karam (UFSC) – jornalismo em tempo de segmentação -; Heci Regina Candiani (PUCSP) – jornalistas e intelectuais -; José Marques de Melo (UMESP) – pensamento jornalístico -; Sonia V. Moreira e Carla Helal (UERJ) – ensino e profissão.

Os co-editores brasileiros celebram o retorno do Brasil à agenda da comunidade acadêmica internacional, lembrando que isso reflete o interesse que o nosso país desperta nos estudiosos dessa disciplina, justamente pela sua originalidade, criatividade e ousadia.