terça-feira, 19 de outubro de 2010

Serra democrático?

A grande mídia dizia que o PT e Lula eram contra a liberdade de expressão. No entanto, mais uma vez o candidato José Serra se irrita com jornalistas, não responde a perguntas que lhe são feitas e sai em disparada, escoltado por seguranças.

Leia mais em:
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/10/18/serra-diz-que-so-responde-jornalistas-dependendo-do-assunto-922811045.asp

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

FENAJ e Sindicatos lançam Semana da Comunicação e manifesto aos jornalistas brasileiros

Em ato simbólico realizado no auditório da Afubesp, em São Paulo, foram lançados na sexta-feira (15/10) a Semana Nacional de Comunicação e o “Manifesto aos Jornalistas Brasileiros em Defesa da Democratização da Comunicação”, que convoca a sociedade brasileira a “libertar a Liberdade de Expressão e de Imprensa” do jugo dos monopólios da comunicação que as transformaram em patrimônio privado.
Leia mais no site da FENAJ: http://www.fenaj.org.br/

sábado, 16 de outubro de 2010

Dono de comunidade do Casseta no Orkut repudia Marcelo Madureira

O dono da maior comunidade do Casseta & Planeta no Orkut, Dante Raglione, se rebelou contra o seu ídolo. Postou hoje nota de repúdio ao integrante do programa Marcelo Madureira, a quem acusa de promover ataques e baixarias contra o presidente Luís Inácio Lula da Silva e a seus eleitores na televisão. O espaço tem 30.010 integrantes. Leia o texto ponderado e lúcido do estudante da Faculdade de Medicina da USP:

NOTA DE REPÚDIO A MARCELO MADUREIRA

 
Marcelo Madureira:

Eu, como dono da maior comunidade de seu programa humorístico e representando minha posição e dos alunos de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), repudio sua posição reacionária e ofensiva ao nosso Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva.
Entendemos que, independentemente de sua posição política a favor de Dilma ou de Serra, os comentários de que Lula é burro, analfabeto, cachaceiro, ignorante e que o povo que vota nele é igual ao Presidente são inaceitáveis.
Gostaríamos de lembrá-lo de que Lula não teve as mesmas oportunidades de estudo que você e que eu, Marcelo, mas, mesmo assim, tornou-se Presidente, fazendo um governo considerado bom ou ótimo por 80% da população, sendo mais aprovado que o governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso, sociólogo doutorado, poliglota e renomado.
Assim sendo, além de ofender o Presidente com seus comentários, também ofende a 80% do povo brasileiro, a mim, e a todos os alunos da FMUSP. Por isso, estamos montando um boicote ao Casseta e Planeta e ao programa Manhattan Connection até que você se retrate publicamente.

Sinceramente,
Dante Raglione

Boataria suja continua

O absurdo dos boatos e das falsidades continua. Gráfica é encontrada imprimindo 18 milhões de panfletos anti-Dilma assinada por bispos da CNBB: http://bit.ly/cCwcBF #folhaeleicoes

José de Abreu, ator global, ataca Serra em sessão de twitcam

O ator José de Abreu, da Globo, promoveu no final da noite de ontem uma sessão de twitcam no que se transformou em enorme sucesso. Declaradamente a favor da candidatura da petista Dilma Rousseff, Abreu se propôs a falar sobre política, eleições, Twitter, José Serra, privatizações, entre outros assuntos. Não mediu palavras, assim como os mais de dez mil internautas que assistiram e opinaram. Gerou, em consequência a hashtag #sentanumarola.
Com certeza, foi um grande momento. Muita gente pró-Dilma e outros tantos serristas atacando. O Zé olhava e identificava de cara, dizendo que os tucanos não tinham argumentos, só jogavam pedras. Chamavam o "velho" de bêbado. Os defensores da candidata petista, ao contrário, balizavam suas participações com dados, com informações. Mas tinha gente indecisa, como uma menina que disse: "Olha, gostei de tudo que tu falou e agora vou de Dilma. Mas vou cobrar de ti se ela fizer c..."
O ator global criticou duramente o candidato do PSDB, a quem chamou de "fascista", bem como os seus eleitores, pela adoção de um “tom agressivo" no segundo turno das eleições presidenciais. Na transmissão, o ator mencionou que seu contrato com a emissora carioca não permite que ele apareça na TV fazendo campanha política. No entanto, Abreu fez uma ressalva: “eu não estou na TV, estou no twitter". Muita gente queria saber se ele não tinha medo de ser demitido pelas posições adotadas.
Valeu, Zé, pela coragem.

Campanha é fascistóide, diz psicanalista

A campanha eleitoral assumiu um tom fascistóide, diz Maria Rita Kehl, psicanalista que foi demitida do jornal Estado de S. Paulo por escrever artigo contrário à posição serrista do veículo. 
Leia aqui:

Folha publica, afinal, caso do aborto de Monica Serra

A grande mídia começa a publicar notícia que já circulava nos jornais menores faz uma semana. O jornal Folha de S.Paulo publica neste sábado (16) reportagem intitulada "Monica Serra contou ter feito  aborto, diz ex aluna." O texto assinado pela colunista Monica Bergamo ocupa a metade inferior da página 10. A ex-aluna é Sheila Canevacci Ribeiro, de 37 anos, que teve Monica Serra como professora de dança na Universidade de Campinas (Unicamp).
 

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A psicologia de massa do fascismo à brasileira

Em seu blog, o colega Luis Nassif faz uma profunda análise da situação brasileira, em que o país cresce com mudanças sociais e deixa descontentes camadas da população que se consideravam donas da situação. Ou seja, a elite quer ficar sozinha e não deseja agregar novos membros em seu clube. Por isso, vemos o ódio, a intolerância e as difamações na campanha eleitoral, unindo o candidato Serra, a grande mídia e golpistas infiltrados na Internet. Não sei onde eles chegarão, mas devemos lutar até o fim. Leia porque é importante para entendimento da situação.

Luis Nassif


Há tempos alerto para a campanha de ódio que o pacto mídia-FHC estava plantando no jogo político brasileiro.O momento é dos mais delicados. O país passa por profundos processos de transformação, com a entrada de milhões de pessoas no mercado de consumo e político. Pela primeira vez na história, abre-se espaço para um mercado de consumo de massa capaz de lançar o país na primeira divisão da economia mundial
Esses movimentos foram essenciais na construção de outras nações, mas sempre vieram acompanhados de tensões, conflitos, entre os que emergem buscando espaço, e os já estabelecidos impondo resistências.
Em outros países, essas tensões descambaram para guerras, como a da Secessão norte-americana, ou para movimentos totalitários, como o fascismo nos anos 20 na Europa.
Nos últimos anos, parecia que Lula completaria a travessia para o novo modelo reduzindo substancialmente os atritos. O reconhecimento do exterior ajudou a aplainar o pesado preconceito da classe média acuada. A estratégia política de juntar todas as peças – de multinacionais a pequenas empresas, do agronegócio à agricultura familiar, do mercado aos movimentos sociais – permitiu uma síntese admirável do novo país. O terrorismo midiático, levantando fantasmas com o MST, Bolívia, Venezuela, Cuba e outras bobagens, não passava de jogo de cena, no qual nem a própria mídia acreditava.
À falta de um projeto de país, esgotado o modelo no qual se escudou, FHC – seguido por seu discípulo José Serra – passou a apostar tudo na radicalização. Ajudou a referendar a idéia da república sindicalista, a espalhar rumores sobre tendências totalitárias de Lula, mesmo sabendo que tais temores eram infundados.
Em ambientes mais sérios do que nas entrevistas políticas aos jornais, o sociólogo FHC não endossava as afirmações irresponsáveis do político FHC.
Mas as sementes do ódio frutificaram. E agora explodem em sua plenitude, misturando a exploração dos preconceitos da classe média com o da religiosidade das classes mais simples de um candidato que, por muitos anos, parecia ser a encarnação do Brasil moderno e hoje representa o oportunismo mais deslavado da moderna história política brasileira.

O fascismo à brasileira

Se alguém pretende desenvolver alguma tese nova sobre a psicologia de massa do fascismo, no Brasil, aproveite. Nessas eleições, o clima que envolve algumas camadas da sociedade é o laboratório mais completo – e com acompanhamento online - de como é possível inculcar ódio, superstição e intolerância em classes sociais das mais variadas no Brasil urbano – supostamente o lado moderno da sociedade.
Dia desses, um pai relatou um caso de bullying com a filha, quando se declarou a favor de Dilma.
Em São Paulo esse clima está generalizado. Nos contatos com familiares, nesses feriados, recebi relatos de um sentimento difuso de ódio no ar como há muito tempo não se via, provavelmente nem na campanha do impeachment de Collor, talvez apenas em 1964, período em que amigos dedavam amigos e os piores sentimentos vinham à tona, da pequena cidade do interior à grande metrópole.
Agora, esse ódio não está poupando nenhum setor. É figadal, ostensivo, irracional, não se curvando a argumentos ou ponderações.
Minhas filhas menores freqüentam uma escola liberal, que estimula a tolerância em todos os níveis. Os relatos que me trazem é que qualquer opinião que não seja contra Dilma provoca o isolamento da colega. Outro pai de aluna do Vera Cruz me diz que as coleguinhas afirmam no recreio que Dilma é assassina.
Na empresa em que trabalha outra filha, toda a média gerência é furiosamente anti-Dilma. No primeiro turno, ela anunciou seu voto em Marina e foi cercada por colegas indignados. O mesmo ocorre no ambiente de trabalho de outra filha.
No domingo fui visitar uma tia na Vila Maria. O mesmo sentimento dos antidilmistas, virulento, agressivo, intimidador. Um amigo banqueiro ficou surpreso ao entrar no seu banco, na segunda, é captar as reações dos funcionários ao debate da Band.

A construção do ódio

Na base do ódio um trabalho da mídia de massa de martelar diariamente a história das duas caras, a guerrilha, o terrorismo, a ameaça de que sem Lula ela entregaria o país ao demonizado José Dirceu. Depois, o episódio da Erenice abrindo as comportas do que foi plantado.
Os desdobramentos são imprevisíveis e transcendem o processo eleitoral. A irresponsabilidade da mídia de massa e de um candidato de uma ambição sem limites conseguiu introjetar na sociedade brasileira uma intolerância que, em outros tempos, se resolvia com golpes de Estado. Agora, não, mas será um veneno violento que afetará o jogo político posterior, seja quem for o vencedor.
Que país sairá dessas eleições?, até desanima imaginar.
Mas demonstra cabalmente as dificuldades embutidas em qualquer espasmo de modernização brasileira, explica as raízes do subdesenvolvimento, a resistência história a qualquer processo de modernização. Não é a herança portuguesa. É a escassez de homens públicos de fôlego com responsabilidade institucional sobre o país. É a comprovação de porque o país sempre ficou para trás, abortou seus melhores momentos de modernização, apequenou-se nos momentos cruciais, cedendo a um vale-tudo sem projeto, uma guerra sem honra.
Seria interessante que o maior especialista da era da Internet, o espanhol Manuel Castells, em uma próxima vinda ao Brasil, convidado por seu amigo Fernando Henrique Cardoso, possa escapar da programação do Instituto FHC para entender um pouco melhor a irresponsabilidade, o egocentrismo absurdo que levou um ex-presidente a abrir mão da biografia por um último espasmo de poder. Sem se importar com o preço que o país poderia pagar.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Serra quer Dilma presidenta

No programa eleitoral de ontem, Serra apoiou Dilma:

"Elas (mulheres) são mais solidárias, mais generosas e mais responsáveis", disse, numa tentativa de ganhar o voto feminino.

Então, deixa ela (Dilma) governar...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Jornal demite e Serra foge de entrevista e xinga repórter. E a liberdade de expressão?

Onde está a liberdade de expressão tão propalada pela grande mídia e pelo candidato José Serra? Um veículo poderoso - Estado de S.Paulo - demitiu uma psicóloga e articulista por discordar de suas posições. O postulante tucano à Presidência abandonou hoje uma tumultuada entrevista coletiva em Porto Alegre por discordar da pergunta do repórter. 
Estas atitudes configuram ataque ao exercício profissional e mostram a real faceta do envolvidos. Será que a tão combativa Associação Nacional dos Jornais (ANJ) não protestará e divulgará nota? Ah, não foi a empresa a atingida, mas os jornalistas...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

"Só Por Hoje". Nove passos de cura para os "caluniadores anônimos".

1- Só por hoje, vou procurar viver unicamente o dia presente, sem tentar ganhar a eleição da Dilma a qualquer preço. Não vou mentir, espalhar boatos, disseminar o ódio contra o Lula, a Dilma e o PT. Durante 12 horas posso fazer qualquer coisa que me assustaria se eu pensasse que tinha de a fazer por uma vida inteira.
2 - Só por hoje vou estar feliz. Não vou ter aquela cara de desgosto como se o país tivesse na beira do precipício do tempo FHC. Sei que mesmo adepto do Serra, posso ser feliz de forma limpa, votar pelo o que meu candidato é, não inventando mentiras.
3 - Só por hoje, vou tentar ajustar-me à realidade que o Brasil mudou e não tentar adaptar tudo aos meus próprios desejos. Vou aceitar a minha sorte como ela vier e vou moldar-me a ela.
4 - Só por hoje, vou tentar fortalecer o meu espírito democrático. Estudarei e vou aprender alguma coisa útil em relação ao Brasil. Não vou manter o meu espírito ocioso só espalhando spams falsos. Vou ler alguma coisa que exija esforço, pensamento e concentração, não só ouvir o Alexandre Garcia e o Arnaldo Jabor.
5 - Só por hoje, vou exercitar a minha alma de três maneiras: vou fazer passar um dia sem disseminar mentiras contra a Dilma; não vou mostrar a ninguém que não tenho argumentos a favor do PSDB e Serra e mesmo sabendo que poderei estar magoado porque o governo FHC é o presidente mais impopular da história, não revelarei a minha dor.
6 - Só por hoje, vou não vou ser ser igual ao vice Índio da Costa. Vou apresentar-me aos outros da melhor maneira possível: nao vou charmar Lula de bêbado, não vou condenar os homossexuais e vou agir delicadamente em relação aos nordestinos; não farei críticas aos "blogs sujos" e não vou ter nada de negativo que dizer aos outros em relação a TV Brasil e não vou tentar melhorar nem controlar as pessoas com discursos religioso.
7 - Só por hoje, não vou ler a Veja, a Folha, o Estadão e o Globo. Pode ser que eu não o siga a rigor, mas vou tentar. Vou evitar estas pragas: ter a consciência que fui manipulado e gostar disto.
8 - Só por hoje, vou ter uma meia hora tranquila, sem a TV Globo. Durante essa meia hora, em determinado momento, vou procurar ter uma melhor perspectiva da minha vida e do futuro do Brasil.
9 - Só por hoje não vou ter ódio. Muito em especial não vou ter ódio de quem enxerga e aprecia a beleza de viver em um Brasil valorizado e com inclusão social e de acreditar que aquilo que eu der ao Brasil o Brasil me devolverá, desde que eu não dessimine meus rancores e minha invenja.
Concedei-me Senhor serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso, e sabedoria para distinguir umas das outras."

(Colaboração da revista www.novae.inf.br para um mundo melhor)

domingo, 10 de outubro de 2010

Frei Beto, Dilma e a fé cristã

Publicado pelo jornal Folha de S.Paulo:


Frei Beto

Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária aos princípios do Evangelho e da fé cristã. Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência. Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de "marxista ateia".
Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.
Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista - acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos. Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade. Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo.
Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho. É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam.
Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto... Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.
Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.
Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes. A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.
Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.


FREI BETTO, frade dominicano, é assessor de movimentos sociais e escritor, autor de "Um homem chamado Jesus" (Rocco), entre outros livros. Foi assessor especial da Presidência da República (2003-2004, governo Lula).

sábado, 9 de outubro de 2010

Dilma continua na frente. Assim será em 31 de outubro

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado mostra a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, à frente no segundo turno das eleições com 48% das intenções de voto contra 41% do candidato do PSDB, José Serra.
De acordo com o levantamento, em votos válidos, Dilma subiria para 54%. Já o tucano teria 46% da preferência do eleitorado. Durante as entrevistas, 4% dos eleitores responderam que votariam em branco ou nulo e 7% estão indecisos. No último levantamento do órgão realizado entre os dias 1 e 2 de outubro, antes da realização do primeiro turno, a candidata petista aparecia com 52% das intenções de voto e o ex-governador de São Paulo tinha 40% . Os votos brancos e nulos eram 5% e os indecisos estavam em 7%.
A pesquisa encomendada pelo jornal Folha de S.Paulo foi realizada no dia 8 de outubro e entrevistou 3.265 eleitores, com margem de erro de 2 pontos percentuais. O registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) leva o número 35114/2010. Na eleição do primeiro turno, realizada em 3 de outubro, Dilma recebeu 46,91% e Serra ficou com 32,61%.

Direção Nacional do CEBI diz que religião não deve ser usada no segundo turno das eleições

Não é bom para a democracia que alguns decidam pelos outros (...) Mas é pior ainda para a religião, seja qual for, pressionar os seus adeptos para que votem em determinados candidatos, ou proibir que votem em determinados outros em nome de convicções religiosas. A religião que não é capaz de incentivar a liberdade de consciência dos seus seguidores, que se retire de campo. Seja quem for, bispo, padre, pastor, ninguém se arrogue o direito de decidir pela consciência do outro."  (Dom Demétrio Valentin)

"A Aliança de Batistas do Brasil vem a público levantar o seu protesto contra o processo apelatório e discriminador que nos últimos dias tem associado o Partido dos Trabalhadores às forças da iniquidade.  Lamentamos a participação de líderes e igrejas cristãs nesses discursos e atitudes, que lembram muito a preparação das fogueiras da inquisição". (Pronunciamento da Aliança de Batistas do Brasil)                          

Chamando a atenção para as palavras das lideranças religiosas acima citadas, a Direção Nacional do CEBI vem a público denunciar as práticas de setores de algumas igrejas que buscam forçar seus fiéis a não votar em certa candidatura por meio de informações manipuladas ou falsas, acerca de temáticas de cunho ético, como, aborto, união civil de pessoas do mesmo sexo ou outras.Denunciamos que esse tipo de manipulação religiosa, do ponto de vista legal é crime de preconceito e de incitação à intolerância; e do ponto de vista religioso, é atitude contrária ao Evangelho de Jesus Cristo.
Reforçamos que a liberdade de consciência é direito inalienável da pessoa humana e que não é papel das instituições religiosas estimular a intolerância religiosa. Certas apelações e alguns temas que tentam implantar medo e terrorismo no imaginário do povo, já foram tentados nas eleições de 1989, resultando, naquela ocasião, na derrota das forças progressistas. Reconhecemos que as duas candidaturas que disputam o 2º turno têm posturas próximas do ponto de vista econômico, ambiental, ético, moral e religioso. Entretanto, entendemos que a candidata do PT ainda significa a possibilidade de maior investimento no campo social e de menor perseguição às lutas populares.
É imprescindível que cada cidadão e cidadã decida seu voto com base em avanços ou retrocessos na qualidade de vida do nosso povo. Sugerimos que a sociedade livremente avalie as melhorias que as populações empobrecidas tiveram nos últimos oito anos e apoie sua continuidade. E que se organize ainda mais para a cobrança do que é direito do povo e dever do Estado.

Fundamentalismos religiosos são ameaça à democracia brasileira‏

Um dos problemas que afloraram nesta eleição é o da emergência dos fundamentalismos religiosos católicos e protestantes, tentando influir nas decisões políticas do país. Até mesmo a famosa organização fascista-católica Opus Dei, de grande penetração na Península Ibérica, estaria presente em São Paulo, apoiando o candidato do PSDB.

Luís Carlos Lopes, na Carta Maior 

Infelizmente, as eleições presidenciais não se resolveram no primeiro turno. Ter-se-á que voltar às urnas no próximo dia 31 de outubro. Nesta data, quando chegar a noite, o novo presidente(a) será conhecido de todos brasileiros. Ao que parecia, no primeiro turno, o processo eleitoral teria resolvido a mesma questão. Mas isto não ocorreu. Os resultados impuseram a celebração do segundo turno e para isto os candidatos e eleitores terão que se posicionar. A política é cheia de surpresas, de revelações que precisam ser claramente avaliadas.
A disputa voltará a ser, com mais ênfase, a luta contrária ao candidato-síntese das direitas do país. É possível que ambos disputantes digam – verdade ou mentira – que eram ambientalistas desde criancinhas, bem como, sempre defenderam os princípios religiosos, como mais importantes do que os de natureza laica, isto é, os relacionados à política real.
Equívocos sobre equívocos serão cometidos na tentativa de se obter a vitória final. É quase impossível evitar que tal ocorra, quando o objetivo se esvai em trinta dias e o que se quer é vencer de qualquer modo. De todo o jeito, é preciso lembrar que o presidente da República não é e nem será o proprietário das crenças de ninguém e que o Brasil é um país plural, onde convivem modos diversos de se crer. O que se espera é que o futuro presidente(a) garanta a continuação das conquistas dos trabalhadores, as ampliem e eleve o país a um novo patamar possível, do ponto vista social e cultural.
Um dos problemas que afloraram nesta eleição é o da emergência dos fundamentalismos religiosos católicos e protestantes, tentando influir nas decisões políticas do país. Até mesmo a famosa organização fascista-católica Opus Dei, de grande penetração na Península Ibérica, estaria presente em São Paulo, apoiando o candidato oficial do PSDB. O fundamentalismo de origem protestante renovada teria tido o seu peso nas eleições em vários níveis. Padres e pastores ultraconservadores instaram seus fiéis a apoiarem determinados candidatos e participaram na rede de intrigas sociomidiáticas que vem caracterizando esta eleição. Esta atitude vinha sendo desenvolvida em várias campanhas e problemas nacionais. Desta vez, surgiu com maior força e, talvez, para ficar.
O problema dos grupos religiosos fundamentalistas não é de natureza teológica. Eles demonstram possuir, onde atuam, uma visão política antiga que flerta com o fascismo. Segundo estas organizações, as verdades que acreditam devem ser estendidas a todos. As pessoas deveriam simplesmente obedecer como cordeiros a determinação desta minoria. Apesar de numerosos, eles são minoria e não são tão organizados como parecem ser. Suas opiniões flutuam como folhas ao vento, porque são determinadas pelo que ouvem nos seus templos e nas redes de comunicação que dominam. O recado que passaram é que existem e precisam ser considerados. Entretanto, não é difícil ver que suas convicções, quando ultrapassam o terreno religioso, são facilmente moldáveis pelas exigências que pesam sobre todo mundo, vindas da sociedade de consumo e do espetáculo, isto é, do capitalismo contemporâneo.
As próprias características das religiões professadas pelos mais fundamentalistas os aproximam de problemas materiais bastante concretos. O autor destas linhas não crê que o problema seja exatamente o aborto, praticado na ilegalidade por pelo menos três milhões de brasileiras a cada ano. Pensa que existem muitos que não crêem de fato nas mesmas coisas ditas nos templos, nos programas religiosos da TV e das emissoras de rádio, na imprensa religiosa e nos canais internéticos dominados pela ortodoxia da fé. De algum modo, eles sabem disto tudo, mesmo que neguem ou façam de conta que o mundo é exatamente o que eles acham que deveria ser. De fato, o que desejam é ser reconhecidos e precisam para isto provocar e aprender os limites de suas ações. Não se vive o mundo medieval e nem mesmo o da Reforma e o da Contra-Reforma. Queira-se ou não, religião é coisa fundamentalmente de foro íntimo, compartilhada entre iguais em lugares específicos.
É difícil imaginar que todos os eleitores que votaram sob a influência fundamentalista sejam tão radicais, e acreditem na teoria e na prática que suas verdades são inabaláveis. Certamente, entre as ovelhas existem muitas que podem ser desgarradas e entre os padres, os pastores, nem todos, são tão obedientes assim às ordens da conservação. Como quaisquer seres humanos, eles têm dúvidas e esperam ser ensinados a partir de outras fontes de autoridade, além das que se apropriaram de suas consciências. É provável que alguns queiram ser eles mesmos, por não serem absolutamente alienados ou loucos. Esses podem vir a rejeitar posturas de grupo que não contemplem diferenças individuais. Podem se dividir e votar no segundo turno de modo diverso.
Para convencê-los é preciso repolitizar o debate. A agenda básica do país não é a perseguição às religiões minoritárias e às suas crenças. Espera-se que isto jamais seja o mote de qualquer governo. O Brasil é um país tolerante a qualquer crença e a qualquer movimento religioso. As pessoas devem ser livres para acreditar no que quiserem, mas precisam ser educadas para entender que suas crenças e o modo em que vivem não são únicos. Alguém precisa lhes dizer que não se está na Idade Média, na época do nazifascismo e da ditadura militar. Todos podem ser livres responsavelmente, sabendo os limites sociais de suas liberdades. Ninguém deve impor aos outros, o que acredita como certo e inelutável. A luta é pelo convencimento livre de pressões e imposições é uma conquista que abrange a todos. Mesmo que se saiba que o problema de alguns é o da falta de escolas sérias e de mídias que realmente complementem o processo educacional.
Acha-se estéril uma discussão retórica sobre o problema do aborto. Esta não é uma questão a ser tratada no calor de uma eleição. De outro lado, mais cedo ou mais tarde ele será legalizado. Isto já ocorreu há muito tempo nos EUA, no Canadá, na Europa Ocidental e em Cuba. No Oriente inúmeras nações o legalizaram, tais como a China, a Índia, dentre outras. A América Latina é um bastião contrário, cada vez mais solitário. Todavia, há inúmeros sinais de ruptura. O mais recente foi sua legalização na cidade do México. A marcha é inexorável e precisa ser conhecida de todos. Se ele vier, quem for contrário poderá continuar a sê-lo. Ninguém será obrigado a fazê-lo. Tal como as religiões, isto é, em grande parte do mundo atual, uma questão de foro íntimo. O que tem que acabar é a hipocrisia e a exploração radical das crianças no mundo real.

Luís Carlos Lopes é professor e escritor

Quando os pais ensinam o ódio

O testemunho abaixo, de um pai - Arnobio Rocha - é preocupante e mostra o rumo que a candidatura Serra está dando para a campanha à Presidência neste segundo turno. Já falei que a eleição terminou para eles. Agora, é guerra, é ódio. Leiam:

"Minha filha foi agredida na escola porque votei na Dilma. É o Fascismo redivivo protegido por uma mídia cada vez mais ardente por SANGUE e ÓDIO, correntes na internet disparadas pela classe média. Mas não dobrarão nossa vontade indômita de lutar por um mundo melhor e um Brasil mais justo".
 
Leia. Comente 
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1643

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A mensagem de Tarso

O governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, está enviando mensagem de agradecimento à militância pela vitória obtida no dia 3 de outubro. Trata-se de um grande homem público, que muito fará pelo Rio Grande do Sul. Esta é a mensagem de Tarso, chamando para um vídeo que já postei na rede:
 
Prezados amigos
 

Gostaria que vocês assistissem ao vídeo que gravei, onde agradeço o apoio militante de todos os internautas. Por favor sigam o link abaixo, e recebam meu abraço fraterno.

http://www.youtube.com/watch?v=kby_EobUu5U

Tarso Genro

Senado não votou PEC dos Jornalistas

  Com 35 parlamentares em plenário, o Senado não obteve quorum nesta 4ª feira (6/10) para apreciar a pauta com 69 itens, entre eles a PEC 33/09, que dispõe sobre a exigência do diploma de curso superior em Jornalismo para o exercício da profissão. A FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas realizam de 18 a 23 de outubro, a Semana da Comunicação, que será precedida de ato simbólico em São Paulo, dia 15. A mobilização terá a luta em defesa do diploma, a instalação do Conselho Nacional de Comunicação (CNC) e as resoluções da 1ª Conferência Nacional de Comunicação como temas centrais.

Já aprovada pela CCJ, a PEC 33/09 tramita sob a forma de substitutivo. O relator, senador Inácio Arruda (PC do B-CE), modificou a redação original prevendo a regulamentação da atividade jornalística e a forma de atuação dos colaboradores (pessoas sem o diploma) por intermédio de lei específica para incorporar contribuições de outros senadores e manter a essência da proposta do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).

Nos trabalhos do Senado nesta quarta-feira, apenas no período da manhã algumas comissões tiveram quorum para prosseguir na apreciação de matérias. “Ficou claro que as disputas políticas em torno do segundo turno das Eleições 2010 influenciam diretamente os trabalhos no Parlamento”, comenta José Carlos Torves, diretor da FENAJ que acompanhou a movimentação no Senado.
Mobilizar para aprovar
Para o presidente da FENAJ, Celso Schröder, o clima eleitoral não deve arrefecer a mobilização dos jornalistas. “Precisamos manter e ampliar, principalmente neste momento, a luta em defesa do diploma e das resoluções da 1ª Confecom, pois sabemos que será preciso muita luta para aprovar a PEC dos Jornalistas e avançar nas reivindicações da sociedade em torno da democratização da comunicação”, diz.

Schröder destaca a necessidade de os apoiadores da PEC 33/09 prosseguirem com os contatos diretos com os senadores – “os atuais e os eleitos”, reforça – nos estados pela aprovação da PEC. Conclama, também, os Sindicatos de Jornalistas e entidades apoiadoras do movimento pela democratização da comunicação no Brasil a intensificarem os preparativos da Semana da Comunicação.

Com o slogan “Conselho Nacional de Comunicação e Diploma para jornalista: regulamentações necessárias à democracia!”, a Semana da Comunicação incluirá debates, atos públicos, seminários e manifestações nos Estados. “Precisamos fortalecer ainda mais o movimento, inclusive para cobrar o comprometimento dos candidatos que estão no 2º turno com as lutas dos jornalistas e da sociedade pela democratização da comunicação”, conclui Schröder

Só carteira da FENAJ é legal e vale como identidade

A Federação Nacional dos Jornalistas esclarece à categoria e à sociedade que a carteira profissional emitida pela FENAJ é a única com validade legal como documento de identidade em todo o Brasil.
A emissão da Carteira de Identidade do Jornalista é atribuição exclusiva da FENAJ, assegurada pela Lei nº 7.084, de 21 de dezembro de 1982. Para obtê-la, os interessados devem consultar a relação dos Sindicatos filiados, que são parceiros da FENAJ na emissão do documento (disponível em http://www.fenaj.org.br/sindicatos.php)
Tal esclarecimento faz-se necessário porque, depois de copiar a Carteira de Identidade do Jornalista, antes emitida em papel moeda, a Associação Brasileira dos Jornalistas (ABJ), entidade que se diz “representante dos jornalistas sem diploma”, está imitando o novo modelo, em forma de cartão, adotado pela FENAJ.
Reiteramos que a emissão da Carteira de Identidade do Jornalista é prerrogativa exclusiva da FENAJ e que documentos emitidos por qualquer outra entidade não tem validade como identificação profissional ou documento de identidade.
Lamentavelmente, a imitação da Carteira de Identidade do Jornalista por parte da ABJ pode confundir os jornalistas e a sociedade. Aos jornalistas, alertamos para os possíveis prejuízos financeiros e, principalmente, para os possíveis constrangimentos morais. À sociedade, alertamos para o risco de identificação indevida de profissionais que não são jornalistas de fato e de direito.

Brasília, 6 de outubro de 2010.
Diretoria da FENAJ

O outro Beatle

Como seria bom estar na fila do Beira-Rio para comprar ingresso para o show de John Lennon. Saudade!
Nada contra o Paul, que se apresenta aqui em Porto Alegre e está levando multidão às filas. Mas, dos ícones de Liverpool, sou mais o Lennon.