sábado, 6 de novembro de 2010

Serra critica Lula na França e ouve: "Por que não te calas?"

Homem na plateia de congresso, um membro da Fundação Zapata, do México, reagiu, repetindo a famosa frase que já foi proferida pelo rei espanhol contra Chavez.

O candidato tucano à presidência, José Serra, participou nesta sexta-feira do encerramento do XI Fórum de Biarritz, no sul da França - dedicado a analisar as relações entre América Latina e União Europeia (UE) - e acusou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de desindustrializar o país e fazer "populismo" de direita em matéria econômica. 


Da plateia, um homem reagiu e gritou: "Por que não te calas?"


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http://www.jb.com.br/pais/noticias/2010/11/05/serra-critica-lula-na-franca-e-ouve-por-que-nao-te-calas/

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mídia tem visão simplificada da Amazônia


Estudiosa da Amazônia, a professora de geografia política Bertha Becker diz em entrevista ao Observatório da Imprensa que a região é tratada na mídia de forma simplificadora, em duas vertentes. "A primeira, ainda bem marcante, é apresentar a Amazônia como região exótica. É a visão de fora, que enfatiza o desconhecido, bichos, pássaros, vegetação. Por que tratar a região como exótica? Ela é parte do Brasil. Os processos que nela se desenrolam são os mesmos que marcam a estrutura da sociedade brasileira, às vezes com ênfases e cores diferentes, mas como parte integrante dessa sociedade, ainda que territorialmente distante.""A segunda via de simplificação" ‒ critica a professora ‒, "iniciada há pouco tempo, se dá quando a mídia tenta se aproximar da realidade regional mas não capta sua complexidade. Quer informar, mas a abordagem é muitas vezes sensacionalista. A morte da missionária Dorothy Stang foi amplamente noticiada, como tinha que ser, mas não se sabe, por exemplo, quanta gente morre todo dia devido à violência nas estradas locais."
Bertha Becker é professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aposentada mas ativa. Redigiu o capítulo sobre Amazônia do documento com as conclusões da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada em maio passado, que será publicado em dezembro. Ela mora no Rio de Janeiro, mas fez muitas viagens à região amazônica. Começou seus estudos no Sudeste do Brasil, chegou a Goiás e logo ao que é hoje Tocantins. Nos últimos anos, tem feito mais viagens à Amazônia Ocidental, partindo de Manaus e chegando ao Alto Rio Negro, na região conhecida como Cabeça do Cachorro.
População urbanizada"A cobertura jornalística é difícil por causa da distância dos centros de comando do país, São Paulo, Brasília, Rio, e também pela extensão do território amazônico e pelas dificuldades de transporte. A Amazônia Legal, com pouco mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, corresponde a 61% do território brasileiro" ‒ aponta a professora. "Basta dizer que ainda há tribos indígenas não contatadas. Mas não há lá somente índios e traficantes", adverte.
"Um aspecto crucial, do qual poucos se dão conta, é que 70% de seus 20 milhões de habitantes vivem em cidades", acrescenta Bertha. "A Grande Belém tem 2 milhões de habitantes, Manaus se aproxima de 2 milhões. Algumas capitais de outros dos estados da região ‒ Acre, Rondônia, Amapá ‒ estão na faixa de 300 mil a 500 mil habitantes e há varias cidades com população em torno de 200 mil habitantes."
"Recentemente", conta ela, "fui entrevistada por um repórter do Washington Post que se mostrou surpreso com a existência de um shopping center numa cidade como Vilhena, em Rondônia. Uma constatação como essa perturba completamente a imagem, que se formou no exterior, de uma região exótica."
O maior banco genético do planetaOutro desconhecimento, segundo a professora, é o do "fantástico potencial relacionado com os avanços da ciência. Nem os presidenciáveis deste ano pareciam saber que ela abriga, segundo muitos estudiosos, o maior banco genético do planeta, o que implica potencial para a produção de fármacos, fitoterápicos e cosméticos".
Ela destaca também um dos atributos mais conhecidos da Amazônia, as águas, e o potencial de produção de energias limpas, como, por exemplo, a energia solar. A região amazônica tem um potencial que não é utilizado. A região, diz, "presta serviços ambientais; são coisas intangíveis, como a absorção, pela floresta, de gases de efeito estufa".
Outra observação feita pela professora diz respeito à heterogeneidade da Amazônia:
"Há uma enorme diversidade interna. Na Zona Franca de Manaus, temos indústrias do século passado. Jazidas de ferro, petróleo e bauxita, matéria-prima do alumínio, são exploradas. Roraima tem um potencial fantástico de riquezas minerais. Por sinal, novos minerais estão sendo pesquisados. Infelizmente, as cadeias produtivas locais ‒ soja, milho, algodão ‒ são curtas, o que gera mais riqueza no exterior, para onde é exportada a matéria-prima. Há alguma produção de farelo de soja e um tanto de óleo que vai para São Paulo. E só. Para cúmulo dos cúmulos, não há uma cadeia de pesca organizada. No Rio Solimões, quem comanda, coordena e compra tudo, até a cidade de Tefé, no Amazonas, são colombianos, que revendem o pescado, historicamente o alimento básico da população."
CerradoOutro elemento pouco conhecido e avaliado, diz Bertha, é o cerrado, bioma presente nos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. "Mato Grosso tem uma produção enorme e algumas cidades são de primeiro mundo", diz, "mas é uma riqueza altamente concentrada." As cidades da floresta, porém, não são tão ricas. "O dinheiro que movimenta o comércio nos shopping centers é de gerentes e funcionários de firmas contratadas para grandes obras públicas", explica.
A mídia, segundo Bertha, ainda não deu a devida importância ao fato de que a Amazônia é uma realidade sul-americana, "e não apenas devido às drogas". Ela cita a Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), em cujos marcos o BNDES financia estradas e hidrelétricas. "Para mencionar apenas um dos vizinhos do Brasil, já se pode ir por rodovia do Acre até Cuzco, no Peru", afirma. "De fato, existe um grande eixo passando pelo Acre e Manaus, e um dos reflexos disso é um brutal desmatamento em curso no Peru."
Falta um projeto de desenvolvimento regional"O maior problema que merece a atenção da mídia", resume Bertha, "é que não foi pensado um modelo para o desenvolvimento da região. A preocupação central do Estado, desde a colonização, é ocupar para defender o território, a fim de garantir a soberania, com alguma exploração dos recursos naturais. Nunca se pensou num processo de desenvolvimento regional. Getúlio Vargas fez a Marcha para o Oeste, um projeto de migração interna. Juscelino Kubitschek entrou com estradas, leia-se pecuária, e energia, leia-se transformação de matadouros em frigoríficos. A Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) deu incentivos fiscais para grandes empresas. Os governos militares trataram de um planejamento estratégico de ocupação. Fizeram projetos de colonização com gente do Brasil inteiro. Pois bem, a região já está ocupada, com 20 milhões de pessoas. O que falta, e cabe à mídia apontar essa lacuna, é um projeto de desenvolvimento regional."
(Por Mauro Malin, Observatório da Imprensa, 3/11/2010)

O ataque em massa contra as quadrilhas racistas

A ONG Safernet protolocou ontem no Ministério Público paulista uma notícia-crime relacionada às manifestações de racismo cometidas no Twitter e no Facebook no domingo, após a apuração das eleições.O relatório da Safernet identifica 1.037 perfis acusados de cometer racismo contra nordestinos. Os perfis foram denunciados por outros usuários desde domingo até às 18h de ontem.

Segundo o presidente da Safernet, Tiago Tavarez, cabe agora ao MP decidir se aceita a denúncia e aprofunda as investigações sobre o caso ou se o arquiva. Além da notícia-crime da Safernet, o MP também recebeu uma outra denúncia da Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco.
As mensagens racistas contra os nordestinos foram publicadas na web após a realização das eleições no domingo. As denúncias chegaram à ONG por meio da páginawww.denuncie.org.br.
Apagar contas não exclui provas, diz advogado
Segundo o professor de direito digital e sócio do escritório Opice Blum, Rony Vainzof, a exclusão das mensagens e das contas não excluem as provas. O que importa, nesse caso, é o ato doloso, a vontade consciente do ilícito de praticar, induzir ou incitar a discriminação", explica ele.
Os usuários que publicaram mensagens racistas sofrem com um agravante, pois cometeram o crime de racismo através de um meio de comunicação. Dessa forma, a pena pode aumentar de um a três anos para de dois para até cinco anos. "É importante que os usuários se conscientizem que a internet não é um mundo sem lei", alerta o advogado.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

"Jornalismo atravessa grave crise de identidade", diz jornalista premiado

O jornalista Ignácio Ramonet, ao receber o Prêmio Antonio Asensio, em Barcelona, criticou aqueles que fazem “entretenimento domesticado” ao invés de fazer jornalismo. “A imprensa escrita”, assinalou, “vive um dos momentos mais difíceis, e o jornalismo atravessa uma grave crise de identidade. O importante se dilui no trivial e o sensacionalismo substitui a explicação. A informação é algo muito sério, pois de sua qualidade depende a qualidade da democracia. Para ele, ainda há muitas injustiças no mundo que justificam uma concepção do jornalismo a favor de mais liberdade, justiça e democracia”.

No dia 27 de agosto, Ignácio Ramonet desafiou, desde a tribuna do Pequeno Palácio da Música, em Barcelona, a todos aqueles que defendem que o jornalismo – e o jornalista – já não são necessários, e que afirmam que a informação circula mais livre, mais abundante e mais transparente do que nunca. Frente a estes, sentenciou que não: que “a massa de informação oculta supera o imaginável em muitos temas“, que “na democracia a batalha pela liberdade de expressão nunca está definitivamente terminada”, e que os jornalistas devem existir porque uma de suas tarefas é “ampliar os limites dessa liberdade”.
A entrega do oitavo prêmio Antonio Asensio de Jornalismo, homenagem concedida pelo grupo Zeta em memória de seu fundador, foi – e provavelmente muitos antecipavam que, sendo Ramonet o premiado, seria assim – reivindicativa: uma tranqüila, mas robusta, reivindicação do jornalismo.
Ramonet é diretor da edição espanhola do Le Monde Diplomatique e figura proeminente da esquerda. Em seu discurso, o presidente do grupo Zeta, José Montilla, lembrou que o prêmio foi outorgado a ele “enquanto jornalista e ativista, por seu trabalho no Le Monde Diplomatique, mas também por suas iniciativas sociais”. Ramonet citou a divulgação de documentos do Pentágono feito pelo Wikileaks como exemplo do jornalismo com rótulo: o rótulo do necessário. “Ultimamente alguns grandes conglomerados de comunicação de dimensão continental e mesmo planetária querem converter o jornalismo em um entretenimento domesticado, em uma tediosa simplificação da realidade. O importante se dilui no trivial e o sensacionalismo substitui a explicação. Felizmente, mesmo neste novo contexto, podem surgir forças resistentes, como o Wikileaks está demonstrando”.
Sem dizê-lo, porém, Ramonet insinuou que Wikileaks é mais a exceção e menos a regra. “A imprensa escrita”, assinalou, “vive um dos momentos mais difíceis, e o jornalismo atravessa uma grave crise de identidade. Digo isso sem nostalgia, porque não creio que tenha existido uma idade de ouro do jornalismo. Fazer jornalismo de qualidade jamais foi fácil, sempre comportou riscos e ameaças: o poder político e o poder do dinheiro, e freqüentemente os dois, sempre trataram de coagir sua liberdade”.
Frente a este estado de coisas, “o jornalista deve reafirmar sua vontade de saber e compreender para poder transmitir”, disse ainda Ramonet. “Quando todos os meios de deixam arrastar pela velocidade e pela instantaneidade, o jornalista deve considerar que o importante é frear, desacelerar, conceder-se tempo para a dúvida, a análise e a reflexão. A informação é algo muito sério, porque de sua qualidade depende a qualidade da democracia”. E fez um último chamamento: “Ainda existem muitas injustiças no mundo que justificam uma concepção do jornalismo a favor de mais liberdade, justiça e democracia”.
A fala de Ramonet não foi um discurso isolado. O seu diagnóstico sobre o estado das coisas no jornalismo coincidiu, em termos gerais, com as palavras de Montilla, que disse que “as novas tecnologias não deveriam supor a desaparição da profissão jornalística” e defendeu profissionais rigorosos e com independência de critérios. Na mesma linha, o presidente da comissão executiva do grupo Zeta, Juan Llopart, falou dos “momentos incertos e confusos que vive o jornalismo” (provocados, em parte, para ele, pela “vertiginosa revolução tecnológica”) e reivindicou o rigor intelectual, o profissionalismo e o compromisso nas salas de redação. Valores que, concluiu, Ramonet representa.

Tradução: Katarina Peixoto

Troca de papéis

Dilma Rousseff, falando após ser eleita presidente do Brasil: "Sim, a mulher pode."
Luiz Inácio Lula da Silva, ao conceder entrevista ao lado da nova mandatária: "A bola está com a senhora, dona Dilma."
Com certeza, é nossa presidente. Eleita com 55.752.421 milhões de votos a primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff é considerada pela revista Forbes a 16ª pessoa mais poderosa do mundo em lista divulgada na quarta-feira (3 de outubro).

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

OAB reage a ataque preconceituoso contra nordestinos no twitter

Universitária de Direito de São Paulo que iniciou ofensas deverá responder por crime de racismo

Alessandra Duarte, O Globo

A seção Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) entra hoje, na Justiça de São Paulo, com representação criminal contra a onda de ataques aos nordestinos divulgada por meio do Twitter após a eleição de Dilma Rousseff. No domingo à noite, usuários da rede de microblogs começaram a postar mensagens ofensivas ao Nordeste, relacionando o resultado à boa votação de Dilma na região.

A representação da OAB-PE é contra a estudante de Direito Mayara Petruso, de São Paulo, uma das que teriam iniciado os ataques. Segundo o presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, Mayara deverá responder por crime de racismo (pena de dois a cinco anos de prisão, mais multa) e incitação pública de prática de crime (cuja pena é detenção de três a seis meses, ou multa), no caso, homicídio.
Entre as mensagens postadas pela universitária, há frases como: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Jornalista cearense é demitido por fazer matéria sobre o marxismo

O jornal Diário do Nordeste demitiu o jornalista Dawton Moura por ter escrito e editado matéria no Caderno 3 sobre as revoluções marxistas que marcaram os séculos XIX e XX. O caderno especial, de seis páginas, foi considerado pela direção da empresa "panfletário" e "subversivo", além de "inoportuno ao momento atual". Tendo, entre outras fontes, o filósofo Michael Löwi, que estaria em Fortaleza para lançar o livro "Revoluções".
Ou seja, a atitude vai de encontro à propalada liberdade de imprensa, defendida pela Associação Nacional de Jornais (ANJ). Na verdade, isso vale apenas para o grupo empresarial ou para o profissional que rezar a sua cartilha. Leia matéria do Sindicato dos Jornalistas do Ceará.

No momento em que a grande mídia distorce e critica o projeto de indicação aprovado na Assembleia Legislativa do Ceará, que propõe a criação do Conselho Estadual de Comunicação - sob a alegação de que vai "cercear a liberdade de expressão" -, o jornal Diário do Nordeste demitiu de forma arbitrária, no último dia 18 de outubro, o jornalista Dawton Moura, por ter escrito e editado matéria no Caderno 3 sobre as revoluções marxistas que marcaram os séculos XIX e XX. 
O caderno especial, de seis páginas, foi considerado pela direção da empresa "panfletário" e "subversivo", além de "inoportuno ao momento atual". Tendo, entre outras fontes, o filósofo Michael Löwi, que estaria em Fortaleza para lançar o livro "Revoluções" (com imagens que marcaram os movimentos contestatórios decisivos para a história dos últimos dois séculos), a matéria foi pautada pelo editor-chefe do jornal, Ildefonso Rodrigues, tendo sido sugerida pela historiadora e professora Adelaide Gonçalves, da Universidade Federal do Ceará (UFC). No entanto, ao comunicar a demissão do jornalista, o editor-chefe se limitou a dizer que "não sabia o conteúdo da reportagem até vê-la publicada".
O caso do jornalista Dawton Moura não se trata de demissão por delito de opinião, pois ele não emitiu, em qualquer momento, juízo de valor sobre o conteúdo da pauta. Perdeu o emprego muito menos por incompetência ou negligência na sua função. Ironicamente, o trabalhador foi dispensado simplesmente por cumprir uma pauta que, depois de publicada, percebeu-se ser contra os interesses da empresa. A direção do jornal não pode alegar, no entanto, que desconhecia o conteúdo da matéria, pois além de ter sido pautado pelo editor-chefe, o assunto foi relatado em, pelo menos, quatro reuniões de pauta que antecederam sua publicação. 
A demissão do então editor do Caderno 3 expõe o abismo entre o discurso da grande mídia conservadora, que se diz ameaçada em sua liberdade de expressão - inclusive atacando com este falso argumento o projeto do Conselho de Comunicação do Estado -, e suas práticas cotidianas, restritivas ao exercício profissional dos jornalistas, bem como à livre opinião de colaboradores e leitores. 
"O Sindicato dos Jornalistas do Ceará protesta contra esta demissão arbitrária e mantém sua luta pela verdadeira liberdade de expressão para os jornalistas e para todos os brasileiros, manifestada em projetos como o do Conselho de Comunicação", afirma o presidente do Sindjorce, Claylson Martins

Jornais não tocam na questão da xenofobia contra os pobres e os nordestinos

Com exceção de alguns sites, os jornais de hoje não noticiciam os movimentos pós-eleição em direção a um crime que já devia ter sido banido da nossa sociedade. Ninguém ignora que a internet foi invadida por uma onda de preconceito e xenofogia contra os pobres e os nordestinos. Pessoas cultas e instruídas dispararam suas armas contra aqueles que eles consideram culpados pela eleição de Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita presidente da República. Isso é crime e está previsto no Direito Penal. Mas a mídia não se importou em repercutir isso. Por que será?
Apenas alguns sites, como o Terra, e os blogs independentes - como este que estás lendo -  trataram de combater estas ações. E esclarecem que não foram apenas os pobres e os nordestinos que deram a vitória a Dilma. O Terra, por exemplo, mostrou que, excluindo os votos do Nordeste e do Norte, a candidata petista ainda seria eleita. Com uma ironia: o triunfo seria conquistado graças aos votos da Região Sudeste, de onde surgiu a maior parte da onda xenófoba. Serra perdeu feio em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, ganhando por escassa margem em São Paulo. Ou seja, a classe média da região mais rica do País foi de Dilma. E aí culpam o Nordeste, pregando até a morte dos eleitores daquela região. Ou o fim do direito ao voto para o povo que mora da Bahia para cima.
Não li nada a respeito na grande mídia. Ainda há tempo...

Tributo à militância de Dilma presidente

Acabou mais uma eleição. Começa o novo governo!
O momento chave do processo que tanto nos orgulhamos e que nos permite o voto direto para escolher nossos representantes.
Todos sabemos o quanto foi difícil conquistar esse direito.
A mobilização popular, a militância na rua e na rede e o resultado de oito anos do governo Lula, foram imprescindíveis para conquistar mais quatro anos com Dilma.
A militância é uma força que não tem preço, que move um povo, que exige democracia e sustenta um estado soberano. 



Olhando um pouco para a nossa história recente eu me lembro de 2005, quando nossos adversários diziam que o nosso partido tinha morrido, que nenhum militante petista iria mais às ruas por livre e espontânea vontade, que a nossa eleição interna não teria quórum.
Sim, por que, o PT escolhe seus dirigentes de maneira direta e totalmente democrática.
E no PED de 2005 não apenas a militância esteve em peso para dar a sua opinião como se sobressaiu no segundo turno da eleição de 2006. Na nossa eleição interna de 2005 votaram 315 mil filiados, que mobilizaram mais de 58 milhões de votos no segundo turno, para uma grande vitória na reeleição do nosso companheiro Lula.
Não, senhores, o PT não morreu, como se tornou ainda mais forte, e em 2009 tivemos um recorde de filiados votando na nossa eleição interna, foram 518.912 pessoas, cidadãs e cidadãos petistas.
A militância nunca deixou o Partido quebrar mesmo nas suas maiores crises, pois a força real desse grande partido é a sua militância.
Nunca podemos nos esquecer disso. Um partido não é feito apenas de seus dirigentes ou da máquina partidária, um partido são as pessoas que o apóiam e vão as ruas, escolas, redes sociais, gritar e defender a sua posição de luta para um Brasil forte e democrático.
Esses exemplos são novos, datam de 2005 para cá, mas a história da militância do PT ou mesmo de toda a esquerda do nosso pais, não se resume nos últimos anos.
A história brasileira é marcada pelo suor e sangue desses bravos guerreiros da democracia. Da militância que esteve presente na luta pela abolição, na revolta tenentista em todo o pais, na luta contra a ditadura militar, na campanha das diretas já, ao lado dos seringueiros e de Chico Mendes.
A história Brasileira é marcada pelo militante que foi preso, torturado, exilado, hostilizado e até hoje chamado de terrorista pela direita que não admite que o povo se organize e lute por seus direitos.
O PT não tem dono, mas sim uma conquista de toda esquerda brasileira.
O verde e o amarelo são as nossas cores, mas é o vermelho que nos enche de energia e de vontade de continuar lutando por justiça social e um Brasil de todos.
A base do PT e a base de todas as conquistas do estado de direito democrático que vivemos hoje, está na vontade popular e na militância, que nunca se negou ou fugiu do trabalho, mesmo em momentos de grande dificuldade.
Mesmo hoje não vemos as ruas se esvaziando, mas ao contrário, a cada comício, passeata, twittaço, com ou sem a candidata vemos mais e mais pessoas militando. Não apenas nas ruas, mas no ambiente virtual na forma dos nossos amados blogs e blogueiros sujos.
Não há quem negue o papel fundamental que a militância do PT e da esquerda brasileira tiveram na conquista da nossa vitoria.
E isso só prova mais uma vez que a política não está subordinada a técnica, mas sim a técnica está subordinada à política e à vontade popular.
O que ganha uma eleição são as realizações dos nossos governos municipais, estaduais e federal.
O que ganha eleição são as conquistas, resultado de anos de luta, e nós não podemos nunca esquecer disso, sobre pena de menosprezar nossa historia.
Desejamos à companheira Dilma saúde, serenidade e paz, para que as suas decisões sejam feitas com tranqüilidade. Porém, não desejamos sorte, pois acreditamos no nosso projeto, e na sua competência.
Parabéns a todos aquele que não tem medo, que não hesitam, que “não fogem à luta”. Meu respeito a todos os brasileiros e brasileiras que sabem muito bem que dar sua opinião e lutar por ela não é agredir a ninguém, que respeitar o outro não é se calar.
Meu orgulho é lutar ao lado de vocês, companheiros.
Vamos à luta, sempre!
Mobilização BR/Dilma Presidente 13

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dilma Lá: breve história de uma candidatura

Dilma vem de uma imensa legião de brasileiros muito bem retratados no livro clássico de Éder Sader, “Quando novos personagens entraram em cena”. Ela representa um novo momento em que um sujeito coletivo ganha o rosto de uma personagem. Foi assim com Lula, rosto do sujeito coletivo das greves do ABC e das mobilizações contra a ditadura; rosto que adquiriu outras feições quando deputado constituinte em 1986; depois quando candidato em 1989, sua primeira campanha presidencial; e quando finalmente foi eleito e reeleito (2002 e 2006). Representa ainda uma longa trajetória de lutas sociais e a ainda breve trajetória de grandes mudanças proporcionadas pelo atual governo. O artigo é de Antonio Lassance.
Dilma é uma nova personagem que entra em cena na história brasileira. Consagrada por quase 56 milhões de votos, 12 milhões a mais que seu adversário, é uma figura distinta, em todos os sentidos; uma novidade e, ao mesmo tempo, uma velha conhecida. Boa parte do que se tem veiculado sobre a presidente eleita na mídia tradicional desconhece quem é a Dilma, sua capacidade e seu estilo de trabalho. O que até não seria tão grave, se não viesse acompanhado por um profundo desconhecimento sobre o que são o presidencialismo e a Presidência no Brasil. Há um misto de desinformação, má informação e deformação contra alguém que, em plena democracia, continua sendo acusada, como ocorria na ditadura, pelo que fez e pelo que não fez, pelo que é e pelo que não é.

Dilma vem de uma imensa legião de brasileiros muito bem retratados no livro clássico de Éder Sader, “Quando novos personagens entraram em cena” (de 1988). Ela representa um novo momento em que um sujeito coletivo ganha o rosto de uma personagem. Foi assim com Lula, rosto do sujeito coletivo das greves do ABC e das mobilizações contra a ditadura; rosto que adquiriu outras feições quando deputado constituinte em 1986; depois quando candidato em 1989, sua primeira campanha presidencial; e quando finalmente foi eleito e reeleito (2002 e 2006).

Dilma é de uma das três matrizes identificadas por Sader como representativas do pensamento de esquerda no país. Nem da matriz sindicalista, nem das comunidades eclesiais de base da igreja Católica, mas egressa da matriz da esquerda clandestina, que enfrentou as armas e a tortura dos porões da ditadura.

A mais nova personagem desse sujeito coletivo representa uma longa trajetória de lutas sociais e a ainda breve trajetória de grandes mudanças proporcionadas pelo atual governo. Independentemente de sua matriz original, Dilma foi transformada por duas experiências cruciais: a do governo Lula e a da campanha eleitoral. Ambas certamente alteraram profundamente as feições da futura presidenta, o suficiente para que pudesse enfrentar, sobreviver e sair-se vitoriosa de ataques do tipo que já abateu figuras supostamente muito mais experientes do que ela - e que poderiam ter sido as escolhas preferenciais do PT para 2010.

Dilma é uma novidade em termos de seu perfil. O PT sempre acalentou o sonho de consumo de realizar a fórmula propugnada há muito por Carlos Matus. Especialista em planejamento estratégico e com grande ênfase em gestão presidencial, Matus foi assessor de Salvador Allende (Chile, 1965-1970). Visitou o Brasil várias vezes, teve livros publicados pelo IPEA (graças ao empenho de pesquisadores como Ronaldo Garcia) e circulava muito entre o movimento sindical. Matus enfatizava a importância de se combinar desenvoltura política com habilidade técnico-gerencial. Sua criatura abstrata era o dirigente tecnopolítico. Lula, que conheceu Matus pessoalmente, soube usar desse modelo em seu governo, ao combinar sua maestria política - reconhecida até por seus oponentes - com escolhas de alto padrão técnico, como foi o caso de Dilma.

A opção do presidente Lula por Dilma criou a chance de se ter uma presidenta que fosse um quadro tecnopolítico por excelência. A tarefa que se colocava então era a de turbinar tal escolha com um treinamento intensivo, para cumprir um requisito bastante diverso: o da excelência decisória.

Advindo da própria intuição do presidente, os argumentos em torno da excelência decisória foram reforçados, desde 2003, com a visita, ao Brasil e ao Palácio do Planalto, de um especialista em presidências, Richard Neustadt. O autor de “Poder presidencial e os presidentes modernos” estava visivelmente empolgado com o governo Lula, que mal tinha começado e enfrentava sérias dificuldades em seu primeiro ano. Neustadt, do alto de seus 84 anos e com a experiência de quem acompanhou de perto os governos Roosevelt, Truman e Kennedy, acreditava profeticamente que Lula poderia ter para o Brasil a importância que Franklin Roosevelt teve para os Estados Unidos. Contudo, sua audiência palaciana, grata com tal simpatia, mas cética de suas reais possibilidades (que ainda não podiam ser de fato vislumbras), apreciou particularmente uma das teses clássicas de Neustadt: a de que um presidente não precisa ser especialista em nenhuma área, especificamente. Mais do que qualquer outra coisa, ele precisa ser um especialista em presidência da República. Um exímio operador do poder presidencial.

Neste aspecto, Dilma passou por um treinamento intensivo, ou laboratório, se preferirem, que não poderia ocorrer em lugar melhor a não ser na Casa Civil da Presidência da República, ou seja, na estrutura responsável por demandar, digerir e encaminhar os atos presidenciais para deliberação. Por trás das assinaturas de um presidente se escondem processos de decisão política com meandros que Dilma conhece em detalhes.

A experiência na Casa Civil dá a exata dimensão entre o que um presidente quer e o que ele pode; a medida sobre até onde vai o seu poder, que não é imperial, e o que depende de se contar com maioria disciplinada no Congresso - uma das regras do presidencialismo de coalizão. Enquanto isso, uma das comentaristas que transformaram o comentário político no Brasil numa espécie de colunismo social dos Três Poderes avalia que um dos problemas da presidenta eleita é o de que ela tem uma base congressual maior que a do presidente Lula (!)

Aprende-se na Casa Civil que a capacidade e a velocidade de implementação de políticas públicas dependem da natureza de nosso federalismo e do padrão de nossa burocracia. Dilma conhece cada milímetro da Esplanada e esquadrinhou, com o PAC, cada milímetro do País. Na Casa Civil, se é treinado o tempo todo para saber que nenhuma decisão é correta se for tomada da forma errada e em hora certa incerta.

Um presidente deve saber exatamente em que ponto da estrada deve pisar no freio e quando pode afundar o pé no acelerador. No final de 2003, foram apresentados a Lula resultados de uma pesquisa de opinião que atestava: as pessoas entendiam o momento de arrumar a casa e estavam pacientes com relação às mudanças prometidas. A conclusão oferecida pelos analistas da pesquisa era: o povo não está com pressa. O presidente, que pisou no freio por todo o ano de 2003, retrucou, simples e direto : “o povo não tá com pressa, mas eu tô”. Dilma qualificou-se dentro da Casa Civil para ser uma especialista em presidência ao tornar-se também uma especialista em “timing”.

Dilma, "pela primeira vez na história do País", permitirá que o Brasil tenha uma sequência democrática de governos que cumprem o ciclo de construtores de regimes e gerenciadores de regime, uma noção comum na literatura sobre presidências.

Há presidentes que são construtores de regimes e outros que são seus gestores. Uns constróem uma maneira particular de fazer política e uma orientação diversa da ação do Estado, representando uma coalizão majoritária que desaloja uma antiga coalizão, em decadência. Por sua vez, os gestores de regimes têm como tarefa manter sua coalizão unida, avançar na realização das políticas públicas que cimentam a coesão de suas bases e oferecer respostas a seus eleitores, na forma de ações governamentais. São os gestores de regime que desvelam o legado do presidente anterior e desdobram suas realizações.

No Brasil, se pode dizer que esse ciclo foi cumprido apenas em três épocas: no início da República, entre Campos Sales (verdadeiro construtor do regime da República Velha) e Rodrigues Alves; na Era Vargas, quando Getúlio foi, primeiro (1930-1945) construtor de um novo regime e, depois, ele próprio, continuador de sua construção pregressa, começando em 1950, tragicamente interrompida em 1954. Finalmente, no período dos governos da ditadura militar (1964-1984). Na República Velha, o Brasil tinha um regime pouco representativo (oligárquico e não democrático). A construção do regime varguista ocorreu sobretudo a partir de uma ditadura, a do Estado Novo. O mesmo vale para os 20 anos da ditadura de 64.

Dilma é a primeira experiência democrática brasileira de gestão de um novo regime político e de suas políticas públicas. Todas as demais fracassaram sem deixar sucessores: Juscelino, Jango, Sarney, FHC.

Gerenciar um regime, em parte, é continuar o que tem sido feito, mas apenas em parte. Em grande medida, um presidente de continuidade é um desbravador e um desdobrador. Não é alguém que fará a pintura de uma casa já construída. É quem pega o leme no meio da viagem e precisa conduzir a embarcação adiante, até completar-se o ciclo.

O regime estruturado pelo presidente Lula suplantou a montagem minimalista do tucanato. FHC apostou todos os esforços na estabilidade macroeconômica e supôs que, daí, os resultados para o crescimento econômico e para a melhoria das condições sociais viriam naturalmente. Não vieram, e isso explica seu declínio.

A coalizão encabeçada por Lula e seu novo regime basearam-se na combinação de estabilidade econômica com esforços decididos e simultâneos de aceleração do crescimento e redução drástica das desigualdades. Duas coisas que, na mentalidade do regime anterior, estavam fora da governabilidade do Executivo federal e deveriam ser subproduto da estabilidade.

A campanha possibilitou a todos, em especial à presidenta eleita, a percepção clara da importância da mobilização e do contato popular. Principalmente a campanha de segundo turno. Ficou claro que, deixada à sua própria sorte, Dilma e Lula seriam derrotados pelas forças do atraso.
Os relatos de quem a acompanhou na campanha são repletos de histórias sobre como o semblante e a disposição da candidata eram energizados pelo contato popular. Algo que vai na mesma linha do que o presidente Lula não se cansa de repetir: as viagens pelo país garantem o contato com o povo, e isso revigora um presidente.

A estrutura de qualquer presidência da República é tradicionalmente montada para afastar a “autoridade” daqueles que o elegeram. A presidência diariamente se esforça para assoberbar o presidente com papéis, para manter suas portas fechadas, para isolá-lo do barulho das ruas.

Diante disso, se o presidente se acomoda, se ele não se insurgir contra uma rotina ritualizada, se ele não fugir do Palácio, ele se tornará um presidente cada vez menos popular. É preciso romper os limites do palácio de cristal (outra imagem muito conhecida criada por Matus), a redoma que tem a boa intenção de proteger o presidente de tudo, mas que acaba por afastá-lo, inclusive, daquilo que há de melhor.

As viagens pelas quais o presidente foi tantas vezes criticado, mesmo quando percorria seu próprio país e visitava as localidades mais pobres, permitiram que ele visse claramente as mudanças em curso e os problemas que engavetavam suas decisões. Mas, principalmente, as viagens recarregavam suas baterias com uma energia que não é gerada em despachos, em reuniões ministeriais e em negociações com o Congresso - ao contrário, essas a exaurem.

Pelo pouco que se viu das primeira horas após o resultado das eleições, pode-se antever também outra novidade: ao contrário de presidentes anteriores, Dilma não contará com aquela fase de “lua de mel”, os primeiros 100 dias em que oposição e imprensa dão um desconto para o presidente que entra, antes de abrir fogo com todas as suas baterias. Mesmo informado do discurso de paz e da mão estendida, a oposição fez declaração de guerra. O candidato derrotado - aquele que sacralizou a baixaria - deu ao conservadorismo mais abominável o qualificativo de “delimitação de campo”. E avisou: “isso não é o fim. Isso é apenas o começo”. A frase queimada no calor da derrota exala uma fumaça com forte cheiro de terceiro turno.

Neste sentido, mesmo com toda a agressividade, a oposição se coloca em desvantagem. Ao contrário de Dilma, que aprendeu muito em pouco tempo, a oposição demonstra que nada aprendeu em 8 anos de sucessivas derrotas. Consegue considerar-se campeã moral de uma guerra na qual se desmoralizou. Seu diagnóstico é o de que quem errou foi o povo. “Não foi dessa vez”, que se traduz em “o povo um dia aprende”. Suas lideranças se fecharam em copas e se arvoram bastiões dos velhos tempos; tempos que não voltam mais, principalmente porque cada vez menos gente sente saudades deles.

Ao longo da campanha, uma das formas mais utilizadas de se manifestar apoio a Dilma foi estampar sua foto de militante clandestina presa pela ditadura. As pessoas mostravam sua adesão a um rosto que simbolizava uma identidade coletiva. Enquanto essa coletividade estiver unida em torno de Dilma, a oposição estará condenada a repetir: “não foi dessa vez”.No que depender de seu preparo, a presidenta eleita teve, ao longo da vida, as melhores dentre todas as escolas.

(*) Cientista político, pesquisador do IPEA, foi assessor da Presidência da República de 2003 a 2010.

Dilma no mundo

 Olhem só a cobertura da imprensa mundial sobre a vitória de Dilma.
 
Jornais  argentinos "Clarín" e "La Nación": "Dilma se converte na presidenta" e "Rousseff se impõe",

Espanhol "El País": "Primeira mulher alcança a Presidência", 

Francês "Le Monde": "Rousseff é dada como vencedora".

E o jornal  americano "Wall Street Journal": "Dilma Rousseff vence eleição no Brasil".
Na cobertura on-line, o jornal ja vinha dando destaque para  vitória da Dilma  desde a madrugada. Foi até manchete no "WSJ": "Rousseff lidera voto"

Na home do "NYT", "Prestes a liderar Brasil".

E assim também, antes e depois, pelos canais CNN e BBC e pelas agências, da AP à Bloomberg.

Coroação 

A "Economist", que embarcou na vitória de Dilma no primeiro turno e depois deu editorial contra ela, noticiou sob o título "Nenhuma surpresa desta vez". À tarde, já havia postado a provável vitória, sob o título "Dia da coroação".
O papa perdeu "Guardian" e outros produziram longas reportagens sobre a "revolução evangélica" que mudou a campanha no Brasil. 

Depois, os blogs de José Roberto de Toledo e Blue Bus sublinharam que até o papa "cabo eleitoral" perdeu.

O "Financial Times" nem esperou acabar  a eleição para arriscar que  Palocci "parece certo" para Casa Civil ou Fazenda, assim como Luciano Coutinho.

"New York Times" deu manchete:  "Sucessora escolhida pelo líder do Brasil é eleita". 

No "China Daily": "Brasil elege primeira mulher presidente".

Enquanto isso, aqui no Brasil....

"Dilma não bate recorde de votos de Lula", diz manchete da Folha de São Paulo.

Mas antes....

Às 20h07, na Globo, William Bonner anunciou em plantão: "Pela primeira vez na história , o Poder Executivo será comandado por uma mulher".

No início da noite, Bonner perguntou sobre Minas a Alexandre Garcia, que criticou: Aécio prometeu eleger Serra, mas não está". Após pausa, Bonner contrapôs: "Dilma é mineira, não se pode botar tudo nas costas do senador Aécio".

Àquela altura, Xico Graziano, um dos coordenadores de Serra, já havia tuitado, com eco por todo lado,:"Perdemos feio em Minas. Por que será?". E, em seu discurso, Serra evitou citar Aécio Neves.
 

Vitória de Dilma gera onda de preconceito e xenofofia. Isso é crime

A vitória da Dilma Roussef na eleição presidencial gerou uma onda de ódio na Internet. Comentários com contéudos preconceituos e xenófobos contra nordestinos invadiram ontem o twitter, gerando reação de grande número de pessoas. O fato é que comentários como os que foram feitos é crime, previsto no Código Penal. A Justiça poderia agir, pois os autores têm cara e endereço eletrônico.
Uma reação merece ser reproduzida aqui. É da moradora de Fortaleza (CE) Cynara Peixoto, publicada no site Mundo Tecno. Ele reproduziu a postagem de alguns preconceituosos, mas vou evitar de fazê-lo. Quem quiser conferir: acesse o seguinte link:
http://www.mundotecno.info/destaque/o-dia-em-que-o-preconceito-tomou-conta-do-twitter?utm_source=feedburner

Este é o artigo, muito bom, da Cynara:
  
O dia em que o preconceito tomou conta do Twitter

"Sim, a mulher pode."

A frase acima foi dita ontem à noite - 31 de outubro -  pela primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff, durante entrevista em Brasília. É simbólica porque nossa República só teve homens presidentes. Ao conseguir 56,05% do votos válidos na eleição contra José Serra, a economista mineira/gaúcha quebrou um novo paradigma. O primeiro tinha sido quebrado com a eleição de Lula em 2002. Pela primeira vez, um operário sem curso superior chegava ao quadro mais alto do País. Foi bonita a festa em Brasília e aqui em Porto Alegre. 
Posto as fotos abaixo para mostrar o quando este momento é importante para mim e para milhões de brasileiros.

Comemoração merecida de Lula e Dilma no Palácio do Planalto. Ela continuará a obra dele. Fotos de Ricardo Stuckert/divulgação


Em Porto Alegre, a festa foi na Avenida João Pessoa, junto ao Diretório Municipal do PT. Milhares de pessoas comemoraram a vitória de Dilma, entre os quais este blogueiro, e o ex-governador Olívio Dutra, que não parou de autografar em bandeiras petistas. Como se vê, encontrei muitos amigos e amigas por lá.
Muita alegria!

domingo, 31 de outubro de 2010

Imagem tocante que prescinde de legenda

O momento do voto

Momento histórico: em Porto Alegre, Dilma Roussef vota em uma eleição que poderá torná-la a primeira mulher presidente do Brasil. 
No mesmo local, recebeu o voto do governador eleito do RS, Tarso Genro. 
Que parceria!

Dilma já votou em Porto Alegre


Dilma Rousseff concede entrevista coletiva em Porto Alegre, onde já votou. Diz que, se eleita, governará para toda a população. Depois, a candidata petista votou na Escola Estadual Santos Dumont, na zona sul de Porto Alegre, ao lado do governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Na foto, atrás de Dilma, estão dois ex-governadores do Rio Grande do Sul: Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT). Ela trabalhou com ambos.

Foto: Tarlis Schneider/Terra

Tempo bom para votar em Dilma

Em Porto Alegre, o sol brilha forte, o céu é de brigadeiro e temos disposição para eleger Dilma a primeira mulher presidente do Brasil.
À luta, companheiros!

É a nossa presidente!

Eles já admitem a vitória de Dilma

Um dos jornalões mais reacionários admite em sua capa do dia da eleição, 31 de outubro de 2010. Não dá para enconder o que o povo decide...

Meu bairro faz história na véspera da eleição

 Olha a caminhada da vitória no meu bairro, Cidade Baixa. Aconteceu na tarde de Porto Alegre neste sábado. Centenas de militantes e simpatizantes de Dilma, além de lideranças políticas, como o governador eleito Tarso Genro, participaram do ato que movimentou as ruas do bairro. Mostramos força...