sábado, 1 de setembro de 2012

Colorados furibundos

Texto bem escrito por Fabrício Carpinejar e Mário Corso, que espelha a situação atual do Internacional no momento.

Não é tão difícil entender a contratação do Fernandão como técnico. Ele entra no vácuo da melancolia: Dorival. O Roth, pelo menos, inspirava uma ojeriza difusa, uma vontade de xingá-lo. Dorival transparecia a modorra feito gente. A grama onde pisava murchava, dando um trabalho extra aos jardineiros.
Fernandão significou a aposta para exorcizar a depressão, a falta de ânimo, um nome para retomar a virilidade que Dorival esqueceu nem sabe aonde, mas que nunca chegou à Porto Alegre. Além disso era a única chance da direção fazer um erro duplo, isso não passa todo dia na frente: improvisar um técnico e queimar um gerente de futebol. Dois coelhos com uma só caixa-d’água, como diria o saudoso Vicente Mateus.
A direção caiu no senso comum do brasileiro, acha que técnico qualquer um pode ser. O engano vai ser visto ao longo do segundo semestre e já começou. Claro que o problema era anímico, que faltava comando fora e dentro de campo. Mas precisávamos prioritariamente dum estrategista não de um motivador de vendas. O Internacional gasta fortunas trazendo os melhores soldados e economiza para pagar o general. Seguramente é o melhor plantel do país, mas que ninguém consegue fazer disso um time. Pior, trazemos alguém de dentro, comprometido emocionalmente – no melhor sentido, são amigos – com atletas que talvez tenham que ir cuidar dos netos. São legendas queridas, que ajudaram muito, mas que é hora de uma mão firme de fora dizer que basta.
A gestão Luigi será conhecida futuramente como o tempo do Banco Imobiliário. Vence quem mais compra e vende. Aliás, é uma direção marcada pelos negócios. A infindável novela da reforma do estádio, agora a briga contra a interdição do estádio, as grandes aquisições internacionais como Diego Fórlan. Se o campeonato brasileiro não fosse de pontos corridos e sim de saldo entre compra e venda estaríamos em primeiro. Janela de contratações existe para os outros clubes, aqui é porta. Jajá é contratado e logo é vendido. Oscar teve larga defesa em tribunal para ser negociado secretamente com Chelsea.
Inter foi escola de futebol até 2010. Hoje é MBA de gestão empresarial. Ocupa mais o caderno de economia do que do esporte.
O torcedor vê o Inter na vitrine mas nunca em campo. É como presente de aniversário onde a caixa gigantesca guarda uma lembrança simbólica.
Fernandão é um capitão improvisado de treinador, um atacante defendendo pênalti. Seu treino é secreto porque não existe treino. Há uma carência de liga emocional entre os jogadores, de entrosamento mínimo, de saída coletiva, de jogada ensaiada.  Seus comandados jogam cada um por si, sem antevisão do posicionamento do colega. O colorado é uma cabra-cega pastando no Beira Rio.
E a situação deve se agravar. Se Fernandão não firmava o time com ralas opções, não acertará de modo nenhum com o excesso de ofertas. No Gre-Nal, por pouco não colocou vinte e dois jogadores na partida. Tentou reverter o resultado desfavorável sacando do banco Dagoberto, Dátolo, Rafael Moura…
Quando voltar D`Alessandro do departamento médico, o que ele fará? 
Ele não resolverá complexidades pois se complica todo em questões simples. A zaga, por exemplo. Precisava valorizar o sangue novo, como Rodrigo Moledo e Juan, mas insiste em compor a dupla com Bolívar e Índio.  
Como provavelmente o Internacional não vai mudar de técnico, nossa previsão para o torcedor no segundo semestre:
- Você se aproximará da esposa como nunca antes e assistirá comédias românticas no final de semana.
- Não perderá nenhum tema de seus filhos.
- Reencontrará amigos do colégio.
- Conversará mais com a sogra.
- Cogitará se tornar síndico.
Porque da poltrona da TV ou do estádio, o fanático desejará distância. Bom, para não alardear que somos pessimistas, acho que uma vaga para a Copa Sul-Americana sai.

Setembro chegou

É setembro, mês em que tudo acontece e nada se esquece.
Ele recebe a primavera, mas muita chuva também.
Tem datas para comemorar, justas ou não.
Ah, feriados curtos para uns e espichados para outros.
Aproveitem!

Agressão a profissionais não

 

Hoje, eu soube que os profissionais agredidos por alguns torcedores do Inter, ontem, no Beira -Rio, foram o Tomás Hammes (Globoesporte.com) e o André Baibich (Zero Hora). Minha total solidariedade com os colegas repórteres. A torcida precisa separar, na hora da fúria, as pessoas física e juridica. Se não gosta da cobertura da mídia, não resolverá nada agredindo profissionais. Eles estão ali para trabalhar e merecem respeito. Não é o caso dos torcedores que usaram de violência para protestar.
Foto: André Baibich
 

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Outro ouro para André na paralimpíada


A mídia não dá grande cobertura, mas as redes sociais podem suprir a lacuna. 
André Brasil conquistou hoje a segunda medalha de ouro brasileira na paralimpíada de Londres! 
Na piscina. Valeu, meu caro.

O Inter não merece violência

Estou chateado com os episódios dos torcedores colorados, que invadiram dependências do Beira-Rio e protestaram de uma forma não pacífica. Agrediram jornalistas - a quem me solidarizo - e portavam objetos que podem ser considerados armas quando foram presos. Não pactuo com a opinião de um dirigente que viu como normal a manifestação. Tampouco concordo quando dizem que isso é coisa de meia dúzia e que só o outro lado faz isso. Tanto que estão convocando nas redes sociais um novo protesto para amanhã. Será "pacífico" novamente? Não estou gostando da forma como o time vem atuando, mas condeno com veemência tais atitudes. O Inter é grande para ser notícia nacional por motivos que não sejam o seu futebol.

Ela não é azul

A lua cheia está ali, linda, grande e bela.
Mas não me parece azul, como disseram.
Meus olhos não querem enxergar a coloração?

Gaúcho e mineiro

Bah, pensei.
Despensei, uai.

Vibrando

Vibro quando sinto teu passo.
No compasso, te aninho a mim.
Ando, se permites, a passito
para te encontrar devagarito.

Lua azul não...

Cortarei os pulsos, mergulharei no Arroio Dilúvio... 
Pensei que todas me trairiam, menos tu. 
Dizem que hoje à noite aparecerás com a coloração azul. 
Só faltava esta, lua de meus versos!

Acordando na madrugada

Bom dia, amig@s.
É confortante acordar numa madrugada em que os pássaros não cessam de cantar e em que a bela lua te dá boas vindas no abrir da janela. Não dá para contar as estrelas tal número das que brilham.
Tenham uma quinta-feira iluminada!

Sem emoção

Mais um dia em que a razão vai abafar a emoção. Pelo menos não escrevo coisas impublicáveis. Deveria ter lido um livro, ido ao cinema, namorado ou olhado as poucas estrelas que no céu brilham. Amanhã tenho aula cedo e preciso dormir. Quiçá sem pesadelo, que veio antes. Abreijos!

Futebol: jogo das televisões

O futebol no Brasil virou um jogo. Mas não dos clubes, dos jogadores, dos torcedores. Trata-se de um jogo de interesse de emissoras que mostram o esporte preferido dos brasileiros via canais de televisão. A Globo perdeu o direito de televisionamento da Libertadores e da Sul-Americana e mandou inchar a Copa do Brasil, que será jogada quase que simultaneamente com o Brasileirão em 2013. Não chorem, clubes. Vocês recebem das televisões, que mandam e desmandam. Calendário apertado? Lesões? Esqueçam!

Olha o mormaço

Do Mário Quintana:

Desde pequeno, tive tendência para personificar as coisas. Tia Tula, que achava que mormaço fazia mal, sempre gritava: "Vem para dentro menino, olha o mormaço!" Mas eu ouvia o mormaço com M maiúsculo. Mormaço, para mim, era um velho que pegava crianças!

(Coisas & Pessoas, Caderno H)

O Fantasma da Ópera


Escuto neste momento o CD The Phantom of the Opera, que comprei em Chicago (EUA) em 2001. Nunca é demais ouvi-lo, especialmente nas vozes de Sarah Brightman, Michael Crawford e Steve Barton. Vi o filme duas vezes e sonho conferir a peça em algum palco deste mundão.

O não mensalão

O texto abaixo, em relação à ação penal 470 - apelidada por Jefferson de mensalão - não foi escrito por mim. Mas por alguém insuspeito (eu também sou, mas muitos podem não considerar). O autor é Janio de Freitas, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, e um dos mais importantes jornalistas brasileiros. Leiam, especialmente os querem condenar, condenar, condenar...

"Dois erros comprome

tedores da acusação, cometidos e repetidos pelo procurador-geral Roberto Gurgel e pelo ministro-relator Joaquim Barbosa, no julgamento do mensalão poderiam ser muito úteis aos ansiosos por condenações gerais, prontos a ver possíveis absolvições como tramoia.
A acusação indicou que a SMPB, agência publicitária de Marcos Valério, só realizou cerca 1% do contrato de prestação de serviços com a Câmara dos Deputados, justificando os restantes 99%, para efeito de recebimento, com alegadas subcontratações de empresas.
A investigação que concluiu pela existência desse desvio criminoso foi da Polícia Federal, no seu inquérito sobre o mensalão. Iniciado o julgamento, várias vezes ouvimos e lemos sobre o desvio só possível com o conluio entre a agência e, na Câmara, interessados em retribuição por sua conivência.
O percentual impressionou muito. Mas o desvio não foi de 99%.
O ministro Ricardo Lewandowski, revisor da acusação feita pelo relator e, por tabela, da acusação apresentada pelo procurador-geral, deu-se ao trabalho de verificar os pagamentos feitos pela SMPB, para as tais subcontratações referidas pela acusação.
Concluiu que os pagamentos por serviços de terceiros, alegados pela agência, estavam bastante aquém do apresentado na acusação: cerca de 87% do contratado com a Câmara.
Como admitir que um inquérito policial apresente dado inverídico, embora de fácil precisão, com gravíssimo comprometimento das pessoas investigadas?
E como explicar que o Ministério Público, nas pessoas do procurador-geral e dos seus auxiliares, acuse e peça condenações sem antes submeter ao seu exame as afirmações policiais? E o que dizer da inclusão do dado inverídico, supõe-se que também por falta de exame, na acusação produzida pelo relator? Isso já no âmbito das atribuições do Supremo Tribunal Federal.
O erro de percentual está associado a outro, de gravidade maior. Assim como não houve os 99%, não houve a fraude descrita na acusação, ao que constatou o ministro revisor.
Os pagamentos às supostas empresas subcontratadas foi, de fato, pagamento de publicidade institucional da Câmara de Deputados nos principais meios de comunicação, com o registro dos respectivos valores. O percentual gasto foi adequado à média de 85% citada por publicitários ouvidos para o processo.
Faltasse a verificação feita pelo revisor Lewandowski, o dado falso induziria a condenações -se do deputado João Paulo Cunha, de Marcos Valério ou de quem quer que fosse já é outro assunto.
Importa é que, a ocorrer, seriam condenações injustas feitas pelo Supremo Tribunal Federal. Por desvio de veracidade.
Uma das principais qualidades da democracia é o julgamento que tanto pode absolver como condenar, segundo os fatos conhecidos e a razão. É o que o nosso pedaço de democracia deve exigir do julgamento do mensalão."

Já tinha falado do treinador

Sobre o jogo de ontem, concordo com o que escreveu Verissimo no caderno de Esportes de Esportes de Zero Hora.
Não tiro uma letra.
De minha parte, já tinha escrito algo na troca de treinador. Procurem nos arquivos..

Currículo de candidato

Ah, um encontro ou palestra de um ou dois dias trasnsformam-se em cursos importantes para certos candidatos. 
Na falta de currículo, tudo vale.

Os candidatos

Surgem doutores - mesmo que não sejam -, professores e jornalistas entre os candidatos. Não vejo pedreiros, sapateiros, faxineiras, etc. Um título compra voto?

Bem-vinda, chuva

Chuva abençoada cai lá fora. Comecou miúda na madrugada e agora está mais forte. É um agradável barulho que embala a vontade de ficar na cama. E sair para que?
Bom dia de pingos para vocês!

Tempo

Gostaria de ter tempo
para todos e todas.
Não seria um tempinho,
mas um tempão. Bem ão.
A prosa não seria curta,
mas longa como rua sem fim.
Que eu pudesse dizer, firme,
que te conheço enfim!