O bom de tudo é o reencontro. É impagável
podermos abraçar forte quem não víamos há muito tempo. Melhor ainda é
conversar e até bailar. Aconteceu de tudo ontem e nesta madrugada na
festa dos 70 anos do Sindicato dos Jornalistas do RS. Um sucesso!
Falamos tanto que até os ausentes foram lembrados. Para o bem, frise-se. Publico fotos clicadas pela colegas Carla Seabra.
Com Marques Leonam, José Nunes, Enir Grigol. Carla Seabra e Márcia Martins
Com Santa Irene Lopes e Márcia Martins
Jornalistas homenageados e ex-presidentes ensaiam pose para fotógrafos
Blog destinado ao Jornalismo, com informações e opiniões nas seguintes áreas: política, sindical, econômica, cultural, esportiva, história, literatura, geral e entretenimento. E o que vier na cabeça... Leia e opine, se quiseres!
domingo, 30 de setembro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
Vamos, Inter
Daqui a pouco, o colorado vai mostrar se tem bala na agulha contra o Cruzeiro.
Eu acredito. Vamos, Inter!!
Choro pelas crianças
Não esqueçamos: hoje, morreram de fome milhares de crianças em todos os cantos do mundo.
Também merecem o nosso choro.
O efeito das pesquisas
O enredo não muda. A cada eleição, as
pesquisas encomendadas pelos veículos inflam uma candidatura, induzindo a
possibilidade de decisão no primeiro turno. Tem gente que vai na onda.
Depois, na véspera do pleito, fazem um ajuste. O argumento é que a
militância de outra - ou outras candidaturas - acordou. E dá segundo
turno.
Ah, os ventos
Ventos uivantes
passam dilacerantes.
Levas tristezas,
trazes esperança
de dias andantes.
passam dilacerantes.
Levas tristezas,
trazes esperança
de dias andantes.
Na madrugada
É madrugada de uma noite agradável. Acordei e
os olhos não querem fechar mais. Aí me deu uma saudade desde doce vício
que abandonei por alguns dias por conta de estudos intensivos. Ainda
tenho uma prova hoje à tarde e preciso revisar conteúdos.
Assim, esta visita aqui tem o objetivo de mandar um abraço forte em tod@s, desejando-lhes uma ótima sexta-feira. Até mais!
Assim, esta visita aqui tem o objetivo de mandar um abraço forte em tod@s, desejando-lhes uma ótima sexta-feira. Até mais!
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Oportunismo político
Os partidos políticos teimam em apresentar aos
eleitores candidatos a vereador identificados com apenas uma causa e
não como um todo. Ontem, no Beira-Rio, me vi rodeado de cabos eleitorais
de ex-jogadores como Fabiano, Jair (apresentado como príncipe Jajá) e
Canhotinho (não é do meu tempo). Até o popular personagem Fanático (vai
aos jogos com pintura extravagante) é candidato.Tinha um com um banner em que o ex-presidente colorado Fernando Carvalho o indicava. Não cola comigo. Sou
partidário e voto em candidatos identificados com toda a cidade, que
tenham conteúdo e projeto. Os citados até podem fazer um bom papel se
eleitos, mas não é esta a regra.
domingo, 23 de setembro de 2012
Vencendo o Bahia e o vento gelado

Necessário debate sobre o Jornalismo
O jornalismo e a reportagem estão mortos? Esta foi a pergunta que
marcou o debate “Tempo de reportagem e o papel do jornalismo”, ocorrido
na última quinta-feira (20), no Barão de Itararé, em São Paulo. Audálio
Dantas, jornalista e escritor; Ricardo Kotscho, jornalista da TV Record e
autor do blog Balaio do Kotscho; e Natalia Vianna, da Agência Pública.
Por: Felipe Bianchi, no sítio do Barão de Itararé
Eles discutiram a influência da Internet, a crise da mídia tradicional e o esvaziamento político da profissão no Brasil.Na opinião de Audálio Dantas, os veículos independentes exercem um papel fundamental no jornalismo atual. “ A mídia alternativa tem uma função parecida com a que veículos como Opinião, Movimento, entre outros, tinham durante a ditadura, ainda que estejamos em um período de democracia”, diz. No entanto, Dantas ressalta que a realidade democrática ainda não é a ideal: “Às vezes esquecemos que rádios comunitárias são discriminadas descaradamente, por exemplo. A sociedade tem que dispor de instrumentos para que trate de defender seus interesses, que é o direito à comunicação”.
Audálio Dantas, hoje aos 80 anos e membro do Conselho Consultivo do Barão de Itararé, presidiu o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo durante a ditadura militar e também foi deputado federal. “Havia uma luta cerrada, pela qual dediquei meio mandato parlamentar meu, contra a concessão de canais de televisão e rádio a parlamentares ou seus laranjas. São concessões públicas, de propriedade do Estado, usadas indevidamente não só por políticos e seus interesses paroquiais, mas também usadas indevidamente por grandes grupos de comunicação”.
Ricardo Kotscho, que também exerceu a profissão de jornalista sob a vigilância dos censores da ditadura militar, afirma: “Se a reportagem está morrendo eu não sei, mas nós continuamos vivos, porque nos fazemos esta pergunta a mais de 30 anos”. O jornalista destaca a importância da questão do controle da informação pelos donos de grandes veículos no Brasil, afirmando que “o tema é fundamental para a democracia no país. No entanto, Kotscho dispara contra a apatia que aflige as redações nos dias de hoje.
“Apesar de vivermos em um período democrático, eu acho que o controle da informação é maior hoje do que no tempo da censura. Quando eu trabalhava em uma grande redação, durante a ditadura, nós, jovens repórteres, tínhamos plena autonomia para elaborarmos pautas, escrever e editar. Hoje, não há liberdade de pauta, nem liberdade para escrever ou editar. Essa é a grande contradição que eu vejo no jornalismo atualmente”, diz.
Além de elogiar a carreira de Audálio Dantas e seu livro Tempo de reportagem – lançado oficialmente durante o debate –, Kotscho destacou que já não vemos muito mais reportagens como as feitas por Dantas. Ele lembra que a classe jornalística tem sua parcela de culpa: “Quando os censores saíram das redações, parece que os jornalistas deixaram de lutar e de enfrentar a situação. Tem que haver luta nas redações, que não pode se esvaziar”.
O jornalismo após a Internet
Parte de uma nova geração de jornalistas, Natalia Viana garante que a crise é da indústria da comunicação e não do jornalismo. “Nunca estive em uma grande redação, mas ao longo de 12 anos consegui fazer reportagens que tiveram repercussão e foram consideradas boas por muita gente. Por que isso? Porque o mercado está em uma crise profunda, em grande parte alavancada pela Internet”, diz.
De acordo com ela, vivemos um momento de renovação do jornalismo: “A indústria está em crise eu não tenho a menor dó dela. Isto possibilidade outras formas de se fazer jornalismo crítico. A morte da mídia tradicional e dos jornais impressos não significam a morte do jornalismo, pelo contrário”. Em sua avaliação, devemos buscar novas formas de fazer, organizar, experimentar, financiar e difundir a reportagem. “É isso que fazemos na Agência Pública e que vem pipocando no Brasil e no mundo”, diz.
O problema, para ela, é que os grandes veículos não querem abrir mão de seu poder, mas o caso Pinheirinho, diz, é um exemplo de como o cenário mudou. “A mídia alternativa vem sendo referência do que é informação, como no caso do Pinheirinho. O caso marcou um momento importante para o jornalismo. Já houveram muitas desocupações violentas como a do Pinheirinho, mas isso nunca havia chegado no Jornal Nacional e nas capas do Estadão e da Folha. A cobertura consistente dos veículos independentes e de cidadãos que estavam no local forçou que o assunto não fosse ignorado”.
Democratização da comunicação
Audálio Dantas aproveitou a ocasião para falar sobre a importância da criação de um novo marco regulatório para as comunicações. Ele apontou a grande concentração dos meios de comunicação como um dos maiores problemas para a democracia brasileira. “Sempre houve uma oposição muito grande dos donos dos meios de comunicação em relação a este tema, que é um dos principais problemas que cerceia a liberdade de expressão no país. Essa concentração provoca a defesa de interesses de grupos e não do interesse público”, diz.
O jornalista também critica a apropriação da bandeira da liberdade expressão pelos grandes conglomerados do setor: “A liberdade de imprensa é um escudo que os empresários usam toda vez que se ameaça o enorme poder dos grandes veículos. Na verdade, deviam chamar liberdade de empresa”.
Kotscho endossou a necessidade de democratizar a comunicação, ressaltando a partidarização da grande mídia brasileira. “A liberdade de imprensa é um negócio para meia dúzia de famílias que controlam veículos de comunicação e, pior que isso, estes meios transformaram-se em verdadeiros partidos”.
Audálio lança livro
Audálio Dantas, cujas reportagens já receberam diversos prêmios ao longo de sua carreira, aproveitou a ocasião para lançar oficialmente seu livro Tempo de reportagem (Editora LeYa). A obra compila diversas reportagens escritas pelo jornalista, incluindo matérias que ainda não haviam sido publicadas em livros anteriores. Além da íntegra das reportagens, Dantas conta a história de cada uma das matérias – como foi feita, quais eram as expectativas sobre os acontecimentos e os resultados da publicação.
Por: Felipe Bianchi, no sítio do Barão de Itararé
Eles discutiram a influência da Internet, a crise da mídia tradicional e o esvaziamento político da profissão no Brasil.Na opinião de Audálio Dantas, os veículos independentes exercem um papel fundamental no jornalismo atual. “ A mídia alternativa tem uma função parecida com a que veículos como Opinião, Movimento, entre outros, tinham durante a ditadura, ainda que estejamos em um período de democracia”, diz. No entanto, Dantas ressalta que a realidade democrática ainda não é a ideal: “Às vezes esquecemos que rádios comunitárias são discriminadas descaradamente, por exemplo. A sociedade tem que dispor de instrumentos para que trate de defender seus interesses, que é o direito à comunicação”.
Audálio Dantas, hoje aos 80 anos e membro do Conselho Consultivo do Barão de Itararé, presidiu o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo durante a ditadura militar e também foi deputado federal. “Havia uma luta cerrada, pela qual dediquei meio mandato parlamentar meu, contra a concessão de canais de televisão e rádio a parlamentares ou seus laranjas. São concessões públicas, de propriedade do Estado, usadas indevidamente não só por políticos e seus interesses paroquiais, mas também usadas indevidamente por grandes grupos de comunicação”.
Ricardo Kotscho, que também exerceu a profissão de jornalista sob a vigilância dos censores da ditadura militar, afirma: “Se a reportagem está morrendo eu não sei, mas nós continuamos vivos, porque nos fazemos esta pergunta a mais de 30 anos”. O jornalista destaca a importância da questão do controle da informação pelos donos de grandes veículos no Brasil, afirmando que “o tema é fundamental para a democracia no país. No entanto, Kotscho dispara contra a apatia que aflige as redações nos dias de hoje.
“Apesar de vivermos em um período democrático, eu acho que o controle da informação é maior hoje do que no tempo da censura. Quando eu trabalhava em uma grande redação, durante a ditadura, nós, jovens repórteres, tínhamos plena autonomia para elaborarmos pautas, escrever e editar. Hoje, não há liberdade de pauta, nem liberdade para escrever ou editar. Essa é a grande contradição que eu vejo no jornalismo atualmente”, diz.
Além de elogiar a carreira de Audálio Dantas e seu livro Tempo de reportagem – lançado oficialmente durante o debate –, Kotscho destacou que já não vemos muito mais reportagens como as feitas por Dantas. Ele lembra que a classe jornalística tem sua parcela de culpa: “Quando os censores saíram das redações, parece que os jornalistas deixaram de lutar e de enfrentar a situação. Tem que haver luta nas redações, que não pode se esvaziar”.
O jornalismo após a Internet
Parte de uma nova geração de jornalistas, Natalia Viana garante que a crise é da indústria da comunicação e não do jornalismo. “Nunca estive em uma grande redação, mas ao longo de 12 anos consegui fazer reportagens que tiveram repercussão e foram consideradas boas por muita gente. Por que isso? Porque o mercado está em uma crise profunda, em grande parte alavancada pela Internet”, diz.
De acordo com ela, vivemos um momento de renovação do jornalismo: “A indústria está em crise eu não tenho a menor dó dela. Isto possibilidade outras formas de se fazer jornalismo crítico. A morte da mídia tradicional e dos jornais impressos não significam a morte do jornalismo, pelo contrário”. Em sua avaliação, devemos buscar novas formas de fazer, organizar, experimentar, financiar e difundir a reportagem. “É isso que fazemos na Agência Pública e que vem pipocando no Brasil e no mundo”, diz.
O problema, para ela, é que os grandes veículos não querem abrir mão de seu poder, mas o caso Pinheirinho, diz, é um exemplo de como o cenário mudou. “A mídia alternativa vem sendo referência do que é informação, como no caso do Pinheirinho. O caso marcou um momento importante para o jornalismo. Já houveram muitas desocupações violentas como a do Pinheirinho, mas isso nunca havia chegado no Jornal Nacional e nas capas do Estadão e da Folha. A cobertura consistente dos veículos independentes e de cidadãos que estavam no local forçou que o assunto não fosse ignorado”.
Democratização da comunicação
Audálio Dantas aproveitou a ocasião para falar sobre a importância da criação de um novo marco regulatório para as comunicações. Ele apontou a grande concentração dos meios de comunicação como um dos maiores problemas para a democracia brasileira. “Sempre houve uma oposição muito grande dos donos dos meios de comunicação em relação a este tema, que é um dos principais problemas que cerceia a liberdade de expressão no país. Essa concentração provoca a defesa de interesses de grupos e não do interesse público”, diz.
O jornalista também critica a apropriação da bandeira da liberdade expressão pelos grandes conglomerados do setor: “A liberdade de imprensa é um escudo que os empresários usam toda vez que se ameaça o enorme poder dos grandes veículos. Na verdade, deviam chamar liberdade de empresa”.
Kotscho endossou a necessidade de democratizar a comunicação, ressaltando a partidarização da grande mídia brasileira. “A liberdade de imprensa é um negócio para meia dúzia de famílias que controlam veículos de comunicação e, pior que isso, estes meios transformaram-se em verdadeiros partidos”.
Audálio lança livro
Audálio Dantas, cujas reportagens já receberam diversos prêmios ao longo de sua carreira, aproveitou a ocasião para lançar oficialmente seu livro Tempo de reportagem (Editora LeYa). A obra compila diversas reportagens escritas pelo jornalista, incluindo matérias que ainda não haviam sido publicadas em livros anteriores. Além da íntegra das reportagens, Dantas conta a história de cada uma das matérias – como foi feita, quais eram as expectativas sobre os acontecimentos e os resultados da publicação.
Dias
Um dia
Dia outro
Nenhum dia
Encanto
Paixão
Desencanto
Nenhum dia
Dia outro
Um dia
Desencanto
Paíxão
Dia outro
Nenhum dia
Encanto
Paixão
Desencanto
Nenhum dia
Dia outro
Um dia
Desencanto
Paíxão
Encanto
Não houve amor
Minha letra, quem diria, um dia te encantou.
Minhas ideias, pense bem, te abriram a boca.
Meus olhos, veja só, sempre te perturbaram.
Meu coração, por ti pulsando, não foi escutado.
Houve encanto, admiração. Só não houve amor.
Minhas ideias, pense bem, te abriram a boca.
Meus olhos, veja só, sempre te perturbaram.
Meu coração, por ti pulsando, não foi escutado.
Houve encanto, admiração. Só não houve amor.
Meu olhar
Pensas que te esqueci,
que te atirei num canto.
Entenda que meu recuo,
sem sentido no infinito
do teu pensamento só,
ganhará recanto em nó.
Terá que acontecer lá,
somente lá, no lugar
onde um dia te encantei
com um canto sem verso,
que te atirei num canto.
Entenda que meu recuo,
sem sentido no infinito
do teu pensamento só,
ganhará recanto em nó.
Terá que acontecer lá,
somente lá, no lugar
onde um dia te encantei
com um canto sem verso,
sem rima e embalo.
Mas terno pelo olhar
meu nos olhos teus.
Mas terno pelo olhar
meu nos olhos teus.
sábado, 22 de setembro de 2012
Homenagem a Betão Andreatta
Com a presença de familiares, jornalistas e amigos, foi inaugurada hoje pela manhã a praça Humberto Andreatta, o Betão, no Bairro Vila Nova, em Porto Alegre. Com orgulho, está registrado JORNALISTA, profissão que ele abraçou com vigor, ética e comprometimento com sociedade.
A família orgulhosa
Conversando com o inverno
Sei
que estás saindo de mansinho. Com medo da xingação. Nos anos
anteriores, foste irregular, instável. Nos últimos três meses em que
reinaste no Rio Grande do Sul, exageraste na dose. Em vez de frio
permanente, nos ofereceste de tudo. Um frio glacial por uma semana e, a
seguir, verão. Sim, calorão fora de época. E, para completar a festa,
mandaste temporais e ventanias que estragos provocaram . De nada adianta
insinuares com um friozinho meia-boca quando estás te retirando.
Não deixas saudade, inverno. Está todo mundo esperando por tua sucessora. A primavera chega amanhã, com bons presságios.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Um olhar para dentro
Minha amiga Themis Groisman Lopes
escreveu hoje em Zero Hora um belo artigo tratando da solidão. "Um
olhar para dentro" sugere como agirmos numa sociedade globalizada como a
atual. Reproduzo aqui o artigo para quem não o leu no jornal. Vale a
pena. Parabéns, Themis, por mais esta lição.
THEMIS GROISMAN LOPES*"Nenhum homem é uma ilha", escreveu o poeta inglês John Donne. Na verdade, homem algum nasceu para viver só. O ser humano é gregário por natureza. Desde sua concepção exige a participação de duas pessoas. Durante o desenvolvimento uterino há uma estreita relação mãe-bebê. Na primeira infância, a criança necessita dos cuidados e afeto de outra(as) pessoa(s) para desenvolver-se. No início da fase escolar, é feita a socialização com a aquisição de amiguinhos, brincadeiras comunitárias e uma professora atenta e protetora. Em cada etapa de nossas vidas, é necessária a presença de outrem.
No entanto, o que notamos nos dias atuais é um acentuado sentimento de solidão nas pessoas. Nos consultórios médicos, a queixa principal, na gênese de vários quadros mórbidos, é a solitude. As mídias noticiam um aumento significativo na adoção de gatos, além do amor manifesto em relação aos cães.
Existem pessoas que dizem preferir animais aos humanos, como ouvi numa fila de banco, um idoso que falava com convicção: prefiro meu cachorro às pessoas, pois sei que ele jamais me trairá. Outro aspecto notório é a adesão cada vez maior às redes sociais. Seria uma forma de esconder a solidão, fazendo de conta estar acompanhado. Afinal, tem tantos amigos, troca tantas mensagens carinhosas, ocupa tanto de seu tempo livre. Às vezes, é a única maneira encontrada para elevar sua autoestima. Outros usam o chavão: antes só do que mal acompanhado. Isso é uma negação.
O que existe hoje é uma sociedade globalizada pelo uso cada vez maior de novas tecnologias, distanciando as pessoas do relacionamento pessoal. Ao lado disso, há uma insegurança grande em relação à violência, ao abandono das escolas, ao caos na saúde. Temos, então, a solidão gerada pela ausência de pai/mãe protetores. Seria o desejo de um regime patriarcal, no qual todas as necessidades são supridas. Também uma compulsão desenfreada ao consumo, onde o que vale é ter e não ser.
Até quando nos sentiremos sós? A resposta é a necessidade de uma reflexão interna e uma radical mudança de valores. Não será o homem com sua inteligência e sua capacidade de raciocinar capaz de participar efetivamente como um elemento agregador e solidário. Só um olhar para seu interior, com consciência e percepção, será capaz de promover uma mudança pessoal e coletiva.
A melhor definição de solidão que já li foi atribuída a Chico Buarque, mas segundo outras fontes, a autoria é de Fátima Irene Pinto: "Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos, em vão, pela nossa alma".
*Psiquiatra
Araújo Vianna reabriu
O colega jornalista Juarez Fonseca fala da reabertura do Auditório Araújo Vianna. Tem autoridade.
Foto: Andréa Graiz / Agência RBS
UMA NOITE HISTÓRICA
@ Reabertura do Auditório Araújo Vianna foi em clima de celebração
Mesmo correndo o risco de desgastar ainda mais o conceito de
"histórico", não encontro outra palavra para falar do espetáculo deste
20 de setembro. Lotadaço por um público heterogêneo e de plena
cumplicidade com a festa, o quase cinqüentenário auditório que esteve
fechado durante sete anos, viveu uma noite de suas noites memoráveis. Os
shows, com quase trinta nomes da música porto-alegrense, mais os
instrumentistas das duas bandas de base, trouxeram à tona uma
respeitável trilha-sonora, com as pessoas cantando junto a maioria das
músicas. Algumas delas: Vento Negro, Berlim-Bonfim, Não Me Mande Flores,
Pampa de Luz, Faz a Cabeça, Sob um Céu de Blues, Surfista Calhorda,
Bebendo Vinho, Asa Morena, Nuvem Passageira, Mais uma Canção, Sinal dos
Tempos, Horizontes... Em termos de produção, tudo funcionou como um
relógio, mesmo que cada música tivesse um intérprete diferente. E para
manter a tradição do Araújo, houve até uma pequena manifestação de
protesto - não entendi bem contra o que ou quem, mas imagino que contra a
"privatização" do Auditório. Nico Nicolaiewsky e Tonho Crocco
responderam à altura pelo desrespeito aos artistas e à música. E vou
mencionar aqui apenas mais um nome: Carlos Caramez, que coordenou em
silêncio o processo de recuperação do Araújo Vianna.
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