quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Ainda os 70 anos do Sindicato


Mais informações da janta-baile dos 70 anos de fundação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul no último sábado. Mais de 300 pessoas estiveram no Clube do Comércio, no Centro de Porto Alegre, para jantar, reencontrar colegas e dançar ao som da banda Ego Mecanóide. O ponto alto da noite foi a entrega de medalha a jornalistas, como reconhecimento por sua contribuição à socie
dade brasileira e gaúcha.
A lista inclui o chargista Bier, o editor de Opinião de Zero Hora, Moisés Mendes, o repórter de ZH Nilson Mariano, Ayrton Kanitz, ex-integrante do Conselho de Ética do SINDJORS, o fotógrafo Valdir Friolin, Wanderley Soares, colunista de O Sul, Rafael Guimaraens, editor do Coojornal, José Bicca Larré, cronista do Diário de Santa Maria, Pedro Valério, colunista do Agora, de Rio Grande, Christa Berger, profesora da Unisinos, Elmar Bones, diretor do Já, Enir Grigol, diretora de Comunicação da Fiergs, Renato Dorneles, ex-presidente do Sindicato, Waldir Antonnio Heck, fundador do Jornal da Produção e O Interior, Lucídio Castelo Branco, ex-presidente da Fenaj, José Antonio Dios Vieira da Cunha, diretor de Coletiva.net, Luiz Cláudio Cunha, repórter do caso 'o sequestro dos uruguaios', Ciro Fabres Neto, editor de Opinião do Pioneiro, o cartunista Santiago, Jurema Josefa, chefe de reportagem do Correio do Povo, e Marques Leonan, professor da Famecos.
Na foto, além dos homenageados, estão membros da atual Diretoria e ex-presidentes da entidade. Eu, orgulhosamente, me incluo.
Foto: Wesley Santos/PressDigital
Informações adicionais no site do Sindicato: http://jornalistas-rs.org.br/?pagina=noticia-ler&id=1110

terça-feira, 2 de outubro de 2012

De que lado ficará o STF?

Ao longo da história, o Supremo Tribunal Federal, além de bons serviços, prestou-se também a várias ignominias, chancelando a violação de paradigmas constitucionais.

Breno Altman *

 
O presidente do STF em 1964, Álvaro Moutinho
da Costa, foi à posse de Ranieri Mazzilli na noite do golpe militar, quando o presidente João Goulart ainda se encontrava em território nacional. A corte responsável pela guarda da Carta Magna fazia-se avalista de sua ruptura.

Outra afronta ocorrera quando o Tribunal Superior Eleitoral, em maio de 1947, cancelou o registro do Partido Comunista. Aceitou alegação de que se tratava de organização comandada por potência estrangeira, a União Soviética. O STF indeferiu recurso e afiançou a degola. Deixou-se levar pela mesma intolerância ideológica com a qual refutou habeas corpus contra a extradição de Olga Benário Prestes, em 1936, para ser assassinada na Alemanha de Hitler.

Novamente assistimos, no curso da ação penal 470, publicamente tratada como "mensalão", poderosa tendência a um julgamento de exceção, em pleno regime democrático.

Os monopólios da comunicação exercem pressão para que a corte endosse sua versão e condene a qualquer custo. Mais que preocupação eleitoral imediata, a batalha se trava para legitimar a velha mídia, verdadeiro partido das elites, como senhora da opinião pública, além de impor gravame ético ao PT e ao governo Lula.

Apesar da resistência de alguns juízes, vem à baila comportamento que remonta a práticas inquisitoriais. Jurisprudências estão sendo alteradas por novas interpretações. Magistrados que absolveram o ex-presidente Fernando Collor da denúncia de corrupção passiva, inexistindo ato de ofício, agora apregoam que essa já não é exigência seminal.

Fala-se abertamente em "flexibilização de provas", eufemismo para que condenações possam ser emitidas a despeito da materialidade dos fatos, ampliando de forma quase ilimitada a subjetividade de opinião dos que têm o dever de julgar.

Também apela-se à tese de "domínio funcional do fato". Por esse conceito, pode-se condenar sem provas cabais de autoria, bastando que o cargo do réu, mais evidências latu sensu, corrobore ilação de responsabilidade, na prática eliminando a presunção de inocência.

Essa novidade suscita curiosa comparação. Nos idos de 1933, em Berlim, foi incendiada a sede do parlamento alemão, o Reichstag. Os nazistas, no poder, prontamente acusaram os comunistas. A polícia prendeu o holandês Marinus Van Der Lubbe e três búlgaros pertencentes aos quadros da Internacional Comunista. Entre eles, Georgi Dimitrov, um dos dirigentes máximos da organização.

Os réus foram julgados por uma das câmaras criminais da Suprema Corte, localizada em Leipzig e presidida pelo juiz Wilhelm Bürger. Apenas Van Der Lubbe acabou condenado, à pena de morte.

Apesar de estar convencido de que se tratava de conspiração comunista e da função de Dimitrov, o magistrado considerou que não havia prova contundente que o ligasse, ou a qualquer de seus companheiros, salvo o holandês, à execução do delito concreto.

O processo de Leipzig, embora outras as circunstâncias, impôs fronteira doutrinária para os direitos constitucionais. O STF, ao decidir sobre a ação penal 470, escolherá o lado no qual deseja escrever esse capítulo de sua conturbada história.

* BRENO ALTMAN, 50, é jornalista e diretor editorial do site "Opera Mundi" e da revista "Samuel"

Sindicato convoca categoria para reunião nesta quinta-feira

Em face da intransigência dos patrões e da não aceitação da proposta apresentada pela categoria, a direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul convoca todos os profissionais para nova reunião de negociação. O encontro está marcado para as 13h desta quinta-feira, 4 de outubro, na sede da entidade. O objetivo será avaliar os índices propostos de R$ 1.685 e R$ 1.420 para piso na Capital e Interior, respectivamente. Com validade de um ano, representa 1% e 1,6% de ganho real.
Destacando que a proposta afronta a categoria e rebaixa o Jornalismo gaúcho, o presidente da entidade, José Nunes, aponta a falta de vontade do patronato em negociar. "É importante informar à categoria que os prepostos das empresas rejeitam inclusive qualquer tipo de aumento fora do piso. Para eles, quem ganha um pouco mais deve ter seus salários rebaixados", comenta. A partir da reunião desta quinta-feira, a direção do SINDJORS quer iniciar o planejamento e organizar um calendário de lutas futuras.

Esses presidentes

Muitas vezes, dá uma vontade de brincar com os gremistas, pedindo: "fica Odone". 
Mas posso dar um tiro no pé, pois levarei como réplica um "fica Luigi".
Não tem solução

Vizinhança


Vivo rodeado de animais, embora em meu apartamento só vivam pessoas e plantas. O som me aproxima dos pássaros que cantam no raiar do dia. Estão aninhados nas árvores que me cercam. Dos apartamentos vizinhos, ouço o latido dos cães insatisfeitos com a saída dos donos. Ficaram presos e não devem gostar. Não raras vezes, ouço o barulho de animais nas calçadas agredindo um semelhante. São animais-homens movidos pelo álcool e, por isso, batendo numa mulher acuada. Destes, prefiro o canto dos pássaros, sonoros ao acordar. Não soam mal aos meus ouvidos.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Os pingos da chuva

Que bom acordar no primeiro dia de outubro ouvindo os constantes pingos da chuva caírem nos telhados.
Pode ser ruim para quem cedo vai trabalhar, mas é uma sonora melodia aos ouvidos de quem pode ficar mais tempo na cama.
É também uma benesse para nossos campos onde alimentos brotam.
Bom dia, amigos e amigas!

História está de luto. Morre Eric Hobsbawm


Morreu um dos escritores que conduziram minhas leituras antes e mais agora, que faço História. Eric Hobsbawm era e continuará imprescindível.


 

Fonte: Terra
Foto: Eric Hobsbawm, em foto de 1976; o historiador escreveu obras consideradas definitivas sobre a história moderna
Crédito: Getty Images


Um dos maiores historiadores do século XX e famoso marxista, Eric Hobsbawm morreu nesta segunda-feira em Londres, aos 95 anos, segundo um comunicado da família divulgado pelo jornal britânico The Guardian. Hobsbawm morreu no começo da manhã nesta segunda-feira no hospital Royal Free de Londres, onde estava internado.
"Ele morreu de pneumonia nas primeiras horas da manhã em Londres", afirmou a filha do historiador, Julia Hobsbawm. "Ele fará falta não apenas para sua esposa há 50 anos, Marlene, e seus três filhos, sete netos e um bisneto, mas também por seus milhares de leitores e estudantes ao redor do mundo".
Hobsbawm é autor de quatro volumes considerados definitivos sobre a história dos séculos XIX e XX, abordando a trajetória europeia da Revolução Francesa à queda da União Soviética, entre outras obras.

Sua análise começa com a publicação de Era das Revoluções, que abrange o período de 1789 a 1848. Na sequência vêm A Era do Capital (1848-1875) e A Era dos Impérios (1875-1914). As três obras abrangem o que ele denominou "o longo século XIX".

Em 1994 ele publicou A Era dos Extremos, obra que abrange o período subsequente à Revolução Russa de 1917 e que vai até queda do regime soviético, em 1991. O livro sobre o "breve século XX" foi traduzido para quase 40 línguas e recebeu muitos prêmios internacionais. O historiador Niall Ferguson, colega de Hobsbawm, classificou a obra como "o melhor ponto para qualquer um que queira começar a estudar história moderna.
Em suas obras, Hobsbawm defendeu o poder das ideias de Karl Marx para analisar o mundo comtemporâneo. Seu compromisso com os princípios comunistas o converteram em uma figura controversa, especialmente por sua filiação ao Partido Comunista britânico - que continuou mesmo depois da invasão soviética na Hungria, em 1956.
Anos depois, ele disse que "nunca tentou diminuir o que aconteceu na Rússia", mas que acreditou, durante os primeiros anos de comunismo, que "um novo mundo estava nascendo em meio a sangue, lágrimas e horror: revolução, guerra civil fome. Obrigado ao Ocidente, nós tínhamos a ilusão de que mesmo este brutal sistema iria funcionar melhor do que o Ocidente. Era isso ou nada".
O historiador nasceu em uma família judia em Alexandria, no Egito, em 1917, e cresceu em Viena e Berlim antes de se mudar para Londres em 1933, ano em que Hitler subiu ao poder na Alemanha. Sua trajetória acadêmica começou em Marylebone, passando por Kings College, Cambridge até se tornar professor na Universidade de Birkbeck em 1947, o começo de uma parceria que culminou na reitoria da instituição. Também foi professor convidado na Universidade de Stanford, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e na Universidade Do Poema de Cornel.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Do Poema de Cornel.

Foto: Eric Hobsbawm, em foto de 1976; o historiador escreveu obras consideradas definitivas sobre a história moderna
Crédito: Getty Images

domingo, 30 de setembro de 2012

Reencontro nos 70 anos do Sindicato

O bom de tudo é o reencontro. É impagável podermos abraçar forte quem não víamos há muito tempo. Melhor ainda é conversar e até bailar. Aconteceu de tudo ontem e nesta madrugada na festa dos 70 anos do Sindicato dos Jornalistas do RS. Um sucesso! Falamos tanto que até os ausentes foram lembrados. Para o bem, frise-se. Publico fotos clicadas pela colegas Carla Seabra.


Com Marques Leonam, José Nunes, Enir Grigol. Carla Seabra e Márcia Martins


Com Santa Irene Lopes e Márcia Martins

Jornalistas homenageados e ex-presidentes ensaiam pose para fotógrafos

sábado, 29 de setembro de 2012

Vamos, Inter


Daqui a pouco, o colorado vai mostrar se tem bala na agulha contra o Cruzeiro.
Eu acredito. Vamos, Inter!!

Choro pelas crianças

Não esqueçamos: hoje, morreram de fome milhares de crianças em todos os cantos do mundo.
Também merecem o nosso choro.

O efeito das pesquisas

O enredo não muda. A cada eleição, as pesquisas encomendadas pelos veículos inflam uma candidatura, induzindo a possibilidade de decisão no primeiro turno. Tem gente que vai na onda. Depois, na véspera do pleito, fazem um ajuste. O argumento é que a militância de outra - ou outras candidaturas - acordou. E dá segundo turno.

Ana

Ana, te amo.
Ou será meu amo,
que movido por
sentimento menor,
te ama, Ana?

Vai e volta

Cansa o vai e volta.
Melhor é quem fica
sem retorno prever.

Ah, os ventos

Ventos uivantes
passam dilacerantes.
Levas tristezas,
trazes esperança
de dias andantes.

Na madrugada

É madrugada de uma noite agradável. Acordei e os olhos não querem fechar mais. Aí me deu uma saudade desde doce vício que abandonei por alguns dias por conta de estudos intensivos. Ainda tenho uma prova hoje à tarde e preciso revisar conteúdos.
Assim, esta visita aqui tem o objetivo de mandar um abraço forte em tod@s, desejando-lhes uma ótima sexta-feira. Até mais!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Oportunismo político

Os partidos políticos teimam em apresentar aos eleitores candidatos a vereador identificados com apenas uma causa e não como um todo. Ontem, no Beira-Rio, me vi rodeado de cabos eleitorais de ex-jogadores como Fabiano, Jair (apresentado como príncipe Jajá) e Canhotinho (não é do meu tempo). Até o popular personagem Fanático (vai aos jogos com pintura extravagante) é candidato.Tinha um com um banner em que o ex-presidente colorado Fernando Carvalho o indicava. Não cola comigo. Sou partidário e voto em candidatos identificados com toda a cidade, que tenham conteúdo e projeto. Os citados até podem fazer um bom papel se eleitos, mas não é esta a regra.

domingo, 23 de setembro de 2012

Vencendo o Bahia e o vento gelado


O vento gelado que vinha do Guaíba foi compensado com a vitória quente do Inter no Beira-Rio. Não foi uma atuação de luxo, mas mostrou um colorado comprometido desde o início, sob a batuta do garoto Fred, que fez o primeiro gol. Forlán (de cabeça) e Damião (golaço de fora da área) completaram. Lamento o gol sofrido no final, mostrando uma deficiência crônica do Inter. Agora, vamos em busca de seis pontos fora de casa. Vamos, Inter.

Necessário debate sobre o Jornalismo

O jornalismo e a reportagem estão mortos? Esta foi a pergunta que marcou o debate “Tempo de reportagem e o papel do jornalismo”, ocorrido na última quinta-feira (20), no Barão de Itararé, em São Paulo. Audálio Dantas, jornalista e escritor; Ricardo Kotscho, jornalista da TV Record e autor do blog Balaio do Kotscho; e Natalia Vianna, da Agência Pública.

Por: Felipe Bianchi, no sítio do Barão de Itararé

Eles discutiram a influência da Internet, a crise da mídia tradicional e o esvaziamento político da profissão no Brasil.Na opinião de Audálio Dantas, os veículos independentes exercem um papel fundamental no jornalismo atual. “ A mídia alternativa tem uma função parecida com a que veículos como Opinião, Movimento, entre outros, tinham durante a ditadura, ainda que estejamos em um período de democracia”, diz. No entanto, Dantas ressalta que a realidade democrática ainda não é a ideal: “Às vezes esquecemos que rádios comunitárias são discriminadas descaradamente, por exemplo. A sociedade tem que dispor de instrumentos para que trate de defender seus interesses, que é o direito à comunicação”.
Audálio Dantas, hoje aos 80 anos e membro do Conselho Consultivo do Barão de Itararé, presidiu o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo durante a ditadura militar e também foi deputado federal. “Havia uma luta cerrada, pela qual dediquei meio mandato parlamentar meu, contra a concessão de canais de televisão e rádio a parlamentares ou seus laranjas. São concessões públicas, de propriedade do Estado, usadas indevidamente não só por políticos e seus interesses paroquiais, mas também usadas indevidamente por grandes grupos de comunicação”.
Ricardo Kotscho, que também exerceu a profissão de jornalista sob a vigilância dos censores da ditadura militar, afirma: “Se a reportagem está morrendo eu não sei, mas nós continuamos vivos, porque nos fazemos esta pergunta a mais de 30 anos”. O jornalista destaca a importância da questão do controle da informação pelos donos de grandes veículos no Brasil, afirmando que “o tema é fundamental para a democracia no país. No entanto, Kotscho dispara contra a apatia que aflige as redações nos dias de hoje.
“Apesar de vivermos em um período democrático, eu acho que o controle da informação é maior hoje do que no tempo da censura. Quando eu trabalhava em uma grande redação, durante a ditadura, nós, jovens repórteres, tínhamos plena autonomia para elaborarmos pautas, escrever e editar. Hoje, não há liberdade de pauta, nem liberdade para escrever ou editar. Essa é a grande contradição que eu vejo no jornalismo atualmente”, diz.
Além de elogiar a carreira de Audálio Dantas e seu livro Tempo de reportagem – lançado oficialmente durante o debate –, Kotscho destacou que já não vemos muito mais reportagens como as feitas por Dantas. Ele lembra que a classe jornalística tem sua parcela de culpa: “Quando os censores saíram das redações, parece que os jornalistas deixaram de lutar e de enfrentar a situação. Tem que haver luta nas redações, que não pode se esvaziar”.
O jornalismo após a Internet
Parte de uma nova geração de jornalistas, Natalia Viana garante que a crise é da indústria da comunicação e não do jornalismo. “Nunca estive em uma grande redação, mas ao longo de 12 anos consegui fazer reportagens que tiveram repercussão e foram consideradas boas por muita gente. Por que isso? Porque o mercado está em uma crise profunda, em grande parte alavancada pela Internet”, diz.
De acordo com ela, vivemos um momento de renovação do jornalismo: “A indústria está em crise eu não tenho a menor dó dela. Isto possibilidade outras formas de se fazer jornalismo crítico. A morte da mídia tradicional e dos jornais impressos não significam a morte do jornalismo, pelo contrário”. Em sua avaliação, devemos buscar novas formas de fazer, organizar, experimentar, financiar e difundir a reportagem. “É isso que fazemos na Agência Pública e que vem pipocando no Brasil e no mundo”, diz.
O problema, para ela, é que os grandes veículos não querem abrir mão de seu poder, mas o caso Pinheirinho, diz, é um exemplo de como o cenário mudou. “A mídia alternativa vem sendo referência do que é informação, como no caso do Pinheirinho. O caso marcou um momento importante para o jornalismo. Já houveram muitas desocupações violentas como a do Pinheirinho, mas isso nunca havia chegado no Jornal Nacional e nas capas do Estadão e da Folha. A cobertura consistente dos veículos independentes e de cidadãos que estavam no local forçou que o assunto não fosse ignorado”.
Democratização da comunicação
Audálio Dantas aproveitou a ocasião para falar sobre a importância da criação de um novo marco regulatório para as comunicações. Ele apontou a grande concentração dos meios de comunicação como um dos maiores problemas para a democracia brasileira. “Sempre houve uma oposição muito grande dos donos dos meios de comunicação em relação a este tema, que é um dos principais problemas que cerceia a liberdade de expressão no país. Essa concentração provoca a defesa de interesses de grupos e não do interesse público”, diz.
O jornalista também critica a apropriação da bandeira da liberdade expressão pelos grandes conglomerados do setor: “A liberdade de imprensa é um escudo que os empresários usam toda vez que se ameaça o enorme poder dos grandes veículos. Na verdade, deviam chamar liberdade de empresa”.
Kotscho endossou a necessidade de democratizar a comunicação, ressaltando a partidarização da grande mídia brasileira. “A liberdade de imprensa é um negócio para meia dúzia de famílias que controlam veículos de comunicação e, pior que isso, estes meios transformaram-se em verdadeiros partidos”.
Audálio lança livro
Audálio Dantas, cujas reportagens já receberam diversos prêmios ao longo de sua carreira, aproveitou a ocasião para lançar oficialmente seu livro Tempo de reportagem (Editora LeYa). A obra compila diversas reportagens escritas pelo jornalista, incluindo matérias que ainda não haviam sido publicadas em livros anteriores. Além da íntegra das reportagens, Dantas conta a história de cada uma das matérias – como foi feita, quais eram as expectativas sobre os acontecimentos e os resultados da publicação.

Dias

Um dia
Dia outro
Nenhum dia
Encanto
Paixão
Desencanto

Nenhum dia

Dia outro
Um dia
Desencanto
Paíxão

Encanto

Ame

Ame
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e

muito
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