Valdir Freire, o Chalita, atual coordenador, divide a existência da Comissão em três fases. A primeira vai da sua conquista até 1987, quando ocorre a consolidação da Comissão.Depois, recorda ele, vem a fase da Autolatina, a união de Volks e Ford, que durou até 1993, como um período de embate contra demissões em massa.Por fim, vem a reestruturação da montadora, marcada com a luta dos trabalhadores pela manutenção da fábrica aqui no ABC, e que vai até o último acordo de investimentos, em setembro do ano passado.
Democracia
O importante dessa trajetória é o compromisso da Comissão com os trabalhadores', salientou Chalita. 'Foram muitas batalhas, embates, greves, protestos, lutas, avanços e alguns recuos no período, nas quais os trabalhadores sempre foram os atores principais dessa história', destaca ele.
O dirigente ressalta a mudança na relação de trabalho, de um ambiente autoritário para um estágio de democracia, como um dos mais importantes avanços. 'Antes, não opinávamos sobre nada na produção. Hoje tudo o que a fábrica pensa para o ambiente de trabalho é tratado com a Comissão. E a Comissão leva para ela toda reivindicação ou necessidade dos trabalhadores' completa.
Para o diretor do Sindicato Wagner Santana, o Wagnão, esse espaço não se deve à responsabilidade social da fábrica, mas ao poder de organização, da luta dos companheiros por respeito e cidadania. ' Na maior parte do País, os sindicatos mal conseguem chegar na porta das fábricas. Que dizer então de estar presente dentro delas', finaliza.
Disputa envolveu comissão da Volks
Logo após romper a greve dos companheiros na Scania, em maio de 1978, a diretoria do Sindicato intensificou o trabalho de base junto aos militantes sindicais para elevar o nível de mobilização da categoria. O resultado foi a primeira grande greve da categoria já no ano seguinte. Em resposta ao avanço sindical, a Volks contra atacou. Aproveitando a intervenção do Ministério do Trabalho no Sindicato, em 1980, a montadora comandou uma eleição para montar uma representação dos trabalhadores a seu favor.
Os seus objetivos eram o de antecipar a luta por uma comissão autêntica e esvaziar a influência do Sindicato e mantê-lo à distância. No entanto, com poucos votos e distante da base, a comissão da Volks teve vida curta. Em 1982, a empresa foi obrigada a ceder à pressão e abriu negociações com o Sindicato. O processo culminou com a conquista da Comissão de Fábrica dos Trabalhadores. O acordo com o estatuto da CF foi assinado em 25 de outubro de 1982 e a primeira gestão tomou posse no dia 17 de dezembro, com 21 de seus 24 membros eleitos com o apoio do Sindicato.
Na foto acima, do arquivo do metalúrgicos do ABC, o protesto dos trabalhadores na WW em 1992.
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