Ontem à noite, nas eleições para a presidência do Conselho Deliberativo do Grêmio, muitos conselheiros se enforçaram para demonstrar que o clube vive uma democracia plena, afastando-se da imagem da agremiação fechada de poucos anos atrás. No entanto, as atitudes e depoimentos de alguns gremistas durante o pleito revelou a preferência por antigas práticas feudais. A primeira foi a ameaça do presidente Paulo Odone de renunciar caso o candidato da chapa 3 - Raul Régis de Freitas Lima - ganhasse a eleição para o Conselho.
Durante as transmissões das rádios, um jornalista e conselheiro esbravejou aos microfones sua preferência pelo regime ditatorial. Quando um repórter o entrevistou, ele começou a atacar as demais chapas, dizendo não entender como havia oposição para um presidente que tinha sido campeão da segunda divisão, bicampeão gaúcho, vice da Libertadores e terceiro lugar no Brasileirão (na verdade, está em quinto). O repórter foi direto, dizendo que a existência de disputa é resultado da democracia. "Que democracia! Por causa dela, o país está como está", desdenhou o conselheiro, misturando a eleição do seu clube com a política nacional.
Este é o Grêmio, que tenta ser democrata sem afastar o fantasma de um tempo em que um presidente encerrava o mandato e indicava o outro, sem participação de conselheiros e, muito menos, de associados. Agora, caminha para a eleição direta, como já faz o Internacional há muito tempo. Dará certo?
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