Em seu blog, o colega jornalista Luis Nassif afirma que ele era o príncipe da Igreja Católica, que teria perdido um de seus últimos estadistas. Ao lado de dom Paulo Evaristo Arns e dom Ivo, mais à esquerda, de dom Eugênio Salles, mais à direita, representaram o ponto alto da representação política da Igreja Católica no país.Para Nassif, Dom Paulo foi o mais valente. Mas, ressalta, não tinha a capacidade de articulação política e a liderança de Dom Aloisio. Na eleição de João Paulo I, o breve, Dom Aloisio chegou a receber voto do próprio cardeal vitorioso. Com João Paulo 2o, o avanço dos Evangélicos, a Igreja Católica foi perdendo terreno. "Hoje não existe um cardeal com a envergadura política dos progressistas e conservadores dos anos 70", afirma Nassif.
D. Aloísio, arcebispo emérito de Aparecida (SP) e ex-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), morreu aos 83 anos na UTI do Hospital São Francisco, em Porto Alegre. Ele estava internado desde o dia 11, após sofrer um acidente vascular cerebral. De acordo com a CNBB, o corpo de d. Aloísio será velado na catedral de Porto Alegre e o sepultamento será no Convento de Daltro Filho, a 130 km de Porto Alegre. O dia e o horário do sepultamento ainda não foram definidos, segundo a CNBB.
Um comentário:
Com o falecimento do grande cardeal gaúcho dom Aloísio Lorscheider, a Igreja do Brasil perde uma de suas figuras maiores. Tive a sorte e felicidade de conhecê-lo pessoalmente na década de 70, como 1º bispo da nova diocese missioneira de Santo Ângelo. Da última vez que o revi já foi lá por 1983 ou 84, numa conferência que veio fazer em Porto Alegre, no Colégio Rosário, promovida pelo diretório acadêmico do Instituto de Telogia e Ciências Religiosas da PUC-RS. Sempre admirei na pessoa de dom Aloísio a sua proverbial alegria e simplicidade franciscana, e ao mesmo tempo a lucidez e firmeza de suas opiniões e posições, sobretudo no campo teológico e pastoral. Deus o receba na sua glória eterna!
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