Hoje, depois de encerrada a Olímpiada de Pequim, a melhor de todos os tempos, eles fazem um enquete seca e direta, com três opções:
No geral, os atletas brasileiros...
- Decepcionaram - 22.235% (61,12%)
- Surpreenderam - 2.079 (5,71%)- Fizeram o esperado - 12.066 (33,17%)
No meu entendimento, não vale para os brasileiros esta pergunta que inclui "no geral". Os torcedores pensam sempre no futebol, o esporte preferido da maioria. Na opinião de boa parcela da população, se não ganhamos ouro com a bola nos pés, as Olimpíadas foram um fracasso para nossos atletas em geral. Esquecem da grande Maurren Maggi no salto em distância, das incansáveis meninas do vôlei e do jovem César Cielo na natação (campeões olímpicos) e das quatro medalhas de prata e das oito de bronze. Totalizamos 15 pódios. Eles concordarão com o termo "decepção"?
É pouco? Concordo que o desempenho do Brasil deveria ser melhor levando em consideração o investimento realizado, mas ficamos à frente de Cuba, Argentina e México. Não podemos nos comparar comparar com países como Quênia, Etiópia e Jamaica, que dependem de valores individuais como o Usain Bolt, que ganhou sozinho metade das medalhas do seu país. Imaginem se o Michael Phelps fosse boliviano: a Bolívia teria 8 medalhas de ouro... É que a natação, atletismo e outros esportes dão dezenas de medalhas. Até a peteca e o tiro oferece as suas.
Gente, o futebol da multidões só dá duas medalhas de ouro no masculino e no feminino. Entendo que, em Olimpíadas, o segundo e o terceiro lugar não são sinônimos de fracasso. Ganhamos prata no feminino e bronze no masculino. E já querem a cabeça do técnico...
Porém, também não concordo com o intragável e "eterno" presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, ao declarar que esta foi a "melhor participação do País na história dos Jogos". Tem é que parar de fazer discurso e preparar os atletas para fazerem o melhor em suas modalidades nas próximas edições. O Brasil conquistou três medalhas de ouro (natação, salto em distância e vôlei feminino), quatro de prata (vôlei de quadra e praia masculino, vela e futebol feminino) e oito de bronze (três no judô, taekwondo, natação, futebol masculino, vôlei de praia masculino e feminino) durante a competição. Muitas foram inéditas, e outras virão nos próximos jogos.
O problema é que os donos da mídia e o mundo que os rodeia querem um desempenho à altura de seus investimentos. Sabemos que toda a aposta é de risco. Isso acontece aqui e em outros países. Ou será que a Argentina, eterna rival do Brasil em tudo, está satisfeita com as suas duas medalhas de ouro e quatro de bronze? Pode ser. Mas lá deve estar acontecendo o contrário do Brasil. Eles ganharam o ouro no futebol pela segunda Olimpíca consecutiva. O resto não deve interessar.
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