É difícil para muita gente entender que o presidente Lula é tão apaixonado pelo futebol quanto a maioria dos brasileiros. Por isso, ele se manifesta sobre o assunto na condição de torcedor. Não como dirigente máximo da Nação. O presidente não disse nenhuma bobagem quando reclamou do futebol da seleção brasileira - que todo mundo sabe andava mal - , especialmente na quesito disposição. Fez a comparação com a Argentina como qualquer outro brasileiro faria. O goleiro Júlio César, por conta própria ou mandado, resolveu falar besteira, dizendo que o presidente deveria renunciar e morar no país vizinho.
Em primeiro lugar, só afirmou isso porque o presidente Lula foi um dos tantos brasileiros que lutou para acabar com a uma ditadura que impedia qualquer pessoa de se manifestar. Se vivesse durante os anos de chumbo, Júlio César teria perdido o lugar na seleção e não se sabe que outro destino tomaria. A democracia pela qual Lula e tantos brasileiros brigaram permite que qualquer cidadão diga que a seleção estava jogando um "futebolzinho". E que um jogador diga besteira, divulgada com destaque pela mídia. Lá atrás não era possível isso.
Pois a seleção brasileira jogou com disposição, garra e futebol vistoso ontem contra o Chile em Santiago. Ao aplicar 3 a 0 nos donos da casa se redimiu do futebol que a tinha colocado em sexto lugar nas Eliminatórias e deu uma resposta convincente a Lula e aos brasileiros. Eu estou feliz, e certamente o presidente também está. É dessa forma que a gente reage diante das críticas. E não de forma grosseira e desproporcional como fez o goleiro Júlio César. Aliás, ele não reclamou do presidente da Fifa, Joseph Blatter, que também criticou o selecionado brasileiro. Ah, este certamente está acima de Lula na escala de valores do jogador brasileiro e é intocável.
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