Os gaúchos são orgulhosos de sua condição. Valorizam tanto o tradicionalismo que decidiram acampar em pleno Parque Harmonia, área verdade às margens do Guaíba e praticamente no coração de Porto Alegre. Embora eu não seja afeito a esta prática, acho bonito a demonstração de apego às tradições. O mote da mobilização de gaúchos da cidade e do campo é a Revolução Farroupilha, que durou dez anos e manteve o Rio Grande do Sul independente do Brasil. Os farrapos perderam a guerra, mas não o orgulho. A história tem diversas vertentes e é polêmica, mas não foi entrar neste mérito.
O que me chama a atenção é a comparação com o Carnaval, festa popular em todo o Brasil, inclusive na terra dos ferroupilhas. Ocorre que, ao lado do mesmo parque em que são montadas centenas de barracas e galpões para para comemorar o 20 de setembro, uma aveniva era palco do Carnaval de Porto Alegre. Com intuito de dar mais conforto para os carnavalescos, a prefeitura projetou a criação do sambódromo no local. Foi o que bastou para que entidades de todas as matizes se erguessem contra o projeto. Justificavam que tal empreendimento resultaria em transtorno e barulho para os moradores da região. Resultado: o sambódromo foi transferido para um bairro bem distante do Centro da capital gaúcha, apesar do protesto dos carnavalescos.
A mesma justificativa não é usada contra o sambódromo não foi utilizada quando o acampamento farroupilha ganhou corpo. E olhem que o baraulho e os transtornos se assemelham. Para mim, esta atitude coletiva tem um nome: discriminação. Me apresso em dizer que também não gosto de carnaval de rua. Aceito o contraditório.
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