Em todo o mundo, protestos anti-nuclear alertam para o que a população realmente quer: segurança. Na foto, Greenpeace manifesta-se na França. © Greenpeace/Sudhanshu Malhotra
Para especialistas do Greenpeace que vem trabalhando incansavelmente em monitoramentos independentes dos níveis de radiação na área, a decisão veio tarde. “Fizemos o primeiro pedido para que o nível de alerta do acidente fosse elevado à 7 há três semanas”, lembra Thomas Breuer, chefe da unidade de Clima e energia do Greenpeace na Alemanha. “Assim como no caso do aumento da zona de evacuação, que só ocorreu um mês depois da tragédia, percebemos que a resposta do governo japonês é repetidamente fraca”, disse.
A decisão foi tomado após técnicos estimarem que por várias horas os níveis de radiação emitidos pela usina estiveram compatíveis com a classificação da Escala Internacional de Eventos Nucleares, estipulada pela Agência Internacional de Energia Atômica para classificar eventos envolvendo energia nuclear. O mais alto grau havia sido dado somente para Chernobyl.
“A história da energia nuclear é recheada de episódios em que acidentes foram subestimados, ou encobertos pela indústria. Finalmente o governo japonês assumiu a gravidade da situação”, diz Breuer.
O Greenpeace pede ainda por outras medidas emergenciais, como a retirada de mulheres grávidas e crianças de áreas de grande densidade populacional, como a grande Fukushima e Koriyama.
“Eu me pergunto o que mais precisará acontecer ao mundo para que ele acorde e veja que este tipo de energia é mortal. O que nos falta para finalmente abraçarmos uma revolução energética baseada em renováveis, limpas e seguras?”, questiona Breuer.
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