Cavalo mouro
Uma porta abriu e nela entrou um cavalo mouro, todo empinado. Eu estava deitado e, sobressaltado, pulei da cama e olhei seus olhos graúdos. O animal corcoveou desordenadamente e, por fim, estaqueou. Não reconheceu o terreno, aquele não era o seu chão. Acostumado a galopar pelos campos das estâncias da vida, estava enjaulado no meu apartamento. Quando me dei conta do disparate, abri os olhos e me vi ainda deitado. Do pingo elegante, de peitoral prateado, não notei nada. Era um sonho de uma madrugada que começou com chuva e terminou com o canto dos pássaros. Agora, sim, tudo no seu lugar.
Foto: alysonhb.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário