quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sonhos dele. E dela?


                             Ele sempre desejou conhecê-la de fato. Seu coração pulsava mais forte só de ouvir o seu nome. Seus olhos ganhavam mais brilho toda vez que lia alguma coisa dela. Ou sobre ela. Mas, na verdade, não a conhecia. O primeiro encontro foi rápido, sem muitas insinuações. Ela recém brotava para a vida, não conhecia os caminhos que poderia trilhar. Até nem sonhos tinha. Ele, ao contrário, colecionava metas, e se afastou sabendo que aquela batalha estava perdida. A guerra era outra coisa.
                               Agora, porém, ela está madura, ganhou experiência, sofreu, caiu e ergueu-se. Ele sabe de seus sorrisos e de suas lágrimas. Seus caminhos não foram diferentes. Então, num impulso, pensa que podem experimentar a mágica aproximação, fazendo dos sonhos uma bela realidade. Não é fácil, porém. Deixaram que um abismo fosse aberto entre eles. Ela tinha seguido um rumo e se perdera numa curva da vida. Ele rumara para outro destino, cuja esquina era distante da dela.
                              Pensa: “Vou tentar assim mesmo, pois o meu coração indica este caminho. Sou paciente, sei esperar e, talvez, no final da jornada, nossas esquinas não estejam tão distantes quanto imaginávamos”. E se ele perguntar a ela se a batida do seu coração segue o mesmo ritmo do palpitar que sente no lado esquerdo do seu peito? Poderiam, enfim, trilhar caminhos que sonharam lá atrás.
               Silêncio! Enquanto espera, não baixa a cabeça. Mantendo-a erguida, com o olhar firme no horizonte. É seu sonho, é sua vida.
 

                              

Desenhos do guri

Guri de calça curta
olhava o horizonte
desenhando letras.
Mal sabia que a união 
de palavra e frase
seriam prazer e renda.
Muito pouco, é verdade.
Mas suficiente para
mostrar que vidas
esquecidas em esquinas
e nos grotões do interior
podem ser contadas
no desenho das letras
do guri de calça curta.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sem desvios

Eu vi aquele olhar perturbante que desferiste.
Não esquivei porque ele penetrou meu coração.
Eu notei logo aquele abraço forte que dirigiste.
Não evitei porque entrou nas minhas entranhas.

Nossos filhos

Filhos, filhas, seguidores,
amigos e amigas temos.
Vivemos, respiramos
a vida deles na alegria
e no momento tenso.

A Márcia grita: é Gabi.
Formatura tem hoje.
Coração pulsa forte
e encontra seu norte.
E é coisa que está ali.

Eu e Carla pensamos
em momento eterno
e no hospital andamos.
E ainda bem que saímos
e o coração pulsa sereno.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Lição do Barcelona

Depois do passeio do Barcelona contra o Santos, ontem no Japão, ainda ecoam comentários em torno da nova maravilha. Não existe nada de novo. Aquilo que vimos continua sendo futebol, que é coletivo, que precisa ser treinado, que precisa de alguns craques. Não todos. No futebol brasileiro, a lição deveria começar pelo calendário, hoje recheado de competições. Alguns craques ainda temos. Pronto, produzi eco também. Deixo o resto para os entendidos.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Guria sapeca


Minha sobrinha e afilhada Fernanda, com dois anos e meio, é um exemplo de criança desta época. Faladeira, não deixa uma pergunta sem resposta. E faz perguntas que tonteiam muitos adultos. Quando estou com ela, como neste domingo, é uma festa só.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Não é meu

Qual prazer têm pessoas que fazem escritos lindos e, em vez de se identificarem, os atribuem a pessoas famosas?
Verissimo, Jabor, Martha, Bial e outros já cansaram de dizer que textos atribuídos a eles nem passaram pelas suas cabeças. E tem muitos, como Quintana e Drummond, que não estão mais aqui para desmentir.
Mas as poesias, os contos, as crônicas e outros gêneros literários estão aí na internet como se deles fossem. Uma rápida pesquisa antes de postar impediria isso.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Histórias de taxistas

                 Avesso à direção, não tenho carro, só ando de carona. De táxi, com frequência. Nestes momentos, colho histórias interessantes, ouvidas de muitos motoristas, autores contumazes de um tradicional bordão: “daria um livro”. De fato, já fui protagonista ou ouvinte de casos que não ouviria se estivesse sozinho ao volante nas minhas andanças. Não conto situações em que entro, sento e me vejo diante de um “mudo” na entrada e na saída. Não existe coisa mais chata. Nem a temperatura aceita discutir. Só o valor da corrida pronuncia.
                O caso mais pitoresco aconteceu diretamente comigo. Dias destes, atrasado para minha aula na PUCRS, apelei para um táxi. O primeiro motorista desacelerou, avançou e deu marcha à ré. Parecia indeciso o homem. Abriu a porta e foi logo perguntando:
                - Para onde tu vais?
                - Vou até a PUC - disse, já metendo o pé dentro do carro.
                - Espera um pouco, não vou poder te levar. Pensei que fosse uma corrida curta - atirou, para minha surpresa.
                - Mas...
                - É que eu tenho que almoçar - justificou.
                Desci e o cara saiu em disparada com seu Fiesta. Não deu tempo de pensar e já ataquei outro veículo que vinha em seguida. Não foi outro o assunto com o motorista sem fome que peguei. Ele me ouviu atentamente. Eu não conseguia entender como um cara recusara uma corrida com valor médio de R$ 15 por causa de um almoço. Este valor pagaria até duas refeições. O outro motorista me deu razão e disse que já recusara uma corrida curta, mas não de média distância como minha. Ficou feliz com o presente do colega. Ah, ele não tinha almoçado também.
                Em se tratando de corrida, ouvi uma que anda no sentido contrário da minha. Um taxista transitava sem passageiro em Ipanema, na Zona Sul de Porto Alegre, quando ouviu um chamado pelo rádio.
                - Preciso de um carro grande, com ar condicionado, no Estádio Beira-Rio.
                - É comigo – avisou, já pensando numa bela corrida que ultrapassasse os limites de Porto Alegre.
                Chegando ao estádio do Internacional, ficou mais alegre. Dois homens, bem vestidos, paletó e gravata, e com duas sacolas de compras, o esperavam. Quando entraram, o taxista fez a tradicional pergunta:
                - Onde os levo?
                - No shopping Praia de Belas - disse um deles, para decepção do motorista, que percorrera cerca de 2 quilômetros para fazer uma corrida de pouco mais de 500 metros.
                Depois de dois minutos, estava no shopping e anunciou o que o taxímetro registrara: R$ 5,50. Recebeu R$ 10 e pensou que ficaria assim. Não, os homens esperaram o troco.
                 - Vida de taxista é assim, meu amigo. Eles não estavam errados, mas tive prejuízo e não pude discutir ou xingá-los - disse-me.
                 Tem taxista que recusa corrida por questão de consciência ou medo. Instalado há 20 anos num dos pontos mais concorridos de Porto Alegre, o profissional está ameaçado de trocar de lugar porque se recusou a fazer trabalhos que considera “sujos”.  Consumidores de drogas escolheram o ponto para solicitar que os motoristas se desloquem até locais tradicionais para buscar o produto. A maioria aceita, mas alguns evitam.
                 - Não é meu trabalho e não concordo com isso. E se eu sou pego com o bagulho? – pergunta.
            
           

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cinco anos do Mundial de Clubes da Fifa


Cerveja gelando para sábado, quando festejaremos no Beira-Rio os cinco anos do Mundial de Clubes da Fifa. Quem não lembra da gloriosa vitória do Inter de 1 a 0 sobre o poderoso Barcelona?

Circulando o Versão dos Jornalistas



Começou a circular nesta manhã a edição 115 do jornal Versão dos Jornalistas, publicação mensal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul. Nas chamadas de capa, a saída da Fenaj da coordenação do FNDC, votação do segundo turno da PEC marcada para fevereiro, balanço do Sindicato e projeções para 2012, e Conselhão aprova o Conselho de Comunicação Social para o RS. Além de charge, matéria sobre a repercussão das declarações de Collor e Aloysio Nunes Ferreira entre os coordenadores de cursos de Jornalismo do Estado, coluna de ombudsman de Jayme Copstein e muito mais.

Cutucar no Face


Não te cutucarei mais aqui.  
Se quiseres, atravesse rios,  
planícies, montanhas e pontes. 
Pule abismos, nade oceanos,  
voe de qualquer jeito, ande.  
No meu canto, cutuco  
do meu jeito e como quiseres.  
Só não será virtual como aqui.

Boca aberta


Quero manter aberta a boca
para gritar por liberdade,
para falar baixinho de amor
para dizer algo sobre troca.

Quero manter aberta a boca
para berrar por oportunidade
para avisar que estou aqui
para balbuciar teu nome.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Tua luz


Um dia eu pretendi lutar na tua conquista.
No outro, ensinaste que conquista é outra coisa.
Te olhei perplexo sem saber o rumo a trilhar.
Não tinha eu a dimensão de onde seguir.
Tentei voar, mas minhas asas não levantaram.
Tentei correr, mas minhas pernas tremeram.
Tentei olhar, mas meus olhos nada alcançaram.
Então deitei e notei o fundo de teus olhos
que mostraram a imensidão de tua luz.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Lavoura do Zé

Derrama chuva na minha mente,
que muitas vezes não é preciso.
Vai lá na lavoura do amigo Zé,
que plantou e muito precisa.