segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dilma Lá: breve história de uma candidatura

Dilma vem de uma imensa legião de brasileiros muito bem retratados no livro clássico de Éder Sader, “Quando novos personagens entraram em cena”. Ela representa um novo momento em que um sujeito coletivo ganha o rosto de uma personagem. Foi assim com Lula, rosto do sujeito coletivo das greves do ABC e das mobilizações contra a ditadura; rosto que adquiriu outras feições quando deputado constituinte em 1986; depois quando candidato em 1989, sua primeira campanha presidencial; e quando finalmente foi eleito e reeleito (2002 e 2006). Representa ainda uma longa trajetória de lutas sociais e a ainda breve trajetória de grandes mudanças proporcionadas pelo atual governo. O artigo é de Antonio Lassance.
Dilma é uma nova personagem que entra em cena na história brasileira. Consagrada por quase 56 milhões de votos, 12 milhões a mais que seu adversário, é uma figura distinta, em todos os sentidos; uma novidade e, ao mesmo tempo, uma velha conhecida. Boa parte do que se tem veiculado sobre a presidente eleita na mídia tradicional desconhece quem é a Dilma, sua capacidade e seu estilo de trabalho. O que até não seria tão grave, se não viesse acompanhado por um profundo desconhecimento sobre o que são o presidencialismo e a Presidência no Brasil. Há um misto de desinformação, má informação e deformação contra alguém que, em plena democracia, continua sendo acusada, como ocorria na ditadura, pelo que fez e pelo que não fez, pelo que é e pelo que não é.

Dilma vem de uma imensa legião de brasileiros muito bem retratados no livro clássico de Éder Sader, “Quando novos personagens entraram em cena” (de 1988). Ela representa um novo momento em que um sujeito coletivo ganha o rosto de uma personagem. Foi assim com Lula, rosto do sujeito coletivo das greves do ABC e das mobilizações contra a ditadura; rosto que adquiriu outras feições quando deputado constituinte em 1986; depois quando candidato em 1989, sua primeira campanha presidencial; e quando finalmente foi eleito e reeleito (2002 e 2006).

Dilma é de uma das três matrizes identificadas por Sader como representativas do pensamento de esquerda no país. Nem da matriz sindicalista, nem das comunidades eclesiais de base da igreja Católica, mas egressa da matriz da esquerda clandestina, que enfrentou as armas e a tortura dos porões da ditadura.

A mais nova personagem desse sujeito coletivo representa uma longa trajetória de lutas sociais e a ainda breve trajetória de grandes mudanças proporcionadas pelo atual governo. Independentemente de sua matriz original, Dilma foi transformada por duas experiências cruciais: a do governo Lula e a da campanha eleitoral. Ambas certamente alteraram profundamente as feições da futura presidenta, o suficiente para que pudesse enfrentar, sobreviver e sair-se vitoriosa de ataques do tipo que já abateu figuras supostamente muito mais experientes do que ela - e que poderiam ter sido as escolhas preferenciais do PT para 2010.

Dilma é uma novidade em termos de seu perfil. O PT sempre acalentou o sonho de consumo de realizar a fórmula propugnada há muito por Carlos Matus. Especialista em planejamento estratégico e com grande ênfase em gestão presidencial, Matus foi assessor de Salvador Allende (Chile, 1965-1970). Visitou o Brasil várias vezes, teve livros publicados pelo IPEA (graças ao empenho de pesquisadores como Ronaldo Garcia) e circulava muito entre o movimento sindical. Matus enfatizava a importância de se combinar desenvoltura política com habilidade técnico-gerencial. Sua criatura abstrata era o dirigente tecnopolítico. Lula, que conheceu Matus pessoalmente, soube usar desse modelo em seu governo, ao combinar sua maestria política - reconhecida até por seus oponentes - com escolhas de alto padrão técnico, como foi o caso de Dilma.

A opção do presidente Lula por Dilma criou a chance de se ter uma presidenta que fosse um quadro tecnopolítico por excelência. A tarefa que se colocava então era a de turbinar tal escolha com um treinamento intensivo, para cumprir um requisito bastante diverso: o da excelência decisória.

Advindo da própria intuição do presidente, os argumentos em torno da excelência decisória foram reforçados, desde 2003, com a visita, ao Brasil e ao Palácio do Planalto, de um especialista em presidências, Richard Neustadt. O autor de “Poder presidencial e os presidentes modernos” estava visivelmente empolgado com o governo Lula, que mal tinha começado e enfrentava sérias dificuldades em seu primeiro ano. Neustadt, do alto de seus 84 anos e com a experiência de quem acompanhou de perto os governos Roosevelt, Truman e Kennedy, acreditava profeticamente que Lula poderia ter para o Brasil a importância que Franklin Roosevelt teve para os Estados Unidos. Contudo, sua audiência palaciana, grata com tal simpatia, mas cética de suas reais possibilidades (que ainda não podiam ser de fato vislumbras), apreciou particularmente uma das teses clássicas de Neustadt: a de que um presidente não precisa ser especialista em nenhuma área, especificamente. Mais do que qualquer outra coisa, ele precisa ser um especialista em presidência da República. Um exímio operador do poder presidencial.

Neste aspecto, Dilma passou por um treinamento intensivo, ou laboratório, se preferirem, que não poderia ocorrer em lugar melhor a não ser na Casa Civil da Presidência da República, ou seja, na estrutura responsável por demandar, digerir e encaminhar os atos presidenciais para deliberação. Por trás das assinaturas de um presidente se escondem processos de decisão política com meandros que Dilma conhece em detalhes.

A experiência na Casa Civil dá a exata dimensão entre o que um presidente quer e o que ele pode; a medida sobre até onde vai o seu poder, que não é imperial, e o que depende de se contar com maioria disciplinada no Congresso - uma das regras do presidencialismo de coalizão. Enquanto isso, uma das comentaristas que transformaram o comentário político no Brasil numa espécie de colunismo social dos Três Poderes avalia que um dos problemas da presidenta eleita é o de que ela tem uma base congressual maior que a do presidente Lula (!)

Aprende-se na Casa Civil que a capacidade e a velocidade de implementação de políticas públicas dependem da natureza de nosso federalismo e do padrão de nossa burocracia. Dilma conhece cada milímetro da Esplanada e esquadrinhou, com o PAC, cada milímetro do País. Na Casa Civil, se é treinado o tempo todo para saber que nenhuma decisão é correta se for tomada da forma errada e em hora certa incerta.

Um presidente deve saber exatamente em que ponto da estrada deve pisar no freio e quando pode afundar o pé no acelerador. No final de 2003, foram apresentados a Lula resultados de uma pesquisa de opinião que atestava: as pessoas entendiam o momento de arrumar a casa e estavam pacientes com relação às mudanças prometidas. A conclusão oferecida pelos analistas da pesquisa era: o povo não está com pressa. O presidente, que pisou no freio por todo o ano de 2003, retrucou, simples e direto : “o povo não tá com pressa, mas eu tô”. Dilma qualificou-se dentro da Casa Civil para ser uma especialista em presidência ao tornar-se também uma especialista em “timing”.

Dilma, "pela primeira vez na história do País", permitirá que o Brasil tenha uma sequência democrática de governos que cumprem o ciclo de construtores de regimes e gerenciadores de regime, uma noção comum na literatura sobre presidências.

Há presidentes que são construtores de regimes e outros que são seus gestores. Uns constróem uma maneira particular de fazer política e uma orientação diversa da ação do Estado, representando uma coalizão majoritária que desaloja uma antiga coalizão, em decadência. Por sua vez, os gestores de regimes têm como tarefa manter sua coalizão unida, avançar na realização das políticas públicas que cimentam a coesão de suas bases e oferecer respostas a seus eleitores, na forma de ações governamentais. São os gestores de regime que desvelam o legado do presidente anterior e desdobram suas realizações.

No Brasil, se pode dizer que esse ciclo foi cumprido apenas em três épocas: no início da República, entre Campos Sales (verdadeiro construtor do regime da República Velha) e Rodrigues Alves; na Era Vargas, quando Getúlio foi, primeiro (1930-1945) construtor de um novo regime e, depois, ele próprio, continuador de sua construção pregressa, começando em 1950, tragicamente interrompida em 1954. Finalmente, no período dos governos da ditadura militar (1964-1984). Na República Velha, o Brasil tinha um regime pouco representativo (oligárquico e não democrático). A construção do regime varguista ocorreu sobretudo a partir de uma ditadura, a do Estado Novo. O mesmo vale para os 20 anos da ditadura de 64.

Dilma é a primeira experiência democrática brasileira de gestão de um novo regime político e de suas políticas públicas. Todas as demais fracassaram sem deixar sucessores: Juscelino, Jango, Sarney, FHC.

Gerenciar um regime, em parte, é continuar o que tem sido feito, mas apenas em parte. Em grande medida, um presidente de continuidade é um desbravador e um desdobrador. Não é alguém que fará a pintura de uma casa já construída. É quem pega o leme no meio da viagem e precisa conduzir a embarcação adiante, até completar-se o ciclo.

O regime estruturado pelo presidente Lula suplantou a montagem minimalista do tucanato. FHC apostou todos os esforços na estabilidade macroeconômica e supôs que, daí, os resultados para o crescimento econômico e para a melhoria das condições sociais viriam naturalmente. Não vieram, e isso explica seu declínio.

A coalizão encabeçada por Lula e seu novo regime basearam-se na combinação de estabilidade econômica com esforços decididos e simultâneos de aceleração do crescimento e redução drástica das desigualdades. Duas coisas que, na mentalidade do regime anterior, estavam fora da governabilidade do Executivo federal e deveriam ser subproduto da estabilidade.

A campanha possibilitou a todos, em especial à presidenta eleita, a percepção clara da importância da mobilização e do contato popular. Principalmente a campanha de segundo turno. Ficou claro que, deixada à sua própria sorte, Dilma e Lula seriam derrotados pelas forças do atraso.
Os relatos de quem a acompanhou na campanha são repletos de histórias sobre como o semblante e a disposição da candidata eram energizados pelo contato popular. Algo que vai na mesma linha do que o presidente Lula não se cansa de repetir: as viagens pelo país garantem o contato com o povo, e isso revigora um presidente.

A estrutura de qualquer presidência da República é tradicionalmente montada para afastar a “autoridade” daqueles que o elegeram. A presidência diariamente se esforça para assoberbar o presidente com papéis, para manter suas portas fechadas, para isolá-lo do barulho das ruas.

Diante disso, se o presidente se acomoda, se ele não se insurgir contra uma rotina ritualizada, se ele não fugir do Palácio, ele se tornará um presidente cada vez menos popular. É preciso romper os limites do palácio de cristal (outra imagem muito conhecida criada por Matus), a redoma que tem a boa intenção de proteger o presidente de tudo, mas que acaba por afastá-lo, inclusive, daquilo que há de melhor.

As viagens pelas quais o presidente foi tantas vezes criticado, mesmo quando percorria seu próprio país e visitava as localidades mais pobres, permitiram que ele visse claramente as mudanças em curso e os problemas que engavetavam suas decisões. Mas, principalmente, as viagens recarregavam suas baterias com uma energia que não é gerada em despachos, em reuniões ministeriais e em negociações com o Congresso - ao contrário, essas a exaurem.

Pelo pouco que se viu das primeira horas após o resultado das eleições, pode-se antever também outra novidade: ao contrário de presidentes anteriores, Dilma não contará com aquela fase de “lua de mel”, os primeiros 100 dias em que oposição e imprensa dão um desconto para o presidente que entra, antes de abrir fogo com todas as suas baterias. Mesmo informado do discurso de paz e da mão estendida, a oposição fez declaração de guerra. O candidato derrotado - aquele que sacralizou a baixaria - deu ao conservadorismo mais abominável o qualificativo de “delimitação de campo”. E avisou: “isso não é o fim. Isso é apenas o começo”. A frase queimada no calor da derrota exala uma fumaça com forte cheiro de terceiro turno.

Neste sentido, mesmo com toda a agressividade, a oposição se coloca em desvantagem. Ao contrário de Dilma, que aprendeu muito em pouco tempo, a oposição demonstra que nada aprendeu em 8 anos de sucessivas derrotas. Consegue considerar-se campeã moral de uma guerra na qual se desmoralizou. Seu diagnóstico é o de que quem errou foi o povo. “Não foi dessa vez”, que se traduz em “o povo um dia aprende”. Suas lideranças se fecharam em copas e se arvoram bastiões dos velhos tempos; tempos que não voltam mais, principalmente porque cada vez menos gente sente saudades deles.

Ao longo da campanha, uma das formas mais utilizadas de se manifestar apoio a Dilma foi estampar sua foto de militante clandestina presa pela ditadura. As pessoas mostravam sua adesão a um rosto que simbolizava uma identidade coletiva. Enquanto essa coletividade estiver unida em torno de Dilma, a oposição estará condenada a repetir: “não foi dessa vez”.No que depender de seu preparo, a presidenta eleita teve, ao longo da vida, as melhores dentre todas as escolas.

(*) Cientista político, pesquisador do IPEA, foi assessor da Presidência da República de 2003 a 2010.

Dilma no mundo

 Olhem só a cobertura da imprensa mundial sobre a vitória de Dilma.
 
Jornais  argentinos "Clarín" e "La Nación": "Dilma se converte na presidenta" e "Rousseff se impõe",

Espanhol "El País": "Primeira mulher alcança a Presidência", 

Francês "Le Monde": "Rousseff é dada como vencedora".

E o jornal  americano "Wall Street Journal": "Dilma Rousseff vence eleição no Brasil".
Na cobertura on-line, o jornal ja vinha dando destaque para  vitória da Dilma  desde a madrugada. Foi até manchete no "WSJ": "Rousseff lidera voto"

Na home do "NYT", "Prestes a liderar Brasil".

E assim também, antes e depois, pelos canais CNN e BBC e pelas agências, da AP à Bloomberg.

Coroação 

A "Economist", que embarcou na vitória de Dilma no primeiro turno e depois deu editorial contra ela, noticiou sob o título "Nenhuma surpresa desta vez". À tarde, já havia postado a provável vitória, sob o título "Dia da coroação".
O papa perdeu "Guardian" e outros produziram longas reportagens sobre a "revolução evangélica" que mudou a campanha no Brasil. 

Depois, os blogs de José Roberto de Toledo e Blue Bus sublinharam que até o papa "cabo eleitoral" perdeu.

O "Financial Times" nem esperou acabar  a eleição para arriscar que  Palocci "parece certo" para Casa Civil ou Fazenda, assim como Luciano Coutinho.

"New York Times" deu manchete:  "Sucessora escolhida pelo líder do Brasil é eleita". 

No "China Daily": "Brasil elege primeira mulher presidente".

Enquanto isso, aqui no Brasil....

"Dilma não bate recorde de votos de Lula", diz manchete da Folha de São Paulo.

Mas antes....

Às 20h07, na Globo, William Bonner anunciou em plantão: "Pela primeira vez na história , o Poder Executivo será comandado por uma mulher".

No início da noite, Bonner perguntou sobre Minas a Alexandre Garcia, que criticou: Aécio prometeu eleger Serra, mas não está". Após pausa, Bonner contrapôs: "Dilma é mineira, não se pode botar tudo nas costas do senador Aécio".

Àquela altura, Xico Graziano, um dos coordenadores de Serra, já havia tuitado, com eco por todo lado,:"Perdemos feio em Minas. Por que será?". E, em seu discurso, Serra evitou citar Aécio Neves.
 

Vitória de Dilma gera onda de preconceito e xenofofia. Isso é crime

A vitória da Dilma Roussef na eleição presidencial gerou uma onda de ódio na Internet. Comentários com contéudos preconceituos e xenófobos contra nordestinos invadiram ontem o twitter, gerando reação de grande número de pessoas. O fato é que comentários como os que foram feitos é crime, previsto no Código Penal. A Justiça poderia agir, pois os autores têm cara e endereço eletrônico.
Uma reação merece ser reproduzida aqui. É da moradora de Fortaleza (CE) Cynara Peixoto, publicada no site Mundo Tecno. Ele reproduziu a postagem de alguns preconceituosos, mas vou evitar de fazê-lo. Quem quiser conferir: acesse o seguinte link:
http://www.mundotecno.info/destaque/o-dia-em-que-o-preconceito-tomou-conta-do-twitter?utm_source=feedburner

Este é o artigo, muito bom, da Cynara:
  
O dia em que o preconceito tomou conta do Twitter

"Sim, a mulher pode."

A frase acima foi dita ontem à noite - 31 de outubro -  pela primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff, durante entrevista em Brasília. É simbólica porque nossa República só teve homens presidentes. Ao conseguir 56,05% do votos válidos na eleição contra José Serra, a economista mineira/gaúcha quebrou um novo paradigma. O primeiro tinha sido quebrado com a eleição de Lula em 2002. Pela primeira vez, um operário sem curso superior chegava ao quadro mais alto do País. Foi bonita a festa em Brasília e aqui em Porto Alegre. 
Posto as fotos abaixo para mostrar o quando este momento é importante para mim e para milhões de brasileiros.

Comemoração merecida de Lula e Dilma no Palácio do Planalto. Ela continuará a obra dele. Fotos de Ricardo Stuckert/divulgação


Em Porto Alegre, a festa foi na Avenida João Pessoa, junto ao Diretório Municipal do PT. Milhares de pessoas comemoraram a vitória de Dilma, entre os quais este blogueiro, e o ex-governador Olívio Dutra, que não parou de autografar em bandeiras petistas. Como se vê, encontrei muitos amigos e amigas por lá.
Muita alegria!

domingo, 31 de outubro de 2010

Imagem tocante que prescinde de legenda

O momento do voto

Momento histórico: em Porto Alegre, Dilma Roussef vota em uma eleição que poderá torná-la a primeira mulher presidente do Brasil. 
No mesmo local, recebeu o voto do governador eleito do RS, Tarso Genro. 
Que parceria!

Dilma já votou em Porto Alegre


Dilma Rousseff concede entrevista coletiva em Porto Alegre, onde já votou. Diz que, se eleita, governará para toda a população. Depois, a candidata petista votou na Escola Estadual Santos Dumont, na zona sul de Porto Alegre, ao lado do governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Na foto, atrás de Dilma, estão dois ex-governadores do Rio Grande do Sul: Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT). Ela trabalhou com ambos.

Foto: Tarlis Schneider/Terra

Tempo bom para votar em Dilma

Em Porto Alegre, o sol brilha forte, o céu é de brigadeiro e temos disposição para eleger Dilma a primeira mulher presidente do Brasil.
À luta, companheiros!

É a nossa presidente!

Eles já admitem a vitória de Dilma

Um dos jornalões mais reacionários admite em sua capa do dia da eleição, 31 de outubro de 2010. Não dá para enconder o que o povo decide...

Meu bairro faz história na véspera da eleição

 Olha a caminhada da vitória no meu bairro, Cidade Baixa. Aconteceu na tarde de Porto Alegre neste sábado. Centenas de militantes e simpatizantes de Dilma, além de lideranças políticas, como o governador eleito Tarso Genro, participaram do ato que movimentou as ruas do bairro. Mostramos força...

sábado, 30 de outubro de 2010

Agora até o Papa dá palpite na eleição brasileira

Do blog Balaio do Kotscho (http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/)

Só faltava ele! Pois ao abrir a capa (alguns preferem chamar de home page) do portal Estadão.com, a 72 horas das eleições presidenciais, tomo um susto ao ler a manchete: “Papa condena aborto e pede a bispos que orientem politicamente fíéis”.
Diz a nota que “em reunião em Roma na manhã desta quinta-feira, 28, o papa Bento XVI conclamou um grupo de bispos brasileiros a orientar politicamente fiéis católicos. Sem citar especificamente as eleições de domingo, o Papa reforçou a posição da Igreja a respeito do aborto e recomendou a defesa de símbolos religiosos em ambientes públicos”.
Além de condenar o aborto, como se alguém pudesse ser a favor do aborto, embora muitos defendam a sua descriminalização, o papa também cobrou o ensino religioso nas escolas públicas e defendeu a luta pela manutenção dos símbolos religosos, citando o monumento do Cristo Redentor no Rio, como se eles estivessem ameaçados.
O Brasil é um Estado laico e mantem relações diplomáticas com o Estado do Vaticano. Com que direito Sua Santidade vem meter o bedelho em questões internas de um país às vésperas das eleições presidenciais? Já não basta o papel impróprio e deprimente  exercido por alguns dos seus bispos que, com esta falsa questão do aborto, transformaram seus altares em palanques contra uma candidatura e a favor de outra, distribuindo panfletos políticos em lugar de homilias?
Depois de ser explorado até a exaustão pelos bispos teefepeanos, telepastores dos dízimos e, principalmente, pela mídia, o assunto já tinha até saído de pauta, tão rapidamente quanto entrou, porque as últimas pesquisas mostraram que ele não estava mais rendendo nenhum resultado nas intenções de voto dos eleitores.
Em artigo publicado terça-feira no Observatório da Imprensa, o analista de mídia Cristiano Aguiar Lopes prova com números de uma pesquisa que “houve um esforço coordenado e eficiente dos principais jornais e revistas do país para insuflar a polêmica sobre o tema com vistas a um fim eleitoral mais que óbvio: roubar votos de Dilma entre eleitores conservadores contrários à descriminalização do aborto”.
Os números são impressionantes: a três dias do primeiro turno, no dia 30 de setembro, as principais publicações do país pesquisadas registraram 149 menções sobre o aborto, chegando a 430 no dia 8 de outubro, na primeira semana do segundo turno que foi dominada pelo tema.
“A primeira escalada ocorre pouco antes do primeiro turno e tem como objetivo conquistar os votos de indecisos e de dilmistas não muito convictos. A segunda, bem mais intensa, busca transferir para Serra os votos de um grande contingente de eleitores conservadores _ sobretudo católicos e evangélicos _ contrários à descriminalização do aborto”, conclui Cristiabno Aguiar Lopes.
A pesquisa prova também que não houve “onda verde” nenhuma que tenha provocado o segundo turno. Foi, na verdade, uma “onda religiosa” nas igrejas e nos subterrâneos da internet que beneficiaram a candidata evangélica Marina Silva e levaram a eleição ao segundo turno, usando a ameaça do aborto como instrumento eleitoral.
O Papa foi inconveniente, chegou atrasado na história e entrou de gaiato numa falsa polêmica que até a mídia já tinha esquecido. Deveria se preocupar mais com os casos de pedofilia envolvendo religiosos que grassaram nos últimos anos em sua igreja, com a fuga de fiéis e o esvaziamento dos seus templos. Não precisamos dos seus conselhos para saber como deveremos votar no domingo.

Pesquisas apontam Dilma Rousseff presidente do Brasil

Escolham a pesquisa de sua preferência. 
Conforme dados divulgados neste sábado, (30), véspera da eleição, os principais institutos apontam os seguintes percentuais para os votos válidos:

Ibope: Dilma (56%), Serra (44%)
Datafolha: Dilma (55%), Serra (45%)
Vox Populi: Dilma (57%), Serra (43%)
Sensus: Dilma (57,2%), Serra (42,8%)

Alguma dúvida? DILMA 13

Dois grandes presidentes, dois apoiadores das mulheres

Amanhã, estaremos diante de um novo feito histórico. O Brasil certamente elegerá Dilma Rousseff a sua primeira mulher presidente. Ela foi escolhida por Luiz Inácio Lula da Silva, primeiro operário a ocupar o maior cargo do país. Outro presidente do povo, Getúlio Vargas, garantiu essa possibilidade, ao promulgar em 1932 o novo Código Eleitoral, garantindo o direito de voto às mulheres brasileiras. Ou seja, no intervalo de 78 anos, as mulheres foram conquistando espaços em todas as atividades da sociedade brasileira, inclusive na política. É a mesma que poderá consagrar a candidata mineira/gaúcha amanhã. Para minhas amigas mulheres, este feito é motivo de orgulho.

Indecisos no debate da Globo correm para tirar foto com Dilma

O fim do debate de ontem na Globo foi melancólico para Serra. 
Os indecisos, escalados para fazer perguntas para os dois candidatos, correram para tirar fotos com Dilma. 
O tucano ficou, amuado, num canto, à espera da coletiva.
 

Leiam mais no Blog do Mello:
http://blogdomello.blogspot.com/2010/10/depois-do-debate-da-globo-indecisos.html


E observem a foto abaixo:

Apoteose para Lula no Recife


Em desfile em carro aberto realizado nesta sexta-feira (29), no centro de Recife, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi recepcionado em sua terra natal para o último evento da campanha pró-Dilma antes do segundo turno das eleições. Segundo estimativa da Polícia Militar de Pernambuco, mais de 100 mil pessoas acompanharam a passagem do petista pela cidade. Durante o trajeto os militantes gritaram: "Lula guerreiro do povo brasileiro".

Foto de Aldo Carneiro/ Futura Press


Leia mais no Terra:
http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4763249-EI15311,00-Lula+arrasta+mil+pessoas+e+e+aclamado+nas+ruas+do+Recife.html

Leonardo Boff : Dilma - a importância de uma mulher na Presidência

Há duas formas principais de estarmos presentes no mundo: pelo trabalho e pelo cuidado. Como somos seres sem nenhum órgão especializado, à diferença dos animais, temos que trabalhar para sobreviver. Vale dizer, precisamos tirar da natureza tudo o que precisamos. Nessa diligência usamos a razão prática, a criatividade e a tecnologia. Aqui, precisamos ser objetivos e efetivos; caso contrário, sucumbimos às necessidades. Na história humana, pelo menos no Ocidente, instaurou-se a ditadura do trabalho. Este, mais do que obra, foi transformado num meio de produção, vendido na forma de salário, implicando concorrência e devastação atroz da natureza e perversa injustiça social. Representantes principais, mas não exclusivos, do modo de ser do trabalho são os homens.  

A segunda forma é o cuidado. Ele tem como centralidade a vida e as relações interpessoais e sociais. Todos somos filhos e filhas do cuidado, porque se nossas mães não tivessem tido infinito cuidado quando nascemos, algumas horas depois teríamos morrido e não estaríamos aqui para escrever sobre estas coisas. O cuidado tem a ver mais com sujeitos que interagem entre si do que com objetos a serem gestionados. O cuidado é um gesto amoroso para com a realidade.

O cuidado não se opõe ao trabalho. Dá-lhe uma característica própria que é ser feito de tal forma que respeita as coisas e permite que se refaçam. Cuidar significa estar junto das coisas protegendo-as e não sobre elas, dominando-as. Elas nunca são meros meios. Representam valores e símbolos que nos evocam sentimentos de beleza, complexidade e força. Obviamente, ocorrem resistências e perplexidades. Mas elas são superadas pela paciência perseverante. A mulher, no lugar da agressividade, tende a colocar a convivência amorosa. Em vez da dominação, a companhia afetuosa. A cooperação substitui a concorrência. Portadoras privilegiadas, mas não exclusivas, do cuidado são as mulheres.

Desde a mais remota antiguidade, assistimos a um drama de consequências funestas: a ruptura entre o trabalho e o cuidado. Desde o neolítico se impôs o trabalho como busca frenética de eficácia e de riqueza. Esse modo de ser submete a mulher, mata o cuidado, liquida a ternura e tensiona as relações humanas. É o império do androcentrismo, do predomínio do homem sobre a natureza e a mulher. Chegamos, agora, a um impasse fundamental: ou impomos limites à voracidade produtivista e resgatamos o cuidado ou a Terra não aguentará mais.

Sentimos a urgência de feminilizar as relações; quer dizer, reintroduzir em todos os âmbitos o cuidado especialmente com referência às pessoas mais massacradas (dois terços da humanidade), à natureza devastada e ao mundo da política. A porta de entrada ao universo do cuidado é a razão cordial e sensível que nos permite sentir as feridas da natureza e das pessoas, deixar-se envolver e se mobilizar para a humanização das relações entre todos, sem descurar da colaboração fundamental da razão intrumental-analítica que nos permite sermos eficazes.

É aqui que vejo a importância de podermos ter providencialmente à frente do governo do Brasil uma mulher como Dilma Rousseff. Ela poderá unir as duas dimensões do trabalho que busca racionalidade e eficácia (a dimensão masculina) e do cuidado que acolhe o mais pobre e sofrido e projeta políticas de inclusão e de recuperação da dignidade (dimensão feminina). Ela possui o caráter de uma grande e eficiente gestora (seu lado de trabalho/masculino) e ao mesmo tempo a capacidade de levar avante com enternecimento e compaixão o projeto de Lula de cuidar dos pobres e dos oprimidos (seu lado de cuidado/feminino). Ela pode realizar o ideal de Gandhi: "política é um gesto amoroso para com o povo".

Neste momento dramático da história do Brasil e do mundo é importante que uma mulher exerça o poder como cuidado e serviço. Ela, Dilma, imbuída desta consciência, poderá impor limites ao trabalho devastador e poderá fazer com que o desenvolvimento ansiado se faça com a natureza e não contra ela, com sentido de justiça social, de solidariedade a partir de baixo e de uma fraternidade aberta que inclui todos os povos e a inteira a comunidade de vida.


Leonardo Boff é Teólogo, filósofo e escritor

Fonte: Adital

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ministra Cármem Lúcia nega seguimento da ação da Folha de S. Paulo

Pedido de abertura dos arquivos do processo contra Dilma Rousseff durante a ditadura é barrado no STF
 Celso Marcondes
A ministra Cármem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, não aceitou a Ação Cautelar da Folha de S. Paulo que pedia a abertura dos arquivos do processo de Dilma Rousseff durante a ditadura militar. É o que se pode deduzir de seu despacho publicado no site do STF, sob
o número AC2727. No item “andamento” está escrito como despacho da
ministra: “negado seguimento” e no item “observação” ela escreveu:
“prejudicada a liminar”.No site não estão escritas as justificativas da ministra para esta decisão.
CartaCapital tentou falar com sua assessoria, mas até aqui não conseguiu. É possível interpretar que em sua avaliação o processo deva continuar
em andamento aonde estava, ou seja, no Superior Tribunal Militar (STM).

Leia mais no link:
http://www.cartacapital.com.br/politica/ministra-carmem-lucia-nega-liminar-da-folha-de-s-paulo

Tomada da João Pessoa, em Porto Alegre, por Dilma

É hora de permanecer na rua, mostrar a nossa força e conquistar os indecisos.

PORTO ALEGRE - Tomada da João Pessoa pró-Dilma - hoje,  sexta-feira, a partir das 17h
-  do Viaduto Loureiro da Silva (Salgado Filho) até a José Bonifácio. Os dois lados.


Vai ser lindo...

Ontem, lembranças. Hoje, força

Apague da mente as lembranças tristes a fim de libertar o dia de hoje da escravidão do ontem.  
São as idéias ligadas ao hoje as reais construtoras do amanhã. 
O ontem teve o seu momento, mas a vida chama para prosseguir, avançar, renovar,  começar de novo, vencer as imperfeições,
dar o máximo de si mesmo.
Livre-se do passado negro e use as suas capacidades, os recursos da inteligência, a força das oportunidades deste dia para realizar-se como pessoa, corrigir erros e compreender a vida, como ela é.
Não fique a lamuriar.
A força do hoje quebra as algemas do ontem.

Será que o Papa disse aquilo que foi divulgado pela mídia?

Uma fonte fidedigna informou que a alegada fala do Papa em relação ao aborto - sugerindo não votar em candidatos favoráveis à descriminação, entre outros assuntos polêmicos - foi plantada por bispos que já vinham semeando calúnias contra Dilma. Tudo para favorecer Serra.
Sei que, amanhã, o Papa dará um basta final na questão, dizendo que a Igeja não deve se meter neste assunto. Pelo menos em época eleitoral. Esperem...
Mais uma máscra irá cair!

Serra subestima as mulheres. E gera onda de protestos na internet

O candidato tucano, José Serra, gerou uma nova onda de protestos na internet, no início da noite desta quinta-feira, por parte das mulheres que se sentiram ofendidas com o pedido do candidato, feito no encerramento do discurso em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, para uma
plateia de cabos eleitorais e convidados. Ele apelou para que as “meninas bonitas” busquem convencer os seus pretendentes masculinos a votar nele, principalmente na internet.
– Quero me concentrar agora no que vamos fazer até domingo. Temos que não apenas votar, temos que ganhar voto de quem está indeciso, voto de quem não está ainda muito
decidido do outro lado – argumentou o candidato.
Segundo o candidato tucano, mulheres bonitas têm mais condições de cabalar votos para a aliança da direita.
- Se é menina bonita, tem que ganhar 15 (votos). É muito simples: faz a lista de pretendentes e manda e-mail dizendo que vai ter mais chance quem votar no 45 – completou.
Aproposta caiu mal para as mulheres brasileiras que, no Twitter, alçaram o primeiro lugar nos trends (assuntos mais debatidos nas redes sociais) nacionais e terceiro lugar, em nível mundial, com as mensagens de protesto contra o candidato. “Sou mineira e bonita, mas não tenho tenho vocação pra trabalho de bordel”, escreveu @fiz_mesmo, seguida de @velvetinha: “Credo, o Serra é antigo, que ideia mais triste, gente. Ele imagina as meninas coqueteando para ganhar votos. Perai, vou ali vomitar”.
Os protestos foram rastreados pela tag #serracafetao, que chegou ao terceiro lugar em nível mundial, no início da noite. O internauta @emrsn ponderou que “por muito menos o Ciro foi mega desacreditado pela imprensa”, e @purafor pergunta se esta seria uma proposta do candidato para se criar “um bordel a nível nacional”. Enquanto isso, @rodrigonc, que não deve passar dos 14 anos, aproveita para entrar na discussão, “só avisando às meninas bonitas do Twitter: podem me mandar DM (mensagem direta, na tradução do inglês) que a gente já pode negociar esse voto”.
O internauta @luisfelipesilva acirra o debate ao constatar que “não tem profissão mais ingrata do que ser marketeiro do Serra, haja gafe…”, mas coube à internauta @alessandra_st colocar o tom do protesto: “Serra desvaloriza a mulher e subestima eleitorado feminino em MG”, concluiu.


Do Correio do Brasil

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Do Carlos, com carinho, para o Noblat

Reproduzo do blog do Rodrigo Viana a carta aberta de Carlos Moura (aposentado, fotógrafo, redator de jornal de interior, sócio de uma pequena editora de livros clássicos e coordenador da Ação da Cidadania em Além Paraíba-MG) para o jornalista de “O Globo” Ricardo Noblat.

Noblat

Quem é você para decidir pelo Brasil (e pela História) quem é grande ou quem deixa de ser? Quem lhe deu a procuração? O Globo? A Veja? O Estadão? A Folha?
Apresento-me: sou um brasileiro. Não sou do PT, nunca fui. Isso ajuda, porque do contrário você me desclassificaria, jogando-me na lata de lixo como uma bolinha de papel. Sou de sua geração. Nossa diferença é que minha educação formal foi pífia, a sua acadêmica. Não pude sequer estudar num dos melhores colégios secundários que o Brasil tinha na época (o Colégio de Cataguases, MG, onde eu morava) porque era só para ricos. Nas cidades pequenas, no início dos sessenta, sequer existiam colégios públicos. Frequentar uma universidade, como a Católica de Pernambuco em que você se formou, nem utopia era, era um delírio.
Informo só para deixar claro que entre nós existe uma pedra no meio do caminho. Minha origem é tipicamente “brasileira”, da gente cabralina que nasceu falando empedrado. A sua não. Isto não nos torna piores ou melhores do que ninguém, só nos faz diferentes. A mesma diferença que tem Luis Inácio em relação ao patriciado de anel, abotoadura & mestrado. Patronato que tomou conta da loja desde a época imperial.
O que você e uma vasta geração de serviçais jornalísticos passaram oito anos sem sequer tentar entender é que Lula não pertence à ortodoxia política. Foi o mesmo erro que a esquerda cometeu quando ele apareceu como líder sindical. Vamos dizer que esta equipe furiosa, sustentada por quatro famílias que formam o oligopólio da informação no eixo Rio-S.Paulo – uma delas, a do Globo, controlando também a maior rede de TV do país – não esteja movida pelo rancor. Coisa natural quando um feudo começa a dividir com o resto da nação as malas repletas de cédulas alopradas que a União lhe entrega em forma de publicidade. Daí a ira natural, pois aqui em Minas se diz que homem só briga por duas coisas: barra de saia ou barra de ouro.
O que me espanta é que, movidos pela repulsa, tenham deixado de perceber que o brasileiro não é dançarino de valsa, é passista de samba. O patuá que vocês querem enfiar em Lula é o do negrinho do pastoreio, obrigado a abaixar a cabeça quando ameaçado pelo relho. O sotaque que vocês gostam é o nhém-nhém-nhém grã-fino de FHC, o da simulação, da dissimulação, da bata paramentada por láureas universitárias. Não importa se o conteúdo é grosseiro, inoportuno ou hipócrita (“esqueçam o que eu escrevi”, “ tenho um pé na senzala” “o resultado foi um trabalho de Deus”). O que vale é a forma, o estilo envernizado.
As pessoas com quem converso não falam assim – falam como Lula. Elas também xingam quando são injustiçadas. Elas gritam quando não são ouvidas, esperneiam quando querem lhe tapar a boca. A uma imprensa desacostumada ao direito de resposta e viciada em montar manchetes falsas e armações ilimitadas (seu jornal chegou ao ponto de, há poucos dias, “manchetar” a “queda” de Dilma nas pesquisas, quando ela saiu do primeiro turno com 47% e já entrou no segundo com 53 ) ficou impossível falar com candura. Ao operário no poder vocês exigem a “liturgia” do cargo. Ao togado basta o cinismo.
Se houve erro nas falas de Lula isto não o faz menor, como você disse, imitando o Aécio. Gritos apaixonados durante uma disputa sórdida não diminuem a importância histórica de um governo que fez a maior revolução social de nossa História. E ainda querem que, no final de mandato, o presidente aguente calado a campanha eleitoral mais baixa, desqualificada e mesquinha desde que Collor levou a ex-mulher de Lula à TV.
Sordidez que foi iniciada por um vendaval apócrifo de ultrajes contra Dilma na internet, seguida das subterrâneas ações de Índio da Costa junto a igrejas e da covarde declaração de Monica Serra sobre a “matança de criancinhas”, enfiando o manto de Herodes em Dilma. Esse cambapé de uma candidata a primeira dama – que teve o desplante de viajar ao seu país paramentada de beata de procissão, carregando uma réplica da padroeira só para explorar o drama dos mineiros chilenos no horário eleitoral – passou em branco nos editoriais. Ela é “acadêmica”.
A esta senhora e ao seu marido você deveria também exigir “caráter, nobreza de ânimo, sentimento, generosidade”.
Você não vai “decidir” que Lula ficou menor, não. A História não está sendo mais escrita só por essa súcia de jornais e televisões à qual você pertence. Há centenas de pessoas que, de graça, sem soldos de marinhos, mesquitas, frias ou civitas, estão mostrando ao país o outro lado, a face oculta da lua. Se não houvesse a democracia da internet vocês continuariam ladrando sozinhos nas terras brasileiras, segurando nas rédeas o medo e o silêncio dos carneiros.

Carlos Torres MouraAlém Paraíba-MG

domingo, 24 de outubro de 2010

Corredor para Dilma

Chegou a hora de permanecer na rua, mostrar a nossa força e conquistar os indecisos. Portanto, marque na sua agenda:

PORTO ALEGRE - Tomada da João Pessoa pró-Dilma - sexta, 29, a partir das 17h -  do Viaduto da Salgado até a José Bonifácio. Os dois lados.

Vai ser lindo...

Saudade

Li agora no twitter: 
"Pancada de saudade é a que dói mais."

Concordo plenamente. E como é dolorosa. Parece que não passa.

Marina votará em Dilma

Sou jornalista e sei analisar o que dizem as entrelinhas de qualquer reportagem, entrevistas ou comentários. Por isso, a entrevista de Marina concedida à revista IstoÉ (reproduzida abaixo) é uma confissão de que a ex-candidata do PV no primeiro turno vai de Dilma no segundo. Ela se diz independente, conforme decisão partidária da semana passada, mas não ficará em cima do rumo. Cada palavra ou cada frase da ex-ministra de Lula mostram que ela não trai as suas origens e defende a continuidade para os avanços. Não retroceder, como seria com Serra. Confiram e digam se não estou correto.

Dilma prega a paz


Recado de Dilma Rousseff, futura presidente, divulgado em seu blog e em todas as redes sociais:

  
 
"Entramos na última semana de campanha. Vamos ficar atentos, continuar trabalhando com humildade. Dez de animação e zero de provocação!"

A eleição domina capa das revistas. Veja, como sempre, distoa


As capas das principais revistas nacionais evidenciam o que já sabemos nesta campanha
Só a Veja envereda para o denuncismo vazio, sem provas. 
Como é do seu feitio...
Foto: Mariana Lanza/Terra
 

Dilma desmente insinuação de Veja sobre supostos dossiês

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, rebateu neste sábado (23) as insinuações de que encaminhou pedidos à Secretaria Nacional de Justiça, ligada ao Ministério da Justiça, para a elaboração de supostos dossiês, feitas pela revista Veja.

A insinuação foi publicada pela revista Veja, que alegou ter acessado gravações de conversas que supostamente comprovariam as insinuações. A candidata desmentiu a revista durante entrevista coletiva em São Paulo. “Eu nego terminantemente esse tipo de conversa às vésperas das eleições. Gostaria muito que houvesse, por parte de quem acusou, a comprovação e a prova de que alguma vez fiz isso”, reagiu Dilma.
“É muito fácil, na última hora, na semana da eleição, criar uma acusação contra a pessoa sem prova alguma. É grave utilizar desses métodos nesta reta final.”
A candidata reiterou que não tem relação alguma com as insinuações. “Quero, mais uma vez, confirmar que nego terminantemente e repudio esse tipo de acusação, absolutamente sem provas”, disse.
“Eu nego terminantemente e acredito que algumas pessoas teriam alguma razão para fazer isso [levantar falsas denúncias]. Não me coloque no meio de práticas que eu não tenha relação alguma”, afirmou, sem mencionar nomes. A revista Veja desta semana veio mais uma vez às bancas com insinuações sobre supostas gravações feitas no gabinete do ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior, de conversas com funcionários do Ministério da Justiça.
Conta a revista do grupo Abril que Tuma Júnior teria citado o desconforto de Pedro Abramovay – que o sucedeu na secretaria - por "receber eventuais pedidos para a elaboração de dossiês". Nos supostos diálogos, escritos pela revista, Abramovay teria citado a candidata Dilma Rousseff e o chefe de gabinete do presidente da República, Gilberto Carvalho. Como sempre, a revista não informa se as gravações foram feitas de forma legal e ainda insinua que Abramovay "não aguentava mais” receber pedidos dos dois para a "confecção de dossiês".
Abramovay desmentiu "peremptoriamente", por meio de nota divulgada neste sábado, as insinuações publicadas pela Veja. Abramovay levantou dúvida sobre a origem e a legalidade das conversas gravadas e desmentiu também a suposta "participação" em grupos de inteligência de campanhas petistas. Segundo insinua a revista, os diálogos foram gravados "legalmente" no início deste ano. As gravações teriam sido periciadas, a mando da revista, pelo controvertido "especialista" Ricardo Molina — o mesmo que tentou incriminar os sem-terra nas mortes dos trabalhadores rurais na chacina de Eldorado dos Carajás —, que "atestou" não terem sofrido modificações.
Como em casos anteriores — vide suposto grampo envolvendo Gilmar Mendes e Demóstenes Torres — A Veja omite quem fez as gravações e também se recusa a fornecer cópia delas. "Infelizmente a revista se recusou a fornecer o conteúdo da suposta conversa ou mesmo a íntegra de sua transcrição", lamentou Abramovay.

sábado, 23 de outubro de 2010

Revista Veja mente novamente

Matéria da Veja deste fim de semana acusa sem prova.
Não há nenhuma prova contra a candidata petista Dilma Rousseff na reportagem de capa.
O que há, como sempre, é desespero do PIG.

O dia em que os jornalistas da Globo vaiaram o noticiário da emissora

Passava das 9h da noite dessa quinta-feira e, como acontece quando o “Jornal Nacional” traz matérias importantes sobre temas políticos, a redação da Globo em São Paulo parou para acompanhar nos monitores a “reportagem” sobre o episódio das “bolinhas” na cabeça de Serra.
A imensa maioria dos jornalistas da Globo-SP (como costuma acontecer em episódios assim) não tinha a menor idéia sobre o teor da reportagem, que tinha sido editada no Rio, com um único objetivo: mostrar que Serra fora, sim, agredido de forma violenta por um grupo de “petistas furiosos” no bairro carioca de Campo Grande.
Na quarta-feira, Globo e Serra tinham sido lançados ao ridículo, porque falaram numa agressão séria – enquanto Record e SBT mostraram que o tucano fora atingido por uma singela bolinha de papel. Aqui, no blog do Azenha. você compara as reportagens das três emissora na quarta-feira. No twitter, Serra virou “Rojas”. Além de Record e SBT, Globo e  Serra tiveram o incômodo de ver o presidente Lula dizer que Serra agira feito o Rojas (goleiro chileno que simulou ferimento durante um jogo no Maracanã).
Ali Kamel não podia levar esse desaforo pra casa. Por isso, na quinta-feira, preparou um “VT especial” – um exemplar típico do jornalismo kameliano. Sete minutos no ar, para “provar” que a bolinha de papel era só parte da história. Teria havido outra “agressão”. Faltou só localizar o Lee Osvald de Campo Grande. O “JN” contorceu-se, estrebuchou para provar a tese de Kamel e Serra. Os editores fizeram todo o possível para cumprir a demanda kameliana. mas o telespectador seguiu sem ver claramente o “outro objeto” que teria atingido o tucano. Serra pode até ter sido atingido 2, 3, 4, 50 vezes. Só que a imagem da Globo de Kamel não permite tirar essa conclusão.
Aliás, vários internautas (como Marcelo Zelic, em ótimo vídeo postado aqui no Escrevinhador) mostraram que a sequência de imagens – quadro a quadro – não evidencia a trajetória do “objeto” rumo à careca lustrosa de Serra.
Mas Ali Kamel precisava comprovar sua tese. E foi buscar um velho conhecido (dele), o peritoRicardo Molina.
Quando o perito apresentou sua “tese” no ar, a imensa redação da Globo de São Paulo – que acompanhava a “reportagem” em silêncio – desmanchou-se num enorme uhhhhhhhhhhh! Mistura de vaia e suspiro coletivo de incredulidade.
Boas fontes – que mantenho na Globo – contam-me que o constrangimento foi tão grande que um dos chefes de redação da sucursal paulista preferiu fechar a persiana do “aquário” (aquelas salas envidraçadas típicas de grandes corporações) de onde acompanhou a reação dos jornalistas. O chefe preferiu não ver.
A vaia dos jornalistas, contam-me, não vinha só de eleitores da Dilma. Há muita gente que vota em Serra na Globo, mas que sentiu vergonha diante do contorcionismo do  “JN”, a serviço de Serra e de Kamel.
Terminado o telejornal, os editores do “JN” em São Paulo recolheram suas coisas, e abandonaram a redação em silêncio – cabisbaixos alguns deles.
Sexta pela manhã, a operação kameliana ainda causava estragos na Globo de São Paulo. Uma jornalista com muitos anos na casa dizia aos colegas: “sinto vergonha de ser jornalista, sinto vergonha de trabalhar aqui”.
Serra e Kamel não sentiram vergonha.

Do blog Escrevinhador, de Rodrigo Vianna:
http://www.rodrigovianna.com.br/

A Globo mente. E todo o mundo fica sabendo

Sob a hashtag #globomente, membros do microblog Twitter fizeram nesta sexta-feira um protesto virtual contra a edição do Jornal Nacional que mostra o presidenciável tucano, José Serra, sendo atingido durante uma caminhada na zona oeste do Rio de Janeiro, na quarta-feira. O assunto foi o segundo mais comentado entre os tuiteiros de todo o mundo.
 

Mais informações no UOL, pelo link:
http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/10/22/critica-a-tv-globo-por-video-sobre-serra-fica-entre-principais-topicos-do-twitter.jhtm


Detalhe: Na verdade, a Globo tentou mostrar que ele foi atingido em dois momentos. O SBT e a Record mostraram que ele recebeu apenas com uma bolinha de papel na careca.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Veja liquida assinatura


Esta é a prova do do desespero.
Recebi e-mail da Veja, que oferece assinatura pela metade do preço. Isso mostra que a dita revista mais lida do Brasil não está vendendo como antes. Por causa de sua linha editorial, que atropela o Jornalismo, está sentindo a fuga de assinantes e de compradores nas bancas. Por isso, liquida. 
Comigo não tem.

Ao lado de dois ícones

Não é todo o dia que a gente fica frente-a-frente com duas figuras carismáticas da política gaúcha. Faço campanha para eles sempre e me sinto recompensado com a minha confiança. Por isso, é um orgulho posar ao lado do ex-governador Olívio Dutra, sempre generoso e bondoso. Não concorreu a cargo algo porque preferiu ser o militante que sempre foi. Da mesma forma, valorizo este momento com o senador dos gaúchos, Paulo Paim, que sempre lutou pelos seus milhões de eleitores. Foi recompensado com uma grande votação no dia 3 de outubro. Quem pensa igual a mim, sinta-se ao nosso lado nas imagens que publico.


Dilma incendeia centro de Porto Alegre

A tarde de quinta-feira, 21 de outubro, ficará marcada na retina de milhares de porto-alegrenses. A candidata Dilma Roussef, embarcou num carro aberto, ao lado de partidários e recebeu uma calorosa manifestação de militantes e simpatizantes portando bandeiras e faixas de apoio. O curto trajeto, que saiu da Avenida Salgado Filho, passou Esquina democrática e chegou ao Mercado Público, foi cumprido de forma lenta tal a muiltidão que o acompanhava. Dilma foi generosa com todos. Apertou a mão de quem pode, abanou e atirou beijos para todos. O povo na rua ou postado nos edifícios da Borges de Medeiros retribuiu com muito carinho a passagem da futura presidente do Brasil. As fotos mostram como foi o momento especial de Dilma.









Serra distribui sacolas de alimento em troca de voto


Vejam como eles agem. Pessoal do Serra é pego com a mão na massa. Em Coxilha, ao lado de Passo Fundo, estavam distribuindo sacolas de alimentos junto com a bandeira do José Serra. Ingênuo, pensei que esta prática já tinha acabado. Imaginem o que anda rolando por aí.
FOTO: DIVULGAÇÃO

http://www.correiodopovo.com.br/Eleicoes2010/?Noticia=212141

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Serra democrático?

A grande mídia dizia que o PT e Lula eram contra a liberdade de expressão. No entanto, mais uma vez o candidato José Serra se irrita com jornalistas, não responde a perguntas que lhe são feitas e sai em disparada, escoltado por seguranças.

Leia mais em:
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/10/18/serra-diz-que-so-responde-jornalistas-dependendo-do-assunto-922811045.asp

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

FENAJ e Sindicatos lançam Semana da Comunicação e manifesto aos jornalistas brasileiros

Em ato simbólico realizado no auditório da Afubesp, em São Paulo, foram lançados na sexta-feira (15/10) a Semana Nacional de Comunicação e o “Manifesto aos Jornalistas Brasileiros em Defesa da Democratização da Comunicação”, que convoca a sociedade brasileira a “libertar a Liberdade de Expressão e de Imprensa” do jugo dos monopólios da comunicação que as transformaram em patrimônio privado.
Leia mais no site da FENAJ: http://www.fenaj.org.br/

sábado, 16 de outubro de 2010

Dono de comunidade do Casseta no Orkut repudia Marcelo Madureira

O dono da maior comunidade do Casseta & Planeta no Orkut, Dante Raglione, se rebelou contra o seu ídolo. Postou hoje nota de repúdio ao integrante do programa Marcelo Madureira, a quem acusa de promover ataques e baixarias contra o presidente Luís Inácio Lula da Silva e a seus eleitores na televisão. O espaço tem 30.010 integrantes. Leia o texto ponderado e lúcido do estudante da Faculdade de Medicina da USP:

NOTA DE REPÚDIO A MARCELO MADUREIRA

 
Marcelo Madureira:

Eu, como dono da maior comunidade de seu programa humorístico e representando minha posição e dos alunos de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), repudio sua posição reacionária e ofensiva ao nosso Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva.
Entendemos que, independentemente de sua posição política a favor de Dilma ou de Serra, os comentários de que Lula é burro, analfabeto, cachaceiro, ignorante e que o povo que vota nele é igual ao Presidente são inaceitáveis.
Gostaríamos de lembrá-lo de que Lula não teve as mesmas oportunidades de estudo que você e que eu, Marcelo, mas, mesmo assim, tornou-se Presidente, fazendo um governo considerado bom ou ótimo por 80% da população, sendo mais aprovado que o governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso, sociólogo doutorado, poliglota e renomado.
Assim sendo, além de ofender o Presidente com seus comentários, também ofende a 80% do povo brasileiro, a mim, e a todos os alunos da FMUSP. Por isso, estamos montando um boicote ao Casseta e Planeta e ao programa Manhattan Connection até que você se retrate publicamente.

Sinceramente,
Dante Raglione

Boataria suja continua

O absurdo dos boatos e das falsidades continua. Gráfica é encontrada imprimindo 18 milhões de panfletos anti-Dilma assinada por bispos da CNBB: http://bit.ly/cCwcBF #folhaeleicoes

José de Abreu, ator global, ataca Serra em sessão de twitcam

O ator José de Abreu, da Globo, promoveu no final da noite de ontem uma sessão de twitcam no que se transformou em enorme sucesso. Declaradamente a favor da candidatura da petista Dilma Rousseff, Abreu se propôs a falar sobre política, eleições, Twitter, José Serra, privatizações, entre outros assuntos. Não mediu palavras, assim como os mais de dez mil internautas que assistiram e opinaram. Gerou, em consequência a hashtag #sentanumarola.
Com certeza, foi um grande momento. Muita gente pró-Dilma e outros tantos serristas atacando. O Zé olhava e identificava de cara, dizendo que os tucanos não tinham argumentos, só jogavam pedras. Chamavam o "velho" de bêbado. Os defensores da candidata petista, ao contrário, balizavam suas participações com dados, com informações. Mas tinha gente indecisa, como uma menina que disse: "Olha, gostei de tudo que tu falou e agora vou de Dilma. Mas vou cobrar de ti se ela fizer c..."
O ator global criticou duramente o candidato do PSDB, a quem chamou de "fascista", bem como os seus eleitores, pela adoção de um “tom agressivo" no segundo turno das eleições presidenciais. Na transmissão, o ator mencionou que seu contrato com a emissora carioca não permite que ele apareça na TV fazendo campanha política. No entanto, Abreu fez uma ressalva: “eu não estou na TV, estou no twitter". Muita gente queria saber se ele não tinha medo de ser demitido pelas posições adotadas.
Valeu, Zé, pela coragem.

Campanha é fascistóide, diz psicanalista

A campanha eleitoral assumiu um tom fascistóide, diz Maria Rita Kehl, psicanalista que foi demitida do jornal Estado de S. Paulo por escrever artigo contrário à posição serrista do veículo. 
Leia aqui:

Folha publica, afinal, caso do aborto de Monica Serra

A grande mídia começa a publicar notícia que já circulava nos jornais menores faz uma semana. O jornal Folha de S.Paulo publica neste sábado (16) reportagem intitulada "Monica Serra contou ter feito  aborto, diz ex aluna." O texto assinado pela colunista Monica Bergamo ocupa a metade inferior da página 10. A ex-aluna é Sheila Canevacci Ribeiro, de 37 anos, que teve Monica Serra como professora de dança na Universidade de Campinas (Unicamp).
 

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A psicologia de massa do fascismo à brasileira

Em seu blog, o colega Luis Nassif faz uma profunda análise da situação brasileira, em que o país cresce com mudanças sociais e deixa descontentes camadas da população que se consideravam donas da situação. Ou seja, a elite quer ficar sozinha e não deseja agregar novos membros em seu clube. Por isso, vemos o ódio, a intolerância e as difamações na campanha eleitoral, unindo o candidato Serra, a grande mídia e golpistas infiltrados na Internet. Não sei onde eles chegarão, mas devemos lutar até o fim. Leia porque é importante para entendimento da situação.

Luis Nassif


Há tempos alerto para a campanha de ódio que o pacto mídia-FHC estava plantando no jogo político brasileiro.O momento é dos mais delicados. O país passa por profundos processos de transformação, com a entrada de milhões de pessoas no mercado de consumo e político. Pela primeira vez na história, abre-se espaço para um mercado de consumo de massa capaz de lançar o país na primeira divisão da economia mundial
Esses movimentos foram essenciais na construção de outras nações, mas sempre vieram acompanhados de tensões, conflitos, entre os que emergem buscando espaço, e os já estabelecidos impondo resistências.
Em outros países, essas tensões descambaram para guerras, como a da Secessão norte-americana, ou para movimentos totalitários, como o fascismo nos anos 20 na Europa.
Nos últimos anos, parecia que Lula completaria a travessia para o novo modelo reduzindo substancialmente os atritos. O reconhecimento do exterior ajudou a aplainar o pesado preconceito da classe média acuada. A estratégia política de juntar todas as peças – de multinacionais a pequenas empresas, do agronegócio à agricultura familiar, do mercado aos movimentos sociais – permitiu uma síntese admirável do novo país. O terrorismo midiático, levantando fantasmas com o MST, Bolívia, Venezuela, Cuba e outras bobagens, não passava de jogo de cena, no qual nem a própria mídia acreditava.
À falta de um projeto de país, esgotado o modelo no qual se escudou, FHC – seguido por seu discípulo José Serra – passou a apostar tudo na radicalização. Ajudou a referendar a idéia da república sindicalista, a espalhar rumores sobre tendências totalitárias de Lula, mesmo sabendo que tais temores eram infundados.
Em ambientes mais sérios do que nas entrevistas políticas aos jornais, o sociólogo FHC não endossava as afirmações irresponsáveis do político FHC.
Mas as sementes do ódio frutificaram. E agora explodem em sua plenitude, misturando a exploração dos preconceitos da classe média com o da religiosidade das classes mais simples de um candidato que, por muitos anos, parecia ser a encarnação do Brasil moderno e hoje representa o oportunismo mais deslavado da moderna história política brasileira.

O fascismo à brasileira

Se alguém pretende desenvolver alguma tese nova sobre a psicologia de massa do fascismo, no Brasil, aproveite. Nessas eleições, o clima que envolve algumas camadas da sociedade é o laboratório mais completo – e com acompanhamento online - de como é possível inculcar ódio, superstição e intolerância em classes sociais das mais variadas no Brasil urbano – supostamente o lado moderno da sociedade.
Dia desses, um pai relatou um caso de bullying com a filha, quando se declarou a favor de Dilma.
Em São Paulo esse clima está generalizado. Nos contatos com familiares, nesses feriados, recebi relatos de um sentimento difuso de ódio no ar como há muito tempo não se via, provavelmente nem na campanha do impeachment de Collor, talvez apenas em 1964, período em que amigos dedavam amigos e os piores sentimentos vinham à tona, da pequena cidade do interior à grande metrópole.
Agora, esse ódio não está poupando nenhum setor. É figadal, ostensivo, irracional, não se curvando a argumentos ou ponderações.
Minhas filhas menores freqüentam uma escola liberal, que estimula a tolerância em todos os níveis. Os relatos que me trazem é que qualquer opinião que não seja contra Dilma provoca o isolamento da colega. Outro pai de aluna do Vera Cruz me diz que as coleguinhas afirmam no recreio que Dilma é assassina.
Na empresa em que trabalha outra filha, toda a média gerência é furiosamente anti-Dilma. No primeiro turno, ela anunciou seu voto em Marina e foi cercada por colegas indignados. O mesmo ocorre no ambiente de trabalho de outra filha.
No domingo fui visitar uma tia na Vila Maria. O mesmo sentimento dos antidilmistas, virulento, agressivo, intimidador. Um amigo banqueiro ficou surpreso ao entrar no seu banco, na segunda, é captar as reações dos funcionários ao debate da Band.

A construção do ódio

Na base do ódio um trabalho da mídia de massa de martelar diariamente a história das duas caras, a guerrilha, o terrorismo, a ameaça de que sem Lula ela entregaria o país ao demonizado José Dirceu. Depois, o episódio da Erenice abrindo as comportas do que foi plantado.
Os desdobramentos são imprevisíveis e transcendem o processo eleitoral. A irresponsabilidade da mídia de massa e de um candidato de uma ambição sem limites conseguiu introjetar na sociedade brasileira uma intolerância que, em outros tempos, se resolvia com golpes de Estado. Agora, não, mas será um veneno violento que afetará o jogo político posterior, seja quem for o vencedor.
Que país sairá dessas eleições?, até desanima imaginar.
Mas demonstra cabalmente as dificuldades embutidas em qualquer espasmo de modernização brasileira, explica as raízes do subdesenvolvimento, a resistência história a qualquer processo de modernização. Não é a herança portuguesa. É a escassez de homens públicos de fôlego com responsabilidade institucional sobre o país. É a comprovação de porque o país sempre ficou para trás, abortou seus melhores momentos de modernização, apequenou-se nos momentos cruciais, cedendo a um vale-tudo sem projeto, uma guerra sem honra.
Seria interessante que o maior especialista da era da Internet, o espanhol Manuel Castells, em uma próxima vinda ao Brasil, convidado por seu amigo Fernando Henrique Cardoso, possa escapar da programação do Instituto FHC para entender um pouco melhor a irresponsabilidade, o egocentrismo absurdo que levou um ex-presidente a abrir mão da biografia por um último espasmo de poder. Sem se importar com o preço que o país poderia pagar.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Serra quer Dilma presidenta

No programa eleitoral de ontem, Serra apoiou Dilma:

"Elas (mulheres) são mais solidárias, mais generosas e mais responsáveis", disse, numa tentativa de ganhar o voto feminino.

Então, deixa ela (Dilma) governar...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Jornal demite e Serra foge de entrevista e xinga repórter. E a liberdade de expressão?

Onde está a liberdade de expressão tão propalada pela grande mídia e pelo candidato José Serra? Um veículo poderoso - Estado de S.Paulo - demitiu uma psicóloga e articulista por discordar de suas posições. O postulante tucano à Presidência abandonou hoje uma tumultuada entrevista coletiva em Porto Alegre por discordar da pergunta do repórter. 
Estas atitudes configuram ataque ao exercício profissional e mostram a real faceta do envolvidos. Será que a tão combativa Associação Nacional dos Jornais (ANJ) não protestará e divulgará nota? Ah, não foi a empresa a atingida, mas os jornalistas...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

"Só Por Hoje". Nove passos de cura para os "caluniadores anônimos".

1- Só por hoje, vou procurar viver unicamente o dia presente, sem tentar ganhar a eleição da Dilma a qualquer preço. Não vou mentir, espalhar boatos, disseminar o ódio contra o Lula, a Dilma e o PT. Durante 12 horas posso fazer qualquer coisa que me assustaria se eu pensasse que tinha de a fazer por uma vida inteira.
2 - Só por hoje vou estar feliz. Não vou ter aquela cara de desgosto como se o país tivesse na beira do precipício do tempo FHC. Sei que mesmo adepto do Serra, posso ser feliz de forma limpa, votar pelo o que meu candidato é, não inventando mentiras.
3 - Só por hoje, vou tentar ajustar-me à realidade que o Brasil mudou e não tentar adaptar tudo aos meus próprios desejos. Vou aceitar a minha sorte como ela vier e vou moldar-me a ela.
4 - Só por hoje, vou tentar fortalecer o meu espírito democrático. Estudarei e vou aprender alguma coisa útil em relação ao Brasil. Não vou manter o meu espírito ocioso só espalhando spams falsos. Vou ler alguma coisa que exija esforço, pensamento e concentração, não só ouvir o Alexandre Garcia e o Arnaldo Jabor.
5 - Só por hoje, vou exercitar a minha alma de três maneiras: vou fazer passar um dia sem disseminar mentiras contra a Dilma; não vou mostrar a ninguém que não tenho argumentos a favor do PSDB e Serra e mesmo sabendo que poderei estar magoado porque o governo FHC é o presidente mais impopular da história, não revelarei a minha dor.
6 - Só por hoje, vou não vou ser ser igual ao vice Índio da Costa. Vou apresentar-me aos outros da melhor maneira possível: nao vou charmar Lula de bêbado, não vou condenar os homossexuais e vou agir delicadamente em relação aos nordestinos; não farei críticas aos "blogs sujos" e não vou ter nada de negativo que dizer aos outros em relação a TV Brasil e não vou tentar melhorar nem controlar as pessoas com discursos religioso.
7 - Só por hoje, não vou ler a Veja, a Folha, o Estadão e o Globo. Pode ser que eu não o siga a rigor, mas vou tentar. Vou evitar estas pragas: ter a consciência que fui manipulado e gostar disto.
8 - Só por hoje, vou ter uma meia hora tranquila, sem a TV Globo. Durante essa meia hora, em determinado momento, vou procurar ter uma melhor perspectiva da minha vida e do futuro do Brasil.
9 - Só por hoje não vou ter ódio. Muito em especial não vou ter ódio de quem enxerga e aprecia a beleza de viver em um Brasil valorizado e com inclusão social e de acreditar que aquilo que eu der ao Brasil o Brasil me devolverá, desde que eu não dessimine meus rancores e minha invenja.
Concedei-me Senhor serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso, e sabedoria para distinguir umas das outras."

(Colaboração da revista www.novae.inf.br para um mundo melhor)