sábado, 11 de agosto de 2007

MEU PAI


Meu pai Otacílio, habitante do Céu - do contrário seria uma baita injustiça - quero te render uma homenagem neste Dia dos Pais. Sabes, como eu, a comemoração é comercial e que eu lembro de ti todos os dias. Velho, foste mais cedo do que eu esperava, mas sei conseguiste cumprir em tua passagem aqui na Terra o que todo homem valoroso pode almejar. Trabalhador consciente, marido correto, pai amoroso e presente e colorado com convicção. Desde que tu partiste, sinto um vazio. Mas sei que estás sempre presente no meu coração, no de minha mãe, de teus outros filhos e dos netos.
Pai, fui muito feliz e senti muito orgulho em estar ao teu lado. Te amo muito e quero estar perto de ti num futuro próximo. Hoje, teu neto Marco almoçará e depois irá no jogo do nosso Inter comigo.
Uma vitória sobre o Goiás será dedicada a ti, meu querido pai. Meu Amado!!!

Contratação ágil. Tomara que o time também seja....


Poucas vezes vi uma troca de treinador tão rápida. Escassas horas depois de demitir o inoperante Gallo, o Internacional anunciou a volta de Abel ao comando do time que ocupa a décima posição da tabela do Brasileirão. Agilidade da direção? Não, porque é exatamente isso que tem faltado ao presidente Piffero e seus colegas do alto comando rubro.
Acontece que Abel pediu demissão depois que o Inter caiu na primeira fase da Libertadores . A alegação: iria para os Emirados Árabes, mas desistiu porque preferiu ficar em Porto Alegre. Colégios dos filhos e reforma de um apartamento no Rio o mantiveram na capital gaúcha. Curioso não? A minha convicção é que Gallo foi realmente uma experiência - fracassada -, e Abel ficou aqui para assumir assim que a demissão do colega fosse consumida. De fato, o ex-técnico foi embora na sexta-feira à noite, enquanto Abel já treinou o time no sábado pela manhã (foto/divulgação Inter) para enfrentar o Goiás no domingo no Beira-Rio. Ou seja, já estava de fato contratado.
Eu e todos os colorados esperamos que o descanso tenha sido proveitoso para o treinador porque o aproveitamento antes de sua saída era pífio e ao nível do alcançado pelo time comandado por Gallo. Ficou em sétimo no Gauchão e não passou às fases seguintes da mais fraca Libertadores dos últimos anos. Vamos confiar, torcendo para que os gritos de "Fora Abel", ouvidos com insistência em abril, não se repitam. Vamos Inter...

Ainda sobre a crise aérea? - recebi do Correio Caros Amigos

Qual crise?


Olmo Xavier
, arquiteto e urbanista


É acintosa a hipocrisia quando o tema é "crise aérea". O debate é necessário. Porém, por que não fazê-lo também sobre outras crises que há muito mais tempo assolam milhões de homens e mulheres diariamente? São incontáveis as horas úteis perdidas por trabalhadores e estudantes de todas as idades nos ônibus, trens e barcos do Brasil. É bom ressaltar que não se trata de uma crise constatada nos últimos 10 meses e sim, nas últimas décadas.
São veículos, na sua maioria, inadequados ao transporte de pessoas, verdadeiros caminhões encarroçados na forma de ônibus, e em péssimo estado de conservação. Estou falando de ônibus e trens que chovem dentro durante a chuva; que sujam e rasgam a roupa do trabalhador; de 10 pessoas por metro quadrado, o que só é comparável a gaiolas que transportam bois e porcos do local de suas engordas ao matadouro; de veículos que quebram e de viagens que não chegam a acontecer; de uma gestão pública que não se apresenta nunca; de artifícios desenhados para ampliar o lucro de empresários, alongando intervalos, superlotando veículos e atrasando a vida do passageiro.
O curioso é que nunca vimos alguém defender a necessidade da criação de CPI’s para discutir o assunto. Os jornais falados, escritos e televisados sequer tangenciam o tema em suas pautas. A não ser quando a crise do transporte público afeta o ir e vir dos cidadãos um pouco mais nobres, como os que conseguem se deslocar com seus próprios veículos. Em uma greve recente dos metroviários na cidade de São Paulo um repórter alardeou na televisão: "O trânsito da cidade está caótico com a greve dos metroviários". Se não fosse pelo caos no trânsito, era bem possível não sabermos que o metrô parou, três vezes só neste ano, na maior cidade brasileira.
Isso se dá, pura e simplesmente, pelo fato de os brasileiros que utilizam os serviços de transporte coletivo serem, na maioria, cidadãos pertencentes às classe C e D, carentes de canais para denunciar os seus problemas cotidianos. Os cidadãos da classe E andam a pé por não ter condições de arcar com o preço das tarifas.
O ciclo é tão vicioso, que nós fomos convencidos que pessoas classificadas nas classes A e B valem mais que as demais. Se um usuário de transporte público for entrevistado no interior de um terminal de ônibus urbano em qualquer cidade brasileira, ele irá discorrer sobre a crise aérea com mais propriedade do que falaria sobre as causas das mazelas que enfrenta em seus deslocamentos diários. Mesmo que nunca tenha pisado em um aeroporto. Por quê?
Esta orquestra tem um maestro: a mídia. No contexto sócio- econômico-cultural de país em desenvolvimento, a mídia exibe uma força descomunal e um imenso poder de persuasão. Cabe lembrar que em países como França, Inglaterra e os Estados Unidos, esse poder diminuiu na medida em que a democracia se fortaleceu. A sociedade passa a se balizar em mais variadas fontes de informação. Aqui, a mídia tenta reger a sociedade e os políticos. Aqui a mídia causa.
O setor aéreo tem passado por grandes transformações nos últimos anos. O número de passageiros se multiplicou com o início de um processo de "deselitização" do transporte aéreo, previsível no cenário de melhor distribuição de renda e relativo crescimento econômico. Em 2000, Congonhas, em São Paulo, recebeu 10 milhões de passageiros e o aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, 5 milhões. Em 2006, 18 e 9,6 milhões, respectivamente. Em todo o país, o crescimento também foi expressivo. Em 2003, eram 72 milhões, no ano passado,esse número chegou a 102 milhões. Curiosamente, o número de aeronaves das maiores companhias caiu de 350 em 2001 para 265 hoje.
A infra-estrutura, de fato, não acompanhou a velocidade desse processo e deixa a desejar em vários aspectos. Porém, as apurações dos dois trágicos acidentes que mataram quase 400 pessoas, apontam para falha humana ou mecânica como causas dos desastres. Ou seja, a crise não merece o status de caos nacional, diante dos enormes problemas sociais que temos. Respostas precisam ser dadas. Mas outras muitas perguntas estão lançadas.
Como aceitar quem, a cada dois dias, morram em acidentes de trânsito no País o equivalente a uma tragédia com o avião da TAM, cheio de gente? Quanto isto custa para nós em dores e em dólares?
Serviços essenciais a todos os brasileiros como saúde, educação, moradia, alimentação, transporte público, segurança, lazer e, inclusive, o sistema de transporte aéreo merecem toda nossa atenção e empenho. Não podemos esmorecer alegando cansaço como alguns. A luta é árdua e a estrada é longa.