quinta-feira, 14 de julho de 2011

Bola na rede, rede é história

 Dois assuntos que me interessam estarão em pauta neste sexta-feira no Beira-Rio. Em comemoração ao mês do futebol, o Museu do Inter sediará uma mesa redonda entre historiadores que debaterão a temática futebol.

A chuva não dá trégua em Porto Alegre


Vamos virar sapos em Porto Alegre. Desde a madrugada desta quinta-feira, mais de 60 milímetros de chuva já atingiram a capital, segundo o registro da estação meteorológica da RBS. O número já supera a metade da média do mês de julho para a cidade, que é de 120 milímetros. Captei esta imagem de um ponto de alagamento, na Lima e Silva com Luiz Afonso. Em outros locais, com avenidas Loureiro da Silva, João Pessoa e Borges de Medeiros, a inundação é maior.

CASA ARRUMADA [Carlos Drummond de Andrade]

 



Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação
e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.

Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas.
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida.

Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.

Casa com vida tem fogão gasto pelo uso,
pelo abuso das refeições fartas,
que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.

E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.

Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto.
Casa com vida é aquela em que a gente entra
e se sente bem-vinda.

A que está sempre pronta pros amigos, filhos, netos, pros vizinhos.
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.

Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias.

Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela.
E reconhecer nela o seu lugar.

Sem brilho

O sol ficou escondido no canto de uma nuvem chuvosa. 
E o dia, sombrio, perdeu o encanto. 
Mesmo assim eu canto, fazendo dueto com o barulho dos pingos d'água no telhado.