sábado, 3 de setembro de 2011

Na minha terra

Lá na minha terra tem
um rio que margeia
a casa de campo
que para ti deixei.
Lá na minha terra tem
uma rua que passa
nos eucaliptos cujas
primeiras mudas plantamos.
Lá na minha terra tem
cheiro de terra e flor
que a chuva fina
fez a gente sonhar.
Lá na minha terra tem vida!

A Árvore da Vida: drama, filosofia e existencialismo



Depois de tanto relutar, por medo, fui ver A Árvore da Vida, filme ambicioso do Terrence Malick, que propõe significativas questões filosóficas que repercutiram na minha mente e certamente de todos que o viram. Até agora estou pensando sobre o significado desta experiência cinematográfica incrível. Ele lida temas existenciais sem alienar religiosos ou ateus e mostra o quão magnífica e terrível a vida pode ser, fazendo isso em diversos níveis.
O mais presente deles é a luta interna de seu personagem central, Jack (Sean Penn), amargurado filho de um casal com ideologias completamente diferentes. A trágica morte do irmão mais jovem do protagonista, aos 19 anos, marcou aquela família para sempre, com este trauma ainda se fazendo presente muitos anos depois. A escala da história contada por Malick é inacreditável, indo desde o Big Bang até os dias atuais.
Ainda estou tentando entendê-lo e, para isso, recorro a centenas de comentários na internet. Ah, viva a Web, que nos permite entender depois o que vimos antes no telão. Quantos filmes no passado provocaram um vazio enorme na nossa cabeça. Muitos não foram entendidos até agora. Não vou avançar porque quero que vocês, amigos, vejam esta obra magnífica. Trata-se não apenas de um filme, mas do poderoso retrato de um artista sobre a própria natureza da vida. Recomendo!!!!

Inter grande no Nordeste

Mesmo com os percalços dos últimos jogos, o Inter é grande em todos os cantos do Brasil. Aqui, é recebido com festa em Forteleza.
O colorado hoje amanhã contra o Ceará.
Vamos, Inter!!!

Fragmentos de carta de Caio Fernando Abreu a um amigo

"Remexa na memória, na infância, nos sonhos, nas tesões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço sem fundo do inconsciente: é lá que está o seu texto. Sobretudo, não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos. Cada um tem seus processos, você precisa entender os seus. De repente, isso que parece ser uma dificuldade enorme pode estar sendo simplesmente o processo de gestação do sub ou do inconsciente.
E ler, ler é alimento de quem escreve. Várias vezes você me disse que não conseguia mais ler. Que não gostava mais de ler. Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E eu acho — e posso estar enganado — que é isso que você não tá conseguindo fazer. Como é que é? Vai ficar com essa náusea seca a vida toda? E não fique esperando que alguém faça isso por você. Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente."