domingo, 7 de março de 2010

Céu, Sol, Sul, Terra e Cor



Minha homenagem ao cantor nativista gaúcho Leonardo, autor e intérprete de grandes músicas, como Céu, Sol, Sul, Terra e Cor - cuja letra reproduzo abaixo - e Tertúlia. Ele morreu neste domingo. Vá em paz gaudério porque tuas canções são eternas.





Leonardo


Eu quero andar nas coxilhas
Sentindo as flexilhas das ervas do chão,
Ter os pés roseteados de campo,
Ficar mais trigueiro com o sol de verão.
Fazer versos cantando as belezas
Desta natureza sem par.
E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar
(E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar!)

Refrão:
É o meu Rio Grande do Sul
Céu, sol, sul, terra e cor!
Onde tudo o que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor.
É o meu Rio Grande do Sul
Céu, sol, sul, terra e cor!
Onde tudo o que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor.
(Onde tudo o que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor!)

Eu quero me banhar nas fontes
E olhar horizontes com Deus,
E sentir que as cantigas nativas
Continuam vivas para os filhos meus.
Ver os campos florindo e
Crianças sorrindo felizes a cantar!
E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar
(E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar!)

Refrão
(gaita)
Eu quero me banhar nas fontes
E olhar horizontes com Deus,
E sentir que as cantigas nativas
Continuam vivas para os filhos meus.
Ver os campos florindo e
Crianças sorrindo felizes a cantar!
E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar
(E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar!)

Refrão

Inter ganha jogo chato

O jogo do Inter contra o São Luiz, hoje em Ijuí, espelhou o que temos visto nos Gauchão. Foi um jogo feio, chato, com muito balões. Nos gramados do interior, isso se torna ainda mais latente. O colorado só poderia ganhar com uma jogada oportunista, como a "deixadinha" do Andrezinho para o chute do Eltinho. O Inter, com um time de reservas - a maioria - e desontrosado fez o necessário para manter a liderança desta fase. Fiquei preocupado com as largadas do Abbondanzieri, que quase resultaram em gol do São Luiz. Mas, no final, ele fez uma defesa espírita, mesmo que os jogadores do time de Ijuí estivessem impedidos.

Inter contra o São Luiz e o mosquisto da dengue

Em Ijuí, no interior gaúcho, o Internacional tem daqui a pouco outro adversário além dos jogadores do São Luiz. Trata-se do mosquisto da dengue, que anda atacando por aquelas bandas. Dezenas de frascos de repelentes foram levados para a cidade. O medo é que algum jogador pegue a doença e desfalque o Inter na Libertadores. Alguns titulares estão na delegação.

Na Universidade, para fazer História

O título pode ser dúbio, mas quem me acompanha aqui e no Orkut sabe que, depois de 28 anos de minha coloação de grau em Jornalismo, voltei para a academia. Estou fazendo História na PUCRS. Foi muito emocionante a primeira semana. Me senti um guri no meio daquela juventude toda. Me senti rejuvenescido por querer aprender o passado para fazer o presente e o futuro. No fim de semana, passei um bom tempo lendo o material das disciplinas que estou cursando. Não quero passar pelo curso. Quero ser um participante ativo. Ou seja,. fazer História.

De volta do paraíso

Já se tornou lugar comum dizermos que, se estamos nas praias de Santa Catarina, estamos no paraíso. Não me importo com isso e reafirmo: passei minhas férias em fevereiro no paraíso. No caso, Garopaba, Rosa, Ferrugem, Gamboa, Siriu e outras daquela litoral maravilhoso. Postarei algumas fotos aqui para que vocês, amigos leitores, também desfrutem deste universo. Muitos de vocês também estão lá todos os verões e sabem do que falo.

" O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO"

Interessante texto sobre a mudança de nossas relações ao longo do tempos. Assino embaixo.
José Antônio Oliveira de Resende *


Sou do tempo em que ainda se faziam visitas.
Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família
grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite. Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo.
E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
 OLHA O COMPADRE AQUI, GAROTO! CUMPRIMENTA A COMADRE.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus  irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.
 MAS VAMOS NOS ASSENTAR, GENTE. QUE SURPRESA
AGRADÁVEL!
A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e
minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.
Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras.
Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos
visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha, geralmente uma das filhas, e dizia:
 GENTE, VEM AQUI PRA DENTRO QUE O CAFÉ ESTÁ  NA MESA!
Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo  sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa.
Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.

O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDãO.
Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua  e
ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente
combina encontros com os amigos fora de casa:
 VAMOS MARCAR UMA SAíDA!... ? ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas.
Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados
que assustadores.
Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...
Que saudade do compadre e da comadre!


*
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.