sexta-feira, 20 de agosto de 2010

34º Congresso dos Jornalistas começa com críticas a empresários e defesa do diploma



Começou nesta quarta-feira (18/8), em Porto Alegre, o 34º Congresso Nacional dos Jornalistas. A solenidade de abertura, prestigiada por representantes de entidades internacionais da categoria, foi marcada pela crítica ao modelo de jornalismo privado-comercial que está em crise e pela defesa da aprovação da PEC dos Jornalistas. O congresso se estende até o dia 21 de agosto.


Devidamente pilchado ao estilo gaúcho, o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, José Nunes (foto), saudou os presentes com um discurso em prosa acompanhado de uma milonga ao fundo. Ele resgatou que, pilchado, defendeu, no congresso anterior, em São Paulo, a candidatura do Rio Grande do Sul para sediar o 34º Congresso Nacional dos Jornalistas. “Nada mais justo do que agora, que estamos em casa, nos indumentarmos devidamente para recepcionar calorosamente, com a força da cultura gaúcha, os colegas de todo o país”, disse, destacando a importância deste evento para a definição das estratégias de luta para fortalecimento da categoria nos próximos anos.
Gustavo Granero, vice-presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), Younouss Mjahed, vice-presidente Sênior da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) e presidente do Sindicato dos Jornalistas do Marrocos, e Celso Schröder, na condição de presidente da Federação dos Periodistas da América Latina e Caribe (Fepalc), deram o tom internacionalista deste 34º Congresso Nacional dos Jornalistas brasileiros, registrando que este evento está sendo acompanhado com grande expectativa pelo movimento sindical internacional da categoria, em função da crise conjuntural que também afeta o Jornalismo. Delegações de 15 países estão participando do 34º Congresso Nacional dos Jornalistas.
Entre os diversos discursos da solenidade de abertura, o do presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, foi o que mais emocionou a platéia. Interrompido por aplausos em diversos momentos de sua fala, ele criticou a postura dos empresários de comunicação que insistem em um modelo mercantilista e falido de Jornalismo e na postura empresarial de promover demissões em massa a cada indício de dificuldades financeiras. “A culpa dessas crises não é dos trabalhadores e dos jornalistas, mas sim dos que sacrificam a função pública do jornalismo em detrimento de seus lucros”, disse.
Murilo também rebateu críticas da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), de que “setores obscurantistas” insistem na proposta de criação do Conselho Federal dos Jornalistas. “Eles é que promovem o obscurantismo ao classificarem de ameaça à liberdade de imprensa qualquer iniciativa de organização dos jornalistas e de fiscalização do exercício regular da profissão”, disparou o presidente da FENAJ.
Mais adiante, Sérgio Murillo criticou, também, visões pessimistas sobre a irreversibilidade da decisão do STF que, em junho de 2009, derrubou a exigência do diploma para o exercício da profissão. “Irreversível é a morte”, sentenciou. Ele destacou movimentos como o dos jornalistas gaúchos, que conseguiram, junto ao legislativo riograndense, a derrubada do veto da então governadora Yeda Crusius e aprovar um projeto que assegura a exigência do diploma para a contratação de jornalistas no serviço público e as duas PECs que tramitam na Câmara e no Senado prevendo o retorno da exigência do diploma para o exercício da profissão. “A decisão do STF foi equivocada e desastrada. Mas as duas PECs estão prontas para votação e, com nossa luta, até o final deste ano teremos as duas aprovadas no Congresso Nacional”, previu.

Mais informações no site da FENAJ:  http://www.fenaj.org.br/