terça-feira, 13 de novembro de 2007

Veja: não leio

Ao abrir minha caixa de correspondência na noite de ontem, tive uma desagradável surpresa. A revista Veja estava ali dentro, junto com uma cartinha da sua gerente de assinaturas, Alessandra Pallis. Em tom coloquial, ela se dirigia a mim. Vale a pena reproduzir aqui o que esta revista vem fazendo com muita gente:

PRESENTE DE VEJA: 6 EDIÇÕES PARA VOCÊ.
Aqui está o primeiro exemplar.

Prezado Jorge,

Sabe que você está ganhando um presente? Porque você é uma pessoa especial e temos certeza de que vai gostar de se informar com VEJA, a revista mais lida e comentada do país.
VEJA traz reportagens exclusivas, análises claras e objetivas dos principais fatos da semana que vão repercurtir no Brasil, no mundo e na sua vida.
Experimente! VEJA informa, entretém e interessa a toda a sua família.
É uma satisfação estar em sua casa. Boa leitura.

Alessandra Pallis
GerEnte da Assinaturas - VEJA

Esta carta, junto com a edição semanal de revista, soou como deboche para mim. A revista que mente, que pratica o anti-jornalismo e que calunia jamais terá minha leitura. As reportagens exclusivas citadas por Alessandra são arranjandas e despidas de qualquer apuração, e não são isentas e imparciais. Ou seja, representa a opinião direitosa dos donos da publicação. Em suma, é tendenciosa, panfletária, fábrica de "factóides", conservadora e contrária aos movimentos sociais.
Por isso, entendo que, de forma alguma, ela informa, entretém e interessa a toda a minha família, como tenta me convencer a pessoa que assina a carta.

Boa leitura? Não leio. Não vejo.

Fraude no Detran - de Raul Pont

Nada a declarar, governadora?

O silêncio da governadora Yeda frente às fraudes no Detran é simplesmente preocupante. Lair Ferst, da alta cúpula do PSDB e membro do núcleo central da campanha da então candidata Yeda Crusius, está preso e é um dos principais acusados de envolvimento no escândalo. As duas empresas que detêm vínculo com ele ou com seus familiares faturaram, segundo cálculos que constam no inquérito, cerca de R$ 18 milhões com a fraude.
Com mais este escândalo, não há qualquer possibilidade da Assembléia aprovar o aumento de impostos proposto por Yeda Crusius. Como um governo que tem funcionários importantes envolvidos em desvio de recursos públicos pode sugerir aumento de impostos? Fica a impressão que a sociedade está sendo chamada a financiar a corrupção.
Em qualquer governo, isso viraria CPI. Por que não agora? O PT já está conversando com outras bancadas para tratar do assunto. Não podemos passar a idéia de que o parlamento é conivente com essas condutas. A sociedade gaúcha exige explicações e condutas reparadoras. Nossa bancada vai atuar neste sentido.

Tempo

O tempo é o senhor da razão...