quarta-feira, 29 de maio de 2013

A multinacional que roubou os gaúchos

Que belo texto do Antonio Oliveira sobre a questão da Ford. É isso aí mesmo...
Eu estava entre os soldados do capitão Guaracy naquela trincheira no Palácio Piratini, quando as balas dirigidas contra o comandante Olívio zuniam sobre as nossas cabeças. Os tiros vinham de todos os lados, mas principalmente das bandas da Azenha, disparados por gangsters das fileiras do pelotão dos tais formadores de opinião de uma certa empresa. Eles acabaram levando um pontapé no traseiro justamente pelos seus exageros, por serem mais realistas que o próprio reizinho. Se uma só juíza já reconheceu que aquele bando de safados disfarçados de jornalistas ajudou uma das maiores multinacionais do mundo a roubar o dinheiro dos gaúchos isto já me basta. Podem até comprar os magistrados nas próximas etapas.

Vão pedir desculpas ao governador Olívio Dutra?

Ford é condenada a ressarcir o Rio Grande do Sul em mais de R$ 160 milhões

maio 28, 2013
justiça150 A juíza Lilian Cristiane Siman, da 5ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central de Porto Alegre, condenou a empresa Ford a ressarcir o Rio Grande do Sul em mais de R$ 160 milhões por investimentos realizados pelo Estado para a implantação de uma filial da empresa no município de Guaíba, em 1998. Na época, a empresa recebeu recursos para o início das obras de instalação da fábrica e depois desistiu do negócio alegando falta de pagamento por parte do governo Olívio Dutra (PT), que assumiu em 1999. A empresa  assinou um financiamento com o Banrisul no valor de R$ 210 milhões e acabou indo para a Bahia, depois de ter recebido a primeira parcela do financiamento no valor de R$ 42 milhões. A Ford alegou atraso no pagamento da segunda parcela e “motivos de ordem política” com o governo que assumia o Estado.
O governo do Estado ajuizou uma ação para a devolução da primeira parcela do financiamento, gastos com aquisição de máquinas e equipamentos para as obras no valor de cerca de R$ 93 milhões, além de perdas e danos provocados pelos gastos com servidores públicos colocados à disposição da empresa para o desenvolvimento do projeto, além de uma série de outras despesas.
Em sua decisão, a juíza Lilian Cristiane Siman disse que ficou demonstrada a “inadequação do procedimento” da Ford ao desistir do negócio. “Entre a data prevista para a liberação da segunda parcela do financiamento e a notificação da empresa informando sobre sua retirada do empreendimento decorreram somente 29 dias, o que, pelo volume de documentação acostada com a prestação de contas, não é excessivo”, assinalou.
A magistrada contestou a alegação da montadora sobre o suposto atraso na liberação da segunda parcela do financiamento: “o suposto atraso, (suposto porque na verdade, não se implementou, mas sim teve retardado seu implemento porque condicionado à regularidade da prestação de contas relativa à primeira parcela do financiamento), de 29 dias não justificaria a postura adotada pela ré, retirando-se do empreendimento”.
A sentença lembra a cláusula 12ª do contrato assinado pela empresa com o Estado: “Caso a Ford, injustificadamente, venha a desistir da implantação do Complexo, ficará obrigada a devolver, a valor presente, ao Estado e/ou Município, as importâncias recebidas…, obrigando-se, ainda, por ressarcir o Estado pelos gastos por realizados em obras de infraestrutura dentro da área do Complexo Ford”.
Segundo informa nota publicada na página do Tribunal de Justiça do RS, a juíza determinou que o contrato com a Ford está formalmente rescindido. Além disso, “condenou a Ford à devolução da primeira parcela do financiamento no valor de R$ 36 milhões (R$ 42 milhões iniciais, dos quais devem ser deduzidos R$ 6 milhões, relativo à terraplenagem do terreno onde seria instalado o complexo e se somou ao patrimônio do autor da ação), cerca de R$ 93 milhões referentes à aquisição de máquinas e equipamentos e cerca de R$ 33 milhões referentes aos estudos técnicos e análises para disponibilização de infraestrutura”. Cabe recurso da decisão ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

Sem jornalista, não tem informação

A campanha salarial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul está bombando na internet. O foco é a valorização do jornalista como agente da informação.Vejam algumas peças:




segunda-feira, 27 de maio de 2013

Na Frida pensando

Pensei na Frida e na beleza de sua obra, de sua vida, de sua alma.
E aí está ela, exuberante.
Amo!



domingo, 26 de maio de 2013

Saudade

Que saudade me dá
do tempo sem idade,
da época de mocidade
da minha cidade lá.

sábado, 25 de maio de 2013

Olhares

Quando visitamos um lugar, experimentamos diversos olhares. Já andei por este RS como profissional de jornalismo. Meu olhar foi factual, interessado em um assunto especifico. Já fui como turista e este foi meu olhar. Agora, tenho visitado municípios gaúchos com um olhar de graduando de história. Minha visão é direcionada para o passado, para acervos, para preservação. É uma grande experiência poder renovar olhares. Ou promover uma mescla deles...

Posando em Guaíba


Professora Gislene Monticelli (D) e colegas da PUCRS na atividade de campo em Guaíba. A foto foi tirada no trapiche que chama muita gente para o chima ou uma ceva no final de tarde.

Museu a céu aberto em Guaíba


No trabalho de campo que a turma de História e Acervos, do curso de história da PUCRS, fez hoje a Guaíba foi possível perceber que a consciência é realidade. Com coordenação da professora Gislene Monticelli, visitamos locais preservados pelas ações públicas e privadas. A casa de Gomes Jardim, construída em fins do século XVIII, é um exemplo. Era sede da estância de Gomes Jardim, primo de Bento Gonçalves, que morreu ali. Em frente, permanece imponente o cipreste de 300 anos e considerado a árvore símbolo da cidade. A luta pela preservação se mantém e é representada pela Casa das Balas (terceira foto), localizada no centro. Foi ameaçada de demolição e hoje foi tombada para preservação do passado da cidade que hoje é separada de Porto Alegre pelo catamarã. Do ponto de vista de preservação, a cidade oferece outros exemplos, como o Museu Carlos Nobre, a Ilha Pedras Brancas e outras importantes edificações de séculos passados. Mas é preciso olhar com mais carinho para os antigos matadouros Pedras Brancas e São Geraldo. A preservação de sua identidade histórica é importante.





Do ponto de vista de preservação, a cidade oferece outros exemplos, como o Museu Carlos Nobre, a Ilha Pedras Brancas e outras importantes edificações de séculos passados. Mas é preciso olhar com mais carinho para os antigos matadouros Pedras Brancas e São Geraldo. A preservação de sua identidade histórica é importante.

Rumo a Guaíba

Mais uma saída à campo na PUCRS. Desta vez, em Guaíba. 
Conheço bastante, mas visitar com o olhar de graduando de História é outra coisa. 
A professora Gislene Monticelli define que é um museu a céu aberto. 
Vamos lá... de catamarã!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Escravos na senzala e na rua


Em Rio Pardo, destaca-se o Museu Barão de Santo ângelo. Nesta casa em estilo português do século XIX é mantida uma senzala para escravos domésticos.


Um detalhe na rua da Ladeira, também do século XIX. Comparem o pé da moça em relação ao tamanho da pedra deste calçamento que foi o primeiro do Rio Grande do Sul e construído com mão de obra escrava.

O general de duas homenagens


Na Igreja matriz de Rio Pardo, está o túmulo de José Joaquim de Andrade Neves. O militar, destacado na Guerra do Paraguai, nasceu em Rio Pardo, mas é em Porto Alegre que ele é duplamente homenageado. Uma importante rua do Centro Histórico leva seu nome. Mas seu título de Barão do Triunfo dá o nome de uma rua no bairro Menino Deus. Curiosidade apontada pelo especialista Sérgio da Costa Franco.

Respirando história em Rio Pardo


Respiro história nos últimos anos. Ontem, ao lado da professora Núncia Santoro de Constantino e de colegas da PUC, visitei a cidade histórica de Rio Pardo e respirei ainda mais história. Foi uma excelente atividade acadêmica... Na primeira imagem, observamos a primeira rua calçada do Rio Grande do Sul. Foi construída em 1813 por mão de obra escrava e serviu de passagem de Dom Pedro I. Na segunda, vemos o Forte Jesus Maria José, construído em 1750, e que delimitava os territórios portuguses e espanhóis. Rio Pardo era fronteira do Brasil - separada do lado espanhol pelos rios Pardo e Jacuí - e defendeu o Império. Vemos ainda duas igrejas construídas no século XVII, que precisam de restauro, mas sofrem da indiferença em relação ao patrimônio histórico.





quarta-feira, 22 de maio de 2013

Rumo a um dos berços gaúchos


Saindo para trabalho de campo com a professora Núncia Santoro de Constantino e muitos colegas da PUCRS. Vamos a Rio Pardo, que foi uma das primeiras vilas a serem criadas no Rio Grande do Sul e tem sua história intimamente ligada à formação deste estado. Povoada principalmente por açorianos, tornou-se no século XIX centro de produção agrícola e seu porto fluvial um movimentado entreposto de comércio. Sua antiguidade deixou marcas ainda visíveis na cidade, em tradições e na sua rica arquitetura colonial. É onde mergulharemos durante o dia. Boa quarta-feira a todos.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Impulso

No início, te vi correndo.
Logo, a passos lentos.
Agora, decidiste parar.
Que seja para tomar impulso
na direção dos braços meus.

Proibida

Ela é proibida,
mas apaixonei.
E logo deixei.
É prometida
para a vida
que logo vem.

domingo, 19 de maio de 2013

Estudar

Ponto final aqui porque
pesquisar é necessário
e escrever, essencial.
Boa semana, amig@s

Redenção sombria, mas sempre linda

O tempo chuvoso no início da manhã deste domingo não me impediu de dar uma volta no meu quintal, o Parque da Redenção, em Porto Alegre. A nebulosidade garantiu esta imagem um tanto inusitada do laguinho...


 O busto de Santos Dumont está praticamente sozinho na Redenção neste início de domingo sombrio.


 Os sinais de outono estavam demarcados nas árvores deSnudas. E alguém esqueceu de desligar a luminária...



No Brique da Redenção, um convite ao tédio. Tem gente que acrescenta a ceva... Detalhe: na mesa ao lado, eu tomava água.





 

sábado, 18 de maio de 2013

Livros, segundo Quintana

Leio e escrevo bastante neste final de semana. Trata-te de prepação de projetos e artigos para a faculdade. Em meio a muitas obras consultadas e lidas, encontro uma citação do poeta Mário Quintana, que não é objeto de meus estudos atuais, mas que considero relevante. Divido com vocês que aqui passam: 
"Os livros não mudam o mundo. Quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas".

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Gangorra no futebol

De um lado, choro, quietude.
Do outro, euforia, gozação.
Na gangorra do futebol gaúcho
não tem espaço para meio termo.
É maldição, é bendição.

Desejo

Aumenta teu desejo e vem.
Aqui, o desejo é grande também

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Caso Dorothy sem justiça



Já se passaram oito anos do assassinato da irmã Dorothy Stang, ocorrido em Anapu (PA). De lá para cá, os casos de violência, abusos e morte na Amazônia Legal só aumentam. Ainda assim, a justiça pena para punir os verdadeiros culpados. Exemplo contundente foi a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal de anular, nesta terça-feira (14), o julgamento de Vitalmiro Bastos de Moura, condenado a 30 anos pelo homicídio da missionária norte-americana. O réu, no entanto, será mantido preso. Saiba mais: http://bit.ly/18L8Shr

Inter avança

 
O Internacional vence por 2 x 0 o Santa Cruz do Recife e está classificado para a 3ª fase da Copa do Brasil! Gols do D'Ale e Caio!!!! Próximop adversário é Avaí ou América Mineiro. Vamos, Inter

Prêmio pela eliminação na Libertadores

Da série coisas que não entendo: os times eliminados na Libertadores ganham como benefício o ingresso nas oitavas de finais da Copa do Brasil. Como?
Coisas da CBF e da Globo. Agora, os poderosos paulistas pulam etapas na Copa do Brasil. E possivelmente outro daqui hoje. Aos perdedores (queda na Libertadores), a entrada nas oitavas da Copa do Brasil. Interesses econômicos levam a isto.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Sonho

Naquele dia,
que tanto sonhei,
logo ali, lá adiante,
sonhamos juntos e
abraçados acordamos.

Grite, silencie

Grite pela vitória.
Silencie com a derrota.
Mas, cuidado!
Gritos podem derrotar.
Vitórias vêm pelo silêncio.

domingo, 12 de maio de 2013

Andar de cima olha para o andar de baixo

Brava gente, a brasileira

ELIO GASPARI 

Dados do Bolsa Família e da política de cotas ensinam o andar de cima a olhar direito para o de baixo

Atribui-se ao professor San Tiago Dantas (1911-1964) uma frase segundo a qual "a Índia tem uma grande elite e um povo de bosta, o Brasil tem um grande povo e uma elite de bosta". Nas últimas semanas divulgaram-se duas estatísticas que ilustram o qualificativo que ele deu ao seu povo.
A primeira, revelada pelo repórter Demétrio Weber: Em uma década, o programa Bolsa Família beneficiou 50 milhões de brasileiros que vivem em 13,8 milhões de domicílios com renda inferior a R$ 140 mensais por pessoa. Nesse período, 1,69 milhão de famílias dispensaram espontaneamente o benefício de pelo menos R$ 31 mensais. Isso aconteceu porque passaram a ganhar mais, porque diminuiu o número da familiares, ou sabe-se lá por qual motivo. O fato é que de cada 100 famílias amparadas, 12 foram à prefeitura e informaram que não precisavam mais do dinheiro.
A ideia segundo a qual pobre quer moleza deriva de uma má opinião que se tem dele. É a demofobia. Quando o andar de cima vai ao BNDES pegar dinheiro a juros camaradas, estimula o progresso. Quando o de baixo vai ao varejão comprar forno de micro-ondas a juros de mercado, estimula a inadimplência.
Há fraudes no Bolsa Família? Sem dúvida, mas 12% de devoluções voluntárias de cheques da Viúva é um índice capaz de lustrar qualquer sociedade. Isso numa terra onde estima-se que a sonegação de impostos chegue a R$ 261 bilhões, ou 9% do PIB. O Bolsa Família custa R$ 21 bilhões, ou 0,49% do produto interno.
A segunda estatística foi revelada pela repórter Érica Fraga: um estudo dos pesquisadores Fábio Waltenberg e Márcia de Carvalho, da Universidade Federal Fluminense, mostrou que num universo de 168 mil alunos que concluíram treze cursos em 2008, as notas dos jovens beneficiados pela política de cotas ficaram, na média, 10% abaixo daquelas obtidas pelos não cotistas. Ou seja, o não cotista terminou o curso com 6 e o outro, com 5,4. Atire a primeira pedra quem acha que seu filho fracassou porque foi aprovado com uma nota 10% inferior à da média da turma. Olhando-se para o desempenho de 2008 de todos os alunos de quatro cursos de engenharia de grandes universidades públicas, encontra-se uma variação de 8% entre a primeira e a quarta.
Para uma política demonizada como um fator de diluição do mérito no ensino universitário, esse resultado comprova seu êxito. Sobretudo porque dava-se de barato que muitos cotistas sequer conseguiriam se diplomar. Pior: abandonariam os cursos. Outra pesquisa apurou que a evasão dos cotistas é inferior à dos não cotistas. Segundo o MEC, nos números do desempenho de 2011, não existe diferença estatística na evasão e a distância do desempenho caiu para 3%. Nesse caso, um jovem diplomou-se com 6 e o outro, com 5,7, mas deixa pra lá.
As cotas estimulariam o ódio racial. Dez anos depois, ele continua onde sempre esteve. Assim como a abolição da escravatura levaria os negros ao ócio e ao vício, o Bolsa Família levaria os pobres à vadiagem e à dependência. Não aconteceu nem uma coisa nem outra.
Admita-se que a frase atribuída a San Tiago Dantas seja apócrifa. Em 1985, Tancredo Neves morreu sem fazer seu memorável discurso de posse. Vale lembrá-lo: "Nosso progresso político deveu-se mais à força reivindicadora dos homens do povo do que à consciência das elites. Elas, quase sempre, foram empurradas".

1,69 milhão de famílias abrem mão do Bolsa Família

Famílias beneficiadas declararam voluntariamente que ultrapassaram a renda limite de R$ 140 por pessoa

Da Redação Revista Forum


12% das famílias beneficiadas pelo Bolsa Família deixaram voluntariamente o programa (Foto: Bruno Spada / MDS)


Dados fornecidos pelo ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome mostram que 1,69 milhão de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família deixaram espontaneamente o programa, declarando que sua renda já ultrapassava o limite de R$ 140 por pessoa. Estas famílias representam 12% de um total de 13,8 milhões de famílias atendidas. Os dados abrangem todo o período de existência do Bolsa Família, entre outubro de 2003 e fevereiro de 2013.
Os dados do ministério vão de encontro com a alegação dos críticos do Bolsa Família que o programa de transferência de renda estimula os beneficiados a não procurar emprego e melhores condições de vida.
De acordo com o secretário de Renda e Cidadania, Luís Henrique Paiva, estas famílias declararam ultrapassar a renda limite na atualização cadastral, realizada pelas prefeituras a cada dois anos. Por sua vez, a fiscalização excluiu 483 mil beneficiários flagrados com renda superior a permitida pelo programa.
Mãe de cinco filhos, a diarista Selma Patrícia da Silva, de 42 anos, é uma das beneficiadas que deixaram espontaneamente o Bolsa Família após melhorar sua condição de vida. Na época em que fazia bicos como doméstica, e o marido com pedreiro, Selma era beneficiária do Auxílio Gás, Bolsa Escola e Bolsa Família. Depois de construir a sua casa, a diarista decidiu devolver o cartão que garantia o benefício.
“Pensei assim: da mesma forma que serviu para os meus filhos, vai ajudar outras pessoas. Acho muita covardia a pessoa não necessitar e ficar recebendo. Entreguei o cartão na mão da primeira-dama (do município), que começou a chorar”, disse Selma em entrevista ao jornal O Globo.
Hoje, Selma, de Formosa (GO), trabalha como faxineira, fez cursos de artesanato e manicure nos últimos anos e costura bonecas e adereços de pano, vendidos em feiras na vizinhança.
Com informações do jornal O Globo.

Por que os médicos cubanos assustam

Excelente matéria publicada no site http://revistaforum.com.br/blog/2013/05/por-que-os-medicos-cubanos-assustam/
A elite corporativista brasileira teme que mudança do foco no atendimento abale o nosso sistema mercantil de saúde

Por Pedro Porfírio
A virulenta reação do Conselho Federal de Medicina contra a vinda de 6 mil médicos cubanos para trabalhar em áreas absolutamente carentes do país é muito mais do que uma atitude corporativista: expõe o pavor que uma certa elite da classe médica tem diante dos êxitos inevitáveis do modelo adotado na ilha,  que prioriza a prevenção e a educação para a saúde, reduzindo não apenas os índices de enfermidades, mas sobretudo a necessidade de atendimento e os custos com a saúde.
Essa não é a primeira investida radical do CFM e da Associação Médica Brasileira contra a prática vitoriosa dos médicos cubanos entre nós. Em 2005, quando o governador  de Tocantins não conseguia médicos para a maioria dos seus pequenos e afastados municípios, recorreu a um convênio com Cuba e viu o quadro de saúde mudar rapidamente com a presença de apenas uma centena de profissionais daquele país.
A reação das entidades médicas de Tocantins, comprometidas com a baixa qualidade da medicina pública que favorece o atendimento privado, foi quase de desespero. Elas só descansaram quando obtiveram uma liminar de um juiz de primeira instância determinando em 2007 a imediata “expulsão” dos médicos cubanos.

No Brasil, o apego às grandes cidades
Dos 371.788 médicos brasileiros, 260.251 estão nas regiões Sul e Sudeste

Neste momento, o governo da presidenta Dilma Rousseff só  está cogitando de trazer os médicos cubanos, responsáveis pelos melhores índices de saúde do Continente, diante da impossibilidade de assegurar a presença de profissionais brasileiros em mais de um milhar de municípios, mesmo com a oferta de vencimentos bem superiores aos pagos nos grandes centros urbanos.
E isso não acontece por acaso. O próprio modelo de formação de profissionais de saúde, com quase 58% de escolas privadas, é voltado para um tipo de atendimento vinculado à indústria de equipamentos de alta tecnologia, aos laboratórios e às vantagens do regime híbrido, em que é possível conciliar plantões de 24 horas no sistema público com seus consultórios e clínicas particulares, alimentados pelos planos de saúde.
Mesmo com consultas e procedimentos pagos segundo a tabela da AMB, o volume de  clientes é programado para que possam atender no mínimo dez por turnos de cinco horas. O sistema é tão direcionado que na maioria das especialidades o segurado pode ter de esperar mais de dois meses por uma consulta.
Além disso, dependendo da especialidade e do caráter de cada médico, é possível auferir faturamentos paralelos em comissões pelo direcionamento dos exames pedidos como rotinas em cada consulta.
Sem compromisso em retribuir os cursos públicos
Há no Brasil uma grande “injustiça orçamentária”: a formação de médicos nas faculdades públicas, que custa muito dinheiro a todos os brasileiros, não presume nenhuma retribuição social, pelo menos enquanto  não se aprova o projeto do senador Cristóvam Buarque, que obriga os médicos recém-formados que tiveram seus cursos custeados com recursos públicos a exercerem a profissão, por dois anos, em municípios com menos de 30 mil habitantes ou em comunidades carentes de regiões metropolitanas.
Cruzando informações, podemos chegar a um custo de R$ 792.000,00 reais para o curso de um aluno de faculdades públicas de Medicina, sem incluir a residência. E se considerarmos o perfil de quem consegue passar em vestibulares que chegam a ter 185 candidatos por vaga (UNESP), vamos nos deparar com estudantes de classe média alta, isso onde não há cotas sociais.
Um levantamento do Ministério da Educação detectou que na medicina os estudantes que vieram de escolas particulares respondem por 88% das matrículas nas universidades bancadas pelo Estado. Na odontologia, eles são 80%.
Em faculdades públicas ou privadas, os quase 13 mil médicos formados anualmente no Brasil não estão nem preparados, nem motivados para atender às populações dos grotões. E não estão por que não se habituaram à rotina da medicina preventiva e não aprenderam como atender sem as parafernálias tecnológicas de que se tornaram dependentes.
Concentrados no Sudeste, Sul e grandes cidades
Números oficiais do próprio CFM indicam que 70% dos médicos brasileiros concentram-se nas regiões Sudeste e Sul do país. E em geral trabalham nas grandes cidades.  Boa parte da clientela dos hospitais municipais do Rio de Janeiro, por exemplo, é formada por pacientes de municípios do interior.
Segundo pesquisa encomendada pelo Conselho,  se a média nacional é de 1,95 médicos para cada mil habitantes, no Distrito Federal esse número chega a 4,02 médicos por mil habitantes, seguido pelos estados do Rio de Janeiro (3,57), São Paulo (2,58) e Rio Grande do Sul (2,31). No extremo oposto, porém, estados como Amapá, Pará e Maranhão registram menos de um médico para mil habitantes.
A pesquisa “Demografia Médica no Brasil” revela que há uma forte tendência de o médico fixar moradia na cidade onde fez graduação ou residência. As que abrigam escolas médicas também concentram maior número de serviços de saúde, públicos ou privados, o que significa mais oportunidade de trabalho. Isso explica, em parte, a concentração de médicos em capitais com mais faculdades de medicina. A cidade de São Paulo, por exemplo, contava, em 2011, com oito escolas médicas, 876 vagas – uma vaga para cada 12.836 habitantes – e uma taxa de 4,33 médicos por mil habitantes na capital.
Mesmo nas áreas de concentração de profissionais, no setor público, o paciente dispõe de quatro vezes menos médicos que no privado. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar, o número de usuários de planos de saúde hoje no Brasil é de 46.634.678 e o de postos de trabalho em estabelecimentos privados e consultórios particulares, 354.536.Já o número de habitantes que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) é de 144.098.016 pessoas, e o de postos ocupados por médicos nos estabelecimentos públicos, 281.481.
A falta de atendimento de saúde nos grotões é uma dos fatores de migração. Muitos camponeses preferem ir morar em condições mais precárias nas cidades, pois sabem que, bem ou mal, poderão recorrer a um atendimento em casos de emergência.
A solução dos médicos cubanos é mais transcendental pelas características do seu atendimento, que mudam o seu foco no sentido de evitar o aparecimento da doença.  Na Venezuela, os Centros de Diagnósticos Integrais espalhados nas periferias e grotões, que contam com 20 mil médicos cubanos, são responsáveis por uma melhoria radical  nos seus índices de saúde.
Cuba é reconhecida por seus êxitos na medicina e na biotecnologia
Em  sua nota ameaçadora, o CFM afirma claramente que confiar populações periféricas aos cuidados de médicos cubanos é submetê-las a profissionais não qualificados. E esbanja hipocrisia na defesa dos direitos daquelas pessoas.
Não é isso que consta dos números da Organização Mundial de Saúde.  Cuba, país submetido a um asfixiante bloqueio econômico, mostra que nesse quesito é um exemplo para o mundo e tem resultados melhores do que os do Brasil.
Quando esteve em Cuba, em 2003, a deputada Lilian Sá foi conhecer com outros parlamentares o médico de família,uma equipe residente no próprio conjunto habitacional


Graças à sua medicina preventiva, a ilha do Caribe tem a taxa de mortalidade infantil mais baixa da América e do Terceiro Mundo – 4,9 por mil (contra 60 por mil em 1959, quando do triunfo da revolução) – inferior à do Canadá e dos Estados Unidos. Da mesma forma, a expectativa de vida dos cubanos – 78,8 anos (contra 60 anos em 1959) – é comparável a das nações mais desenvolvidas.
Com um médico para cada 148 habitantes (78.622 no total) distribuídos por todos os seus rincões que registram 100% de cobertura, Cuba é, segundo a Organização Mundial de Saúde, a nação melhor dotada do mundo neste setor.
Segundo a New England Journal of Medicine, “o sistema de saúde cubano parece irreal. Há muitos médicos. Todo mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito, totalmente gratuito. Apesar do fato de que Cuba dispõe de recursos limitados, seu sistema de saúde resolveu problemas que o nosso [dos EUA] não conseguiu resolver ainda. Cuba dispõe agora do dobro de médicos por habitante do que os EUA”.
O Brasil forma 13 mil médicos por ano em  200 faculdades: 116 privadas, 48 federais, 29 estaduais e 7 municipais. De 2000 a 2013, foram criadas 94 escolas médicas: 26 públicas e 68 particulares.
Formando médicos de 69 países
Estudantes estrangeiros na Escola Latino-Americana de Medicina

 Em 2012, Cuba, com cerca de 13 milhões de habitantes, formou em suas 25 faculdades, inclusive uma voltada para estrangeiros, mais de 11 mil novos médicos: 5.315 cubanos e 5.694 de 69 países da América Latina, África, Ásia e inclusive dos Estados Unidos.
Atualmente, 24 mil estudantes de 116 países da América Latina, África, Ásia, Oceania e Estados Unidos (500 por turma) cursam uma faculdade de medicina gratuita em Cuba.
Entre a primeira turma de 2005 e 2010, 8.594 jovens doutores saíram da Escola Latino-Americana de Medicina. As formaturas de 2011 e 2012 foram excepcionais com cerca de oito mil graduados. No total, cerca de 15 mil médicos se formaram na Elam em 25 especialidades distintas.
Isso se reflete nos avanços em vários tipos de tratamento, inclusive em altos desafios, como vacinas para câncer do pulmão, hepatite B, cura do mal de Parkinson e da dengue.  Hoje, a indústria biotecnológica cubana tem registradas 1.200 patentes e comercializa produtos farmacêuticos e vacinas em mais de 50 países.

Presença de médicos cubanos no exterior
Desde 1963,  com o envio da primeira missão médica humanitária à Argélia, Cuba trabalha no atendimento de populações pobres no planeta. Nenhuma outra nação do mundo, nem mesmo as mais desenvolvidas, teceu semelhante rede de cooperação humanitária internacional. Desde o seu lançamento, cerca de 132 mil médicos e outros profissionais da saúde trabalharam voluntariamente em 102 países.
No total, os médicos cubanos trataram de 85 milhões de pessoas e salvaram 615 mil vidas. Atualmente, 31 mil colaboradores médicos oferecem seus serviços em 69 nações do Terceiro Mundo.
No âmbito da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América), Cuba e Venezuela decidiram lançar em julho de 2004 uma ampla campanha humanitária continental com o nome de Operação Milagre, que consiste em operar gratuitamente latino-americanos pobres, vítimas de cataratas e outras doenças oftalmológicas, que não tenham possibilidade de pagar por uma operação que custa entre cinco e dez mil dólares. Esta missão humanitária se disseminou por outras regiões (África e Ásia). A Operação Milagre dispõe de 49 centros oftalmológicos em 15 países da América Central e do Caribe. Em 2011, mais de dois milhões de pessoas de 35 países recuperaram a plena visão.
Quando se insurge contra a vinda de médicos cubanos, com argumentos pueris, o CFM adota também uma atitude política suspeita: não quer que se desmascare a propaganda contra o  regime de Havana,  segundo a qual o sonho de todo cubano é fugir para o exterior. Os mais de 30 mil médicos espalhados pelo mundo permanecem fiéis aos compromissos sociais de quem teve todo o ensino pago pelo Estado, desde a pré-escola e de que, mais do que enriquecer, cumpre ao médico salvar vidas e prestar serviços humanitários.

Dia das mães

Vamos combinar que o dia das mães se prolonga ao longo de todo o ano. É muita dedicação e amor incondicional aos filhos, mesmo aos veteranos. Portanto, a data criada para ser comemorada neste domingo é comercial.
No entanto, entramos no espírito e lembramos, mais do que nunca, as mães neste segundo domingo de maio. Portanto, beijos às minhas amigas mães, que tem mães ou que guardam recordação das que já partiram. Aproveito para publicar uma imgem da minha mãe de todos os dias, dona Suely.
 

sábado, 11 de maio de 2013

Na luta pela categoria

 

Hoje, lembrei das lutas que já travamos no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul e dos companheiros que fiz ao longo de 20 anos na direção. Na primeira foto, o grande José Carlos Torves é meu padrinho na inauguração de minha foto na galeria de ex-presidentes da entidade. Ele também presidiu a entidade. Na segunda, com o atual presidente José Nunes e com a sempre militante Marcia Camarano. Na terceira, em uma mobilização em defesa do diploma em Porto Alegre. A luta é boa e continuará com a chapa liderada pelo companheiro Milton Simas Junior na eleição de julho. Participem!



quinta-feira, 9 de maio de 2013

Colher

A gente colhe o que planta. Bela montagem e ensinamento que obtive na página do Hierophant no Facebook.



As companheiras

Depois da festa, vem o descanso e o lazer. Eu, a Naná (de chapéu) e a Carol (de óculos escuros) ficamos no Terra e Magia e fomos para as que levam aos mirantes. As fotos dizem tudo que vivemos: muita alegria e companheirismo.

Momentos intensos da festa cigana no Terra e Magia

Eu tinha postado no Facebook muitas fotos da festa cigana realizada no sítio Terra e Magia, no Morro da Borússia, em Osório (RS). No entanto, todas as publicações de abril seapareceram. Recuperei-as agora e publico as imagens para mostrar o quanto foi legal a festa que homanageou a Sônia, dona do espaço, e o funcionário Riva. A festa começou na noite de 27 de abril no Templo e continuou na manhã de 28, na cozinha da grande casa. Foi um fim de semana e tanto, com a participação de mais de 50 pessoas. As fotos dizem tudo.