sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Calheiros sim, mas como ficam FHC e os outros?

Companheiros, a opinião nacional, alimentada pela mídia, já escolheu o seu canalha, ladrão e corrupto da vez, mesmo antes que a Justiça o incrimine. Nunca fui partidário ou simpatizei com o senador Renan Calheiros, antigo servil de Collor. Defendo sim a sua cassação.
No entanto, a mesma mídia que está jogando pesado com o pai da filha da Mônica esquece do filho do FHC com a jornalista Miriam Dutra.
Tomás Dutra Schmidt, o tal guri, nasceu no dia 26 de setembro de 1991, quando FHC era senador pelo PSDB-SP, e Miriam atuava como correspondente do Jornal Nacional em Brasília. Anos depois, para abafar o escândalo, a repórter foi "exilada" na Europa à custa da TV Globo. Viveu confortavelmente com o filho e uma irmã, sobretudo em Barcelona, onde moraram num dos mais luxuosos bairros espanhóis.
No último dia 6, Miriam voltou ao Brasil.
A mídia é que, até agora, não se fez a pergunta-chave: por que sempre tratou o filho caçula de FHC como um assunto pessoal, sem relevância jornalística? Ou seja, a imprensa brasileira está moralmente obrigada a fazer um 'mea culpa' no caso do filho adulterino do ex-presidente FHC.
Mais: pelo menos cinco senadores do PSDB e um do DEM respondem por processos na Justiça. Vamos acompanhar abaixo como funcionar o esquema:

PSDB

Eduardo Azeredo
(PSDB-MG)
INVESTIGADO: em inquérito no STF por suposto benefício ao empresário Marcos Valério, quando governador de Minas Gerais
DEFESA: Afirma que não houve benefício às agências de Valério

Marconi Perillo
(PSDB-GO)
INVESTIGADO: por fraude em licitação e corrupção ativa e passiva no Supremo Tribunal Federal (STF). Responde a processo eleitoral no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás por irregularidades em gastos de campanha
DEFESA: Diz que pediu a apuração do caso de fraude e abriu seu sigilo bancário. No caso eleitoral, atribui a denúncia a adversários

Lúcia Vânia
(PSDB-GO)
RESPONDE: a processo por peculato no Supremo Tribunal Federal
DEFESA: Atribui as acusações à disputa eleitoral em Goiás

Flexa Ribeiro
(PSDB-PA)
RESPONDE: a processo no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de receber irregularmente R$ 20 milhões do governo do Pará por intermédio de sua empreiteira, a Engeplan. Responde a outro processo por fraude em licitação no Amapá
DEFESA: A assessoria jurídica do senador nega seu envolvimento nos dois crimes

Cícero Lucena
(PSDB-PB)
RESPONDE: a processo por crime contra a administração pública (organização criminosa responsável por desvio de verbas) e por irregularidade em licitação. Enfrenta também recurso no Tribunal Superior Eleitoral contra sua diplomação. Em 2005, Lucena foi preso pela Polícia Federal, acusado de comandar um esquema de fraude em licitações que desviou cerca de R$ 100 milhões
DEFESA: O senador não respondeu

DEM

Jayme Campos
(DEM-MT)
CONDENADO: pelo Tribunal de Justiça de MT por gastos irregulares com publicidade
DEFESA: De acordo com sua assessoria, não houve gasto irregular. Ele recorre no Supremo Tribunal Federal