sábado, 18 de julho de 2009

Jornalismo: a diferença entre o profissional e o paraquedista

Um episódio tem movimentado as rodas coloradas desde ontem: a liberação do D'Alessandro para jogar o Gre-Nal de amanhã. Como colorado, fico feliz. Mas, como jornalista, estou entristecido. Sabem como os advogados colorados conseguiram o efeito suspensivo, permitindo que o argentino jogue até novo julgamento? Graças a uma "entrevista" da ex-miss e modelo Renata Fan, na Band, com o jogador William, do Corinthians. No bate-papo, a loira praticamente induziu o jogador a dizer que não tinha se sentido ameaçado pelo D´Alessandro. No começo, foi direta: "Tu não sentes pena do....", demonstrando estar a serviço do seu fanatismo colorado. Contudo, está sendo considerada heroína em qualquer espaço de discussão colorada na internet.
Por isso, lamento cada vez mais a decisão do STF de 17 de junho, que extinguiu a necessidade do diploma para exercício do jornalismo. Em função disso, episódios como este vão aumentar. Jornalismo é coisa séria e exige preparo, isenção e imparcialidade. Algo que a Fan, os advogados do Inter e os torcedores do meu clube desconhecem. A "entrevista" dela não tem qualquer valor jornalístico, mas foi considerada como tal pelo auditor do STJD que concedeu o efeito suspensivo. Lamentável!

CUT repudia fim do diploma de jornalista

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) aprovou moção de repúdio à decisão do Supremo Tribunal Federal que extinguiu a obrigatoriedade da formação universitária para o acesso à profissão de jornalista, na tarde de sexta-feira (17 de julho). A Central declarou sua adesão à "luta em defesa do diploma de jornalista para garantir os critérios de responsabilidade social dessa importante profissão". E alertou que a decisão do STF diz respeito a todos os trabalhadores.
A CUT argumenta que sua ação desregulamentadora ameaça outras categorias, leva à precarização das relações do trabalho e também atinge os movimentos sociais, já tão criminalizados pela mídia.
Para a Central, a decisão do STF, na verdade, "privatiza a liberdade de expressão e de informação no Brasil". A moção foi aprovada ao final do 5º Encontro Nacional de Comunicação (ENACOM) da CUT, que reuniu sindicalistas de todo o país em São Paulo, de quarta-feira a sexta-feira.