terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Metade

(Oswaldo Montenegro)

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza

Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
E a outra metade um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
E a outra metade não sei

Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é a canção

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Taxa de mortalidade infantil de Cuba é menor que a dos EUA

Cuba concluiu 2007 com uma taxa de mortalidade infantil de 5,3 menores de um ano falecidos por cada mil nascidos vivos, cifra que coloca o país como o mais avançado da América Latina nesse quesito. Esse número representa o menor índice atingido pela ilha e só é comparável no continente americano à obtida pelo Canadá. De acordo com estatísticas expostas no Estado Mundial da Infância 2007, publicado pelas Nações Unidas, a taxa de mortalidade infantil a nível mundial é de 52 e a de América Latina 26, enquanto a dos Estados Unidos coloca-se em 6.
Os números anteriores contrastam com as 108 mortes por cada mil nascimentos vivos que se produziram na África ocidental. A partir de dados oferecidos pelo Programa de Atenção Materno Infantil e do Ministério da Saúde Pública, o jornal Granma assinala que seis das 14 províncias cubanas atingiram uma taxa abaixo da média nacional. Lugar preferencial tiveram Sancti Spíritus com 4,1 e Camagüey com 4,2.
A publicação acrescenta que 21 municípios da ilha fecharam no ano anterior com zero mortalidade infantil. Do total de nascidos – 1.102 a mais que em 2006 –, houve 592 falecidos devido fundamentalmente a afecções pré-natais, anomalias congênitas e infecções, indicaram as fontes.
Além da baixa taxa de mortalidade infantil, em Cuba durante o 2007 só morreram 21 mães por cada 100 mil nascimentos – no mundo foram anunciadas 400 em igual quantidade de partos.
Os baixos índices de mortalidade infantil e materna sustentam-se no estabelecimento de um sistema de saúde acessível e gratuito para toda a população, sem exceções, desde o início da Revolução de 1º de janeiro de 1959.
Em Cuba, de forma programada os meninos sãos são vistos na consulta de Puericultura 12 vezes no ano, contam com os exames de um geneticista e recebem imunização contra 12 doenças previsíveis.

Vermelho (www.vermelho.org.br)