quarta-feira, 20 de março de 2013

Jornalistas: reunião da negociação coletiva será neste sábado

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul segue com as discussões para reunir informações e reivindicações da categoria, que irão pautar a Negociação Coletiva de 2013. O próximo encontro ocorre neste sábado, 23 de março, a partir das 10h, no auditório da Associação Riograndense de Imprensa - avenida Borges de Medeiros, 915, oitavo andar, em Porto Alegre. Até agora foram realizadas outras duas reuniões e, a pedido da própria categoria, o encontro passa a ocorrer no sábado.  De acordo com o cronograma decidido anteriormente, os jornalistas gaúchos terão de apresentar propostas para serem discutidas e acrescidas na pauta de negociação. 

Segundo o presidente do Sindicato, José Maria Rodrigues Nunes, a proposta é inovadora e já mostra resultados. "Nos dois primeiros encontros os profissionais deram respostas e houve uma participação bastante grande, por isso definimos por fazer o encontro em um lugar mais amplo. Agora, esperamos pelas propostas vindas diretamente das redações", comenta. Até agora os profissionais decidiram pela retomada das negociações com a participação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - Dieese, além da contratação de uma consultoria que irá trabalhar para formatação de uma campanha de valorização profissional. "Queremos não só falar de salário, mas, acima de tudo, da valorização da profissão. É sempre bom dizer que O Trabalho Do Jornalista Vale Mais", conclui Nunes.

O jornalismo precisa de inovação, não de botox

Por Cleyton Carlos Torres, no http://observatoriodaimprensa.com.br

É mais do que consolidada a máxima afirmativa, apesar da contraposição de alguns insistentes céticos, de que quem está em crise são as empresas jornalísticas, não o jornalismo. Isso reflete um conceito ainda mais básico sobre tudo o que vem ocorrendo nos últimos anos: nós queremos o jornalismo, não o jornal, ou seja, não importa o meio que ele será consumido, o que o público consumidor de notícias quer é um jornalismo ético, transparente, consolidado e firme de suas convicções.
Porém esse debate, mesmo trazendo consigo traços de cenários mais atuais, já se encontra defasado, desgastado e até mesmo infértil para novas discussões. O que deve ser feito com urgência é direcionar olhares para um tema muito mais amplo e complexo, porém capaz de definir de uma maneira muito mais estrutural os futuros – ainda incertos – da imprensa: é preciso inovar no jornalismo assim como foi e é preciso inovar em qualquer outro setor da sociedade para que um determinado ramo do mercado permanecesse de pé.
O que isso significa na prática? Bom, inovar no jornalismo não se traduz apenas em inserir imagens ou vídeos produzidos pelos chamados jornalistas-cidadãos. É preciso ir além do comodismo no qual se encontra grande parte dos profissionais. Foi extremamente – e ainda o é – ardiloso inserir a cultura digital dentro de algumas redações e até mesmo nos semanários de cidades pequenas (jornais produzidos muitas vezes por um único profissional) onde se pressupunha uma liberdade de ousadia muito maior do que a dos grandes conglomerados midiáticos.
Credibilidade e inovação
Porém o buraco é mais embaixo e a bola da vez já não se resume aos fatores digitais, mas em como o jornalismo irá acolher a inovação com o intuito de se reinventar em pleno século 21. Hiperlocalismo, mobilidade, infografias tridimensionais, narrativas multimídias, design responsivo, manipulação de dados, aplicativos customizáveis ou realidade aumentada. Muitas das ferramentas já estão aí e tantas outras ainda serão construídas com a consolidação da pós-modernidade, mas a questão é: quando o jornalismo irá entrar de vez nessa história?
Alguns especialistas e renomados professores acadêmicos já afirmaram que em pouco mais de 400 anos nenhuma mudança drástica ou significativa envolveu a imprensa. O conceito de monólogo permaneceu por quase toda a existência do jornalismo. O veículo produzia o conteúdo e um seleto público o consumia, sem maiores feedbacks, já que esse público dispunha apenas de plataformas estruturais que não permitiam qualquer tipo de contra resposta nas reportagens, facilitando para que o jornalismo emoldurasse sua essência de intocável, inquestionável e, principalmente, imutável.
O que temos agora são canais sociais digitais conectados em rede que permitem que os passivos consumidores de informações partam para o ataque, exijam mudanças no jornalismo e até interfiram no modelo de negócio dos grandes veículos. Sem grandes novidades e mudanças, o que temos é um jornalismo baseado em releases ou desastres que não traz nada de novo e abre espaço para que usuários da web com alguma opinião relevante e muita vontade de inovar na comunicação ganham segmentos de públicos cada vez maiores.
O jornalismo estaria sendo sufocado por esses canais? Obviamente que não, mas enquanto perdurar a filosofia de não mudança, mais e mais leitores, usuários e telespectadores irão partir para outros canais que tenham algo novo para oferecer, nem que seja a capacidade de tirar o leitor da zona de conforto e ser estopim para grandes discussões acerca dos mais variados temas, fator que, por incrível que pareça, alguns setores do jornalismo (e podemos dizer do grande jornalismo) estão deixando de lado. O jornalismo precisa ser imutável na credibilidade, mas requer urgentemente doses consideráveis de inovação. A era do jornalismo a base de botox não irá durar para sempre.
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Cleyton Carlos Torres é jornalista, blogueiro e editor do Mídia8!

Foi-se o verão

Vera, foi embora o verão.
Verinha, curta o outonão.
Não importa a estação,
o que vale é a diversão.

Naquele dia

Naquele dia sombrio, próprio à depressão, eu andava feito um zumbi. Não tinha rumo, não encontrava prumo. Andava alguns passos e estatelado ficava.
Naquele dia, feito anjo, surgiste de algum canto e me trouxeste encanto. Teus olhos, sempre brilhantes, entenderam o que eu guardava no coração dilacerado.
Naquele dia, não encontrei mais espaço para as sombras...