quinta-feira, 15 de julho de 2010

Jornal do Brasil: vamos dizer não ao fechamento

Na quarta-feira, dia 21, ao meio-dia, o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio vai fazer uma manifestação em frente à atual sede do Jornal do Brasil - Avenida Paulo de Frontin 568 -, no Rio Comprido, para tentar evitar o fechamento daquele que já foi um dos mais importantes jornais da imprensa brasileira. A FENAJ vai participar da manifestação.
Sabemos que o Jornal do Brasil de hoje nada tem a ver com aquele jornal que durante mais de um século escreveu boa parte da história do nosso país. Um jornal que ousou, que foi cantado pelos tropicalistas e acima de tudo não seguiu à risca a cartilha da ditadura militar, como outros jornais fizeram.
Mesmo assim, a notícia de que o Jornal do Brasil vai deixar de circular é um golpe para toda uma geração de jornalistas que lá trabalharam ou simplesmente foram seus leitores. O dono da marca, Nelson Tanure, que arrendou o jornal em 2001, anunciou esta semana que o JB passará a ter apenas uma versão na internet. Ele alega que tentou vender o jornal, mas não encontrou compradores. Mas e o direito dos funcionários, como fica?
A manifestação do Sindicato pretende também alertar as autoridades da área do Trabalho para que não deixem acontecer com os empregados da empresa o mesmo que aconteceu com os ex-funcionários da TV Manchete e Bloch Editores. Muitos morreram sem receber seus direitos trabalhistas. O JB tem hoje 180 empregados, entre os quais 60 jornalistas. Qual será o futuro deles? Quantos serão reaproveitados na versão online? E o passivo trabalhista? É bom lembrar que muitos ex-funcionários estão na Justiça lutando por direitos que não foram respeitados.
A presidente do Sindicato dos Jornalistas, Suzana Blass, está tentando marcar um encontro com Tanure. O objetivo, diz Suzana, é garantir uma empregabilidade mínima e os pagamentos da rescisão. Portanto, não se esqueça: quarta-feira dia 21 ao meio-dia, em frente ao Jornal do Brasil, na Avenida Paulo de Frontin 568, no Rio Comprido.
Ao ser informado da confirmação do fechamento da versão impressa do JB, o presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, reagiu. "Fred Ghedini e Aziz Filho, ex-presidentes dos Sindicatos de São Paulo e do Município do Rio, foram processados pelo Tanure há alguns anos porque disseram que o empresário era um predador de empregos e salários. O tempo provou que ambos estavam absolutamente certos. Além de empregos e salários, Tanure é um predador de veículos jornalísticos. Já matou a Gazeta Mercantil e agora assassina o JB", disse.
Fonte: site do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, com informações da FENAJ

Anunciada a morte do tradicional Jornal do Brasil


A morte do tradicional Jornal do Brasil - anunciada para 31 de agosto, quando circulará apenas a versão online - é um golpe no Jornalismo brasileiro. O diário carioca já agonizava fazem duas décadas, mas a esperança na sua recuperação continuava. A reprodução acima, do anúncio do JB em página dupla nesta quarte-feira (14 de julho), deixa tristes os jornalistas brasileiros.

PEC dos Jornalistas é aprovada na Comissão Especial da Câmara





Os jornalistas brasileiros com formação alcançaram mais uma vitória. A proposta que restabelece a necessidade do diploma de jornalismo no Brasil, de autoria do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), foi aprovada por unanimidade nesta quarta-feira (14), pela Comissão Especial da Camara dos Deputados. A PEC dos Jornalistas, como é conhecida, segue agora para votação no plenário da Câmara.

De acordo com Pimenta, a intenção é votá-la após o recesso parlamentar, que termina no final do mês de julho. "Todos aqui nesta Casa estão tendo a mesma compreensão que tive quando apresentei a PEC dos Jornalistas, ou seja, que houve uma confusão de conceitos por parte do Supremo Tribunal Federal, entre liberdade de expressão e informação jornalística. O jornalismo não é uma atividade intelectual como afirmou de forma equivocada o Ministro Gilmar Mendes, pois um jornalista não deve, e por dever ético não pode, exercer a sua liberdade de expressão ao reconstruir a realidade", disse Pimenta.

Para evitar novas interpretações semelhantes à do Supremo, o relator da PEC dos Jornalistas na Comissão Especial, deputado Hugo Leal (PSC-RS), incluiu no texto uma referência expressa ao inciso XIII do artigo 5° da Constituição Federal. Esse dispositivo determina que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. "Queremos deixar claro que o jornalismo é uma profissão que exige qualificação e isso não impede a liberdade de informação e de imprensa", ressaltou.

Fenaj aprova medida 


Presente à votação desta quarta-feira, o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo, afirmou que a entidade também vai procurar os líderes para garantir a continuidade da proposta. Ele destacou a importância da volta da exigência do diploma: "Nossa profissão não pode ficar do jeito que está. Vivemos uma situação absurda. Hoje não há critério nenhum para ser jornalista. No Distrito Federal, para ser flanelinha é necessário um registro no Ministério do Trabalho. No caso dos jornalistas, nem isso é preciso".

Histórico da PEC dos Jornalistas
 

A PEC dos Jornalistas foi apresentada pelo deputado federal Paulo Pimenta no dia 8 de julho de 2009, 20 dias após a decisão do STF. Em novembro de 2009, ela já havia sido aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisou se o teor da matéria proposta feria algum princípio constitucional. Agora, recebeu também voto favorável na Comissão Especial. A PEC dos Jornalistas será submetida a votação em dois turnos na Câmara e após seguirá para o Senado Federal.

Fonte: Assessoria do Deputado Pimenta com a colaboração da Agência Câmara