sexta-feira, 4 de julho de 2008

Ingrid libertada. E os outros 3 mil?


Não estou insensível com a libertação da ex-candidata à Presidência colombiana Ingrid Bettancourt pelas Farcs. Reconheço o pesadelo que esta mulher de brio passou na selva durante seis anos. No entanto, é necessário dizer que que ela foi solta - libertada pelo Exército, segundo a mídia - por causa do clamor internacional, especialmente porque ele também tinha cidadania francesa. Também é importante lembrar que existem ainda mais de 3 mil pessoas nas mãos dos terroristas colombianos.
Mais: depois de festejar com familiares a soltura, a franco-colombiana rumou para Paris, onde se encontrará com o presidente francês Nicolas Sarkozy. Ou seja, das selvas colombianas para o Palácio do Eliseu. Mais: a mídia diz que ela está apoiando um terceiro mandato para o presidente Alvaro Uribe, que ainda depende de um polêmico projeto de reforma constitucional.
A pergunta que se faz oportuna: é bom para Uribe ter Ingrid solta? Claro que não, pois ela ganharia dele (ou de um fantoche seu) nas eleições!
Parece lógico que ela foi libertada contra a vontade dele, ao contrário do que propaga a grande imprensa brasileira. Tanto é verdade que a operação da invasão do Equador e assassinato do número 2 das Farc (o negociador) foi o executada para não permitir que ela fosse libertada.
Mas o que se lê na mídia é que Ingrid está com Uribe e pretende se candidatar à presidência colombiana em 2010.
Será jogo? O tempo dirá. Até lá Ingrid será a estrela não apenas da política colombiana, mas em nível internacional. Na foto acima, da Reuters, ela concede entrevista coletiva na embaixada da França em Bogotá.