sexta-feira, 9 de maio de 2008

Olha o destaque do jornal!


Quem diria: a oposição desastrada ajuda a ministra Dilma a se firmar como candidata a presidência. Não sou eu que estou afirmando: é notícia do Jornal de Brasília. E opinião de diversos colunistas e bloqueiros avessos ao Governo Lula. O que já sabíamos no Rio Grande do Sul - a competência de Dilma - o restante do Brasil começa a conhecer.

A MULHER QUE NÃO É BOLA PARA SER ENCAÇAPADA

Laerte Braga


O senador José Agripino Maia, do DEMocrata do Rio Grande do Norte, em 1979, em plena ditadura militar, filiou-se ao PDS que sucedeu a ARENA, partidos do regime de terror implantado no País em 1964.
O senador descende uma família que se alterna no comando do seu estado ao longo de décadas, no velho esquema de oligarquias que juntam latifúndio e empresários no Nordeste do País.
Houve um tempo que a gente da FIESP/DASLU costumava dizer que para o Brasil crescer era necessário "doar" o Nordeste para livrar-se de um "peso". Eu me recordo que a cantora Elba Ramalho, um exemplo de ser humano, deu uma resposta devida e precisa sobre o preconceito manifesto contra nordestinos.
Euclides da Cunha, engenheiro, militar e escritor, deixou a afirmação "o sertanejo é antes de tudo um forte".
É claro que ao longo da história do Brasil figuras como Agripino Maia, que nunca trabalharam na vida, ou fizeram coisa alguma que não beneficiar-se do poder (os Andradas, por exemplo, vieram para o País em navio chapa branca junto com a família real como afirma um amigo que muito prezo), não pode pensar diferente do que ele pensa.
É um dos donatários dos grupos que escravizaram durante séculos o Nordeste e tentam manter esse poder a todo custo.
Integra a corte, a elite, faz parte da pior espécie de gente que existe. A que não tem princípios e nem valores. São a um só tempo, embora possa parecer um contra senso, amorais e imorais.
Foi por isso que com aquele olhar cínico, debochado, imperturbável de todo mau caráter, que fez a pergunta que fez a uma figura humana notável, a ministra Dilma Roussef.
Dilma, como tantos brasileiros, pegou em armas contra a ditadura. Como tantos brasileiros passou anos presa quando foi submetida a torturas violentas e degradantes e se manteve altiva, corajosa, íntegra e acima de tudo humana.
Maia não sabe nem o que isso quer dizer. Altivez, coragem, integridade e ser humano. Nunca teve e nunca foi.
A resposta da ministra Dilma Roussef dada ontem ao senador (putz, é o cúmulo isso) resgata o notável valor da mulher brasileira, mas acima de tudo, do ser humano capaz de se manter como tal, não importa quantas pastas tenham sido abertas e nelas guardadas as mentiras e as montagens seja da ditadura, seja de figuras como Maia, ou de quem quer que seja, no modelo desumano, cruel e perverso de hoje.
O que transforma o real em irreal.
A resposta de Dilma Roussef deveria ser exibida em cada escola do País, em cada casa, para que cada jovem e cada cidadão pudesse ter diante de si uma realidade que tentam ocultar a qualquer preço, pois não querem seres humanos, querem robôs. E pudessem enxergar e perceber que aqui existem pessoas cuja bravura e caráter são reais

Pode ser vista e ouvida em http://www.senado.gov.br/tv/noticias/quarta/tv_video.asp?nome=CO070508_7
e:
http://www.youtube.com/watch?v=ntVZB12ktPg

É claro que a pergunta foi colocada na boca de alguém que se preste a qualquer papel e Agripino Maia se presta a qualquer papel. Condição básica para fazer a pergunta que foi feita à ministra Dilma é a absoluta falta de caráter e Maia não tem nenhum. É produto de uma oligarquia, não anda e nem pensa pelas próprias pernas.
Mas, de alguém que seja DEMocrata (sucessores dos partidos da ditadura) e ligado aos tucanos (PSDB) opositores disfarçados da ditadura.
Em meio a generais como Augusto Heleno, defendendo interesses de potência e grupos estrangeiros em nosso (nosso?) País. A assassinos absolvidos como o mandante do crime contra a missionária Doroty Stang. Ou a quadrilheiros grileiros que ocupam terras de índios (não são gente na cabeça dos vários agripinos maias espalhados pelo Brasil, ou ex-Brasil), a resposta da ministra Dilma é mais que um ato de dignidade e bravura.
É a reafirmação que nem todas as pessoas são como bolas que se deixam encaçapar em mesas de sinucas, em nome de um mundo real que não existe. Podem até ser decentes, mas lhes falta a alma que Dilma Roussef resgatou em sua resposta.
E mais, Dilma Rousssef, independente de Lula, ou o governo, conferiu dignidade ao ser lutador, ao ser íntegro. Resgatou uma pequena janela de uma história que precisa ser contada aos brasileiros para que se possa perceber que tipo de cobra venenosa existe em cada Augusto Heleno, em cada Agripino Maia, em cada VALE/ARACRUZ. Em cada Zé Pastinha, que é apenas conseqüência, produto desse modelo imoral e amoral. Mas nem por isso deixa de ser canalha. É só extensão menor.
Se Dilma tivesse dito o que o senador chama de "verdade", aos "patriotas fardados" que a torturaram, Agripino Maia teria, ontem, dito que Dilma foi uma delatora. Que entregou companheiros. Como foi o contrário, Dilma tem a estatura humana e moral que Agripino não tem, por isso não pode saber o que foi a luta travada contra a ditadura, fez a pergunta que fez. Era um deles. Continua a ser.

É a medida de um ser repulsivo. Agripino Maia.

É a dimensão gigantesca de uma pessoa admirável. Dilma Roussef.

E essa diferença é o imprimatur que os filhos de cada um carregam em seus genes.

Indignação geral com absolvição de fazendeiro

Como era de se esperar, o Brasil e o Mundo ficaram indignados com a absolvição do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, mandante do assassinato da missionária norta-americana Dorothy Stang. Em julgamento anterior, ele tinha sido condenado a 30 anos de prisão. Entidades nacionais e internacionais estão protestando contra o absurdo, e o presidente Lula se disse indignado, embora tivesse o cuidado de não criticar diretamente a Justiça de Belém (PA). Mas tudo pode mudar novamente: a Comissão Partoral da Terra (CPT) e o Ministério Público pedirão a anulação da sentença. Que se faça Justiça.