sexta-feira, 29 de abril de 2011

O velho e o baú

                             Nesta manhã invernal, como sempre faz, Alberto vislumbra o horizonte cinzento e pisa na areia fofa da Praia de Pinhal, espremida num canto do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Coça a cabeça, toca o nariz gelado, abotoa o casaco de lã e faz menção de voltar para casa. Afinal, ainda é 6h da matina, como dizem neste território sem gente (na areia, é bom frisar). E a atitude mais prudente para um idoso de 70 anos é ficar embaixo das cobertas até o sol dar o ar da graça. Até espirrando está, o que prenuncia a chegada de um resfriado. Ou coisa pior.
                             Não. Não fará isso, mesmo que o vento bata forte e a areia teime em levantar mais de meio metro do chão. Se abaixar, os olhos serão atingidos e a situação ficará deveras ruim. Desde que resolveu morar naquele lugar, levado por um amigo que o visita com frequência, mantém a rotina de caminhadas à beira-mar. Muitas vezes, sem destino. Em outras, seguindo o rumo de um boteco, o único das redondezas que, por coragem do dono, fica aberto o ano todo.
                            Alberto, contador por ofício e aposentado por idade, aproveita os passos lentos e pesados que dá na areia para fazer o balanço de uma vida que lhe foi benéfica em alguns momentos e madrasta em outros. Nenhum morador da praia sabe que o homem alto e grisalho que mora na casa verde e branca da Rua Borborema foi casado. Mais do que isso: tem um casal de filhos quarentões que não vê há mais de 20 anos. Não sabem pela simples razão de que ele nunca fez questão de dizer.
                           A situação aperta o coração do velho quando ele vê passar a primeira alma na beira da praia. Trata-se da manca Sofia, uma misteriosa negra que muitas vezes divide com ele a mesa no boteco do Joaquim, sem nunca lhe dirigir a palavra. Apenas o olha da cabeça aos pés, empina um martelinho de cachaça e observa o mesmo horizonte que Alberto espia agora com o canto do olho. São conhecidos que o desconhecido aproxima mais uma vez.
                          – Bom dia – arrisca dizer, sem ganhar ao menos uma palavra ou um balançar da cabeça.
                          Em seguida, porém, olha para trás e vê presente e passado se cruzarem de forma alucinante, velozmente. Pensa que aquela desconhecida está ali em carne e osso e, vez por outra, faz parte de sua vida. Ou melhor, todos os dias no boteco. Dos filhos, não sabe nada. A última vez que falou com eles foi no início de 1991, quando Marlene, que ele recusa chamar de ex-mulher, lhe procurou levando Marcelo e Fernanda, os filhos, de arrasto. Não fora cobrar a pensão, que ele pagava religiosamente, mas buscar alguns objetos e pertences do trio.
                         Quando selaram o divórcio, depois de algumas brigas cinematográficas e mediações da polícia, ele encheu um baú e o levou para a nova casa. Nem se lembrava mais, tanto que foi à dispensa e encontrou o móvel intacto, sem qualquer sinal de violação. Dentro, encontraram jóias, talhares, livros, discos, canetas, roupas íntimas e tudo que não lhe servia ou interessava. Não tinha saída senão confessar o erro, alegando que fizera aquilo por compulsão. Um mal menor, mas que se transformou em uma mania que o acompanharia o resto da vida. Os três não exibiram qualquer sinal de complacência, viraram as costas, pegaram o baú e o enfiaram numa camionete. Desprezo era o que sentia Alberto.
                        – Bom dia – disse, recebendo, em troca, uma saraivada de insultos que ressoam nos seus ouvidos até hoje.
                         Por isso, a indiferença de Sofia era também um mal menor. E ela estava ali todos os dias e não a mil quilômetros de distância, em São Paulo, onde supostamente moram a ex e os filhos – ele soube por amigos.
                         Vinte anos e Alberto não esquece o episódio do baú, da mesma forma como busca na memória os laços que poderá ter com a moça com quem beberica no mesmo bar e passeia na mesma praia. Num impulso, volve o corpo e imprime um retorno apressado para casa. Não pensa em mais nada, nem mesmo quando passa novamente por Sofia, agora acompanhada de um menino de uns três anos.
                        – Será filho dela? – pensa, mantendo a velocidade dos passos.
                        Chegando em casa, vai direto à garagem, como se já soubesse o que encontraria. Tira o casaco de lã, pois a caminhada apressada e o sol que já brilhava o fizeram suar. Mira tudo que vê no local. Pronto: atrás do automóvel Voyage, encontra um baú, devidamente fechado. Tenta abrir, mas não lembra onde está a chave. Encontra um pé-de-cabra, que usa como alavanca para destrancar o móvel.
                        Aberto o baú, Alberto tonteia, vê o mundo girar à sua volta e quase cai no piso de concreto da garagem. Recuperado, tira de dentro utensílios de cozinha (panelas, talhares, pratos), roupas femininas e artesanato. Nada é seu. Mas de quem será? Puxa pela memória e recorda que a calada e introspectiva Sofia vive praticamente na rua, ora morando sob a marquise do prédio da rodoviária, ora na área de alguma casa de veranista.
                      Mas esta lembrança é recente, pois antes a vira vendendo artesanato e roupas para turistas na praia durante o verão. Caminha rapidamente até a areia e novamente avista Sofia e o menino. Aproxima-se com cuidado, como se faz com um desconhecido, e a convida para ir até sua casa. A resposta é negativa.
                    – Não, não o conheço. Me deixa em paz – defende-se Sofia.
                    – Mas eu quero te mostrar alguma coisa que talvez te pertença – esclarece Alberto.
                     – Não tenho nada – retruca Sofia.
                     – Mas não vendias artesanato? – pergunta o velho, cheio de remorso.
                     – Sim, mas fui roubada. A polícia nem deu bola ­ – lamenta a moça.
                      – Eu roubei. Estão lá em casa. Venha ver – adianta Alberto, com olhos marejados de lágrimas.
                      – Mas então...
                      – Olha, pego as coisas dos outros, mesmo sem utilizá-las. Entenda-me – pede.
                      Sofia não entendeu o que estava ouvindo, mas decide conferir o que o velho que tanto observava no boteco tinha para lhe mostrar. Os três caminham calados até a casa da Rua Borborema, onde Sofia não esconde o espanto ao rever o artesanato e outros utensílios domésticos que tinha quando morava com o pai de Francisco, o menino que observava tudo com olhos arregalados.
                       – Ladrão. Com esta casa e tu rouba de pobre – grita, tapeando Alberto, sem parar.
                       – Desculpe, estou te devolvendo tudo. Não me queira mal – suplica, pedindo que a visitante fale um pouco de sua vida.
                        Refeita da surpresa e mais calma, Sofia explica que morava de aluguel e que o ex-companheiro, operário da construção civil, a abandonou e se mandou para local ignorado. Precisou entregar a casa e vendeu os móveis. Antes, porém, ALberto surrupiara algumas coisas que poderiam manter o seu sustento e do filho. O velho fica comovido com a história.
                        – Façamos o seguinte: tenho algumas economias e posso te ajudar. Podes morar na casinha que tenho aqui nos fundos, e eu compro alguns móveis. É a forma de retribuir o que te fiz – sugere, abraçando Sofia e Francisco.
                       – Não sei o que dizer, mas...
                       – Não precisa. Agora, vamos dar uma caminhada. O boteco já deve estar aberto – convida.
                       Enquanto voltam à praia, um Corsa com placas de Florianópolis e um homem na direção chega lentamente à casa de Alberto, que se vira, sorri e faz sinal positivo.

* Conto produzido na disciplina Escrita Criativa, na PUCRS, em abril de 2011
                          

sábado, 23 de abril de 2011

Coração pulsando

Nada, mas nada mesmo, arrancará o coração do meu peito.
Ele bate, pulsa, acelera...
Vive!
Tudo, mas tudo mesmo, conquistará o coração que tenho no peito.
Ele acelera, pulsa, bate...
Vive em eterno compasso de espera
Como se esta espera estivesse logo ali,
ao meu alcance.

Cutucar

Cutuco porque me cutucas.
Mas este cutucar virtual carrega virtudes e defeitos.
Sabes que penso em ti, mas não sei onde estou cutucando.
Sei que pensas em mim, mas não sabes onde estás cutucando.
Se estivesses na minha frente, talvez não cutucasse.
Ou não soubesse cutucar.
E assim ando:
cutucando, cutucando.
Para não deixar de cutucar.

O que é, o que é? - Gonzaguinha

















Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...

E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...

E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...

Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...

Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...

Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...

Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...

E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Leilões de primavera

Recordações de um remate em uma cabanha de Uruguaiana. 
Era um tempo em que íamos em comitiva para cobertura jornalística destes eventos. 
Na foto, Thais, eu, Lisiana, Adriana e Teixeira. Grandes colegas!!!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Para toda a vida

Uma hora, um dia, um mês... 
Não importa o tempo em que trocamos olhar e ternura, mas a certeza de que és importante para mim nos próximos anos de minha vida.

FENAJ pede a votação da PEC dos Jornalistas no Congresso Nacional

No início desta semana, após avaliação do “Placar no Senado”, a Executiva da FENAJ considerou que já há condições de colocar a PEC 33/09, de autoria do senador Antônio Carlos Valadares (PSB/SE) em votação. Por isso, dirigentes da entidade ficaram encarregados de solicitar ao relator da PEC, o senador Inácio Arruda (PCdoB/CE), a votação da matéria em plenário. A expectativa é de que isto ocorra após o feriado da Páscoa.
No dia 11 de abril o senador Vicentinho Alves (PR) informou ao Sindicato dos Jornalistas do Tocantins a mudança na sua intenção do voto, agora favorável à PEC. Como a senadora Kátia Abreu (DEM) e o senador João Ribeiro (PR), já haviam se manifestado a favor da PEC dos Jornalistas, agora toda a bancada tocantinense no Senado adere à causa dos Jornalistas.
Na semana passada os diretores da FENAJ José Carlos Torves e Antonio Paulo da Silva realizaram contatos com lideranças partidárias buscando acelerar a tramitação das propostas no Congresso Nacional. O senador Jaime Campos (DEM/MT) também se posicionou favorável à PEC. Já na Câmara dos Deputados, tanto o líder do PCdoB, deputado Osmar Júnior (PI), quanto o líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG), dispuseram-se a coletar assinaturas dos demais líderes partidários e apresentar requerimento para a votação da PEC 386/09, de autoria do deputado Paulo Pimenta (PT/RS).
A Executiva da FENAJ orienta os Sindicatos de Jornalistas a ampliarem o contato com os parlamentares, principalmente com os senadores cujo posicionamento em relação à PEC 33/09 ainda é desconhecido, e a buscaram mais apoios na petição pública pela aprovação das PECs.

SIP representa os donos da mídia, diz Pimenta
 
O deputado Paulo Pimenta reagiu ao posicionamento da Sociedade Interamericana de Prensa (SIP), divulgado no dia 9 de abril, de pedir ao Congresso brasileiro que não aprove nenhuma das duas propostas que restabelecem a necessidade do diploma em Jornalismo para o exercício da profissão. "A entidade representa o setor patronal, os donos da mídia", disse. Para Pimenta, estes grupos são os principais interessados na precarização da profissão de jornalista, uma vez que interpretam a notícia como produto e buscam o barateamento da produção. O deputado rechaçou a afirmação de que o diploma representa uma barreira à liberdade de expressão e repudiou a interpretação que a SIP faz do Jornalismo como um mero disseminador de opiniões.

Livro disponível para distribuição gratuita on-line
 
Com sua versão impressa praticamente esgotada, o livro “Formação Superior em Jornalismo – Uma exigência que interessa à sociedade” é o segundo organizado pela Federação Nacional dos Jornalistas dentro da Campanha em defesa da obrigatoriedade de formação universitária específica para o exercício da profissão e do seu esforço para disseminar, ampliar e aprofundar o debate sobre o tema em todo o país. Organizada pelos diretores da FENAJ Sérgio Murillo de Andrade e Valci Zuculoto, a obra conta com a colaboração de diversos e renomados jornalistas, advogados, juristas e pesquisadores de jornalismo. Para acesso ao livro, clique aqui.

O abismo de Virgínia


                                      Virgínia entendeu tudo, mas não se recuperou da espécie de soco que levara no estômago. As duas horas que ficara com Gil, entre a subida no morro, a confissão do rapaz e o retorno para a cidade, pareciam mais longas que os cinco anos e quatro meses de namoro. A ternura e o carinho de antes deram lugar para a raiva e a dúvida, sentimentos que nunca tivera. Não estava preparada para isso. Sempre pensara que o silêncio, sem uma explicação plausível, fere mais do que as mais duras palavras. Agora, revisa Virgínia, teria sido preferível o tal silêncio, mesmo que ele esconda boas doses de falsidade e cinismo.
                                     - Droga. Por que eu não aceitei o silêncio dele? Não teria recebido a sentença – pensa, enquanto se revira na cama, acende a luz e tenta achar na estante um livro para passar a noite, sem oferecer espaço para a autopiedade e a depressão.
                                     Pronto. Achou a fórmula mágica para a insônia. Mesmo que o relógio marque 23h14mim, liga para a psicóloga, profissional com quem mantém sessões de terapia há mais de oito anos. Afinal, ela nunca negara um atendimento, mesmo que a causa fosse de menor monta que uma ameaça de morte. Disca para o número guardado na memória e não deixa tocar uma segunda vez. Desliga, ciente de que o tempo não será suficiente para narrar o encontro/desencontro com o namorado. Poderá marcar hora amanhã.
                                     Vai até a geladeira, toma um copo d’água, belisca um pedaço de maçã e engatilha uma segunda alternativa, que envolve uma decisão corajosa e implica na saída de casa. Virgínia pensa que poderia estar morta naquele momento e não terá outra chance. Vai denunciar Gil na delegacia de polícia localizada a quatro quarteirões de sua casa. Leitora contumaz de crônicas policiais, a jovem sabe que muitos assassinos de mulheres são antes denunciados por vítimas ameaçadas e amedrontadas. É o que sente desde que ouviu: “Estou querendo dizer que eu ia te matar.”
                                     No entanto, quanto mais repete a frase assustadora, mais ela pensa que vai encontrar um bando de homens na delegacia. Muitos deles podem ter dito algo parecido para suas mulheres. Vão afirmar que a sentença de Gil não significa uma ameaça. E a tal prova que sempre pedem? Será a palavra dela contra a dele. Não há sequer uma arma. Uma gravação. Ou um arranhão. Retira a roupa que já tinha colocado para a saída e desiste da segunda tentativa de buscar ajuda. Não haverá denúncia.
                                     De olhos ainda arregalados, vai para a sala e liga o televisor, em busca de um filme que a faça pregar no sono. Pega o controle e fica zapeando até se cansar. Passando da meia-noite, os filmes são intimistas e envolvem conflitos entre casais, algo do qual Virgínia não deseja experimentar. Conflito? É nisso que ela pensa ao relembrar os momentos em que ficou com Gil - da chegada ao topo da serra à descida, quando travaram um diálogo que jamais imaginara. Não houve, de fato, um conflito. Mas uma atitude dele que a deixou desconsertada. Lembra novamente na sua psicóloga, que lhe contara diversos casos de homens que simulam uma situação para criar uma indisposição com a mulher, levando-os à separação.
                                     Sim, agora Virgínia entende a metáfora utilizada pelo seu namorado. Disse que pensou em matá-la e, ao mesmo tempo, amava-a. Chegou a revelar que, por nutrir este sentimento, sentia-se no inferno por ter que ficar para sempre ao lado dela. A garota já não consegue deitar, tampouco sentar. Circula por todos os aposentos de sua casa como se quisesse encontrar um motivo para as palavras de Gil. Ele vira e apontara o abismo que os separava. Nada que Virgínia desconfiasse, e essa era sua catarse naquele momento. Afinal, Gil tinha outra mulher? Ela estava sendo traída?
                                     Ela, de fato, o ama e sente que ele está fugindo. Quer que ela suma. “Não conseguirá”, pensa, como se gritasse para todos ouvirem. Na solidão da madrugada que avança, decide que só há um jeito de mantê-lo prisioneiro dela por toda a vida. Da mesma forma como ficara indiferente ao abismo na serra horas antes, Virgínia chega ao parapeito da janela de seu quarto, localizado no oitavo andar do edifício. As luzes da cidade ainda brilham quando ela joga o corpo para frente e deixa-se cair, sem emitir qualquer grito. Às 2h34min, seu corpo sem vida está inerte na laje do piso do prédio de 15 andares. O silêncio só é interrompido quando chegam os primeiros vizinhos, despertados pelo impacto da queda. Para Virgínia, não importam mais o silêncio ou as palavras. Ela encontrou o fundo do abismo que Gil ousara abrir entre eles.

* Pequeno conto de continuidade ao conto Abismos, de Luiz Villela. Ensaio feito na aula de Escrita Criativa, da PUCRS, primeiro semestre de 2011.

Sumiço

Não fugirei, mas sumirei. Ousei, argumentei, te olhei. Contra o improvável, lutei. Contra o impossível, desabei.

Nosso momento

Naquele momento, deixei a timidez de lado e me entreguei para ti. E tu te entregaste para mim, mesmo que a timidez estivesse ao teu lado. Nada, nem a barreira mais sólida ou os piores labirintos, poderá deter um reencontro movido a saudade, a encanto...

domingo, 17 de abril de 2011

Talvez...

"Talvez se eu não tivesse chegado tão perto, nem te tocado tão fundo, nem sido tão eu... talvez haveria alguma possibilidade." 
Caio Fernando Abreu



sábado, 16 de abril de 2011

Em menos de quatro meses, 240 jornalistas são demitidos nas redações brasileiras

Notícia lamentável para o jornalismo. Desde o começo do ano, as redações brasileiras vêm demitindo jornalistas. Em menos de quatro meses, foram 240 demissões, em São Paulo, Brasília e Sergipe. No entanto, a capital paulista registrou um número maior de dispensas, 218, em veículos como UOL, Estadão, TV Cultura, Abril, Meia Hora SP, AgoraSP e Folha de S.Paulo. Matéria da colega Izabela Vasconcelos do site Comunique-se revela a extensão do problema:
Em muitos casos, os profissionais não serão substituídos, já que as demissões ocorreram por cortes orçamentários, como é o caso da TV Cultura (150), Estadão (22) Meia Hora SP (10) e TV Sergipe (6).No começo de fevereiro foram 150 dispensas na TV Cultura, seguidas por 22 no jornal O Estado de S.Paulo, duas no UOL, 32 no Grupo Abril e dez no Meia Hora. Recentemente o Correio Braziliense demitiu sete jornalistas e foi seguido pelo conterrâneo Jornal de Brasília, com oito cortes. A TV Sergipe dispensou seis profissionais e o jornal A Tarde cortou um de seus jornalistas.
O episódio mais recente foi o do Grupo Folha, que demitiu uma repórter do Agora SP e um editor da Folha, ambos por comentários no Twitter. Estes são apenas os casos conhecidos, divulgados no Comunique-se, em blogs e nas redes sociais. Além desses, é provável que outros cortes tenham ocorrido em redações espalhadas pelo País.
 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Valeu, Raquel

 
Querida Raquel mostra que, mesmo no gelo de Bariloche, é uma grande colorada. Nosso Inter está em todos os cantos... Valeu, guria!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Felicidade

Quando evitamos a felicidade, com medo de encararmos um desafio, damos um passo decisivo para nos tornarmos infelizes.

Outra Chernobyl

O desastre nuclear que há um mês vem causando pânico no Japão já pode ser considerado o de maior magnitude no mundo, igualado-se ao de Chernobyl, até hoje considerado o pior. Nesta terça-feira, dia 12 de abril, um mês depois do terremoto seguido de tsunami ter deflagrado a crise, o governo japonês elevou a gravidade da crise para o nível máximo estipulado internacionalmente – 7.

 Em todo o mundo, protestos anti-nuclear alertam para o que a população realmente quer: segurança. Na foto, Greenpeace manifesta-se na França. © Greenpeace/Sudhanshu Malhotra


Para especialistas do Greenpeace que vem trabalhando incansavelmente em monitoramentos independentes dos níveis de radiação na área, a decisão veio tarde. “Fizemos o primeiro pedido para que o nível de alerta do acidente fosse elevado à 7 há três semanas”, lembra Thomas Breuer, chefe da unidade de Clima e energia do Greenpeace na Alemanha. “Assim como no caso do aumento da zona de evacuação, que só ocorreu um mês depois da tragédia, percebemos que a resposta do governo japonês é repetidamente fraca”, disse.
A decisão foi tomado após técnicos estimarem que por várias horas os níveis de radiação emitidos pela usina estiveram compatíveis com a classificação da Escala Internacional de Eventos Nucleares, estipulada pela Agência Internacional de Energia Atômica para classificar eventos envolvendo energia nuclear. O mais alto grau havia sido dado somente para Chernobyl.
“A história da energia nuclear é recheada de episódios em que acidentes foram subestimados, ou encobertos pela indústria. Finalmente o governo japonês assumiu a gravidade da situação”, diz Breuer.
O Greenpeace pede ainda por outras medidas emergenciais, como a retirada de mulheres grávidas e crianças de áreas de grande densidade populacional, como a grande Fukushima e Koriyama.
“Eu me pergunto o que mais precisará acontecer ao mundo para que ele acorde e veja que este tipo de energia é mortal. O que nos falta para finalmente abraçarmos uma revolução energética baseada em renováveis, limpas e seguras?”, questiona Breuer.

Fonte: Greenpeace

Não concordo, mas apoio Falcão

 
Foto de Alexandre Lops, Inter

Posso não concordar com a contratação do ídolo Falcão, mas desde ontem estou apoiando o time que ele vai dirigir. Torço para queimar a língua quando digo que teorias ditas ou escritas na Imprensa não representam nada na prática dentro do campo. É o controle do vestiário que dita o sucesso de uma equipe. Mas apoiarei o maior jogador colorado de todos os tempos.  É uma atitude que tenho sempre com o meu Internacional. Até não dar mais, como aconteceu com o Roth...

domingo, 10 de abril de 2011

Vamos, Inter!

Rumo ao Beira-Rio. Com certeza, hoje teremos um jogo diferente dos anteriores. Vitória colorada e primeira colocação no grupo. Até mais tarde! Vamos, Inter!!!!
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Falcão é ídolo. Não é técnico...

O ex-volante do Internacional e hoje comentarista Falcão acertou contrato com o clube. É o novo técnico. Postei agora no Facebook  que o acerto feito por volta de 23h deste sábado me desagrada. Não acho que Falcão seja o técnico ideal para o Inter. Entre a teoria (seus comentários) e a prática existe uma longa distância. Ah, fazem 15 anos que ele tentou ser técnico, sem obter sucesso. Lamento que nosso maior ídolo seja queimado e, em breve, ouça constrangido o tradicional "burro" em seus ouvidos. Mas sou colorado e vou torcer. Tomara que eu "queime" a língua. 
Prontamente, o gremistão e amigo Dudu Guimaraens chutou: "Jorge, "cornetear" antes dele assumir?". Respondi ao camarada jornalista que não é corneta e sim posição. Assim como eu disse antes que o Porto-Alegrense estava contratando um ídolo (Renato Carioca) e não um técnico, faço o mesmo agora. Aliás, com o Falcão, nossos maiores clubes terão os seus dois maiores ídolos na casamata. Dois ofensivistas. Gostaria de queimar a língua, no caso do Inter. Mas...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Atenção às crianças com necessidades especiais

As pessoas precisam entender que as crianças com necessidades especiais não estão doentes. Elas não procuram uma cura, apenas aceitação. Esta é a semana da educação especial. Com certeza, 93% das pessoas não vão copiar e colar este texto em algum espaço da web. Que tal fazer parte dos 7% e deixá-lo no seu mural e página inicial  do orkut ou do facebook por, pelo menos, uma hora?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Carta da FENAJ no Dia do Jornalista


Os jornalistas brasileiros, legitimamente representados pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e seus 31 Sindicatos de Jornalistas filiados, vêm a público, no dia consagrado à categoria, para reafirmar a defesa do Jornalismo e da regulamentação da profissão de Jornalista. O Jornalismo é um bem público essencial à democracia e não existe Jornalismo sem o profissional Jornalista.
Há no país uma ação permanente patrocinada pelos grandes grupos de comunicação para desqualificar o Jornalismo, confundindo propositadamente a produção de informação jornalística com entretenimento, ficção e mera opinião. Igualmente, a categoria dos jornalistas sofre ataques à sua constituição e organização.
O Jornalismo não é uma simples atividade que pode ser exercida por qualquer um, independentemente de qualificação profissional. O Jornalismo é uma forma de produção de conhecimento sobre a realidade social e requer prévios conhecimentos teóricos e metodológicos, que fundamentam o conhecimento produzido. Igualmente, nem toda a informação produzida socialmente é informação jornalística. Portanto, nem todos que produzem e/ou difundem informações são jornalistas.
Por isso, mais uma vez, os jornalistas brasileiros afirmam a defesa da regulamentação da profissão e conclamam a sociedade a apoiar a luta pela aprovação das Propostas de Emendas Constitucionais (PECs), em tramitação no Congresso Nacional, que restituem a exigência da formação de nível superior específica para o exercício da profissão.
Os jornalistas brasileiros entendem que a regulamentação da profissão atende ao interesse público. Difunde-se no Brasil e no mundo a ideia de que estabelecer regras de acesso à profissão de Jornalista é restringir a liberdade de expressão, como se esta liberdade fosse restrita aos jornalista.
A liberdade de expressão é um direito individual de cada cidadão que não se realiza somente pelos meios de comunicação. O papel dos jornalistas é o de buscar a diversidade e a pluralidade de opiniões, garantindo com o seu trabalho, a expressão dos indivíduos e dos grupos sociais constituídos.
Os jornalistas são guardiães da liberdade de expressão que, sistematicamente, é violada pelos donos da mídia. No Brasil, são os empresários do setor os que mais manipulam, deturpam e vetam informações, segundo seus interesses corporativos, que restringem a autonomia intelectual dos jornalistas e lhes impõem condições de trabalho adversas.
No Dia do Jornalista, a categoria reafirma seu compromisso com a liberdade de expressão e pede o apoio da sociedade brasileira para a reconquista da regulamentação da profissão, com a aprovação das PECs que restituem a exigência do diploma de Jornalismo para o exercício profissional e a posterior criação do Conselho Federal de Jornalistas (CFJ), órgão que virá garantir a auto-regulamentação da profissão.

Federação Nacional dos Jornalistas
Brasília, 7 de abril de 2011

Tristeza

É triste ler as notícias sobre o massacre na escola do Realengo (RJ). Doze inocentes crianças foram mortas por um psicopata, que dava sinais de demência e não era internado. Vidas foram interrompidas, famílias estão em dor e nós ficamos sem entender um mundo em que pessoas agem pior que animais. Ferozes, como este rapaz carioca, cercam suas vítimas e as fuzilam. Isso não pode estar certo.

Parabéns, companheiros jornalistas. E um convite à luta

Aviso a Gilmar Mendes e seus pares do STF, que um dia ousaram arrancar o diploma de nossas mãos: hoje, 7 de abril, é o Dia do Jornalista, categoria que não foge à luta, peleia sempre, tem seu compromisso com a ética e com a boa informação. Para isso, tem que ter formação acadêmica, exigência que será retomada no Legislativo, por meio das PECs. Não, Gilmar, o senhor não nos derrubou como costuma fazer com os que considera fracos. Somos fortes e estamos de pé para revogar sua atitude parceira do empresariado.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Colonização e descobrimento

Hoje tenho prova na disciplina de América Pré-Colonial. É sobre a vida dos quase 100 milhões de paleoíndios que viviam nas Américas antes da colonização pelos espanhóis e portugueses. Nada de descobrimento, que tanto meteram nas nossas cabeças (ou ainda metem???)

Um guerreiro morre na luta

Uma amiga, que pede para não se identificar, escreve uma mensagem linda para mim. Diz que sente muito quando vê frases tristes no teu orkut. E dá uma lição de vida, lembrando que devemos aproveitar as coisas boas  e ruins que a vida nos dá. "Porque estar vivo é o sentido de tudo isso", destaca. Admite que parece piegas, mas recorda que, depois de muito cair e levantar, sobrevie legal, apesar de tudo."Nunca perco a vontade  de lutar e nunca deixo de acreditar. As nossas ideologias não nos fazem acreditar apenas numa sociedade melhor", diz.  Para ela, nunca a perdemos porque acreditamos num ser humano melhor.
E diz algo diretamente para mim, que me emocionou: "Eu te vejo assim, guerrreiro. E um guerreiro, meu amigo, morre na luta".
Ela pede desculpa por estar sendo muito invasiva, mas não sabe o bem que está me fazendo.
Obrigado, querida, por se importar comigo e me dedicar tão lindas palavras e conselhos. Resolvi dividi-las aqui, preservando tua identidade.

Repórteres sem Fronteiras, mas com partido. Alguma novidade?

Uma verdade que eu já sabia. Em recente entrevista, publicada no Observatório de Imprensa, Robert Ménard garantiu que mais de 50% do orçamento da organização Repórteres Sem Fronteira vêm da venda de revistas de fotografia, um quarto do financiamento vem da União Européia e outra quarta parte da Frente Nacional (FN), o partido de extrema-direita da França que prega o racismo, o ódio aos imigrantes e outras teses fascistas. Organização internacional já era vista com desconfiança, por omissão diante de golpes militares. Agora, seu fundador admite simpatia com candidata da extrema-direita francesa.

Por Altamiro Borges, Blog do Miro

O francês Robert Ménard, fundador e chefão da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) durante longas décadas, já enganou muita gente com suas bravatas em defesa da liberdade de expressão. Na semana passada, porém, ele tirou de vez a fantasia e confessou sua simpatia pela Frente Nacional (FN), o partido de extrema-direita da França que prega o racismo, o ódio aos imigrantes e outras teses fascistas.
Em entrevista à influente cadeia de rádios RTL, o falso democrata mostrou-se irritadiço, repetindo “deixe-me falar”, e abriu o jogo – para surpresas dos mais ingênuos. Ele festejou o crescimento da FN de Marine Le Pen nas eleições locais, quando obteve 14,7% dos votos, e afirmou: “Não só os entendo, como os aprovo… Aprovo certo número de pontos de vista de Marine Le Pen”. Diante dos jornalistas, Ménard mostrou-se injuriado. “Estou farto do desrespeito que vocês têm [diante do direitismo da FN]”.

A sinistra história da ONG
Ele ainda lamentou a pouca representatividade da seita fascistóide e desembuchou: “É um partido legal, não é um partido fascista e nem vergonhoso”. Após elogiar Marine Le Pen, filha do racista Jean-Marie Le Pen que o substituiu no comando da sigla, Ménard ainda fez questão de manifestar seu ódio visceral às forças de esquerda a França. “Penso que o Partido Comunista e Jean-Luc Mélanchon são tão perigosos quanto a Frente Nacional”.
As declarações bombásticas do fundador da ONG Repórteres Sem Fronteira (RSF) não deveriam causar surpresas. É só conhecer um pouco da história desta organização para saber dos seus vínculos com setores da extrema-direita no mundo todo. Reproduzo abaixo trechos de um capítulo do livro “A ditadura da mídia” para refrescar a memória dos mais incautos.

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A ONG de origem francesa Reporters Sans Frontières (RSF) foi fundada em 1985 pelo jornalista Robert Ménard. Adepta da visão liberal-burguesa de democracia, inicialmente concentrou seus ataques aos países do bloco soviético, acusados de serem “autoritários e contrários à liberdade de imprensa”. Mas o seu alvo predileto sempre foi a revolução cubana. Tanto que Cuba já solicitou várias vezes sua exclusão do comitê de ONGs das Nações Unidas. Segundo o professor Salim Lamrani, doutor pela Sorbonne e autor de um elucidativo artigo no site Resistir, “Robert Ménard sofre de uma doentia obsessão contra a revolução cubana e reúne em si todos os vícios e desmandos de que o jornalismo e os jornalistas são capazes”.
Segundo denuncia, “a RSF diz ‘defender os jornalistas encarcerados e a liberdade de imprensa. Conversa! A organização, financiada pelo milionário francês François Pinault e com a benevolência do comerciante de armas Arnaud Lagardère, fez da manipulação da realidade cubana o seu principal negócio… Ménard arremete contra a ilha socialista, declarando que ‘para os Repórteres Sem Fronteira, a prioridade na América Latina é Cuba’. No barômetro da liberdade de imprensa da RSF, a situação da Colômbia – onde mais de cem jornalistas foram assassinados em dez anos – é qualificada apenas como ‘difícil’. Já a situação cubana, onde nem um só jornalista foi assassinado desde 1959, é qualificada de ‘muito grave’”.

Casos Mumia Abu-Jamal e Al Jazeera
Lamrani lembra da situação dramática do jornalista estadunidense Mumia Abu-Jamal, “que apodrece na prisão há mais de vinte anos, por um crime que não cometeu, mas não interessa a RSF”. Cita também o bombardeio de uma estação de rádio e TV sérvia, durante a Guerra do Kosovo, em abril de 1999, que resultou a morte de uma dezena de jornalistas. “Em 2000, quando a RSF publicou o seu informe anual, essas vítimas não foram contabilizadas”. Refere-se ainda aos bombardeios dos EUA à sede da TV Al Jazeera, do Catar, durante as guerras do Afeganistão e do Iraque, que também não receberam as devidas condenações desta organização “não-governamental”, apesar da morte de dois jornalistas.
O professor francês registra outros fatos lamentáveis para provar que a RSF é dura nas críticas a governos não alinhados, mas é afável no trato ao imperialismo e aos barões da mídia. Ela relembra um deprimente perfil do próprio Robert Ménard, publicado em março de 2001. Para ele, não seria aconselhável condenar a manipulação da mídia francesa porque “corremos o risco de desagradar certos jornalistas, inimizá-los com os patrões da imprensa e enfurecer o poder econômico. Para nos midiatizarmos (sic), precisamos da cumplicidade dos jornalistas, do apoio dos patrões da imprensa e do dinheiro do poder econômico”.

Silêncio diante do golpe na Venezuela
Na fase recente, a RSF também passou a satanizar o presidente Hugo Chávez. Quando do frustrado golpe de abril de 2002, que teve como pivôs os principais donos da mídia venezuelana, Ménard não levantou a sua voz em defesa da “liberdade”. Pelo contrário. Segundo reportagem dos estadunidenses Jeb Sprague e Diana Barahona, publicada em agosto na Réseau Voltaire, a RSF incentivou a brutal campanha midiática de preparação do golpe. Ela inclusive teria recebido subvenções da National Endowment for Democracy (Fundação Nacional para a Democracia – NED), que é financiada pelo governo dos EUA e por poderosas corporações e é acusada de ser uma filial da CIA, para cumprir esta missão nada democrática.
Ainda segundo os dois jornalistas estadunidenses, a NED “foi criada pelo governo de Ronald Reagan, em 1983, para ressuscitar os programas de infiltração da CIA na sociedade civil”. Por acaso, a mesma Lucie Morillon, citada acima, é diretora-executiva da NED e porta-voz da RSF nos EUA. Em recente entrevista, ela admitiu que o Instituto Republicano Internacional (IRI), um dos satélites da NED ligado diretamente ao partido de Bush, “subvencionou, durante pelo menos três anos, os Repórteres Sem Fronteira”. Além de apostar na desestabilização do governo bolivariano, a RSF também contribuiu para o golpe que derrubou o presidente Jean Bertrand Aristides, em 2004, no Haiti, conforme denúncia do jornal New York Times.
A ONG francesa nega terminantemente a grave acusação. Afirma que apenas promoveu uma campanha internacional de denúncia contra o assassinado do jornalista Jean Dominique, diretor da Radio Haiti Inter, que teria ocorrido durante o governo de Aristides. Pura mentira! Dominique foi assassinado bem antes da chegada de Aristide ao governo. Segundo o New York Times, a tal campanha mundial foi financiada pelo IRI. “O presidente Bush nomeou como seu presidente [do IRI] Lorne Craner, para dirigir os esforços pela democracia. O Instituto, que trabalha em mais de 60 países, viu triplicar seu financiamento federal em três anos, de US$ 26 milhões em 2003 para US$ 75 milhões em 2005”. E repassou dólares à RSF.

As misteriosas subvenções à RSF
A questão do financiamento da RSF, curiosamente rotulada de “organização não-governamental”, sempre despertou suspeita. Ela até mantém no seu site um campo dedicado às suas receitas, mas não divulga as fontes. Em recente entrevista, publicada no Observatório de Imprensa, Robert Ménard garantiu que “mais de 50% do orçamento dos Repórteres Sem Fronteira vêm da venda de revistas de fotografia; um quarto do financiamento vem da União Européia e outra quarta parte do orçamento vem das operações especiais, de doações e leilões”. Estranhamente, porém, o mesmo fundador da RSF já havia revelado em seu próprio livro que a Comissão Européia subvencionava 44% dos seus recursos. Os números não batem!
Os mais céticos, porém, não vacilam em denunciar que esta e outras ONGs “humanitárias” são bancadas por poderosas corporações empresariais e pelos governos das potências capitalistas. Num texto intitulado “O caixa-2 das ONGs”, o jornalista Gianni Carta foi peremptório: “Com o intuito de difundir aquilo que entende por ‘democracia’, o presidente norte-americano George W. Bush não somente invadiu o Iraque em 2003 e apoiou Israel na recente carnificina no Líbano, mas também estaria usando organizações não-governamentais, por vezes infiltradas pela Central Intelligence Agency (CIA), para influenciar o cenário político mundo afora”. Entre outras, ele cita explicitamente a Reporters Sans Frontières, “alimentada, em grande parte, por dólares de Washington” para realizar atividades secretas em vários países.

Soros, Murdoch e os “projetos humanitários”
O próprio Robert Ménard, numa conferência em Quebec (Canadá), em 2005, foi obrigado a confessar a existência destes subsídios. Quanto ao apoio do governo terrorista de George W. Bush, ele não titubeou: “Recebemos dinheiro da NED e isso não nos cria nenhum problema”. Já no que se refere aos subsídios da União Européia, explicou: “Parece-nos indispensável que a EU outorgue apoio às agências da imprensa independente, assim como às organizações de sindicalistas, economistas e outras”.
Outra fonte de verba, segundo Gianni Carta, seria a Fundação Soros, do mega-especulador George Soros. “Em 2004, essa fundação alocou 1,2 milhão de dólares para as ONGs realizarem ‘projetos relacionados à eleição’ na Ucrânia, em favor da chamada Revolução Laranja de Viktor Yuschenko”, um liberal confesso. Outro magnata, dono de um império midiático mundial, o australiano Rupert Murdoch, também cultiva o hobby de bancar “entidades humanitárias”, logicamente sem qualquer interesse.
Já o jornalista Jean Allard descobriu que “as campanhas publicitárias anticubanas mais mentirosas da RSF foram concebidas e montadas pela Publicis, gigante mundial da publicidade, que tem, entre seus clientes, o Exército dos EUA e a Bacardí”. A Saatchi&Sasstchi, a mais famosa agência de Nova Iorque e metida em todas as campanhas anticastristas, também presta seus “serviços gratuitos”. Allard revela ainda que “são conhecidas as relações de Ménard com personagens da extrema direita de Miami que se dedicam a atacar Cuba, usando todos os meios possíveis, até o terrorismo. Sabe-se também que ele mantém relações com Freedon House, do antigo agente dos serviços secretos Frank Calzon”, um notório terrorista.

Papel oculto dos donos da mídia
Com este tenebroso currículo, um artigo do Le Monde Diplomatique, assinado por Maurice Lemoine, não vacila em afirmar que a ONG Repórteres Sem Fronteiras pratica “golpes sem fronteiras”. “Pretendendo ‘defender o direito de informa e de ser informado’, conforme o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a RSF ignora deliberadamente o papel não oculto dos proprietários dos meios de comunicação. Mas a organização não tem escrúpulo algum em fazer do governo de Hugo Chávez – que jamais atentou contra as liberdades – um dos seus alvos privilegiados na atualidade”.
Já para Gianni Carta, a badalada RSF é uma fraude. “O mais incrível é que ela, ainda hoje dirigida por seu fundador, Robert Ménard, não faz o que deve: proteger jornalistas injustiçados. Sami Hajj, da teve Al Jazeera, foi preso, torturado e abusado sexualmente na Baía de Guantánamo. A organização do senhor Ménard não se manifestou. Giuliana Sgreana, jornalista do diário italiano Il Manifesto, foi libertada no Iraque no ano passado, e o agente de inteligência, Nicola Calipari, responsável pela operação, morreu protegendo-a de mais de 300 rajadas provenientes das metralhadoras de soldados americanos. Até hoje ninguém sabe o que realmente aconteceu. A RST não tem uma posição clara sobre a morte de Calipari”.



Assaltando os de sua classe

Sinal dos tempos: empresário que circula nas colunas sociais assalta moradores de condomínio de classe alta no bairro Mont´Serrat em Porto Alegre. Nem sempre eles descem dos morros...

Manhã amena e noite quente com o Internacional no México

Temperatura agradável - 20ºC -, céu de brigadeiro e sol brilhando. É o outono mostrando sua cara em Porto Alegre neste início de manhã. Que assim continue ao longo do dia para podermos curtir, no cair da noite, o jogo do Inter contra o Jaguares no México. Aí, independente do clima, a temperatura vai esquentar nas casas e nos bares da capital. Vamos, Inter, rumo à classificação na Libertadores.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Eu respeito...

Não precisaríamos promover campanhas deste tipo. Mas, infelizmente, elas são necessárias...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Internacional, 102 anos de intensas glórias

Parabéns Sport Club Internacional pelos teus 102 anos de luta, glórias e conquistas. Sou um privilegiado, pois participei de todas as principais conquistas deste grande clube, que atravessou fronteiras e foi mostrar sua cor vermelha em plagas distantes. Tri brasileiro, Copa do Brasil, Bi da América, Recopa e Mundial de Clubes Fifa, além do maior número de Gauchões, és um celeiro de taças. Outras virão e estarei aqui para festejar, sempre vestindo o manto sagrado.
Vamos, Internacional!!!!!!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Vamos proteger o Brasil de Bolsonaro

As idéias racistas e homofóbicas do deputado Jair Bolsonaro não são uma questão de opinião pessoal. Elas são perigosas. Duzentas e cinquenta pessoas foram assassinadas no Brasil ano passado por serem gays. Enquanto já existem leis para proteger outras formas de discriminação, pessoas GLBT não tem nenhuma proteção legal. Vamos erguer nossas vozes mais alto que o Bolsonaro e mostrar que os brasileiros apoiam a lei anti-homofobia que irá ampliar as proteções contra a violência e discriminação para todos os brasileiros! Assine a petição agora, ela será entregue em Brasilia em uma grande manifestação pela lei anti-homofobia!
Busque a petição no seguinte endereço: http://www.avaaz.org/po/homofobia_nao/?rc=fb

Homofobia e racismo do deputado Bolsonaro geram onda de indignação

As reações da sociedade às declarações do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) na TV Bandeirantes, na última segunda-feira 28, foram de “absoluta indignação”. Para Valéria Melki Busin, integrante da ONG Católicas pelo Direito de Decidir, responsável pela articulação com o movimento LGBTT, “esse tipo de manifestação fere os direitos humanos não só da comunidade LGBTT e familiares, como desrespeitou
negros, mulheres e homens”, afirma.

Paula Thomaz, CartaCapital

Entre outras declarações polêmicas, Bolsonaro disse que “o filho começa a ficar assim, meio gayzinho leva um coro, ele muda o comportamento dele. Olha, eu vejo muita gente por aí dizendo: ainda bem que eu levei umas palmadas, meu pai me ensinou a ser homem” (sic). E também: “ô Preta [Gil], eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja, eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o seu.”
Para Valéria, resta a esperança de que ele seja sancionado pelas declarações racistas, já que atitude homofóbica ainda não é considerada como crime. “Ele sempre fala abertamente assim, se fosse crime a justiça funcionaria e ele seria preso. Depois das repercussões, ele deu uma consertada, mas se escora na impunidade. Só mostra que certos segmentos da sociedade têm cidadania de segunda classe. É como se estivesse dizendo ‘pode ir na avenida Paulista e bater em gay’”, indigna-se.
Na tarde de ontem, a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ) entrou com um pedido de abertura de processo na Câmara dos Deputados, por quebra de decoro parlamentar, contra o deputado do PP. Mas para o advogado Eduardo Piza Gomes de Mello, do Instituto Edson Néris, ele pode sair impune por ter imunidade parlamentar, que lhe dá o direito de se expressar, já que representa seus eleitores mas, apesar disso o advogado entende que ele pode ser cassado, sim. “Ele se excedeu, cometeu um ato racista e isso é inadmissível. Ele ainda pode negociar com parlamentares e partidos para que a corregedoria não abra um processo contra ele”, fala.
Nesta quarta-feira o deputado disse que não teme ser cassado por causa de comentários racistas feitos em programa de televisão. “O soldado que vai à guerra e tem medo de morrer é um covarde. Eu estou aqui para expor as minhas ideias”, disse. E justificou que entendeu errado ou houve problemas de edição da produção do programa e que não tem medo de ser destituído da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. “Quem manda na minha cadeira é o líder do meu partido. Ele é quem decide, eu não saio de lá. Estou lá para não ter uma comissão só voltada para a demagogia e para defender interesses de quem está à margem da lei, como presidiários. Eu nunca vi defenderem direitos de famílias de vítimas de assassinos”.
Na Fundação Palmares o presidente Eloi Ferreira de Araujo, reagiu com indignação às declarações do deputado. A entidade estuda, com o seu departamento jurídico, a adoção de medidas contra o ato de racismo.
Também nesta quinta-feira 31 a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa promoveu um ato de repúdio às declarações do deputado, durante reunião no Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro. O interlocutor da comissão, Ivanir Santos, disse que é necessário abortar manifestações do tipo das proferidas pelo deputado imediatamente. “Ouvir, em pleno ano de 2011, falas como essas tornam necessário que se atente ainda mais para os perigos que a sociedade corre quando pensamentos fundamentalistas começam a nos rodear. A irresponsabilidade dessas declarações é muito grande”.
Ontem, uma representação assinada por 20 deputados foi protocolada na Mesa Diretora da Câmara pedindo que a Corregedoria da Casa investigue Bolsonaro pelos comentários racistas.

Inter segue entre os cinco melhores times do mundo

O Internacional se mantém entre os cinco melhores do mundo. A posição foi alcançada na divulgação do ranking mundial de clubes publicada mensalmente pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS). No mês de março o Inter teve uma agradável surpresa pois havia subido mais uma posição, chegando aos 238 pontos na tabela e assumindo o quinto lugar, atrás apenas de Inter de Milão (Itália), Barcelona (Espanha), Real Madrid (Espanha) e Bayern de Munique (Alemanha). Agora, porém, vem à tona aquela velha máxima: 'mais difícil que chegar lá é se manter'. Assim foi no ranking de abril divulgado pela IFFHS nesta sexta-feira (1°/04). Um verdadeiro motivo para a maior torcida do sul do Brasil comemorar.
Em janeiro, o Clube esteve na sétima colocação; chegou à sexta em fevereiro; no último mês deixou para trás, por exemplo, o badalado Manchester United (Inglaterra). E agora em abril, quando o Inter e o Porto, de Portugal, - melhor time do mundo em março - ultrapassaram o Bayern de Munique. Das Américas, o Inter é o melhor. Dentre os brasileiros, está disparado na frente. O Cruzeiro é o segundo melhor colocado, apenas na 17ª posição. Interessante é que o Internacional, há um ano, ocupava somente o 35ª lugar no ranking.
A IFFHS é uma organização reconhecida pela FIFA responsável por administrar e divulgar todos os recordes do futebol, bem como suas estatísticas e eleição de melhor jogador. O Ranking Mundial de Clubes foi criado em 1991 e é divulgado mensalmente pela federação. Os critérios levam em consideração os resultados de todos os clubes nos últimos 365 dias, sem considerar os torneios estaduais.

Confira os melhores clubes do ranking da IFFHS (abril):

1. Inter de Milão (ITA) 292,0
2. Barcelona (ESP) 290,0
3. Real Madrid (ESP) - 264,0
4. Porto (POR) 245,0
5. Internacional (BRA) 238,0
6. Manchester United (ING) 237,0
7. Bayern de Munique (ALE) 236,0
8. Zenit (RUS) 230,0
9. Estudiantes (ARG) 227,0
10. Villareal (ESP) 224,0

Publicado originalmente no site do Inter: http://www.internacional.com.br/home.php