quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Diploma de Jornalismo: operações Carnaval e Volta às Aulas

Na expectativa do julgamento do recurso que questiona a exigência do diploma como requisito para o exercício do Jornalismo no Supremo Tribunal Federal, a Coordenação da Campanha em Defesa do Diploma prepara a 'Operação Volta às Aulas'. Entre as orientações aos integrantes do movimento, prossegue a de sensibilização da sociedade também no período de Carnaval.

A ampliação do debate na sociedade acerca da importância da exigência do diploma para qualificar o exercício do Jornalismo é preocupação constante da Coordenação Nacional da Campanha. “Com a iminência da votação no STF é fundamental que continuemos promovendo atividades para divulgar nosso movimento e buscar mais apoios, agora especialmente nas escolas, pois estamos em período de volta às aulas”, destaca Valci Zuculoto, diretora da Federação Nacional dos Jornalistas e integrante da Coordenação.

Valci relembra que uma das orientações é de que os apoiadores da campanha busquem contato com os diretores e coordenadores dos Cursos de Comunicação/Jornalismo, como também com as entidades representativas dos estudantes, para realizarem promoções conjuntas como palestras, debates e aulas inaugurais neste início de ano letivo. Para fortalecer o movimento estão sendo produzidas novas peças da campanha que começarão a ser distribuídas nas próximas semanas.

As ações de sensibilização social para a importância da manutenção do diploma como requisito para o exercício da profissão devem incluir, também, o calendário carnavalesco. “Em estados como os do Amazonas, Ceará e Alagoas, os blocos de jornalistas que participaram de eventos de pré-carnaval aliaram a campanha em defesa do diploma ao clima de descontração do Carnaval. Isto também deve ser feito em outros estados nos próximos dias”, diz a diretora.

Continuar promovendo lançamentos e debates sobre a obra 'Formação Superior em Jornalismo - Uma exigência que interessa à sociedade', colocá-la para venda na internet e em livrarias, estimular a postagem de apoios no site da Fenaj e o envio de mensagens aos ministros do STF são, também, ações recomendadas pela Coordenação da campanha. Para acessar peças do movimento, clique aqui.

A Executiva da Fenaj e a Coordenação Nacional da Campanha preparam a organização de manifestações e Dias Nacionais de Luta. O calendário será divulgado em breve.

Fonte: Fenaj

Venezuela: é sempre bom lembrar

Antes que o cartel da mídia aponte os seus canhões para a vitória de Chávez, acho bom adiantarmos alguns argumentos sobre o que foi decidido neste referendo.
Se puder, leia em espanhol o texto "Lo que debe saber sobre el referéndum venezolano y no le explicarán los medios de comunicación", no site da TeleSur.
Faço aqui um pequeno resumo do que me pareceu mais relevante:

1) Com que base legal está baseado o referendo?
A convocação está prevista e baseada na constituição venezuelana em seu capítulo I do Título IX, referente a emendas e reformas constitucionais. Para tal exige o pedido em assinatura de 15% dos cidadãos e de 30% da Assembléia Nacional, com a aprovação da maioria da Assembléia. 6 milhões de venezuelanos e 88% da Assembléia deram sua assinatura, depois aprovada por 92,% dos parlamentares.

2) Mas não se votou a mesma coisa em dezembro de 2007 e a mudança foi rejeitada?
A proposta anterior estava baseada em outro ponto da constituição. Afetava 69 artigos, incluindo a reeleição presidencial, era muito mais ampla.

3) Mas não é ilógico fazer uma nova consulta sobre um ponto que já foi derrotado?
São duas iniciativas de consulta popular diferentes, das tantas que permitem a constituição venezuelana, e não são incompatíveis. E a direita venezuelana não considerou ilógico em 2004 fazer um referendo revogatório para decidir sobre o mandato do presidente, mesmo ele tendo sido eleito dois anos antes.

4) Mas muitos analistas na mídia dizem que o referendo transforma a Venezuela em uma ditadura...
A aprovação da emenda apenas garante que todo cidadão pode ser eleito para qualquer cargo, independente de já tê-lo exercido anteriormente. Vale lembrar que a reeleição sem limitações é norma em 17 dos 27 países que integram a União Européia. Como exemplos temos Tage Fritiof, primeiro-ministro da Suécia por 23 anos seguidos, Helmut Kohl, chanceler da Alemanha durante 16 anos seguidos e Felipe González,presidente do governo espanhol por 14 anos sem interrupção.

E acrescento, para finalizar, que poucos países têm um processo democrático como o da Venezuela, onde a população é consultada com tanta freqüência. Se a mídia quiser bombardear este exemplo, mandem ela cuidar antes de seu quintal. Lembrem sempre que Rosni Mubarack e o rei Abdallah são dois ditadores sanguinários no Egito e na Arábia Saudita, mantendo calados seus cidadãos com a cumplicidade dos EUA e o silêncio da mídia internacional.

Irmã Dorothy: quatro anos de impunidade


Quatro anos depois da morte da Irmã Dorothy Stang, que trabalhava com pequenos agricultores na região de Anapu, no Pará, nenhum dos acusados de serem mandantes do crime foram punidos. O fazendeiro Vitalmiro Moura foi inocentado em um segundo julgamento, realizado em 2008, e Regivaldo Galvão, apontado pelo Ministério Público como responsável direto pelo assassinato da missionária americana, sequer foi julgado. Quis o destino, porém, que Galvão fosse preso no final do ano passado acusado de grilagem e tentativa de comercialização ilegal de terras públicas.

"Irmã Dorothy morreu defendendo os assentamentos de Anapu, em terra pública, do governo. O que me revolta mais, é que o próprio governo, até hoje, faz muito pouco para defender essas terras e as pessoas que vivem ali", afirma o padre Amaro Lopes, da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

O trabalho que Dorothy Stang vinha realizando na região também está ameaçado de desaparecer. Seu plano de transformar uma área de cerca de 200 mil hectares em Anapu em modelo de exploração sustentável por pequenos agricultores está paralisado e as terras foram invadidas por fazendeiros e madeireiros.

O Greenpeace tem feito sua parte para manter viva a memória de Irmã Dorothy e sua luta pela atividade sustentável na floresta. Em Belém, durante passagem do navio Arctic Sunrise pela cidade como parte da expedição Salvar o Planeta. É Agora ou Agora, foi exibido o documentário "Eles Mataram Irmã Dorothy", do diretor Daniel Junge, em auditório do cinema da Universidade Federal Rural do Pará (UFRA), durante o Fórum Social Mundial, e também em praça pública, na Estação das Docas da capital paraense.

"Os advogados de defesa dos acusados do crime, que tanto chocam as pessoas que vêem o filme, são apenas atores fazendo o seu trabalho. Mas se este filme não alavancar o debate sobre o sistema judicial e a certeza de impunidade que permeia a nossa sociedade atual, eu terei prestado um desserviço à sociedade", disse Daniel Junge, o diretor do filme.

Fonte: Greenpeace