segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Especulação, essência do capitalismo

Zillah Branco*

A linguagem que hoje desperta a confiança popular é a de Lula quando diz que “esta crise é do Bush” e se deve ao fato “das grandes instituições financeiras viverem da especulação e da agiotagem”, ou a de Evo Morales que explica porque “expulsou o embaixador norte americano que promoveu os disturbio na Bolívia”.

A midia no Brasil tenta ridicularizar os conceitos populares do nosso Presidente citando as frases confusas em economês que Meireles usa para justificar a posição do Banco Central autônoma face ao governo brasileiro e omite as palavras de Evo. A técnica é antiga, de falar difícil e desprestigiar quem não é (e não quer ser) da elite reinante e, simplesmente, ignorar e apagar da comunicação social o que não aprecia. Assim entendem a “liberdade de expressão”. Mas os tempos são outros, graças a Deus, talvez.Há muitos anos bons economistas têm demonstrado que as finanças têm-se tornado o cerne das políticas economicas globalizadas. Mesmo um leigo pode verificar que enquanto cresce o desemprego e aumenta o custo de vida em todo o mundo, mesmo no Brasil onde o governo Lula se esforça por tirar a população da miséria, os bancos e empresas imobiliárias e de seguro multiplicam anualmente os seus lucros milionários. Só a midia tenta tapar o sol com a peneira para que não se compreenda porquê a renda está cada vez mais mal distribuida.
Agora, ficou claro para toda a gente. Até os deputados mais reacionários dos Estados Unidos foram contra a proposta inicial de Bush para salvar os seus parceiros das finanças com o dinheiro público! E no dia 8 de Outubro, até a Globo referiu a “herança maldita de Bush”. Quando a dor chega ao bolso, desperta a lucidez dos mais renitentes defensores do sistema capitalista.
Fica claro também que há uma linguagem utilizada pela elite mundial destinada a parecer democrática mesmo quando efetivamente é reacionária, isto é, defensora dos privilégios da elite às custas do sacrifício popular.
Vivemos uma época em que os velhos preconceitos – de raça, de classe, de religião, de ideologia – estão em extinção graças ao surgimento de uma linguagem transparente que desnuda os conceitos antes escondidos nas suas diferentes estruturas acadêmicas. Por isso a linguagem popular, mesmo com erros gramaticais ou outros formais, traduz melhor a realidade da vida em sociedade. Lula pergunta: “Cadê o FMI agora para explicar a crise? (...) Antes dava palpite para denunciar erros nas politicas nacionais, recomendando isto e aquilo ..”
Quem leu anteriormente o livro “Chutando a escada”, do economista Ha-Joon Chang, já pode perceber que os conselhos do FMI aos paises em desenvolvimento eram para cairem da escada que levava os mais ricos ao poder mundial. E a escada, sustentada pelo sistema financeiro, afinal despencou levando os Estados Unidos e todos os que se atrelam ao poder capitalista, para uma crise tremenda. “Cadê o FMI com os seus conselhos errados”? Está agora como um velho sismógrafo apenas indicando o gráu do desastre para cada país: os Estados Unidos terão um crescimento de 0,1%, o Brasil de 3 ou 3,5% no próximo ano.
Porquê o Brasil recebe as “marolas” do “tsunami” que arrebentou com a economia da super-potência? (como bem disse Lula na sua linguagem clara com figuras que o povo entende). Porquê, apesar do país estar se equilibrando no sistema capitalista global, sacrificado financeiramente pelos esforços do Banco Central autonomo que sobe os juros, como convém ao mercado internacional, e agora empresta dolares (de alto valor em real) aos bancos estrangeiros que investem no Brasil para depois recebe-los com valor menor (como fazem os bons irmãos na hora do aperto geral), a orientação de Lula assegurou ao país que a produção fosse estimulada e os investimentos nos Programs de Aceleração para o Crescimento (PAC) continuassem assim como a distribuição dos socorros das bolsas de alimentação e de escola para as crianças que asseguram as condições mínimas de sobrevivência à população empobrecida pelos anteriores conselhos do FMI que exauriram a economia do Terceiro Mundo. O povo brasileiro permaneceu com os pés na terra, realisticamente enfrentando a vida dura como deve.
Quando a história é contada sem disfarces empolados do economês, fica clara a possibilidade de manter o caminho de desenvolvimento e da dignidade nacional dentro do charco do sistema capitalista para os que “não chutam a escada” como recomendou sempre o FMI. O Brasil manteve o nariz fora da lama e tudo tem feito para dar o exemplo ao Terceiro Mundo através das iniciativas no Mercosul e nos vários encontros internacionais como na última sessão da ONU em Nova York. Assim é o equilíbrio, que pode ser explicado em linguagem popular que é a mais própria.
A Bolívia tem usado uma linguagem clara para mostrar o esforça que desenvolve para equilibrar uma das economias mais empobrecidas do mundo neste sitema sugador capitalista, mas a mídia não divulga nem lá e muito menos cá e para o resto da humanidade. Evo Morales e seus companheiros traduzem para o castelhano em forma popular o que aprenderam em aymara e quetchua há mais de mil anos: como produzir em elevadíssimas altitudes com muito frio à noite e muito calor durante o dia para alimentar os seus nove milhões de habitantes mantendo a independência do país e uma cultura humanizada que conduz a sociedade pelo caminho democrático. Assim será o equilíbrio para que o país onde foram criadas mais de uma centena de variedades de milho e batata que mataram a fome dos demais paises, principalmente da Europa em períodos de crise alimentar, volte a ser auto-sustentável e a poder explorar as suas riquezas minerais que nos últimos 500 enriqueceu os colonizadores, antigos e modernos.
Vivemos um rico período histórico que favorece as mudanças na medida em que os que lutam pela independencia e pela dignidade nacionais se apoiem mutuamente. Os grandes senhores da guerra estão ocupados contando os tostões que lhes escapam das bolsas e tentando demonstrar aos seus próprios eleitores que são democráticos e humanizados. Felizmente não estão em condições de interferir na corrida para o desenvolvimento que os paises mais pobres são capazes de conduzir com palavras claras e conceitos transparentes. É uma belíssima maratona mundial de todo o Terceiro Mundo que a elite tenta dizer que não existe.

*Zillah Branco, formada em Ciências Sociais (USP), experiência de vida e trabalho no Chile,Portugal e Cabo Verde,colaboradora do jornal O Avante (PCP).

Ibope continua errando?

O Ibope, que errou feito nas projeções do primeiro turno em Porto Alegre, divulgou a primeira pesquisa do segundo turno em Porto Alegre. Pelo dados do instituto que mais erra nos pleitos gaúchos, José Fogaça estaria com 51% das preferências e Maria do Rosário com 40%. O atual prefeito ganhou pouco mais de 12 pontos percentuais em relação à votação do primeiro turno, enquanto a deputada federal teria amealhou quase o dobro. Para refrescar a memória do leitores: a uma semana do pleito de 5 de outubro, o Ibope dava uma vantagem de sete pontos percentuais de Manuela sobre Maria. As urnas mostraram o inverso: a petista foi para o segundo turno com uma margem superior a sete pontos percentuais. Detalhe que não pode ser esquecido é que, agora, cada voto ganho por Maria, significa um perdido por Fogaça. Ou seja, seriam seis pontos percentuais de vantagem para o peemebista. Faltando 15 dias para o pleito, tudo pode acontecer. Como diz hoje o colunista de Zero Hora Paulo Sant´Anna, "tisnou o olho da gateada". Acredito na vitória da petista.

Livro marca nova etapa da luta pelo diploma de Jornalismo

As repercussões da pesquisa Fenaj/Sensus e o lançamento do segundo livro em defesa do diploma marcam a nova fase do movimento dos jornalistas e da sociedade por um Jornalismo qualificado. A coordenação da Campanha prepara novas peças para fortalecer a luta pela rejeição do Recurso Extraordinário que questiona o diploma como requisito para o exercício da profissão.
Depois da pesquisa do Instituto Sensus que mostrou que 74,3% da população brasileira é a favor do diploma para o exercício da profissão de jornalista, um novo número revela o crescente interesse da categoria e da sociedade no tema. A matéria, feita pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) sobre a pesquisa, foi um dos 20 releases mais acessados no mês de setembro no site Maxpress Net. O site, que obteve 4.192.042 page views em setembro, publicou 5.015 matérias no período.

Já o jornal Correio de Uberlândia realizou uma enquete no seu site, no período de 23 a 30 de setembro, sobre a questão do diploma para os jornalistas. A maioria dos 335 internautas - 79% - foi a favor da obrigatoriedade do diploma, enquanto 14% são contra e 5% responderam não saber.
A Coordenação Nacional da campanha orienta os integrantes do movimento a realizarem lançamentos do livro 'Formação Superior em Jornalismo -Uma exigência que interessa à sociedade', editado pela Fenaj com contribuições de acadêmicos, juristas e profissionais, como instrumento de mobilização e divulgação da campanha. Com o apoio da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, já foram impressos mais 2 mil exemplares. Pedidos de remessa dos livros devem feitos pelo fone 61-3244-0650 ou fenaj@fenaj.org.br

Abaixo-Assinado em Defesa da Orla do Guaíba

A orla do Guaíba é um espaço que faz parte da identidade paisagística, de lazer e de cultura de Porto Alegre. Sua preservação ainda não está garantida para as futuras gerações.

NÃO ao projeto Pontal do Estaleiro!

O projeto prevê a construção de um complexo arquitetônico (seis prédios) de 60 mil metros quadrados na área do antigo Estaleiro Só. Cada prédio terá volume igual ao nosso Hospital das Clínicas.

1 - Questão ambiental -Se aprovado, causará grande impacto ao ambiente natural da região: formarão uma barreira artificial impedindo a passagem dos ventos para a cidade e da luz do sol para a vizinhança, aumento da produção de esgoto cloacal que na região é ligado ao pluvial.

2 - Questão urbanística - problemas de trânsito pela Av. Padre Cacique, que já terá aumento de fluxo de automóveis pela inauguração do Barra Shopping Sul.

3 - Vocação da orla - Lazer e recreação é a vocação de qualquer orla no mundo. A construção do empreendimento inviabilizaria a implantação de um grande Parque, que é um anseio da população, independente de classe social.
A Orla do Guaíba pertence a toda população da cidade.

4 - Questão ética e legal - O empreendedor quando adquiriu o terreno em leilão, pagou um valor mais baixo por estar impedida por lei municipal a construção de prédios residenciais na área. Agora quer que se mude a lei para auferir maiores lucros. Caso a lei seja alterada, o município estará sendo irresponsável com as pessoas que morarão ali!

Depois de 20 anos de luta, a orla do Guaíba, o mais nobre, valioso e cobiçado patrimônio público de Porto Alegre, continua ameaçada pelos poderes Executivo e Legislativo municipais, a serviço dos interesses dos setores imobiliário e da construção civil.

Precisamos coletar 5 mil assinaturas para que nosso voto tenha força de lei e esta área seja definitivamente reservada aos Parques Públicos de Porto Alegre e área de preservação ambiental.

Diante dessa realidade, nós abaixo-assinados subscrevemos esta campanha de assinaturas:

Clique aqui: