terça-feira, 9 de março de 2010

As imagens de Roberto Santos

O fotógrafo Roberto Santos, um dos mais conceituados do Brasil, exporá imagens do Centro Histórico de Porto Alegre na sala J.B. Scalco, no Solar dos Câmara (Rua Duque de Caxias, 968). A mostra "Memorar Porto Alegre", no período de 8 a 31 de março, marca o aniversário da Capital, que completa 238 anos no dia 26 de março. As visitas, gratuitas, poderão ser feitas de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h30.
O centro de Porto Alegre concentra a maior parte do patrimônio histórico, cultural e arquitetônico da cidade. Foi justamente a necessidade de contribuir para sua preservação que motivou o fotógrafo a organizar a mostra. As imagens, obtidas por captura digital, retratam o Memorial do Rio Grande do Sul, o Chalé da Praça XV, o Paço Municipal, a Praça da Matriz e o Theatro São Pedro, entre outros pontos turísticos de Porto Alegre.
Roberto Santos atua como repórter fotográfico desde 1969. Seu currículo inclui passagens pela extinta revista O Cruzeiro, pela Agência de Notícias UPI e pelo jornal Correio do Povo, além de diversos prêmios, dois deles concedidos pela Associação Riograndense de Imprensa. Esta é a segunda exposição que ele realiza sobre Porto Alegre.

CCJ aprova parecer favorável a PL que exige contratação de jornalistas diplomados no serviço público

A Comissão de Constituição e Justiça aprovou por unanimidade parecer favorável do deputado Fabiano Pereira (PT) ao PL 236/2009, que determina a todos os poderes do Estado que o provimento dos cargos de jornalista - efetivos ou em comissão - na esfera da administração pública estadual deverá observar a exigência do diploma de formação superior específica.
De autoria do deputado Sandro Boka (PMDB), o projeto recebeu na semana passada o apoio de entidades ligadas ao jornalismo, como o Sindicato dos Jornalistas, a Federação Nacional dos Jornalistas e a Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação.
Fabiano Pereira comemorou a aprovação na CCJ destacando que essa obrigatoriedade possa também ser estendida aos demais Estados e Municípios, corrigindo, ao menos em parte, a decisão so STF que retirou a obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão de jornalista. "É também uma valorização ao ensino acadêmico, que oferece a formação técnica essencial aos profissionais de comunicação", completou.
O projeto segue agora para votação em Plenário, em data a ser agendada.

Estado reconhece direitos de mulheres vítimas da ditadura

O Dia Internacional da Mulher teve um significado diferente para 15 mulheres que tiveram seus processos de anistiadas julgados hoje (8) na sessão especial da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. A sessão foi marcada por emoções fortes, lembranças das torturas, dos estupros e do terror sofrido pelas mulheres que se colocaram contrárias ao regime ditatorial (1964-1985).
“Ser anistiada lavou a minha alma”, disse Celeste Fon, ao receber a sentença. Funcionária concursada do Banespa, ela foi presa junto com o pai e o irmão no final dos anos 1960. Na empresa foi perseguida, vigiada pelo regime, impedida de ter contato com outras colegas do banco, mesmo após a anistia de 1979.
Maria Alice Albuquerque Saboya também foi anistiada. Antes da proclamação, ela leu e entregou à Comissão de Anistia uma carta endereçada aos jovens, contando o que passou nos anos de ditadura e no exílio. Maria Alice foi presa aos 20 anos, junto com o marido, acusada de contribuir para formação de um partido político contrário ao regime. Foi torturada e viu colegas sendo torturados.
“É muito pior ver tortura que ser torturada. Tenho gravada em minha memória a vez de um prisioneiro que pedia: 'Pelo amor de Deus, me matem', disse Maria Alice. Ela divulgou uma carta aos jovens pedindo para que eles lutem em defesa do Plano Nacional de Direitos Humanos, proposta do governo que prevê a criação da Comissão da Verdade para apurar os crimes cometidos pelo Estado durante a ditadura.
“Essa história não é minha, essa história não é nossa. É a história de um país que precisa ser contada para que aprendamos com ela”, afirmou.
Para a psicóloga fluminense Vitória Lúcia Martins Pamplona, sua anistia significou “uma vitória simbólica de todas as mulheres”. “Que não se repita jamais o que aconteceu conosco durante a repressão”, disse Vitória, que foi demitida da Infraero, presa e torturada na década de 1970.
Além de Vitória, Celeste e Maria Alice, mais 12 mulheres foram declaradas anistiadas políticas e receberam desculpas do governo brasileiro.