segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Bruna Lombardi, 55 anos. E não precisa dizer mais nada....

Basta apenas creditar o autor da foto: Daniel Aratangy/ Revista TPM/Divulgação

Rotina: 25 mortes no trânsito

Como eu já previra na quinta-feira, os jornais de hoje abrem páginas para exibir o que já era esperado. Somente no Rio Grande do Sul, 25 pessoas morreram em acidentes nas rodovias durante o feriadão. O pior é que a maioria das vítimas é jovem. Trata-se de uma rotina que não deveria merecer tanto espaço na mídia. As manchetes deveriam ser reservadas para o dia em que nenhuma morte fosse registrada durante períodos de descanso esticado. Mas aí é pedir demais...

Desconfie do auto-elogio

Nos anos 80, a minha editora no jornal Zero Hora era a melhor de todas, mas tinha um comportamento distinto dos demais profissionais. Distribuía críticas para matérias mal aprofundadas e com texto fraco, deixando jovens repórteres incomodados. Isso porque o elogio não aparecia na mesma proporção quando acontecia o contrário, ou seja, uma grande matéria aplaudida por todos. Sua justificativa: apurar e escrever bem é obrigação do bom repórter. Foi uma das grandes lições que aprendi ao longo de minha carreira.
No entanto, parece que o comportamento na mídia mudou. O elogio e, especialmente, o auto-elogio fazem parte da política vigente, especialmente no diálogo com o público externo. Eu não sucumbo ao auto-elogio, especialmente quando ele é infundado, reincidente, despropositado, gratuito e desnecessário. Quando alguém faz isso é porque algo não está bem. Primeiro porque é melhor deixar que os outros falem da gente. Depois, porque enfraquece a capacidade dos profissionais de superarem as expectativas.
Prefiro os jornais que têm um ombudsman, profissional que está ali para dar voz a quem lê os periódicos. Dedica-se a receber, investigar e encaminhar as queixas dos leitores. Realiza a crítica interna do jornal e, uma vez por semana, produz uma coluna de comentários críticos sobre os meios de comunicação, sendo o jornal em que trabalha o alvo preferido. O maior exemplo deste comportamento é o jornal Folha de S.Paulo. Portanto, desconfie do auto-elogio, especialmente quando ele for feito de forma escancarada nas páginas dos jornais. Ou mesmo nos espaços de opinião das televisões e das rádios.