segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Um dia você aprende que ...

Pesquisas e pesquisas...


Estava acompanhando de longe a campanha às eleições municipais. Só agora me interesso, especialmente aqui em Porto Alegre, onde moro e voto. E minha motivação é provocada pela indignação. Mais uma vez, as pesquisas eleitoriais estão sendo usadas como fator de indução ao eleitor, como já aconteceu em anos anteriores (mostro isso no fac-simile acima e por meio de exemplos práticos no final desta postagem). Três pesquisas, divulgadas no fim de semana em jornais da capital, dão margem a dúvidas.

A mais recente pesquisa do Datafolha, encomendada pela TV Globo e jornal Folha de S.Paulo, divulgada neste domingo (24), revela que Maria do Rosário venceria o atual prefeito no 2º turno. Pela simulação, Maria tem 44% contra 42% de Fogaça. Na pesquisa espontânea, a taxa dos que citam Maria do Rosário subiu, de 8% para 13%. Fogaça tem 17% e Manuela, a terceira colocada, tem 8%. Na induzida, Maria do Rosário também está em segundo lugar, com 20%. Fogaça tem 31% e Manuela tem 19%. Contudo, outra pesquisa de intenção de voto também foi divulgada na Capital, realizada por aquele instituto que tem errado em todas eleições no Estado, nos últimos anos. E errado feio. Pelo levantamento do Ibope, divulgado também no domingo em Zero Hora, Fogaça tem 33%, Manuela 21% e Maria do Rosário 16%.
Já a pesquisa do Instituo Methodus, divulgada hoje pelo Correio do Povo, mostra uma reviravolta, em relação ao trabalho mostrado no dia 11 de agosto. Fogaça cai de 27,8% para 23,4% e Rosário de 21,1% para 19%. Manuela sobe de 15,4% para 20,4%.
Dependendo da origem da pesquisa, o atual prefeito vai de 27,8% a 33%, Maria do Rosário de 16% a 20% e Manuela de 20,4% para 23,4% (é a que menos oscila).

Para recordar

Na última eleição para o governo do Estado, em 2006, este mesmo instituto colocava Rigotto em primeiro lugar. Foram para o 2º turno os candidatos Olívio e Yeda. O diretor geral de um grande grupo de comunicação disse na época: “Quem acredita em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e no Ibope?”
Em 2002, o Ibope colocou Rigotto com 15% de diferença sobre Tarso. No final, Rigotto venceu por cerca de 5%. Entrevistado pela TV Com, o diretor do Ibope, Carlos Montenegro, disse sobre mais um erro grotesco: “Acho que escapou da margem de erro e tivemos um problema no final”.
Mas os erros deste instituto não param por aí. Em 1998, o jornal Zero Hora deu de manchete, três dias antes da eleição, pesquisa do Ibope dando uma vantagem de dez pontos para Antonio Britto sobre Olívio Dutra. O resultado todos conhecemos: Olívio governador!
Uma verdade é inconteste: pesquisas não ganham eleições e nada substitui o nosso voto na urna. Mas elas induzem, sim, parcela da população indecisa. É nisso que joga a mídia em relação aos seus candidatos preferenciais.