sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Porto Alegre está deserta

Não recordo da última vez que passei em Porto Alegre a virada do ano. Desta vez, em função da reunião familiar e de uma lesão no joelho, resolvi ficar aqui. Por enquanto, estou assustado. São 16h22min, olho pela janela e vejo a Rua Lima e Silva, uma das mais movimentadas da capital, transformada em um deserto. Nas ruas, passa um carro eventualmente. Nas calçadas, os pedestres desapareceram. Agora, ouço alguém dizer que os bares cerraram as portas. Coitados dos boêmios extemporâneos.
Existe uma confraria de porto-alegrenses que fica aqui durante as férias de verão e em datas festivas como a de hoje. Dizem que a cidade fica melhor, com menos fluxo de veículos, sem filas nos bancos, nos bares, nos cinemas. Concordo em parte, pois gosto de um certo agito. Vamos ver se o movimento retorna mais tarde.
Ah, o que tira o sossego são os fogos que espoucam a cada dois minutos.

Gremistas, já temos as taças

Encontrei a montagem abaixo no blog Beco do Sapulha e não resisti em tocar a última flauta do ano nos amigos gremistas. É claro que estou sujeito a uma réplica. Isso é saudável.

Balanço e projetos...

Gente amiga e querida, é momento de balanço e de projetos. Obrigado aos que compartilharam comigo este ano cheio de conquistas. Que estejamos juntos em 2011, buscando novas vitórias! Com amor e saúde, é claro...

2011 já chegou no outro lado do Mundo. Aqui, será daqui a pouco...

Enquanto os apressadinhos já começam a soltar foguetes aqui em Porto Alegre, o novo ano já chegou na Nova Zelândia e na Austrália. Lá do outro lado do mundo, a queima de fogos e os shows pirotécnicos se justificam. Na capital dos gaúchos, o momento máximo será a festa que está sendo preparada para a Usina do Gasômetro, à beira do Guaíba, que costuma reunir milhares de pessoas na virada do ano. Eu e minha família estaremos lá...

Viajando pela História da Humanidade

Finalizei com muita satisfação o primeiro ano no curso de História na PUCRS. Foi um período de readaptação ao meio acadêmico e de amplo conhecimento, para os quais foram importantes professores e colegas das dez primeiras disciplinas que cursei. No início do primeiro mês de 2011, me matriculo no terceiro semestre com a mesma gana com que decidi voltar à academia depois de 27 anos de formado em Jornalismo. Não me arrependo, nem mesmo quando precisei ler até altas horas da madrugada e me estressei com o acúmulo de trabalhos e provas. Estudar é bom, especialmente História. Trata-se de uma viagem por civilizações antigas e fascinantes como a egípcia, a grega, a romana, a pré-história e a Idade Média. Novas viagens à vista, novas bagagens são preparadas...

Dilma mulher assumirá a presidência em dia histórico

Dilma em Porto Alegre, ao lado de Tarso, que também assumirá amanhã

O Brasil viverá amanhã um dia histórico. A mineira de nacimento e gaúcha por opção Dilma Rousseff receberá a faixa presidencial, tornando-se a primeira mulher a governar o país. É um momento de emoção para quem participou de sua campanha, como eu, acreditando que o projeto do Governo Lula nos últimos oito anos terá continuidade. As políticas econômica e social serão mantidas e aprimoradas, assim como a educação e a saúde ganharão um espaço cada vez maior. Dilma não será Lula e deverá imprimir um jeito próprio de governar, mas a ideia é a mesma. Ou seja, sem as políticas neoliberais que detonaram recentamente nações poderosas. Eu acredito na Dilma mulher que o Brasil começou a conhecer em menos de um ano. Conhecerá ainda mais com ela no Palácio do Planalto.

Na árvore dos amigos

Dias antes do Natal, a amiga Eglê Kohlrausch me honrou ao incluir minha cara em uma árvore, ao lado de outros amigos especiais, no Facebook. Ficou tão bacana a ideia que reproduzo a foto aqui. Valeu, guria.

A falsa comunicação de crime feita por Gilmar Mendes encerra 2010

Inquérito da Polícia Federal conclui que o ministro do Supremo Tribunal Federal não teve seu telefone grampeado durante a operação Satiagraha, ao contrário do que ele próprio denunciara. Por Wálter Maierovitch, CartaCapital



–1. Todos lembram da indignação do ministro Gilmar Mendes no papel de vítima de ilegal escuta telefônica,  que tinha como pano de fundo a Operação Satiagraha.
Gilmar Mendes parecia possuído da ira de Cristo quando expulsou os vendilhões do templo.A fundamental diferença é que a ira de Mendes não tinha nada de santa.
Ao contrário, estava sustentada numa farsa. Ou melhor, num grampo que não houve, conforme acaba de concluir a Polícia Federal, em longa e apurada investigação.
–2. À época e levianamente ( o ministro fez afirmações sem estar na posse da prova materialidade, isto é,  da existência do grampo),  Mendes sustentou, –do alto do cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal–, ter sido “grampeada” uma conversa sua com o senador Demóstenes Torres.
Mais ainda, o ministro Mendes e o senador da República, procurados revista Veja confirmaram  o teor da conversa telefônica, ou melhor, aquilo fora tratado e que só os dois pensavam saber.
–3. Numa prova de fraqueza e posto de lado o sentimento de Justiça, o presidente Lula acalmou o ministro e presidente Gilmar Mendes. Ofertou-lhe e foi aceita a pedida cabeça do honrado delegado Paulo Lacerda, então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abim).
Em outras palavras e para usar uma expressão popular, o competente e correto delegado Paulo Lacerda acabou jogado ao mar por Lula. E restou “exilado”, –pelos bons serviços quando esteve à frente da Polícia Federal (primeiro mandato de Lula)–,  na embaixada do Brasil em Lisboa. Pelo que me contou o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, o delegado Lacerda, no momento,  está no Brasil. Apenas para o Natal e passagem de ano com a família.
Conforme sustentado à época, — e Lula acreditou apesar da negativa de Paulo Lacerda–, a gravação da conversa foi feita por agente não identificado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). E o ministro Nelson Jobim emprestou triste colaboração no episódio, a reforçar a tese de interceptação e gravação. Mendes e Jobim exigiram a demissão de Paulo Lacerda.
“Vivemos num estado policialesco”, repetiu o ministro Gilmar Mendes milhares de vezes e dizendo-se preocupado com o desrespeito aos pilares constitucionais de sustentação ao Estado de Direito.
O banqueiro Daniel Dantas, por seus defensores, aproveitou o “clima” e, como Gilmar e o senador Torres, vestiu panos de vítima de abusos e perseguições ilegais, com a participação da Abin em apoio às investigações do delegado Protógenes Queiroz.
Parênteses : Dantas é um homem muito sensível. Está a processar e exigir indenização pecuniária do portal Terra por “ironias” violadoras do seu patrimônio ético-moral. Lógico,  todas ironias  escritas por mim (Walter Fanganiello Maierovitch), no blog Sem Fronteiras.
–4. O grampo sem áudio serviu de pretexto para o estardalhaço protagonizado pelo ministro Gilmar Mendes.
Um estardalhaço sem causa, pois, para a Polícia Federal, nunca houve o grampo descrito nas acusações de Mendes e em face de matéria publicada revista Veja. A revista, até agora, não apresentou o áudio, que é a prova da existência material do crime de interceptação ilegal.
Gilmar Mendes, –com a precipitação e por cobrar providências–, esqueceu o disposto no artigo 340 do Código Penal Brasileiro, em dispositivo que é também contemplado no Código Penal da Alemanha, onde Mendes se especializou: art.340: “ Provocar a ação da autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou contravenção que sabe não se ter verificado”.
Trata-se de crime previsto em capítulo do Código Penal com a seguinte rubrica “Dos Crimes Contra a Administração da Justiça”.
Com efeito. Uma pergunta que não quer calar: será que um magistrado pode provocar a ação da autoridade sem prova mínima da existência de um crime ? Cadê o áudio que foi dado como existente ?
A conclusão do inquérito policial será encaminhada ao ministério Público, que deverá analisar a conduta de Mendes, à luz do artigo 340 do Código Penal.
Sua precipitação, dolosa ou não, não será apreciada pelo Conselho Nacional de Justiça, dado como órgão corregedor e fiscalizador da Magistratura.
Nenhum ministro do STF está sujeito ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), como se nota, um órgão capenga no que toca a ser considerado como de controle externo da Magistratura (menos o STF).
Viva o Brasil.

Walter Maierovitch é jurista e professor, foi desembargador no TJ-SP

Presidente da FENAJ diz que 2010 foi positivo e aponta novos desafios

O movimento sindical dos jornalistas teve avanços significativos em 2010. Esta é a avaliação do presidente da FENAJ, Celso Schröder, que destacou as lutas em defesa do diploma, pela democratização da comunicação, qualificação da formação profissional em Jornalismo e a ampliação da inserção da FENAJ no movimento sindical internacional da categoria. Para 2011 ele considera que há possibilidade de aprovação das PECs do Diploma, de avançar no debate de um novo marco regulatório das comunicações e de melhorias nas condições salariais e de trabalho dos jornalistas.
Celso Schröder lembra que as lutas dos jornalistas em 2010 começaram com duas pautas centrais advindas do ano anterior, a “decisão grosseira” do Supremo Tribunal Federal (STF), em 17 de junho de 2009, de tornar desnecessária a exigência de diploma de Jornalismo para o exercício da profissão, e a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em dezembro.
“Sob a condução do Sérgio Murillo (presidente da FENAJ até agosto de 2010), a categoria esboçou uma reação e tivemos um rápido apoio do parlamento, que, sintonizado com a opinião pública, reagiu à usurpação do Judiciário”, diz Schröder, ao abordar a luta em defesa do diploma. Para ele, o saldo desse movimento foi positivo, com amplo apoio parlamentar às Propostas de Emenda Constitucional que tramitam na Câmara e no Senado. “O resgate da exigência do diploma como requisito para o exercício qualificado da profissão é questão de tempo”, avalia.
Outra questão que o presidente da FENAJ considera uma vitória indiscutível dos jornalistas e da sociedade foi a realização da 1ª Confecom e seus desdobramentos em 2010 em torno de um novo marco regulatório da comunicação eletrônica no País. “A Confecom pontuou o debate sobre a democratização da comunicação no cenário político brasileiro deste ano e essa luta tem muito que avançar em 2011”, disse, registrando que a FENAJ foi protagonista em bancar a conferência, mesmo com o formato como se deu, por considerar que sua realização pavimentaria um caminho de evoluções na definição de políticas públicas para o setor, mesmo com a resistência de setores hegemônicos do empresariado de comunicação.
“As disputas travadas em 2010 em torno dos Conselhos de Comunicação Social e de um novo marco regulatório da comunicação são reflexos de demandas que os jornalistas e demais setores dos trabalhadores da comunicação reivindicam há mais de duas décadas”, lembra Schröder. “Agora temos diversos setores da sociedade juntos nesta luta exigindo do governo e do parlamento medidas concretas para democratizar a comunicação no Brasil”, considera.
Para o presidente da FENAJ, as lutas travadas pelos jornalistas brasileiros obtiveram importante reconhecimento internacional mais recentemente. “A minha presença e a de outros dirigentes da FENAJ e de Sindicatos de Jornalistas brasileiros na direção da Fepalc [Federação dos Jornalistas da América Latina e do Caribe] e da FIJ [Federação Internacional dos Jornalistas] não se dão por acaso”, diz Schröder. Para ele, o crescimento da participação de representantes sindicais dos jornalistas brasileiros no cenário internacional deve-se às proposições que a FENAJ vem defendendo. “Há algum tempo vínhamos defendendo uma mudança no caráter do sindicalismo internacional dos jornalistas, mais combativo e de disputa dos conceitos de liberdades de expressão e de imprensa, apropriados indevidamente pelas empresas privadas de comunicação”, explica.
Celso Schröder considera, também, que a FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas, ao lado de entidades como o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) e a Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), tiveram um papel destacado na qualificação da formação profissional ao participarem do processo de elaboração das novas diretrizes curriculares dos cursos de Jornalismo. “A universidade é espaço de excelência de formação profissional, por isso intervimos na defesa da qualificação do ensino e das especificidades do Jornalismo”, defende Schröder, manifestando a expectativa de que em 2011 o Conselho Nacional de Educação aprove as novas diretrizes.

Horizonte aberto de possibilidades
 
O presidente da FENAJ diz que a direção da entidade projeta para 2011 um trabalho com “otimismo realista”, sem jogar o movimento sindical da categoria em aventuras de risco. “Para isso, fizemos um planejamento sólido e sustentado em dados da realidade”, sustenta. Uma das prioridades definidas para o próximo ano é a luta pela aprovação das PECs do Diploma. “Essa possibilidade é real e as articulações já feitas no Congresso Nacional apontam para isso”, avalia.
Outra prioridade é avançar na luta por políticas públicas democráticas de comunicação. “Ao realizar um seminário internacional recentemente o governo ajudou a desmantelar o discurso liberal de que regulamentar a comunicação é igual a censura”, lembra, destacando que a maioria dos países apontados como democráticos possui legislações regulamentadoras das comunicações. “Está na hora de tirarmos as políticas de comunicação no Brasil da barbárie à qual foram submetidas pelos oligopólios privado-comerciais”, defende.
Para Schröder, 2011 também aponta a possibilidade de avançar em melhores condições de vida e trabalho para os jornalistas. “Há uma conjuntura econômica favorável nacionalmente que sinaliza para conquistas econômicas também de nossa categoria”, analisa, registrando que a luta por um piso nacional dos jornalistas foi uma das resoluções aprovadas no 34º Congresso Nacional dos jornalistas, realizado em agosto passado, em Porto Alegre.

FIJ: pelo menos 94 jornalistas assassinados no mundo em 2010

Pelo menos 94 jornalistas e profissionais de mídia morreram em atos violentos no mundo durante 2010, segundo informe publicado esta sexta-feira pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), cuja sede fica em Bruxelas.
Segundo a organização, o Paquistão liderava a lista dos países mais perigosos para os jornalistas em 2010, seguido de México, Honduras e Iraque.
De acordo com a FIJ, a maioria dos jornalistas foi vítima de atos violentos causados pelas guerras contra as milícias no Paquistão, os cartéis das drogas no México e os conflitos políticos em Honduras.
"Os jornalistas e profissionais de mídia continuam sendo alvo de políticos extremistas, criminosos e terroristas", lamentou a FIJ.
Pelo menos 94 jornalistas morreram "vítimas de assassinatos, ataques a bomba ou presos em tiroteios" durante combates. Além disso, três jornalistas perderam a vida em acidentes durante o ano, acrescentou a FIJ, somando assim um total de 97 jornalistas mortos no exercício da profissão.
Em 2009, a FIJ havia reportado a morte de 139 jornalistas.
"A morte de quase cem jornalistas constitui uma forte perda que deveria forçar os governos do mundo a trabalhar para proteger melhor os jornalistas", considerou o presidente da FIJ, Jim Boumelha, em comunicado.
"O número de mortos e outros incidentes ligados a conflitos que mataram jornalistas e profissionais de mídia do mundo inteiro este ano demonstra claramente os riscos associados à prática do jornalismo na atualidade", acrescentou.

Fonte: AFP
A lista dos jornalistas assassinados foi publicada pela FIJ no site http://www.ifj.org/assets/docs/205/203/5d21bcd-97a13cb.pdf

Caminhando, cantando e jogando fora o stress do ano

Repeti no final deste ano o projeto de vivência anti-stress que já fizera em 2009. Se não tivessse "estourado" um dos joelhos, o momento vivido no sítio Terra e Magia, no Morro da Borússia (entre Osório e Caraá), teria sido perfeito. Enquanto curo a inflamação, trato de postar algumas imagens que captei lá no paraíso. Tivemos momentos de sol forte e neblina densa, o que permitiu tirar algumas fotos bem bacanas da mata, da estrada, das cachoerias e do local. Espero que gostem.













 





Vamos à posse de Tarso no Piratini

Chegou o momento de retomarmos o Palácio Piratini. A posse do Tarso significará a volta de um projeto popular e democrático que se iniciou com Olívio e não teve continuidade nos demais governos (Rigotto e Yeda). Estarei na posse, no primeiro dia de 2011, levando junto com milhares de militantes bons fluídos para os próximos quatro anos. Vejam o convite abaixo e confiram a posse, que será cedo.

Folha de S. Paulo aponta Inter como o melhor da década

O ranking do jornal  Folha de S.Paulo (foto abaixo), criado em 1996, apontou uma agradável surpresa para os colorados em sua edição de 2010. O Internacional assumiu a liderança e é o clube que mais obteve sucesso na década. O Inter colecionou títulos internacionais e, além disso, fez excelentes campanhas em competição nacionais, o que rendeu seus 233 pontos na lista, 21 a mais que o segundo colocado: o São Paulo.
Em comparação ao sexto lugar, por exemplo, o Colorado tem 100 pontos de diferença. Nada de se surpreender para um time que conquistou o principal torneio do continente duas vezes em apenas quatro anos: a Taça Libertadores da América. Sem contar o título do Mundial e outras conquistas que rechearam os armários do estádio Beira-Rio.

  
Títulos do Inter na década

 2001 - Bicampeão do Torneio Viña Del Mar-Chile
2002 - Supercampeão Gaúcho
2003 - Bicampeão Gaúcho
2004 - Tricampeão Gaúcho
2005 - Tetracampeão Gaúcho
2006 - Campeão da Libertadores da América
2006 - Campeão da Copa do Mundo de Clubes FIFA
2007 - Recopa Sul-Americana
2008 - Dubai Cup
2008 - Campeão Gaúcho
2008 - Campeão da Copa Sul-Americana
2009 - Bicampeão Gaúcho
2009 - Campeão da Copa Suruga Bank
2010 - Bicampeão da Libertadores da América





Internacional termina ano como líder do ranking da Conmebol

Ficamos chateados com o terceiro lugar no Mundial de Clubes e com a flauta dos gremistas. No entanto, o ano está encerrando com mais um ranking e mais um triunfo para os colorados. A conquista do bi da Libertadores da América neste ano levou o Internacional ao primeiro lugar do ranking da Conmebol, segundo informações publicadas no site da entidade nesta quinta-feira. No total, foram 72 pontos - 68 pelo campeonato e mais quatro por sua participação no Mundial de Clubes. A colocação foi a mesma em 2006, quando o Colorado também havia conquistado a América e, na ocasião, o mundo.


Veja os primeiros lugares dos últimos anos

2010
1º Internacional (BRA): 72 pontos
2º Independiente (ARG): 45
3º Liga de Quito (EQU): 32

2009
1º Liga de Quito (EQU): 77 pontos
2º Estudiantes de La Plata (ARG): 76
3º Universidad de Chile (CHI): 32

2008
1º Liga de Quito (EQU): 80 pontos
2º Boca Juniors (ARG): 52
3º Internacional (BRA): 45

Fonte: site do Inter

domingo, 28 de novembro de 2010

FENAJ prepara novo relatório anual da violência contra Jornalistas


A FENAJ iniciou nesta semana os preparativos para a produção de seu Relatório Anual da Violência contra Jornalistas, particularmente quanto aos direitos às liberdades de expressão e de imprensa. A entidade também pretende fazer uma parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para levantamento de outros indicadores de violações de direitos básicos da cidadania praticados contra a categoria.
Para a elaboração do Relatório Anual da Violência contra os Jornalistas, trabalho realizado desde 2007, a Comissão Nacional de Direitos Humanos e Liberdade de Imprensa da FENAJ se baseia em informações sobre casos de violência contra jornalistas e de desrespeito aos princípios da liberdade de expressão, que tenham ocorrido na jurisdição dos 31 Sindicatos de Jornalistas do país, além de pesquisas feitas em diversos veículos de comunicação. Em 2009 o estudo registrou 58 agressões contra jornalistas.
“Estão em disputa no Brasil e no mundo os conceitos de liberdade de expressão e de imprensa. Os meios de comunicação tradicionais tentam apropriar-se desses dois conceitos e colocarem-se como seus guardiões”, argumenta o presidente da FENAJ, Celso Schröder, em documento encaminhado aos Sindicatos da categoria solicitando informações atualizadas para o relatório de 2010.
“A nossa tarefa, portanto, mostra-se cada dia mais grandiosa e mais difícil: temos de esclarecer à sociedade que somos os verdadeiros defensores da liberdade de expressão, como direito individual de cada cidadão, e da liberdade de imprensa, como direito coletivo que tem por finalidade garantir o direito dos cidadãos de se expressarem livremente”, defende.
Além dos casos de violência explícita e de cerceamento à liberdade de expressão por meio da Justiça ou de ação governamental, o relatório anualmente registra os casos de violência simbólica, entre elas ameaças veladas, e também os casos de censura interna dos veículos de comunicação, que vão da orientação editorial ao impedimento de realização do trabalho independente do jornalista.

Novos indicadores
 
A FENAJ reconhece que, apesar dos esforços desenvolvidos na elaboração de seu relatório anual, este retrato da violência contra os jornalistas e o jornalismo é parcial. “Mesmo sofrendo censura, agressões, ameaças, assédio, muitos colegas acabam silenciando por temer retaliações”, conta José Carlos Torves, diretor da entidade. Por isso a FENAJ pretende ampliar o estudo sobre violações aos direitos dos jornalistas.
Na semana passada diretores da Federação reuniram-se com o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos. “Além de apresentar dados de nossos estudos anuais, propusemos uma parceria com SDH para levantamento de outros indicadores de violações contra os direitos humanos no cotidiano de nossa categoria”, conta Torves. Segundo ele, Vannuchi foi receptivo à idéia e a FENAJ ficou de elaborar uma proposta mais detalhada de parceria para ser analisada futuramente.

Eu escrevi um poema triste

Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!

Mario Quintana
(1904-1996)
(Poemblog)

sábado, 27 de novembro de 2010

Surpresa

Um dia, um momento, uma surpresa... Eu acredito, tenho fé, é meu sonho!

O resgate da história do Coojornal

Eu apoio sempre. 
O Coojornal foi uma luz no Jornalismo que não apagou.
Vamos mantê-la acessa!

 

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Danilo Ucha é o Jornalista de Economia do ano no RS

                                
                                    O colunista Danilo Ucha, do Jornal do Comércio, foi eleito O Jornalista de Economia do Ano em votação realizada hoje (sexta-feira) no Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Sul (Corecon/RS), promotor do evento. A escolha, feita por representantes do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul e da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), avaliou 12 outros profissionais de veículos gaúchos. A entrega da premiação ocorrerá no dia 9 de dezembro, às 20 horas, no Salão de Eventos do Hotel Plaza São Rafael.
                                     Com 66 anos de idade e mais de 40 anos de profissão, Ucha atuou em diversos veículos do Interior, da capital e de fora do Estado - Platéia (Livramento), Diário de Notícias, Rádios Farroupilha e Guaíba, Folha da Tarde, Zero Hora, TVE, Estado de São Paulo, Gazeta Mercantil, além de trabalhos de free-lancer para revistas nacionais. Também edita o mensário Jornal da Noite. No Jornal do Comércio, é responsável pelo Painel Econômico desde 2002.
                                     A comissão julgadora foi constituída pelo presidente do Corecon/RS, Geraldo Rodrigues da Fonseca, pelos diretores do Sindicato Jorge Correa, Márcia Martins e Arfio Mazzei e pelos dirigentes da ARI Ercy Torma (presidente,) Antônio Goulart e Ayres Cerrutti.  Para Fonseca, a primeira edição do prêmio é um reconhecimento da sociedade gaúcha para duas profissões que caminham lado a lado, como o Jornalismo e a Economia. “Homenagear um profissional a cada ano é valorizar o jornalista que se especializa na área. É uma pena que possamos escolher apenas um, pois o Rio Grande do Sul é celeiro na formação de jornalistas setoristas de economia” explicou o dirigente.

Foto: João Mattos/divulgação

Em perfil no Twitter, Bope critica cobertura da Globo e da Record de operação policial no Rio

As imagens chocantes da violência no Rio transmitidas ao vivo nesta quinta-feira, 25, pelas redes Globo e Record foram criticadas no Twitter por um perfil do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar, informou a Folha.com. (veja as imagens aqui e aqui).
As cenas filmadas de helicóptero mostraram dezenas de traficantes armados, fugindo em massa durante uma ação policial na favela da Vila Cruzeiro (zona Norte), em direção ao Complexo do Alemão. Também foi registrado o momento em que um homem foi baleado e caiu no chão. Os criminosos chegaram a exibir fuzis às câmeras, observa a Exame.com.
O Bope reagiu no Twitter: “Um desserviço prestado pelas aeronaves de Record e Globo”. O perfil @Bope_RJ foi criado no início deste mês e, segundo informações publicadas no próprio microblog, é operado pelo setor de Comunicação.
Usuários usaram o hashtag #globocop para comentar a cobertura das emissoras no site de microblogs. “A #Globo fica dedurando o esquema tático do Bope!”, reclamou uma internauta. “Se o #globocop não estivesse ali o helicóptero do Bope ia chegar fazendo tiro ao alvo”, comentou outro.
Os ataques lideraram a lista de termos mais citados no Twitter, observa o iG. A Vila Cruzeiro, onde foram feitas as imagens, é o local onde o jornalista da TV Globo Tim Lopes foi torturado e morto por traficantes oito anos atrás.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sindicato está confiante com criação do Conselho de Comunicação

Esta foi minha entrevista hoje ao Coletiva.net, o site mais consumido pelos comunicadores.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul está otimista em relação à criação do Conselho Estadual de Comunicação Social. É o que comenta o segundo-secretário da entidade, Jorge Correa. “Os veículos de comunicação são concessões públicas e, portanto, são passíveis de fiscalização da população”, defende. A proposta foi apresentada pelos diretores do sindicato nesta quarta-feira, 24, a representantes do governador eleito, Tarso Genro. Segundo Correa, a sugestão conclusiva da Conferência Nacional de Comunicação – Confecom. “A criação do Conselho nada tem a ver com censura ou repressão. Na prática, é sociedade precisa estar mais atento ao que os veículos de comunicação, concessão pública, estão produzindo”, diz, para completar: “Estamos otimistas quanto à aprovação do Conselho. Com certeza, é algo que a sociedade também quer”
.

Sindicato dos Jornalistas/RS propõe a Tarso a criação do Conselho de Comunicação

Foto: Arfio Mazzei

A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul reuniu-se com a equipe de transição do governador eleito Tarso Genro (PT), com o objetivo de entregar a carta com solicitações ao novo mandatário, com ações de interesse da categoria dos jornalistas e da sociedade. "A entidade considera essencial que o futuro Governo proponha a criação do Conselho Estadual de Comunicação Social, deliberada na 1ª Conferência Nacional de Comunicação - Confecom - e constante do artigo 224 da Constituição Federal", diz um dos pontos do documento. "Defendemos que a Fundação Piratini TV Educativa e rádio FM Cultura seja efetivamente pública e seu Conselho seja de fato respeitado, o que não aconteceu no atual Governo", relata o texto.
Os diretores Arfio Mazzei, Pedro Osório, Luiz Armando Vaz e Salvador Tadeo foram recebidos por Vera Spolidoro e João Motta, da equipe de Comunicação da comissão de transição do Governo do PT. "Saímos do encontro otimistas, e agora ficaremos no aguardo de uma resposta governamental às sugestões de ação contidas na carta", disse o primeiro-secretário do Sindicato, Salvador Tadeo.
Alguns representantes da grande mídia promovem uma gritaria, tentando confundir leitores. Dizem que o Conselho significa cerceamento da liberdade de expressão. Estão enganando porque o controle da mídia é um direito dos cidadãos, previsto na consituição. Afinal, os veículos de comunicação são concessão pública.

Inter e Banco de Alimentos realizam campanha solidária


O último jogo do Internacional no Beira-Rio antes do embarque para o Mundial de Clubes - contra o Vitória, neste domingo, a partir das 17h - será especial. A torcida poderá se despedir do time do técnico Celso Roth que irá em busca do Bi em Abu Dhabi e aproveitar para dar mais um show de solidariedade.
Para comemorar os 10 anos do Banco de Alimentos da Fiergs, o Inter lança uma campanha de arrecadação de donativos. Cada torcedor poderá trazer dois quilos de alimentos não-perecíveís que serão doados para entidades carentes de Porto Alegre e região metropolitana.
Em todos os portões e rampas de acesso ao estádio haverão postos de recolhimento. O Banco de alimentos disponibilizará um posto de venda de alimentos não-perecíveis próximo ao Portão 3, ao lado do Centro de Eventos, para que ninguém fique de fora desta nobre campanha.
Mais informações no site colorado:
http://www.internacional.com.br/home.php

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Filosofia e Imprensa em debate hoje na TV Brasil

O Observatório da Imprensa que vai ao ar nesta terça, às 21h, na TV Brasil,  convidou para um bate papo com Alberto Dines três filósofos para debater a questão Filosofia e Imprensa. O mundo precisa de filosofia? Mas o que é que filosofia tem a ver com imprensa? Essas e outras questões farão parte do programa que tem como convidados os filósofos Newton Bignoto e Franklin Leopoldo e Silva, e o jornalista e professor Adauto Novaes. 
Em uma época em que os fatos se sucedem de forma cada vez mais veloz, pouco tempo sobra para analisar o que está acontecendo com as pessoas e com o mundo. O espaço para análise nos meios de comunicação fica sufocado em meio ao noticiário factual.
Os filósofos estão presentes no cotidiano e são responsáveis por captar e criar pensamentos, teorias, julgar e analisar os acontecimentos que influenciam o dia a dia de cada um. Eles são importantes para lembrar que as pessoas são seres pensantes em busca de uma sociedade mais humana e igualitária.

Serviço 

Apresentação: Alberto Dines
Horário: terça, 22h

PEC dos Jornalistas poderá ser votada hoje no Senado


Saiu no site Consultor Jurídico de que a Proposta de Emenda à Constituição 33 é o destaque da pauta do Plenário do Senado nesta semana, podendo ser votada em primeiro turno hoje, 16 de novembro. O projeto, do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), exige o diploma do curso de Comunicação Social, com habilitação em jornalismo, para o exercício da profissão de jornalista. A proposta foi apresentada depois que o Supremo Tribunal Federal considerou a exigência inconstitucional, em junho do ano passado.
O autor e o relator, os senadores Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) e Inácio Arruda (PCdoB-CE), podem avaliar e retirar novamente a Proposta de Emenda Constitucional 33/09, a PEC dos Jornalistas, da pauta, como aconteceu em setembro. A decisão de retirar a matéria da pauta deu-se em função de que a presença de vários suplentes, em função da eleição, mudou substancialmente o quadro em plenário, pois muitos desses suplentes não tiveram qualquer contato com esse debate,  sendo arriscado colocar a matéria em votação nesta situação.
No site da FENAJ já consta um “placar” com a tendência de voto dos 81 senadores, que será atualizado à medida que for conhecida a posição de cada parlamentar sobre a PEC 33/09. No “placar” constam, também, os e-mails e sites dos parlamentares. A idéia é que este placar sirva de apoio à
mobilização dos defensores do diploma no convencimento dos senadores.

Fonte: http://www.conjur.com.br/2010-nov-15/agenda-justica-pec-diploma-jornalismo-discutida-senado?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O triste fim de FHC

Mino Carta, Carta Capital
Promotor e intérprete de uma ambição exagerada para um pássaro que não voa


Quem já leu um livro de Fernando Henrique Cardoso? É a pergunta que às vezes dirijo à plateia que, generosa além da conta, acompanha uma palestra minha. Que levante o braço quem leu. De quando em quando, alguém acena ao longe, por sobre e em meio a uma fuga de cabeças imóveis. Trata-se, obviamente, de uma pesquisa rudimentar. Tendo a crer,porém, que o príncipe dos sociólogos e ex-presidente não é tão lido quanto os jornalistas tucanos supõem.É grande, isto sim, o número daqueles que lhe atribuem acertadamente a chamada “teoria da dependência”, objeto do ensaio escrito no Chile em parceria com o professor Enzo Falletto. Ali está uma crítica inexorável da burguesia nativa, incapaz, segundo a dupla de ensaístas, de agir por conta própria para tornar o Brasil um país contemporâneo do mundo.

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http://www.cartacapital.com.br/politica/o-triste-fim-de-fhc

Foto: Zeca Wittner/AE

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Nona Sinfonia nos 60 anos da OSPA

Para comemorar os 60 anos de fundação da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, o maestro Isaac Karabtchevsky regerá a Nona Sinfonia, em ré menor, op. 125, de Ludwig van Beethoven. O espetáculo ocorrerá no dia 23 de novembro, às 20h30, no Salão de Atos da UFRGS, em Porto Alegre. A compra dos ingressos será antecipada e começará na quinta-feira, dia 18, das 11h às 19h, se repetindo no dia seguinte e na segunda-feira no mesmo horário. No dia do concerto, a bilheteria funcionará até o início da apresentação. 
O valor é R$ 20, com desconto de 50% para idosos e estudantes e de 25% para titular e acompanhante do Clube do Assinante ZH. A data de aniversário neste ano coincidiu com o dia exato do concerto de da fundação oficia da Ospa. No dia 23 de novembro de 1950, sob a regência do maestro e diretor artístico Pablo Komlós, a orquestra interpretou obras de Carl Von Webber, Mendelssohn, Berlioz e Beethoven, representado pela Sinfonia n°3, a Heróica. Para maiores informações, ligue para 3308-1902.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Comunicação deve ser área estratégica para Dilma


Num processo que envolveu mais de 30 mil pessoas em todo o país, a I Conferência Nacional de Comunicação teve como uma de suas principais resoluções, aprovada por representantes do governo, da sociedade civil e do empresariado, a necessidade da construção de um novo marco regulatório para o país. Ultrapassada – da década de 60 – e pouco democrática, a legislação que hoje rege o setor tem se mostrado um entrave não apenas para o desenvolvimento da própria mídia no país como também um obstáculo considerável para a consolidação da democracia brasileira. A um mês de completar o aniversário de um ano da I Confecom, o governo Lula dá um passo significativo para transformar essa realidade e sinaliza: o governo Dilma deve tratar as mudanças nessa área como prioritárias.
Foi este o tom do discurso, corajoso, do ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, nesta terça (09) durante a abertura do Seminário Internacional Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias, em Brasília. Para uma platéia repleta de empresários, organizações da sociedade civil, acadêmicos e convidados estrangeiros, Franklin colocou o dedo numa ferida que, pelo menos publicamente, já tinha sido reconhecida pelo Executivo Federal desde a Confecom, mas que até este momento deixava dúvidas sobre quando e o quanto seria de fato enfrentada. Depois de viajar por diversos países para conhecer como outras democracias estão lidando com o processo de convergência tecnológica, foi hora de trazer especialistas internacionais para Brasília e dar o pontapé público neste debate, “olhando pra frente”, como ele deixou claro.
“Cada vez mais as fronteiras entre radiodifusão e telecomunicação vão se diluindo. Em pouco tempo, para o cidadão será indiferente se o sinal que recebe no celular ou no computador vem da radiodifusão ou das teles. A convergência de mídia é um processo que está em curso e ninguém vai detê-lo. Por isso é bom olhar pra frente, este é o futuro. E regular esta questão será um desafio, porque sem isso não há segurança jurídica nem como a sociedade produzir um ambiente onde o interesse público prevaleça sobre os demais”, afirmou.
O governo reconheceu que, aqui, o desafio se mostra maior do que em outros países, porque, além da legislação atrasada, “acumularam-se problemas imensos, que foram sendo encostado ao longo do tempo”. Para o ministro, a legislação brasileira é um cipoal de gambiarras, que não enfrenta as questões de fundo, e que inclusive não responde aos princípios estabelecidos pela própria Constituição Federal.
“Criou-se, na área de comunicação, uma terra de ninguém. Todos sabemos, por exemplo, que deputados e senadores não podem ter concessões de rádio e TV. Mas todos sabemos que eles tem, através de subterfúgios, e ninguém faz nada. A discussão foi sendo evitada. E a oportunidade é discutir tudo isso agora, legislando de uma forma mais permanente, integradora, cidadã e democrática”, disse Franklin Martins.
Fantasmas no sótão A pretensão do governo é fazer as mudanças no marco regulatório através de um processo público, aberto e transparente, para que a sociedade brasileira como um todo – e não apenas um grupo ou outro – decida seu caminho. Até o final da gestão Lula, um ante-projeto de lei, que vem sendo elaborado por um grupo de trabalho interministerial, será apresentado à equipe da presidente eleita Dilma Rousseff, que então decidirá quando e como apresentá-lo ao Congresso Nacional. É neste debate público que o grupo de trabalho deve basear suas proposições.
Um dos maiores desafios nessa jornada, no entanto, parece ir além da própria convergência tecnológica e suas inúmeras inovações. Trata-se de, exatamente, criar as condições para que o debate público de fato aconteça, de forma plural e participativa. Foi este o desejo da I Conferência de Comunicação, que agora parece contar com a vontade política do governo Lula para ser colocado em marcha.
“O problema é grande. Os fantasmas passeiam por aí arrastando correntes, impedindo que a gente ouça o que tem que ouvir. Se formos capazes de nos livrar dos fantasmas e não os deixarmos controlar nossa discussão, avançaremos. Isso interessa à sociedade como um todo, não é uma discussão apenas econômica. A comunicação diz respeito à cidadania, à participação política e à produção cultural, e por isso a sociedade deve participar diretamente”, afirmou Franklin Martins. E deu o recado: “convido a todos então a deixar seus fantasmas no sótão, que é onde eles se sentem melhor. Vamos nos desarmar dos preconceitos. Essa agenda está na mesa e será realizada, num clima de entendimento ou de enfrentamento”.
Dentre os fantasmas que precisam ser deixados no porão está a tese – tão difundida pelos grandes meios de comunicação – de que regulação é sinônimo de censura à imprensa. Na abertura do seminário internacional, foi necessário afirmar mais uma vez, para quem já deveria estar convencido disso, que o Brasil goza de absoluta liberdade de imprensa.
“Essa história de que a liberdade de imprensa está ameaça é uma bobagem, um truque, isso não está em jogo. A liberdade de imprensa significa a liberdade de imprimir, divulgar, de publicar. A essa não deve, não pode e não haverá qualquer tipo de restrição. Isso não significa que não pode haver regulação do setor. Vocês verão relatos neste evento de diversas democracias, e verão que em todas elas há regulação, o que não significa nada que haja censura”, repetiu.
Sem explicitar, o governo Lula acabou admitindo que deixou a desejar no campo das comunicações. E para os participantes da sociedade civil que vieram a Brasília conhecer as experiências de outros países, talvez esta tenha sido a mensagem mais alentadora: esta área deve ser tratada com prioridade no governo Dilma.
“Estou convencido de que a área de comunicação terá, no próximo governo, o mesmo tratamento que teve a energia no governo Lula. Algo estratégico para o crescimento. Ou se produz um novo marco regulatório ou vamos perder o bonde. Em 2008, a radiodifusão faturou R$ 11,5 bilhões; e as empresas de telecomunicações, R$ 130 bilhões. Em 2009, os números foram R$ 13 bilhões e R$ 180 bilhões respectivamente. É evidente que, se não houver regulação, a radiodifusão será atropelada por uma jamanta. E se não houver o debate, quem vai regular é o mercado. E quando o mercado regula, quem ganha é o mais forte”, avisou Franklin. “É necessário regular, criar políticas públicas e gerar um ambiente para que a sociedade se sinta não só usuária dos serviços de comunicação, mas cidadã. Se formos capazes de entender isso, teremos mais vozes falando, mais opiniões se expressando no debate público. É “mais” e não “menos” o que está em jogo neste processo”, concluiu.
Mais interesse público Também em sintonia com o que apontou a I Confecom e com a linha política manifestada pela Secretaria de Comunicação, uma das primeiras participações internacionais no seminário expôs objetivamente os pontos nevrálgicos da legislação brasileira que precisam avançar para que o setor, de fato, permita a expressão dessa multiplicidade de vozes. O canadense Toby Mendel, diretor executivo do Centro de Direito e Democracia, organização internacional de direitos humanos com foco no conhecimento legal sobre direitos fundamentais para a democracia, incluindo o direito à informação, a liberdade de expressão e o direito de participação, apresentou o resultado de um estudo encomendado pela Unesco sobre o marco regulatório em 10 grandes democracias, incluindo o Brasil. E, a partir de padrões internacionais, fez recomendações para o processo que se inicia em território nacional.
Uma delas é a de ampliar a transparência e garantir o interesse público nos processos de renovação das concessões de rádio e TV. “Em muitos países, este momento é uma oportunidade para avaliar mudanças que precisam ser feitas pelo concessionário, para apontar eventuais regras que não tenham sido respeitadas. No Brasil, esta avaliação não acontece”, disse Toby Mendel.
A prática reforça outros problemas da legislação não enfrentados pelo Estado brasileiro: a regulação da propriedade privada dos meios – com medidas como a proibição da propriedade cruzada – e a garantia da liberdade de expressão.
“A liberdade de expressão vai além do direito do emissor dizer o que pensa. É também o direito do receptor, do telespectador, do leitor, receber uma variedade de informações e de pontos de vista. Se a propriedade dos meios não é regulada, isso pode até ser ok do ponto de vista do emissor, mas o direito do receptor de receber idéias plurais começa a ser reduzido. Ou seja, o Estado não pode simplesmente deixar o mercado agir”, afirmou o consultor da Unesco.
Na mesma linha, Mendel apontou a importância de regras para a difusão de conteúdo na radiodifusão, como a proteção de crianças, o combate a discursos que violem os direitos humanos e a promoção do jornalismo imparcial. É preciso ainda regulamentar o artigo da Constituição que garante percentuais para a difusão de conteúdos regionais e independentes nas emissoras de rádio e TV e garantir o direito de resposta.
“Tudo isso está na Constituição, mas não é cumprido. Também é preciso haver um sistema que receba queixas neste sentido, um órgão regulador independente que pode aplicar sanções diante do descumprimento dessas regras”, explicou Mendel, que defendeu ainda a importância do fortalecimento do sistema público de comunicação e da comunicação comunitária brasileira.
A lista é grande, e foi sendo recheada com outras sugestões vindas dos representantes dos demais países presentes ao seminário – o que apenas reforça e confirma o tamanho do desafio que o Brasil tem pela frente se quiser mesmo mexer neste vespeiro.
Foto: Antonio Cruz/Abr

terça-feira, 9 de novembro de 2010

FENAJ faz planejamento focado na defesa do diploma e democratização da comunicação


O acompanhamento da tramitação das Propostas de Emenda Constitucional que preveem o retorno do diploma como requisito para o exercício do Jornalismo, do debate sobre a democratização da comunicação e de um novo marco regulatório para o setor compõem a pauta política da FENAJ nos próximos dias. A direção da entidade realiza planejamento da gestão 2010/2013 neste final de semana, em Brasília.
A FENAJ encaminhou uma carta aos principais articuladores da Frente Parlamentar em Defesa do Diploma e das PECs que tramitam na Câmara e no Senado, que são os deputados reeleitos Rebecca Garcia (PP/AM), Paulo Pimenta (PT/RS), Hugo Leal (PSC/RJ), Mauricio Rands (PT/PE), o senador reeleito Antônio Carlos Valadares (PSB/SE) e o relator da PEC nº 33/09, senador Inácio Arruda (PCdoB/CE). Nela, a FENAJ agradeceu o empenho dedidicado às causas dos jornalistas e da sociedade e solicitou que prossigam nos esforços de “defesa dos trabalhadores e das principais bandeiras de luta da nossa categoria, particularmente a retomada da obrigatoriedade do diploma de nível superior em Jornalismo como critério de acesso à profissão, e o controle público - transparente e democrático - dos meios de comunicação social”, bem como na defesa das liberdades de expressão e de imprensa, e da democracia na comunicação no Brasil.
Após o segundo turno das eleições, há expectativa pela retomada dos trabalhos no plenário do Senado, que tem uma pauta de 69 projetos prontos para votação, entre eles a PEC nº 33/09, do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), que reinstitui o diploma de curso superior de Jornalismo para o exercício da profissão de jornalista. “Continuamos acompanhando os trabalhos do Senado e permanece a orientação, já articulada com o autor e o relator da PEC, para que ela só seja posta em votação quando se verificar um alto quorum em plenário”, conta o presidente da FENAJ, Celso Schröder.
De 13 a 15 de novembro, a diretoria da Federação se reúne para fazer o planejamento da gestão que vai até 2013. “Além de questões estruturais e organizativas do movimento sindical dos jornalistas, necessariamente atualizaremos o debate e encaminhamentos sobre nossas lutas pelo retorno do diploma, pela democratização da comunicação e liberdade de imprensa”, finaliza Schröder.

Experiências mundiais de regulação da mídia

O governo federal, por meio da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, promove, hoje e amanhã, em Brasília, o Seminário Internacional das Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias para debater os impactos das mudanças tecnológicas, seus desafios e oportunidades na nova era da digitalização. O objetivo do Seminário é fornecer subsídios para legisladores, reguladores, formuladores de políticas públicas e segmentos empresariais e da sociedade civil que atuam no setor da comunicação.
O encontro contará com a participação de 11 especialistas, dirigentes e representantes de entidades e órgãos reguladores de seis diferentes países. Eles debaterão as experiências, avanços e limitações de seus processos regulatórios de radiodifusão e telecomunicações. Os debates ocorrerão no Teatro da Caixa (SBS, Quadra 4, Lote 3, 4.)
O seminário trará as experiências de regulação no setor de comunicações eletrônicas de vários países, como Argentina, Espanha, Estados Unidos, França, Portugal e Reino Unido, e da União Europeia, além de estudos desenvolvidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
Participam, como palestrantes, dirigentes e representantes da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), Portugal; da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Portugal; do Conselho Superior do Audiovisual (CSA - Conseil Supérieur de l´Audiovisuel), França; da Comissão de Mercado das Telecomunicações (CMT - Comisión del Mercado de las Telecomunicaciones), Espanha; da Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (AFSCA - Autoridad Federal de Servicios de Comunicación Audiovisual), Argentina; do Office of Communications (Ofcom), Reino Unido; especialistas na área de regulação da Comissão Europeia, da Unesco, da OCDE e da Comissão Federal de Comunicações (FCC - Federal Communications Commission), Estados Unidos.
Estão convidados para o evento entidades da sociedade civil e empresarial, parlamentares, representantes de órgãos governamentais, acadêmicos, especialistas e a imprensa. Em razão da limitação de lugares no local do seminário, não há inscrições abertas. A participação no evento ocorrerá somente mediante convite. Em caso de desistências, novas inscrições poderão ser efetuadas desde que os interessados enviem o nome e o órgão que representam para o e-mail seminariointernacional@planalto.gov.br.

O evento será transmitido ao vivo pelo site do seminário e pela TV NBR.

Fonte: Carta Maior

Congresso da Fepalc debate futuro do Jornalismo na América Latina


De 2 a 5 de novembro, em Santo Domingo, na República Dominicana, realizou-se o Congresso Regional 2010 da Federação dos Jornalistas da América Latina e Caribe (Fepalc). O tema central do evento, que contou com uma delegação de três representantes da FENAJ, foi o futuro do Jornalismo na região, particularmente quanto ao respeito aos direitos humanos. Paralelamente ao Congresso, houve a entrega do Prêmio FIJ para a Tolerância 2009, que teve dois brasileiros entre os agraciados.

Além de representantes de entidades sindicais de 13 países filiadas à Fepalc, o congresso da entidade contou com as participações do presidente e vice-presidente sênior da FIJ, Jim Boumelha e Younouss M'Jahed, respectivamente, e do presidente da Federação Africana de Jornalistas, Omar Faruk.

O Direito à Informação e à Liberdade de Expressão na América Latina e Caribe foi o foco central do evento tendo em vista que esta é uma das regiões do planeta onde mais se verificam atualmente agressões ao exercício da profissão, como ameaças e assassinatos de jornalistas, principalmente no México, Colômbia e Honduras. Em função disso, aprofundaram-se debates sobre o sistema Interamericano de direitos humanos, mecanismos de denúncias e medidas de proteção aos jornalistas. Uma das iniciativas da Fepalc será a realização de uma oficina específica sobre o tema no México, com a participação de delegações internacionais.

Debates sobre as condições de trabalho para que os jornalistas possam prestar informações de qualidade à sociedade também compuseram a pauta do Congresso Regional da Fepalc. “Firmou-se o entendimento de que não só as violações de direitos humanos por Estados autoritários, pelo narcotráfico e pelo crime organizado são prejudiciais às liberdades de imprensa e expressão”, conta Celso Schröder. “A postura patronal de desvalorização dos jornalistas também é prejudicial à liberdade de imprensa e questões trabalhistas não podem ser vistas apenas sob a ótica meramente laboral”, explica.

Além de atualizar os informes sobre a situação dos jornalistas em toda a região, o congresso em Santo Domingo discutiu e votou mudanças nos Estatutos da Fepalc com vistas a uma organização mais democrática da entidade. Uma das mudanças estatutárias foi a criação da Comissão de Gênero, que tem entre suas integrantes a brasileira Beth Costa. Outra foi a criação de uma Comissão de Projetos encarregada de articular parcerias e convênios internacionais. Definiu-se, também, criar uma Comissão Executiva com cinco membros para dar mais agilidade às ações da Fepalc e a definição de delegações proporcionais para os próximos congressos da entidade.

Houve, ainda, debates sobre a democratização da comunicação na América Latina e Caribe, com relatos de casos como os da Lei de Telecomunicações e Radiodifusão no Uruguai e da Lei de Serviços de Meios Audiovisuais na Argentina. Neste debate, o presidente da FENAJ e também presidente da Fepalc, Celso Schröder, relatou o processo da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) no Brasil e a grande expectativa dos jornalistas e movimentos sociais brasileiros quanto às evoluções no marco regulatório das comunicações no País.

Além de Schröder, a FENAJ esteve representada, também por seus diretores de Relações Institucionais e de Relações Internacionais, Beth Costa e Alcimir Carmo, respectivamente.

Prêmio FIJ para a Tolerância
No dia 4 de novembro, em Santo Domingo, os jornalistas George Cardim e Celso Cavalcanti, da Rádio Senado, foram agraciados com o Prêmio FIJ de Jornalismo para a Tolerância na América Latina 2009 na categoria Rádio. A matéria “Escravos da esperança: a saga dos bolivianos em São Paulo”, que abordou a vida de cerca de 200 mil bolivianos que vivem em São Paulo, que são explorados como mão-de-obra barata de empresários que não lhes garantem o que preconiza a legislação trabalhista brasileira. A mesma matéria foi laureada no ano passado com menção honrosa no 31º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

domingo, 7 de novembro de 2010

Mercado de orgânicos cresce 20% ao ano e já tem custo comparável ao da produção tradicional

Com crescimento de cerca de 20% ao ano, a produção de alimentos orgânicos vem ocupando um espaço cada vez maior no mercado. No País, o segmento está diretamente vinculado à agricultura familiar que, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), é responsável por 4,1 milhões de unidades produtivas e responde por 70% dos alimentos consumidos diariamente pelos brasileiros, representando 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o MDA, trabalham na agricultura familiar cerca de 12 milhões de brasileiros.

 O Diário Oficial da União publicou no último dia 27 de outubro três portarias com normas para a produção de cogumelos, sementes e mudas orgânicas e certificação de unidades comercializadoras, transportadoras ou armazenadoras. As portarias estão em consulta pública pelo prazo de 30 dias e contribuem para o desenvolvimento da produção orgânica no País e para aumentar a confiança do consumidor. Confiança esta que só aumenta ano a ano. O mercado é totalmente demandante, segundo o gerente de Agronegócios do Sebrae, Paulo Alvim. “Há uma demanda muito maior que oferta atualmente, estimulando a produção de orgânicos em todo o país.” Há 10 anos, segundo ele, o Sebrae começou um trabalho no segmento de orgânicos como forma de agregar valor aos produtos e abrir nichos de mercado na agricultura familiar. “Agora já não é mais um nicho, mas um segmento”, diz.
Alvim acredita que um dos fatores que motiva o crescimento do mercado é o aumento do preço dos insumos químicos nos últimos anos. De acordo com o gerente, a produção orgânica começa a ser rentável a partir da segunda ou terceira safra do produto, invertendo a lógica com o produto não-orgânico. “Na primeira colheita, o custo é maior porque a terra precisa de um período de descanso e adaptação. Depois, o preço do orgânico passa a competir com o produto tradicional. Isso é muito vantajoso.”
O pequeno produtor de orgânicos tem percebido também as vantagens do associativismo. “Já podemos notar em cidades médias as feiras de produtos orgânicos, onde atuam principalmente as associações.” Outro indicador da tendência de crescimento dos orgânicos no país é a presença cada vez maior do produto nas prateleiras dos supermercados.
Biofach
Outro espaço importante para os pequenos negócios divulgarem e comercializarem seus produtos é a BioFach América Latina – versão latino-americana da BioFach na Alemanha, maior feira de produtos orgânicos do mundo. A feira acontece de 3 a 5 de novembro, no Transamérica Expocenter, em São Paulo. Paralelamente acontece a Exposustentat, um evento voltado para a agroecologia e o desenvolvimento sustentável.
O Sebrae terá um estande de 200 metros quadrados voltado para os dois eventos, apoiando 33 produtores de 14 estados brasileiros. “Nosso objetivo é mostrar na feira que a agricultura orgânica está organizada e é capaz de abastecer o mercado interno brasileiro”, afirma Alvim. Por isso, todas as empresas participantes do estande coletivo têm produtos certificados adequados ao mercado.
Além disso, segundo ele, a Biofach América Latina é um preparatório para a participação das pequenas empresas na Biofach da Alemanha. São esperados na feira cerca de 9 mil visitantes, sendo quase 10% do exterior. Na edição de 2009, foram cerca de 8 mil visitantes, dos quais 40% representantes do varejo, atacado e comércio exterior.
Segundo a gestora do projeto pelo Sebrae, Newman Costa, a exposição inclui produtos como a laranja (AL), café (São Paulo e Bahia), mel (Piauí e Santa Catarina), sucos, geléias e vinhos (RS) e cajuína orgânica (Piauí).
Na Exposustentat, no estande do Sebrae, os visitantes encontrarão ainda roupas feitas com algodão colorido orgânico, artesanato em madeira de reflorestamento e a produção de peças de decoração com sementes naturais.
Abertura O mercado internacional será tema da palestra inaugural da Biofach Brasil. Entre os palestrantes, Nicolas Bertrand, responsável pelo projeto Organics Cluster in Rhone-Alpes, que falará sobre o mercado de produtos orgânicos na França.
De acordo com os organizadores, “o mercado francês para os alimentos e cosméticos orgânicos é um dos que mais crescem na Europa”. Em 2009, a fatia dos orgânicos na França subiu de 19% para 30% das vendas de alimentos e de cosméticos. Um bistrô de produtos orgânicos foi montado nesta edição da BioFach América Latina pelas chefs Luana Budel e Paula Labaki.
Além do Sebrae, outras empresas participam da feira, como a Cultivar Brazil, que lança seus biscoitos de arroz com algas e arroz com cúrcuma (um tipo de raiz), e bolos de cacau e laranja, sem glúten. Além disso, volta a apostar em sua paçoca de castanha de caju. A Coopernatural, do Rio Grande do Sul, lança sucos de laranja e de tangerina em garrafas de um litro, e um sabonete de própolis com 90,2% de componentes orgânicos. Um dos pioneiros no mercado de orgânicos no país, o Sítio do Moinho levará para a Biofach América Latina uma linha de farinhas italianas (que inclui desde a mais fina – Zero Zero – à de manitoba, com grande concentração de glúten), além de grãos e farinhas germinados Bio Sprout, de origem canadense, que potencializam a absorção de nutrientes pelo organismo. A empresa mostrará ainda sua tradicional linha de pães, além do Agave – adoçante natural feito a partir de um cactus do México.
Rodada de Negócios
O Encontro de Negócios Sustentáveis (ENS São Paulo), uma parceria entre Planeta Orgânico e Organics Brasil, levará um total de 11 supermercados e restaurantes de quatro estados para dois dias intensos de rodadas de negócios. O encontro será realizado durante a BioFach América Latina e somente os expositores poderão participar.
Compradores estarão presentes buscando produtos orgânicos e sustentáveis, entre alimentos e itens para higiene pessoal. Nomes como o Grupo Pão de Açúcar e a Rede Mundo Verde são compradores confirmados. As mesas também terão a participação de restaurantes e empresas de investimentos.Exposustentat Os estandes dos biomas brasileiros têm se destacado na ExpoSustentat. Nesta edição, participam da Praça da Sociobiodiversidade, na ExpoSustentat, 38 empreendimentos e redes de empreendimentos dos biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal, que têm o apoio do Sebrae. Ela congrega empreendimentos constituídos por povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares que utilizam os recursos da biodiversidade brasileira para sua viabilidade econômica e socioambiental.A Praça é uma estratégia do Plano Nacional da Sociobiodiversidade para a promoção comercial dos produtos da biodiversidade brasileira. A ação busca ampliar o espaço de divulgação dos biomas através da convergência de iniciativas realizadas em edições anteriores na ExpoSustentat, como as Salas Caatinga-Cerrado, Mercado Mata Atlântica e Andes-Amazônia, e da incoporação dos demais biomas que ainda não possuem redes de comercialização específicas.
Para Paulo Alvim, do Sebrae, a associação do produto ao bioma agrega valor e o diferencia no mercado. “Produtos como umbu, pequi e açaí, quando associados às regiões de origem, têm mais valor comercial.”
Por Beth Matias, Agência Sebrae de Notícias.

Mensagem aos jovens jornalistas

Encontrei o discurso de paraninfo do jornalista Carlos Chagas a formandos de Jornalismo da UnB no site Tribuna de Imprensa, do Hélio Fernandes. Me encantou o texto. Deve ter emocionado os novos colegas. Merece ser lido com cuidado por todos que passarem o olho neste blog:

Carlos Chagas

Existem momentos, raros, na vida de todos nós, em que o tempo  parece interromper-se.O que era, deixou de ser. O que será, ainda não é. O passado terminou e o futuro  não começou. O presente, assim, adquire as características do eterno. As formaturas exprimem esses momentos. Ao entrar neste auditório, vocês deixaram de ser alunos da UnB. Quando saírem, depois de diplomados, serão jornalistas, publicitários, cineastas – enfim, comunicadores sociais.



Importa, então, aproveitar estes instantes eternos para, pela última vez,  em conjunto, praticarmos aquilo que alunos e professor praticaram nos últimos anos.
Vamos continuar questionando. Vamos cultivar a dúvida. Vamos erodir as teorias.  Vamos contestar os mitos. Vamos  implodir os modelos. Vamos desfazer verdades absolutas. Porque esta é a função primeira do jornalismo: opor os fatos às ilusões.
No exercício de nossa profissão, do princípio ao fim,  nosso trabalho deve ser pautado pela realidade. É ela o deus que devemos adorar. As ilusões, as verdades absolutas, os modelos, os mitos e as  teorias, são o demônio que precisamos  exorcizar.
Comecemos pelo nosso próprio mundo, a universidade. Ao contrário do que muitos pretendem,  a universidade não é uma simples matriz produtora de mão de obra para a sociedade. Jamais, apesar  das tentativas, a universidade será reduzida a um forno produtor de pão para o banquete das elites.
É claro que vocês se prepararam para trabalhar nos jornais, nas revistas, no rádio, na televisão, nas agências de notícias e nas assessorias de imprensa. Vocês estão preparados para ingressar nesse estranho universo cibernético de sites, blogs, e-mails, portais e equivalentes.
No entanto, muito mais do que preparados para ganhar salários nessa variada gama de atividades e de serviços, vocês estão preparados para questioná-los. Vocês estão em condições de renová-los, reformá-los e até, se preciso for, de revolucioná-los.
Porque uma universidade não é uma instituição destinada a servir aos detentores do poder, seja esse poder político, econômico, sindical, esportivo, artístico ou cultural. Uma universidade existe para contestar o  mundo á sua volta. Até para rejeitá-lo, repeli-lo e modificá-lo.
Uma universidade também existe para revolver as entranhas do mundo situado dentro de nós  mesmos. Significa, uma universidade, um centro permanente de não aceitação de postulados, programas, doutrinas e ideologias de qualquer espécie. Somos,  por isso, uma fonte inesgotável de resistência ao que acontece à nossa volta. Um arquipélago de divergências em  meio a um oceano de dúvidas.
Será preciso, assim, humildade para compartilharmos essa última trincheira de resistência, esse derradeiro refúgio da liberdade. No ano de 1900, na Sorbonne, o mais famoso dos  catedráticos de Física, o professor Lipmann, iniciava sua aula inaugural dizendo-se com dó de seus alunos. Com pena deles porque haviam decidido estudar Física. Porque a Física, dizia o  catedrático, já estava pronta, acabada, definida e empacotada. Nada  mais  haveria a descobrir e a pesquisar.
Pobre professor Lipmann, que para sorte dele morreu antes de saber da existência de Einstein e da teoria da relatividade, da Física Quântica e de quanta fascinação veio e continuará a vir.
Não é a oportunidade, agora, mas não resisto à tentação de questionar a mais nova  das verdades absolutas, o  mais cruel dos  mitos  de nosso tempo,  a chamada  globalização.
Para uns tantos  ingênuos e outro tanto de malandros, globalização significa o fim da história. Depois da globalização não existe mais  nada.
Argumentam esses patetas a prevalência absoluta do capitalismo, só porque o dinheiro consegue circular de um extremo a outro do planeta em questão de segundos, num digitar de teclas. Fosse assim e globalizado estava o mundo quando o primeiro troglodita conseguiu dominar o fogo e  fez com que  sua aldeia se comunicasse com as outras através de sinais de fumaça, não mais pelos decibéis de sua garganta.
Mas globalizado o mundo não ficou quando  nossos  ancestrais aprenderam a utilizar o jumento como  meio de transporte? Ou quando os navegadores descobriram o caminho das Índias, levando madeira da Espanha para o extremo oriente e de lá trazendo especiarias?
Ou globalizados  não  se sentiram nossos avós quando da invenção do telégrafo? Quem garante que daqui a 50 anos nossos netos  não rirão de nossas pretensões globalizantes porque eles, sim, estarão globalizados,  trazendo  água de Vênus e minério de Marte?
Mas com  certeza os  netos dos nossos netos rirão deles, porque globalizados aí sim estarão, ao buscar o elixir da longa vida em Andrômeda e cérebros descartáveis na Ursa Maior.
Já me alongo. Ainda uma referência à universidade, que nos diz respeito diretamente.  Outro mito a destruir. Volta e meia ressurge a campanha contra esse canudo que vocês receberão dentro em pouco. A campanha contra  o diploma de jornalista, porque, dizem, o dom de escrever nasce com o indivíduo, não se adquire na universidade.
É a mesma coisa do que permitir ao “seu” Manoel, do açougue aqui na esquina, um craque na arte de cortar carne, de tirar costelas e filés, que ele troque o avental pelo jaleco, entre no hospital e vá operar alguém de apendicite. Ou  imaginar que o camelô da rodoviária, um mestre na palavra, que vende tudo o que apresenta em sua bancada, vista a beca e vá defender uma causa no Supremo Tribunal.
O dom de escrever faz o escritor, e o escritor não está proibido de escrever nos  jornais. Apenas o fará como colaborador, não como jornalista. Porque o jornalista não é  nem  melhor  nem pior do que o escritor. Apenas, é  diferente.
Além de saber escrever, para exercer a profissão o jornalista necessita saber editar, diagramar, selecionar,  diferenciar estilos e conhecer o  mundo à sua volta, até para questioná-lo. Precisa, o jornalista, de conhecimentos ordenados de história, geografia, sociologia,  ética e filosofia, entre outros.
As  escolas de jornalismo apresentam falhas e deficiências? Que sejam modificadas, aprimoradas,   melhor   elaboradas. Jamais extintas. Se estão formando mais professores de jornalismo do que jornalistas,  que se modifiquem seus currículos, mas retirar o sofá da sala para acabar com o adultério, como na  velha piada, trata-se de um velhaco raciocínio.
O diploma é essencial, expresso  pelo que vocês representam aqui,  nesta noite: vocês formam um conjunto forjado nos bancos universitários, um conjunto capaz  de lutar pela melhoria de seus padrões de vida, tanto quanto pela liberdade da notícia e pela verdade  da informação.
É isso que incomoda muita gente. Chegou a hora de dizer adeus. Mesmo aposentado,  é nesta casa que me abrigo, é para esta casa que volto  nos  momentos permanentes de dúvida. Afirmo o oposto do que afirmava o professor Lipmann. Porque eu invejo vocês.
Vocês enfrentarão desafios e realizarão mudanças muito maiores do que aquelas que tentei realizar e enfrentar. Não deixo mensagem alguma. Nos anos em que convivemos, espero haver demonstrado que, como vocês, fui e continuo sendo uma fonte permanente de dúvidas.
Ficam apenas algumas exortações: Rebelem-se contra o preconceito dos que pretendem resumir a vida a um sistema, qualquer que seja esse sistema. Insurjam-se diante de doutrinas, ideologias ou modelos que apregoam dispor de respostas para todas as perguntas. Sacudam a poeira da intolerância dos que apresentam o ser humano como mero conjunto químico dotado de inteligência.
Releguem ao lixo da história a afirmação oposta, de que precisamos nos  conformar com a injustiça, a fome,  a miséria e o sofrimento para recebermos a recompensa na outra vida. Levantem-se contra a teoria das ditaduras tanto quanto contra a ditadura das teorias.
Cultivem o senso grave da ordem e o anseio irresistível da liberdade. Creiam, acima de tudo, no poder da razão, porque da razão nasce a liberdade, da liberdade a justiça, da justiça o bem comum, e do bem comum o amor.
O amor,  a derradeira oferta do indivíduo à sociedade. E de um professor aos seus alunos.

FENAJ e Fitert entram com ação para regulamentar comunicação

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e a Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão (Fitert) ingressaram com Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (Adin) junto ao Supremo Tribunal Federal questionando a omissão do Congresso Nacional na regulamentação dos artigos da Constituição Federal que dispõem sobre a Comunicação Social. Encaminhada pelos advogados Fábio Konder Comparato e Georghio Alessandro Tomelin, a Adin pretende, também, a regulamentação do direito de resposta.
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, as entidades sustentam que, com a revogação da Lei de Imprensa pelo STF, a regulamentação do direito de resposta – constante do artigo 5º, inciso V, da Constituição – ficou prejudicada, deixando de existir um parâmetro legal para que os tribunais possam decidir-se, quando e como tal direito fundamental é efetivamente aplicado.
As entidades pedem que o STF “declare a omissão inconstitucional do Congresso Nacional em legislar sobre as matérias constantes dos artigos 5°, inciso V; 220, § 3º, II; 220, § 5°; 211; 222, § 3º, todos da Constituição Federal, dando ciência dessa decisão àquele órgão do Poder Legislativo, a fim de que seja providenciada, em regime de urgência, na forma do disposto nos arts. 152 e seguintes da Câmara dos Deputados e nos arts. 336 e seguintes do Senado Federal, a devida legislação sobre o assunto”.
Segundo o presidente da FENAJ, Celso Schröder, a Adin tem o objetivo de provocar o Judiciário, o Congresso Nacional e a sociedade para o debate e regulamentação de dispositivos constitucionais sobre a comunicação. “Na Constituinte de 1988, os legisladores deixaram clara a necessidade de regulamentar e avançar na democratização da comunicação no Brasil, mas passados mais de 20 anos o Congresso Nacional protela essa regulamentação”, reclama.

Paul, sem Lennon, não dá


Quanto mais falam do Paul McCartney - que se apresenta hoje no Beira-Rio, em Porto Alegre -  mais lembro do  John Lennon e da falta imensa que ele faz. 
Político, pacifista, libertário, encantador em suas melodias, amante de Yoko, etc... Não, obrigado, não verei o Paul. Sem Lennon, Ringo e George, não dá. Em tempo: respeito posições contrárias.

Carta aberta a Soninha Francine

Reproduzo, pela relevância do tema abordado e pelo texto elegante, artigo do jornalista Ivan Trindade, publicado no blog "Falando sozinho":

Cara Soninha,

Não nos conhecemos. Acompanhei sua carreira pela televisão, desde os tempos de MTV.
Sempre gostei de você, da sua imagem pública, do jeito como você se meteu no futebol, sem medo de entrar em um campo quase que totalmente dos homens.
Fiquei do seu lado quando você foi crucificada pela mídia retrógrada ao assumir que fumava maconha e que já tinha feito um aborto. Solidarizei-me quando você foi demitida da TV Cultura tucana por esses mesmos “crimes”.
Mesmo longe, morando em Porto Alegre e depois no Rio, fiquei sabendo do início da sua carreira política, das suas idéias progressistas quanto ao meio ambiente, e sua luta por um trânsito mais civilizado e humano em São Paulo. Quando você saiu do PT, achei normal, afinal a luta progressista pode ser feita em ouros espaços e ninguém é obrigado a ser petista, mas não esperava o que estava por vir.
Quando me mudei para São Paulo, em janeiro de 2008, pensei que agora poderia votar em você, mas um descuido me fez perder a data para mudar o domicílio eleitoral, mas te apoiei no primeiro turno da eleição para prefeita.
O primeiro estranhamento veio logo no segundo turno, quando vi você apoiar Gilberto Kassab. Sei que recém saída do PT seria difícil apoiar Marta, mas porque não ficar neutra?O segundo estranhamento veio quando você aceitou ser sub-prefeita da Lapa na administração do mesmo Kassab. Fiquei pensando se o apoio não tinha sido na verdade a sua parte no trato com o Demo? Será que foi? Mesmo assim, continuei seu fã. Continuei achando que você representava um conjunto de idéias interessantes para a discussão política no país.
Mas aí, veio 2010, e não tive mais como te apoiar.
Não lembro o dia exato em que aconteceu, mas lembro muito bem da reação que tive ao ler a notícia de que você apoiaria José Serra para presidente. E não apenas isso, faria parte da campanha. Ok, José Serra não é o demônio e apesar de não votar nele de forma alguma, reconheço que é um nome importante na política nacional. Nada demais em apoiar José Serra, claro.
Porém, você mesmo sentiu que o apoio era difícil de digerir e foi obrigada a publicar uma justificativa no seu blog.
Mas aí veio a campanha e o José Serra que conhecíamos sumiu. No seu lugar, apareceu um beato raivoso, um mentiroso patológico e uma aproveitador baixo.
Serra jogou sua biografia no lixo e você aproveitou para jogar a sua também.
Desde o início, os panfletos apócrifos, a aliança com o que há de pior na igreja católica, nas igrejas evangélicas e na grande mídia. O que já começou mal, só piorou, com boatos diários atacando a imagem da adversária. Se negavam autoria do jogo sujo, a campanha oficial e o próprio candidato em momento algum desautorizaram a campanha subterrânea mais suja da história da democracia brasileira. E você no centro disso tudo.
Lembra do episódio do metrô, quando sem prova alguma você insinuou uma sabotagem petista?
Teve também a propaganda em que aparecia o Zé Dirceu chamando a Dilma de “Minha companheira de armas”. Que feio tentarem criminalizar os bravos brasileiros que lutaram contra a ditadura, um deles o próprio José Serra. Mas vocês acharam que isso daria votos. No final, conseguiram dividir o país e criar um clima de ódio como nunca antes se havia visto.
Exploraram também a questão do aborto com a própria esposa do candidato Serra chamando a adversária de “matadora de criancinhas”. Então, como milagre, os apoiadores de Serra colocaram fotos de bebês como avatar no Twitter e no Facebook. A quem serve isso? É com esse debate político que vocês queriam propor uma alternativa para o país? O que dizer então da hipocrisia quando foi revelado que a própria Mônica Serra havia feito um aborto?
É claro que houve erros do lado da campanha da Dilma e dos seus apoiadores, inclusive dos “blogs sujos”, assim apelidados pelo Serra. Não serve a ninguém chamar Serra de vampiro (o que eu fiz também e peço desculpas), de fujão e de qualquer outra coisa, mas você há de convir que há uma grande diferença entre usar apelidos maldosos e distribuir milhões de panfletos chamando Dilma de terrorista assassina. Muitos desses panfletos produzidos em uma gráfica de propriedade da esposa de um tucano envolvido na campanha.
Outro bom fator de comparação entre as duas campanhas foi o programa de TV. No de Serra, ataques, disseminação de preconceitos e tentativa de desclassificação da Dilma, além de propostas vazias e eleitoreiras. No programa de Dilma, prestação de contas dos feitos do governo Lula e compromissos concretos baseados na experiência de quem governa o país com sucesso há oito anos, com 83% de aprovação. Até acho que você pode não ter tido nada a ver com os programas de TV, mas concordou com a exploração do tema do aborto, por exemplo.
Já no primeiro turno, ficou claro que o povo não aprovava tal estratégia e se não fosse o fator Marina, vocês já teriam sido derrotados. A campanha do Serra, porém, não fez essa leitura e resolveu insistir no debate político mais baixo possível.
Não só mantiveram, como aprofundaram a tentativa de enganar a população. Com a ajuda da Rede Globo, forjaram um ataque ao candidato por petistas raivosos em Campo Grande. Uma bolinha de papel virou um objeto de dois quilos, mas que milagrosamente não deixou nenhuma marca ao atingir em cheio a cabeça do candidato. Logo o ridículo foi exposto e Serra virou hit no Twitter. Nesse dia fui ver o que você estava escrevendo no microblog e descobri que o humor tinha sumido da sua vida. Você bradava que o PT sempre fazia isso. Tinha comprado a tese do ataque fajuto.
Veio a eleição e o povo deu o seu recado. Mais 4 anos para o projeto que vem transformando o Brasil desde 2003. Terceira derrota seguida para o partido que quase jogou o Brasil na bancarrota, mesmo vendendo várias partes do patrimônio nacional. E principalmente derrota para o candidato que escolheu o ódio, a divisão, a mentira, a raiva.
Na segunda-feira, dia 1º de novembro, assisti a um vídeo na internet. Era um debate entre você e o prefeito petista de Osasco (obrigado pelas correções). Tenho que te dizer que me assustei. A Soninha que eu estava acostumado a ver na ESPN BR e antes disso na MTV, sempre leve e com um cacoete de rir enquanto falava havia sumido. No lugar, vi uma mulher raivosa, exasperada, desesperada mesmo com a derrota acachapante que havia sofrido (digamos que 12 milhões de votos de diferença é uma derrota acachapante). Vi uma mulher tentando transferir para os adversários tudo aquilo que ela mesma fez durante a campanha. Todas as mentiras, as agressões e as estratégias subterrâneas que mancharam a democracia brasileira.
Hoje me pergunto se vou voltar a ver a Soninha que estava acostumado a ver na TV ou se aquela jornalista séria e progressista deu lugar definitivamente a uma agente política raivosa que usa o que há de pior no mundo da comunicação para tentar eleger seu candidato? Fica a pergunta.

Abraços, Ivan Trindade