terça-feira, 7 de setembro de 2010

Dilma ignora Serra


"Eu não comento o candidato José Serra. Ele resolveu baixar o nível, deixa ele com o baixo nível dele. Tem gente que torce contra o Brasil, tem gente que acha que sempre quanto pior melhor, tem gente que passou o governo inteiro do presidente Lula torcendo para que o Brasil desse errado", disse a candidata petista, Dilma Rousseff, durante coletiva concedida à imprensa em Brasília.

Foto: Ricardo Stuckert/divulgação

Tracking Vox Populi/Band/iG: Dilma 56%, Serra 21%

Cientistas políticos afirmam que o caso da violação de sigilo da filha de José Serra (PSDB) não alterou a escolha do eleitor

No sétimo dia das medições do tracking Vox Populi/Band/iG para a eleição presidencial, a petista Dilma Rousseff obteve 56% e o tucano José Serra 21% das intenções de voto. Em relação ao primeiro dia da medição, no dia 1 º de setembro, a petista oscilou positivamente cinco pontos percentuais. O candidato tucano teve oscilação negativa de quatro pontos percentuais. A margem de erro é de 2,2 pontos. No dia 1º de setembro, Dilma tinha 51% e Serra 25%.
A candidata Marina Silva (PV), terceira colocada, manteve-se com 8% das intenções de voto. Brancos e nulos são 4%, indecisos somam 10%, mesmo índice do levantamento do dia anterior, e os outros candidatos têm 1%.
A pesquisa, publicada diariamente pelo iG, ouve novos 500 eleitores a cada dia. A amostra é totalmente renovada a cada quatro dias, quando são totalizados 2.000 entrevistados.
Na pesquisa espontânea, quando o nome do candidato não é apresentado ao entrevistado, Dilma oscilou positivamente um ponto e tem 45%, Serra por sua vez oscilou negativamente e marca 16%, um ponto a menos que na sondagem anterior. Marina Silva manteve-se com 6%.
A petista apresentou melhora de três pontos da região Sudeste, onde tem 49%. Serra oscilou negativamente três pontos, para 22%. Na região Centro-Oeste/Norte, Dilma passou de 55% para 54%, enquanto Serra ficou estável em 25%. Na região Sul, Dilma oscilou de 53% para 51% e Serra, de 25% para 24%. No Nordeste, Dilma passou de 71% para 70% e Serra, de 15% para 16%.

Violação de sigilo não mudou escolha

De acordo com cientistas políticos ouvidos pelo iG, o movimento apresentado pelo tracking evidencia que a violação do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB e de Verônica Allende Serra, filha do presidenciável tucano, não interferiu na escolha do eleitor. “A Dilma ficou uma semana sob fogo cruzado, mas a crise (da quebra do sigilo) não colou na campanha”, afirma Marco Antônio Carvalho Teixeira, cientista político e pesquisador da PUC-SP e da Fundação Getúlio Vargas.
Para Murilo de Aragão, cientista político e presidente da Arko Advice Consultoria, “a maioria esmagadora dos eleitores já optou pela candidata do Lula e o episódio do sigilo, em que pese a gravidade do assunto, não teve repercussão para o eleitorado”. Segundo Aragão, os eleitores tendem a enxergar o mundo político como uma realidade à parte. E, por isso, o escândalo da violação do sigilo está distante do eleitorado.
“A tendência das eleições está dada”, afirmou o presidente da Arko Advice. Ele diz que desde o ano passado já esperava uma vitória da candidata petista no primeiro turno, mas a grande surpresa no processo eleitoral “é a tamanha vantagem da Dilma”. Com relação ao candidato tucano, Aragão vaticina: “Serra está perdido. Hoje ele é um passageiro da campanha”.
Ainda em relação ao escândalo do sigilo, Teixeira diz que “Serra deu um tiro no pé” ao atribuir a Dilma a quebra do sigilo e, logo no início, pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a impugnação da candidatura petista. “Ao negar o pedido, o TSE sinalizou que o problema pode ser do PT, mas não é da campanha da Dilma”, diz o cientista político. Segundo ele, os tucanos também caíram em uma saia justa com as denúncias, no Rio Grande do Sul, de que um sargento que atuava na Casa Militar responsável pela segurança da governadora Yeda Crusius (PSDB) teria acessado dados confidenciais do candidato Tarso Genro (PT).
Murilo de Aragão também busca no passado uma explicação. “A derrota de Serra começou a ser escrita oito anos atrás”. De acordo com ele, o PSDB não traçou uma estratégia para voltar ao poder. “O PSDB se organizou apenas em torno do prestígio dos seus cardeais e não soube explorar as falhas do governo Lula”, afirma. Segundo ele, as únicas ocasiões em que os tucanos tiveram alguma chance de ganhar eleições aconteceram em “episódios fortuitos”, como o mensalão.
O presidente da Arko Advice faz uma analogia para ilustrar em que situação está a disputa eleitoral. “Imagine uma luta de boxe. A Dilma está vencendo por seis a três e falta apenas um último assalto para terminar o embate. O que ela tem que fazer é evitar o choque. E o Serra só pode vencer por nocaute”.

Fonte: IG

Adeus, Jornal do Brasil...

A foto de Márcia Foletto seria mais uma retratando uma banca de jornais. Não é. Significa a morte de um dos mais importantes jornais do Brasil. E fim do emprego para centenas de jornalistas, gráficos e todos os empregados que gravitam em torno de uma redação. Momento triste para o jornalismo. Esta foi a última edição impressa do Jornal do Brasil, centenário veículo carioca que marcou época.

Tarso: cultura para o Rio Grande do Sul crescer




Os gaúchos são sua cultura. Poucos povos no Brasil têm o sentimento tão forte deste dado fundamental de sua vida coletiva. Somos conhecidos no País afora tanto pela força de nossos símbolos, por nossa história coletiva, quanto pela solidez da formação dos artistas gaúchos – em suas expressões individuais ou não – e a intensidade de nosso ativismo cultural. Ao longo dos anos, consolidaram-se no Rio Grande eventos com história e impactos em praticamente todas as linguagens. Por aí vão décadas de festivais nativistas, da Feira do Livro de Porto Alegre, da Jornada de Literatura de Passo Fundo, da Bienal do Mercosul, do Porto Alegre em Cena, do Festival de Cinema de Gramado. Entre diversos outros, estes eventos são hoje processos que desencadeiam desenvolvimento turístico, educacional, econômico, cidadão e, claro, estético.
Um enorme número de gaúchos são artistas e intelectuais reconhecidos em suas áreas. Homens e mulheres cuja força criativa produz comoção, riso, reconhecimentos, percepções e afeições com seu trabalho dentro e fora do Rio Grande do Sul. Isso numa ponta, naquela que já está de certa forma inserida no mercado ou na academia, e que consegue viver de seu talento criativo, muitas vezes a duras penas, principalmente neste início de milênio, em que transformações radicais ocorrem nas indústrias culturais tradicionais (da música, do livro, do cinema etc). Artistas cuja enorme produção merece um reconhecimento à altura por parte do Estado do Rio Grande do Sul, por meio de políticas que facilitem a circulação de seu trabalho no mercado gaúcho e ampliem a presença de sua produção no Brasil e no Exterior. A cultura é direito de todos, mas este direito só se completa realmente com a valorização dos artistas. E o Rio Grande do Sul precisa retribuir, com uma política cultural abrangente, a seus talentos o que estes fazem pelo Rio Grande.
Este é um problema numa ponta, mas também na outra, onde um sem-número de criadores ainda sem inserção de sua produção amarga a falta total de apoio a projetos, a falta de formação na área da cultura, a inexistência de um programa de intercâmbio cultural e possibilidades de mostrar sua produção a públicos maiores. E há milhares deles no Estado. Em cada uma dessas quase 500 cidades do Rio Grande do Sul, existem corais, bandas, escritores, artistas plásticos, atores e atrizes, que, sem apoio, muitas vezes desistem do caminho das artes para encaixarem-se em um lugar “produtivo” na periferia de nosso capitalismo.
E há ainda os milhões de jovens a quem muitas vezes sequer é dada a oportunidade de saber o que é o mundo das artes. O Estado, que desde a constituição de 1988 deveria garantir-lhes seus direitos culturais, não lhes oferece sequer o acesso a bens e serviços dessa natureza, quanto mais o mínimo contato com a técnica em oficinas e cursos iniciais. Corta-se, no começo da vida intelectual e criativa desses meninos e meninas, a possibilidade de, se não de se tornarem artistas, pelo menos de participarem com mais qualidade do mundo da fruição simbólica. Entregues em massa ao deus-dará do mercado e dos conglomerados de entretenimento, viram peças de consumo de superficialidades espetacularizadas, sem qualquer balanceamento de alguma esfera crítica, a qual um Estado republicano deveria sempre ter como objetivo desenvolver.
Ocorre que, ao contrário do que aconteceu no Brasil, o Rio Grande do Sul ainda não entrou no paradigma da política cultural e, por isso, não desenvolveu os instrumentos necessários para dar conta da produção e do acesso do povo gaúcho a ela. E o fato crucial é que a falta de política cultural decorre, na verdade, de uma visão inadequada de cultura, que a vê como eventual, como a cereja do bolo, e não com suas potencialidades de rebatimentos econômicos, sociais e criativos. Os minguados orçamentos para a Cultura refletem a importância que o atual governo dá para ela. Assim, exime-se de fazer política cultural com uma isenção fiscal utilizada na verdade como isenção do papel do Estado na Cultura. Não aproveitar o que de mais rico um povo pode ter, sua criatividade e sensibilidade, é desperdiçar a chance de se ter o Rio Grande do Sul realmente como um “Estado criativo”, como acontece hoje em diversas partes do mundo, entre cidades, estados e países que colocam este “ativo” que possuem como fator importante de seu desenvolvimento, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, mas também no Canadá e em outras nações do Globo.
Com a falta de política cultural, há o desperdício das muitas chances de um desenvolvimento do Rio Grande do Sul com mais impacto ético, estético, social e individual, dimensões amplamente desenvolvidas pelas artes. No mundo contemporâneo, esse poder inventivo de que a arte se origina e alimenta é percebido tanto pela sua importância para a qualificação dos ambientes sociais quanto como elemento gerador de uma economia que hoje, no mundo, soma cerca de 7% do PIB e, no Brasil, chega bem perto disso. O Rio Grande do Sul tem a energia criativa para esta transformação de seu perfil. O que falta é circulação. Faltam fomento e incentivo. Falta ação do Estado. Inclusive para chegar a outros setores da cultura, para descobrir novos talentos, fomentar circuitos e eventos e estimular linguagens novas.
Abafando esta potencialidade, o que há hoje é um enorme vazio do papel do Estado no setor. O fato indiscutível não é apenas que não existe planejamento da área da cultura pelo Estado, que sua Secretaria finalística está desestruturada, que o financiamento é nulo, mas a própria ideia de cultura está ultrapassada, principalmente se compararmos com o que aconteceu no Brasil do governo Lula, nos últimos sete anos e meio. Um país que vem implantando e modernizando bibliotecas em todo o seu território; que investe no poder do crescimento da dimensão do simbólico das populações com seus Pontos de Cultura; que avança em direção ao interior de seus rincões com ações nas mais diversas áreas, via editais públicos que descentralizam de maneira republicana o acesso aos recursos; que amplia de R$ 359 milhões (0,2% da receita do país) para R$ 2,2 bilhões (0,7%) em 2010, o maior orçamento da história brasileira para a cultura; que faz os benefícios da Lei Rouanet chegar pela primeira vez às suas regiões mais distantes; que estrutura uma rede de museus de Norte a Sul…
Enfim, o Brasil mudou desde 2003. E mudou estruturalmente em se tratando de políticas culturais. Ultrapassamos diversos paradigmas de lá para cá. O primeiro é o redutor paradigma da Identidade (herdeiro do positivismo, do nacionalismo e do militarismo), pelo paradigma da Diversidade Cultural. Com a ratificação, em 2007, pelo Congresso Nacional, da Convenção da Unesco pela Promoção e Proteção da Diversidade Cultural, o Brasil disse ao mundo que a identidade de seu povo não é uma cultura homogênea, mas um rico conjunto de diversidades.
O Rio Grande do Sul, estado diverso que é, de cultura híbrida, de fronteira, também precisa compreender-se a partir do atual paradigma e dar visibilidade, por meio de políticas públicas, às diferenças internas e externas de sua cultura. Para isso, precisa desenvolver ações que promovam todas as identidades do Rio Grande do Sul (gaúcho do pampa, imigrante europeu da Alemanha, Rússia, Itália etc, rural, urbano, suburbano, negro, índio, serrano, litorâneo, missioneiro – diverso), com editais adequados a cada um desses e de outros segmentos.
O segundo paradigma ultrapassado pelo governo Lula é o da cultura como artigo supérfluo, ornamental ou ostentatório de uma sociedade. Agora, reconhece-se o conjunto simbólico gerado pela cultura como importante fator de qualificação do ambiente social, do desenvolvimento coletivo e individual, gerador de oportunidades, ao ampliar repertórios, de emprego e de renda. Diferentemente tanto das políticas tradicionais verticalistas quanto das horizontalistas, baseadas na ampliação do acesso, mas muitas vezes não no desenvolvimento das linguagens. No governo Lula, a cultura está sendo desenvolvida de maneira sistêmica em três dimensões: como direito de cidadania, como valor simbólico e como economia.
Também no Rio Grande do Sul, a cultura precisa passar a ser vista não apenas como entretenimento ou distinção (de massas ou das elites), mas como “coisa séria”, com rebatimentos na dimensão cidadã, no valor criativo, compondo uma contemporânea estratégia de desenvolvimento. É essa estratégia de desenvolvimento que a candidatura Tarso Genro representa no Rio Grande do Sul e que Dilma Roussef dará continuidade em todo o nosso País. Tarso é realmente comprometido com a Cultura. Quando foi prefeito de Porto Alegre, em 1993, criou o primeiro edital de fomento à cultura sem renúncia fiscal do Brasil, o Fumproarte. Também criou o Mercocidades, em 1995, promovendo a articulação de Porto Alegre com as outras cidades do Mercosul. São dessa época os projetos de intercâmbio Porto Alegre em Buenos Aires e o Porto Alegre em Montevidéu, por exemplo. Com a descentralização da cultura, implementou dezenas de oficinas nos bairros da cidade, promovendo a milhares de crianças, jovens e adultos um contato ativo com o mundo da arte. E foi com Tarso que se realizou em Porto Alegre a primeira Conferência Municipal de Cultura do Brasil.
Como ministro da Educação, Tarso deu importantes contribuições à Cultura, exatamente porque tem noção exata da importância da cultura para a educação. Como educação sem cultura é ensino, ativou uma série de programas entre MEC e MinC nesta intersecção; revolucionou o país com o Pró-Universidade (Prouni) e promoveu uma virada cultural no País ao estabelecer um sistema de cotas para a população negra chegar à universidade. Como ministro da Justiça, criou o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), em cuja base está uma série de ações culturais. Nos Territórios da Paz, as armas são os Pontos de Leitura, as bibliotecas modernizadas, as oficinas culturais, os estúdios comunitários e os agentes de leitura. Isso porque segurança sem cultura é repressão.
Tarso, que muito já fez pela Cultura no Rio Grande e no País, sabe que, para desenvolver a cultura no ritmo do Brasil, o Rio Grande do Sul precisa atualizar sua ideia de cultura, a partir dos fatores que foram fundamentais para o crescimento da importância da área na agenda política nacional. Pela primeira vez na história brasileira, a cultura passa a compor o conjunto de políticas sociais do País. E é o que queremos ver acontecer também no Rio Grande do Sul, com um governo que a reconheça não apenas como bom negócio para as empresas privadas via isenção de impostos. É preciso política cultural para sair de vez da ideia de que cultura é o residual, o ornamental, o elemento de distinção, o supérfluo, e não o necessário.
Com Tarso Genro, o Estado compreenderá a cultura como um elemento central de desenvolvimento e trabalhará ampliando o orçamento da Sedac. O governo atualizará a institucionalidade da cultura, com a reforma da Sedac, diversificando as fontes de financiamento (com parcerias nacionais e internacionais), mediante planejamento a longo prazo, com um Plano Estadual de Cultura, diálogo, articulação e formulação de políticas por meio de Colegiados Setoriais em todas as áreas, criação de um Sistema Estadual de Cultura que dialogue permanentemente com os municípios de todas as regiões do Estado, mas também com o restante do País e do mundo, rompendo o atual isolamento cultural do Rio Grande.
Há uma revolução cultural acontecendo no Brasil e, nela, o Rio Grande não está contribuindo à altura de sua importância. Na contramão do Rio Grande atual, o Brasil do governo Lula está implantando milhares de pontos de cultura, uma geração mais nova dos equipamentos culturais que avançam no sentido do poder do crescimento da dimensão do simbólico dos indivíduos e da democratização, muito mais que as casas de cultura ou os centros culturais estatais, ou os espaços culturais, privados, importantes, mas insuficientes. Infelizmente, dos mais de quatro mil pontos de cultura espalhados pelo País, apenas 50 ficam no Rio Grande do Sul. E isso só aconteceu porque municípios gaúchos romperam o isolamento e partiram eles próprios para o convênio direto com o governo federal. Mas está na hora de mudar esta história. Até o fim do governo Tarso, o Rio Grande terá…
500 pontos de cultura, de leitura, pontinhos de cultura, pontos de memória e Cine Mais Cultura.
500 bibliotecas públicas modernizadas em todo o Estado, transformando-as em centros culturais.
500 projetos em todas as cidades do Estado, entre Teatro na Escola, Música na Escola, Autor Presente, Cinema na Escola, Cultura na Escola.
E é por isso que nós, artistas, profissionais das artes, produtores culturais, intelectuais, ativistas, trabalhadores da cultura e da promoção ao acesso a bens e serviços culturais…
… Queremos Tarso Genro governador do Rio Grande. E Dilma Roussef, presidente do Brasil!

E assim era FHC...

Neste cartum do Bessinha, lembramos que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, idolatrado pela mídia, cometia alguns desatinos. E era sempre perdoado pelos jornalões e pela rede Globo. Imaginem como eles se comportam quando Lula se excede ou ataca o vernáculo. Não perdoam.

O jornalista precisa apurar os fatos

Infelizmente, a lição não foi aprendida. A mando dos donos, jornalistas dos grande veículos de comunicação estão jogando nas páginas dos jornais, nas telas das televisões, nas ondas do rádio e na internet informações sem qualquer apuração. Na ânsia de mudar o rumo da eleição a favor do candidato empresarial - seja para presidência, seja para governador - transformam o jornalismo em mero reprodutor de denúncias vazias, desprovidas de confirmação.
Onde está o velho mandamento do jornalismo de que os fatos têm que ser apurados?
Onde está a antiga lição de que todos os ladas de uma infomação devem ser ouvidos?
Em muitos casos, isso tem sido esquecido em nome de candidaturas preferidas da grande mídia. Por ser jornalista e amar esta profissão, espero que os colegas não saiam desta eleição manchados pela falta de ética, de moral e de honra. Que mantenham a espinha ereta, sem a dobrar a mando de seus patrões. Ainda há tempo. 

O povo brasileiro derrota a mídia

Reproduzo artigo do sociólogo Emir Sader, publicado em seu blog no site Carta Maior, pela qualidade da análise feita. Concordo plenamente com ele.


Massacrado pelos monopólios da velha mídia, desinformado sobre o país, vitima das mentiras reiteradas da oposição midiática, o povo brasileiro demonstra nestas eleições um grau de consciência política e de maturidade cívica exemplares. Consegue distinguir o essencial do secundário, opta pela prioridade das políticas sociais sobre a absolutização do ajuste fiscal, condena os políticos responsáveis pelos governos desastrosos do passado, opta pelo Estado como indutor do crescimento e da distribuição de renda.
Reconhece em Lula e na Dilma os principais responsáveis pelas mudanças positivas que o pais vive, execra a FHC, a Serra, a Globo e aos seus aliados da velha mídia, não dando bola para seus factóides e deixando-os na solidão do seu golpismo. O povo reconhece os avanços principais que o país teve, assiste os programas da Dilma na TV, comparece aos comícios de Lula e da Dilma, e se reconhece, sabe que tudo o que se mostra e se diz reflete as mudanças de vida que estão vivendo no seu mundo sofrido e até aqui abandonado.
Não deram ouvidos para as infâmias da oposição e sua velha mídia, de preconceitos contra as mulheres – que hoje majoritariamente também preferem Dilma -, contra os lutadores contra a ditadura, contra os movimentos sociais e os militantes políticos, que saem todos engrandecidos com o apoio popular.
Derrotados saem a Globo, a Veja, a FSP (Força Serra Presidente), o Estadão e todos os arautos do golpismo, do velho Brasil, das oligarquias tradicionais, com seus métodos de manipulação da opinião pública e de desprezo e discriminação pelo povo e por tudo o que é popular.
O povo percebe a diferença entre a demagogia opositora, não dá ouvidos a quem pretende ser eqüidistante dos dois campos em luta, relega ao ostracismo os que pretendem que nada mudou no Brasil. O povo não é bobo, encontra em Lula e na Dilma as vertentes do futuro, reconhecem a valorização do Brasil, sentem a auto-estima revigorada, superam o desalento, voltam a acreditar em si mesmos e no país.
Por isso o povo impõe a mais acachapante derrota às elites tradicionais, com sua velha imprensa, seus políticos caducos, sua demagogia superada. Derrota os caciques tradicionais que os enganaram durante tanto tempo, mandam FHC para o exílio e Serra para a aposentadoria, os tucanos para o museu da história.
“Esse povo de quem fui escravo, não será mais escravo de ninguém”, pregava e previa o Getúlio na sua Carta Testamento. Quem não reconhece esse povo, que começa a construir sua soberania, sua emancipação, seu destino próprio, suas formas solidárias de vida, está de costas para o país e merece ser derrotado fragorosamente nas eleições deste ano.