sábado, 31 de dezembro de 2011

Aquela moça


Onde anda aquela moça sapeca
que revirou minha vida e sumiu?
Onde anda aquela moça rebeca
que me fez sonhar e partir?
Onde anda aquela moça asteca
que me fez viajar e saiu?
Onde estava eu que não
sumi, parti, saí? Fiquei!

FENAJ: balanço de 2011 e desafios dos jornalistas para o ano novo



O ano de 2011 termina com uma importante vitória dos jornalistas brasileiros, a aprovação da PEC 33/09 em 1º turno no Senado. Ao lançar um olhar retrospectivo sobre os últimos 12 meses, o presidente da FENAJ, Celso Schröder, registra os avanços do movimento sindical dos jornalistas e seus principais desafios para 2012.

“Não por acaso a luta em defesa do diploma foi um dos pontos centrais de nossa agenda neste ano”, destaca Schröder. “A exigência do diploma é um dos pilares de nossa regulamentação profissional e sem ela o que prevalece é a barbárie nas relações trabalhistas”, avalia. Segundo ele, a decisão tomada pelo STF em 2009, de tornar desnecessária a exigência do diploma para o exercício profissional do Jornalismo, além de aviltar a profissão, deteriora o direito da sociedade à informação de qualidade.

Para Schröder, o amplo respaldo que a PEC 33/09 obteve na votação em 1º turno no Senado, em novembro passado, e o acordo de lideranças para a votação da matéria em 2º turno em fevereiro de 2012 devem ser comemorados como vitórias significativas da categoria, que desenvolveu ações de sensibilização do Congresso Nacional durante todo o ano. “Mas esta vitória política dos jornalistas e da sociedade só se consolidará com a aprovação da matéria também na Câmara dos Deputados”, sentencia, convocando a categoria a preparar-se para intensificar as mobilizações em defesa desta bandeira já a partir do início do ano que vem.

A ampliação da visibilidade da organização sindical dos jornalistas brasileiros no plano internacional também é destacada pelo presidente da FENAJ. “A minha recondução para a presidência da FEPALC – Federação dos Jornalistas da América Latina e do Caribe – se deu principalmente pelo reconhecimento da atuação da FENAJ e dos Sindicatos dos Jornalistas do Brasil”, aponta Celso Schröder. “E nossa movimentação foi brindada, também, com a seleção da Beth Costa para a Secretaria Executiva da Federação Internacional dos Jornalistas”, complementa, destacando os méritos da ex-presidente e atual diretora de Relações Institucionais da FENAJ, que concorreu ao cargo na FIJ com dezenas de profissionais de diversos países.

Entre outras atividades positivas do movimento sindical dos jornalistas em 2011, Celso Schröder aponta a campanha “Jornalista de verdade assume a sua identidade!”, onde em parceria com a ONU Mulheres, a FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas buscaram dar maior visibilidade às questões étnicas nos meios de comunicação e no mercado de trabalho, e a campanha “Ponto Final na violência contra as mulheres”, conduzida sob a coordenação da Rede de Saúde das Mulheres Latinoamericanas e do Caribe.

Destacou, também, a realização do XVIII Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (ENJAC), realizado em Natal (RN) e a defesa permanente da liberdade de expressão e de democracia nas comunicações, bem como os movimentos pelo respeito à jornada especial de trabalho dos jornalistas no Serviço Público. - Fizemos contatos com as direções de diversos órgãos e obtivemos boa receptividade em alguns deles. Mas em outros, se o bom senso não prevalecer, a alternativa será recorrer às instâncias judiciais”.

No plano das lutas gerais dos jornalistas e da sociedade, o presidente da FENAJ destaca a presença da FENAJ e dos Sindicatos de Jornalistas nas discussões sobre a democratização da comunicação. “Juntamente com outras entidades da sociedade civil, lideradas pelo FNDC, ajudamos a definir os 20 pontos prioritários para o marco regulatório das comunicações no Brasil”, diz. No entanto, considera lamentável ter se passado mais um ano sem que o governo federal anunciasse seu projeto. “Continuamos insistindo que, ao invés de nos dispersarmos no debate de projetos de lei específicos de um ou outro segmento da comunicação, que muitas vezes acaba favorecendo interesses privados, o fundamental é que o governo federal dialogue com a sociedade e deixe claro que modelo de política de comunicação pretende para o Brasil”, sustenta.

Outra situação lamentada pelo presidente da FENAJ é o desrespeito das empresas jornalísticas à segurança e condições de trabalho dos profissionais. “Infelizmente, a morte de um colega, o repórter cinematográfico Gelson Domingues, acabou evidenciando para toda a sociedade um dos aspectos das péssimas condições de trabalho dos jornalistas brasileiros”, afirma Schröder. Ele lembra que a negligência patronal em adotar normas de segurança em cobertura em áreas de risco não é recente. “Além da necessidade de definir normas acordadas com as entidades sindicais da categoria, assegurando aos profissionais condições de trabalho dignas, é fundamental que os patrões abram mão da mesquinharia de registrarem repórteres fotográficos como operadores de câmera só para pagar salários mais baixos”, protesta.

Segundo Celso Schröder, a crescente violência contra jornalistas no Brasil é um desafio a ser enfrentado coletivamente. O relatório da FENAJ “Violência e Liberdade de Imprensa no Brasil”, relativo a 2010, registrou 40 casos. “E sabemos que os dados referem-se apenas aos casos que foram mais evidenciados. Isto revela que o jornalismo e os jornalistas continuam sendo vítimas da violência e que ainda há muito para avançar na construção de uma imprensa livre, democrática e regulamentada em bases democráticas”, diz. Uma das alternativas para combater esta situação é o projeto de federalização de crimes contra jornalistas, que tramita na Câmara dos Deputados. “Outra, e mais fundamental, é a aprovação de uma nova e democrática Lei de Imprensa, que regule as relações entre os profissionais, os donos dos veículos de comunicação e a sociedade”, defende.

Entre os principais desafios da categoria para 2012, Celso Schröder aponta a ampliação do movimento pela aprovação da PEC do Diploma, o prosseguimento do movimento por um novo Marco Regulatório das Comunicações no Brasil, e o combate à precarização das relações de trabalho e à violência contra jornalistas. Essas e muitas outras lutas culminarão com um aprofundamento do debate sobre a profissão no 35º Congresso Nacional dos Jornalistas, a realizar-se em Rio Branco (AC).

“Nossos desafios não são poucos e desejamos a todos muitas felicidades em 2012”, conclui o presidente da FENAJ, considerando que para a categoria alcançar novas vitórias “o caminho da luta é irrenunciável e é preciso que a categoria fortaleça ainda mais sua Federação e os Sindicatos de Jornalistas”.

Felicidade

2011
Feliz foste
2012
Serás feliz

Rosas e espinhos

Naquele dia, rosas nos aproximavam.
Perfume, cor e significado inebriavam.
Olhos nos olhos, troca mútua de beijos.
Depois, tocamos espinhos que separavam.
Caminhos trocados, esquinas viradas
deixaram sonhos no cheiro e na cor
Que ainda sinto e vejo como consolo.

Último dia de 2011

Último dia do ano desperta com o céu nublado.
Não vejo o rei Sol, mas ele surgirá ao longo do dia.
Porto Alegre está vazia, sem carros e pouca gente.
Maioria tomou o rumo da praia e ou do interior.
Muitos gostam desta realidade, pois não há fila.
É clima de final de festa, que será festa na virada.
Então, quem ainda está na rede, BOM DIA!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Falo

Falo porque necessito dividir minha vida. Quem quiser, a acolha. Quem não quiser, a espie.

Ano que vai, ano que vem

Se quiseres, dê 362 passos atrás
e recorde as conquistas, os momentos
e as boas coisas de um ano que vai.
Se quiseres, dê 2 passos à frente
e projete tua vida, pense nos sonhos
e naquilo que farás no ano que vem.

Lição de ética no jornalismo


Leio "O Jornalista e o Assassino", obra da jornalista norte-americana Janet Malcolm que debate dois temas muito caros a um jornalista: ética de do jornalismo e liberdade de imprensa. O livro foi lançado pela primeira vez no Brasil em 1990 e agora a Companhia das Letras o apresenta em versão de bolso. O achei em um estante de um bar que frequento a um preço bem camarada.
A obra essencial analisa com profundidade a relação profissional do jornalista Joe McGinniss com o presidiário Jeffrey MacDonald - condenado pelo assassinato da mulher e duas filhas -, que se tornou uma espécie de código de ética da dinâmica entre entrevistador e entrevistado. Em certos momentos, é um soco no estômago.
Gosto que meus amigos leiam minhas indicações e, por isso, não entrarei em mais detalhes. Vale a pena, especialmente para nós, jornalistas.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Voei

E hoje sonhei.
Batia asas
na tua direção.
Não vi, ao acordar,
se tinha recebido
o teu abraço.
Voei.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Os quatro dias


Olho o calendário e vejo quatro dias metidos no meio dos sonhos de muitas pessoas. Esperam 2012 os que venceram e querem avançar a conquista.
Esperam o novo ano os que tiveram derrotas e querem transformar o novo ano em retomada.
Mas faltam quatro dias. O que fazer deles?
Já ouvi foguetes espocarem pela cidade. Apressada esta gente.
Já vi despedidas de pessoas que saíram de mala e cuia para outros rincões do Brasil ou fora dele. Organizada esta gente.
Mas a maioria ainda olha na folhinha a imagem que vislumbrei.
Faltam quatro dias, balbuciam angustiados. E como demora a passagem destes dias. Muitos gostariam de dormir e acordar em 2012, com seus sonhos em plena realização.
Sabe que não seria uma má ideia. Afinal, muitos não pegariam seus carros e correriam para a praia, sujeitos a engrossarem aquela estatística que costuma pegar os desprevenidos, os imprudentes, os alcoolizados.
Não seria melhor ficar olhando o calendário, deixando o tempo passar?
Afinal, amanhã faltarão três dias. Depois, dois. E um.
Os fogos espocam por todo lado, a bebida jorra, o carro acelera.
Não pensa nisso: congela o tempo e não olha os dias que faltam.
E os sonhos?
Que vida!

Menina dos versos

Naquela época, comias bergamota
e corrias para a lapiseira à mesa.
Com lápis, escrevias lindos versos
que aos adultos pareciam fábula.
Era teu jeito do mundo belo ver.
Caramelo, elo, libelo, amarelo
Tudo era fonte de teus poemas,
com rima, sem rima, métricos,
mas sempre embalados e ternos.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Quero escolas e hospitais no lugar de viadutos

Uma inversão de valores está em curso. Leio que documento com projetos para a Copa de 2014 foi entregue ontem pelo Centro das Indústrias do Estado (Ciergs) à prefeitura de Porto Alegre. A entidade entende que são necessárias obras como passagens subterrâneas e viadutos. Eu, como cidadão, prefiro investimentos em escolas e hospitais. A Copa passa, as necessidades ficam.

Jornalistas brasileiros têm representação nacional única

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) alerta à categoria e à sociedade que é a única entidade sindical constituída legalmente para defender os jornalistas brasileiros. Com seus 31 Sindicatos de Jornalistas filiados, a FENAJ é a entidade máxima de representação da categoria em nível nacional e também internacional, por meio de sua fil...iação à Federação de Jornalistas da América Latina e do Caribe (Fepalc) e à Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ).
Tal manifestação faz-se necessária tendo em vista a criação de um suposto sindicato nacional dos jornalistas, com sede na cidade paulista de Carapicuíba, mas com base territorial nacional. A entidade busca sustentar-se na equivocada decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em 19 de junho de 2009, extinguiu a exigência de diploma de curso superior de Jornalismo como requisito para o exercício da profissão. Para atrair filiados, oferece "curso de habilitação em jornalismo" e "carteira de jornalista" a quem se dispuser a pagar sua anuidade.
A FENAJ esclarece que é a única entidade com autorização legal para expedir a Carteira de Identidade de Jornalista, que tem validade como documento de identidade. Esclarece também que, apesar da decisão do STF, a formação para o exercício profissional do jornalismo continua se dando pelos cursos superiores de jornalismo, oferecidos por instituições de ensino superior. Portanto, cursos rápidos não garantem a ninguém o acesso à profissão.
A FENAJ destaca ainda que o aparecimento repentino de novas entidades sindicais, sem a observância dos aspectos legais, tem o claro objetivo de enfraquecer a organização dos jornalistas que, na atualidade, lutam para restabelecer a exigência da formação de nível superior específica em jornalismo para o exercício da profissão. Lembra que a primeira vitória desta grande luta já foi obtida com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 33/2009, em primeira votação, no Senado Federal.
A FENAJ reafirma a defesa do jornalismo como bem público essencial à democracia e à garantia da liberdade de expressão e reitera que, como única e legítima entidade de representação nacional dos jornalistas brasileiros, vai continuar a defender a categoria e a profissão.
 
Brasília, 21 de dezembro de 2011. 
Diretoria da FENAJ

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sonhos dele. E dela?


                             Ele sempre desejou conhecê-la de fato. Seu coração pulsava mais forte só de ouvir o seu nome. Seus olhos ganhavam mais brilho toda vez que lia alguma coisa dela. Ou sobre ela. Mas, na verdade, não a conhecia. O primeiro encontro foi rápido, sem muitas insinuações. Ela recém brotava para a vida, não conhecia os caminhos que poderia trilhar. Até nem sonhos tinha. Ele, ao contrário, colecionava metas, e se afastou sabendo que aquela batalha estava perdida. A guerra era outra coisa.
                               Agora, porém, ela está madura, ganhou experiência, sofreu, caiu e ergueu-se. Ele sabe de seus sorrisos e de suas lágrimas. Seus caminhos não foram diferentes. Então, num impulso, pensa que podem experimentar a mágica aproximação, fazendo dos sonhos uma bela realidade. Não é fácil, porém. Deixaram que um abismo fosse aberto entre eles. Ela tinha seguido um rumo e se perdera numa curva da vida. Ele rumara para outro destino, cuja esquina era distante da dela.
                              Pensa: “Vou tentar assim mesmo, pois o meu coração indica este caminho. Sou paciente, sei esperar e, talvez, no final da jornada, nossas esquinas não estejam tão distantes quanto imaginávamos”. E se ele perguntar a ela se a batida do seu coração segue o mesmo ritmo do palpitar que sente no lado esquerdo do seu peito? Poderiam, enfim, trilhar caminhos que sonharam lá atrás.
               Silêncio! Enquanto espera, não baixa a cabeça. Mantendo-a erguida, com o olhar firme no horizonte. É seu sonho, é sua vida.