sábado, 30 de julho de 2011

Trabalho escravo atinge 16 Estados

O Ministério do Trabalho divulgou na sexta-feira, 29, a lista de empregadores autuados por exploração de trabalho escravo. Quarenta e oito pessoas foram incluídas no cadastro e 15 tiveram o nome retirado do documento. No total, a lista de trabalho escravo tem 251 empregadores, espalhados por 16 Estados diferentes.
A reportagem é de Isadora Peron e está publicada no jornal O Estado de São Paulo, 30-07-2011.
Segundo o site Repórter Brasil, dois dos novos integrantes da lista são mandatários municipais: José Rolim Filho (PV), mais conhecido como Zito Rolim, é prefeito eleito de Codó (MA); e Vicente Pereira De Souza Neto (PR) está à frente da Prefeitura de Toledo (MG).
Esse cadastro é atualizado a cada seis meses. Em dezembro do ano passado, 220 pessoas foram autuadas por manterem trabalhadores em condições análogas à escravidão.
"As fiscalizações continuam ocorrendo; há inclusão de fiscalizações que ocorreram em 2010, o que demonstra maior agilidade do Ministério do Trabalho e Emprego em analisar os autos de infração, impor multas e analisar recursos. Talvez a baixa reinserção da lista seja a prova de que o cadastro é viável e importante, uma forma que tem dado resultado", afirmou o chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo, Guilherme Moreira.
Segundo Moreira, as principais causas da manutenção do nome no cadastro são a não quitação das multas, a reincidência na prática do ilícito e ações em trâmite no Poder Judiciário.
Aqueles que pagarem todas as pendências e não voltarem a cometer o crime estarão aptos a deixar o cadastro após um prazo de dois anos. Desde 2003, uma portaria do governo federal impede a concessão de empréstimos de instituições bancárias públicas a infratores que estejam envolvidos com a prática de trabalho escravo.

Regiões.

Hoje, a maioria dos casos de exploração de trabalhadores ocorre no meio rural, principalmente nas Regiões Norte e Centro-Oeste. O Estado com maior ocorrência é o Pará, onde 62 empregadores foram autuados. Em uma única fazenda, no município de Cumaru do Norte, a 749 Km de Belém, 154 trabalhadores foram libertados. O dono da propriedade, Adenilson Rodrigues da Silva, frequenta a lista do ministério desde dezembro de 2004.
O segundo Estado na lista de ocorrências de trabalho escravo é Mato Grosso (25 autuações), seguido por Goiás, com 23 empregadores multados.
No Estado de São Paulo, houve apenas uma ocorrência. Em julho deste ano, um empregador da zona rural de Mogi Mirim, a 160 km da capital, foi autuado e 10 trabalhadores, resgatados.
O Código Penal brasileiro caracteriza como trabalho escravo qualquer pessoa que seja submetida a jornadas exaustivas ou que seja proibida de se locomover em razão de dívida contraída com o empregador.
Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), trabalho escravo é "a coerção de uma pessoa para realizar certos tipos de trabalho e a imposição de uma penalidade caso esse trabalho não seja feito".

Jornalistas: cobertura de gênero, raça e etnia


Curso para jornalistas vai preparar profissionais para a cobertura de gênero, raça e etnia. As inscrições são gratuitas. O evento acontecerá em oito cidades: Belém, Fortaleza, Maceió, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Em Porto Alegre, o curso será no auditório do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (Rua General Câmara, 424 - Bairro Centro), de 31 de agosto a 1º de setembro de 2011, das 18h às 22h.

Cão e dono


Eu queria uma placa destas na minha rua. Muitas vezes, tenho que driblar o cocô deixado pelos donos irresponsáveis.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Quintana na Globonews

 Quem curte Mário Quintana tem um momento de encontro com ele hoje. A Globonews - canal 40 - apresenta um programa especial a partir das 21h30min. Sei que é hora da novela, mas o  especial com nosso poetinha vale a pena. Eu estarei na frente da TV, curtindo imagens e depoimentos inéditos do Quintana. Depois não adianta reclamar: "Eles passarão. Eu passarinho!"

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Valeu, Inter!

Grande Internacional, orgulho do desporto nacional. Jogando com a gurizada, empatou no tempo regulamentar e ganhou nos pênaltis do Milan recheado de estrelas. Volta invicto do Audi Cup depois de enfrentar os gigantes Milan e Barcelona no intervalo de dois dias. Aliás, somos também gigantes. Visto esta camiseta com orgulho, colorado.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Faltam três horas, Inter


É hoje, Inter. É um torneio, dizem. Mas direi: com as melhores equipes do planeta. Em três horas, tu entrarás em campo, com a mesma camista branca que ganhaste o mundial em 2006, contra o mesmo Barcelona. Vamos, colorado. À vitória.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Vamos para cima do Barça



Internacional, amanhã estarás representando mais uma vez o Brasil em plagas distantes. Conquistaste este direito com muita luta, garra e futebol reconhecido em todo o mundo. Ao lado de outros gigantes do futebol mundial, vives a brilhar. Eu e milhões de colorados estaremos torcendo por ti porque és motivo de festa em nossos corações. Honras teu nome. Vamos, vamos Inter.

Dia radiante

Neste momento, 23,3ºC, sol brilhando e céu de brigadeiro na capital dos gaúchos. Vejo as pessoas alegres na rua e não entocadas dentro de casa, como na semana passada. Lá vou eu...

Nossas vidas e nossas mortes

Divulgo grande artigo da pedagoga, professora e escritora Jaqueline Bernardes, que consegue unir o reencontro com um ex-aluno, a paixão pelo filho e a morte da cantora Amy Winehouse. Bela construção de texto.

Fernando, Amy e eu

Hoje pela manhã fui ao supermercado. Na saída, ao atravessar a rua, vi um carro estacionando, rente ao meu, quase atingindo-o. Sacolas ajeitadas no banco traseiro, sem susto diante do quase ocorrido, acomodei-me ao volante. Nessa semana chuvosa, pela primeira vez na vida, raspei a lateral ao tirar  o carro do pátio. Olhei e até achei bonitinho. Um carro com cicatriz - assim feito joelho de criança. Há coisas nesse mundo que não recebem um segundo olhar meu ou uma grandiosidade que não possui, ou melhor, que não lhe atribuo. Eu perdi a pessoa que eu mais amava depois de um processo de Quimioterapia e quem já vivenciou uma experiência igual ou prima dessa sabe a que me refiro. Eu tenho em mim um amor incondicional pela vida e pelo agora. Isso não me torna uma pessoa inconsequente, ao contrário, me faz dar valor ao que realmente tem valor nessa vida. Eu sou apaixonada por sorrisos e gente. Eu amo estar viva. Mas voltando ao supermercado...
Acomodando-me ao volante, vi aproximar-se um homem alto, loiro e de olhos azuis. Ele vinha do carro estacionado, com andar determinado e me tocou no ombro, como quem quer um abraço. Enquanto ele estava sério, fiquei com aquela cara de ponto de interrogação que todos ficamos nessas horas, buscando lá nos bolsos da memória a fisionomia da pessoa que está ali “plantada”. Mas bastou um sorriso - um sorriso só  - para que eu lembrasse do Fernando: um aluno da minha primeira turma, quando iniciei no Magistério - aos 18 anos. Naquela época, a diferença de idade me fazia uma adulta e o tornava uma criança, mas agora eu estava diante de um homem de quase dois metros. Enchi os olhos de água quando vi aquele sorriso...Eu coleciono sorrisos e os trago comigo pela vida...
O Fernando falou-me das minhas aulas e à princípio, confesso, me deu um medão. Sabe lá os erros que já cometi !!! Na verdade, sou apaixonada pela minha profissão porque ela é a única, no mundo inteiro, que reúne todas as outras. Mas isso já é assunto para outra hora... Eu o marquei positivamente, mesmo com todos os erros de principiante. Quando estamos imbuídos do bem, Deus nos ajuda nos passos. O Fernando me contou da faculdade, dos amigos que viajaram para a Holanda, do que fez na vida... Éramos familiares, apesar de anos de afastamento. Quando olhares partilham e comungam a mesma estrada e as mesmas vivências, assemelham-se na alegria do reencontro e do belo. Ambos estávamos radiantes, numa manhã simples de domingo, numa rua qualquer de uma cidade escondida no mapa. Ninguém no mundo soube o que acontecia.
Quando nos despedimos, o Lucas - meu filho de seis anos - me perguntou se a minha escola existia fazia milhões de anos. Eu disse-lhe que não, sabendo que a conclusão -  baseada na sua lógica infantil - viria:
- Mas então tu é professora desde o tempo dos dinossauros? - disse-me ele, de testa franzida.
Ri muito e fiquei pensando que faz tempo mesmo que eu acredito em certas coisas e as trago comigo, me constituindo assim - de um jeito que eu ainda considero imprescindível para que o mundo possa ser um pouquinho melhor... Eu não sou pretensiosa, mas  quero quitar a minha parcela antes de partir. Onde quero chegar com tudo isso? Na morte da Amy! Ontem postei um comentário no Facebook, comentando a publicação de um amigo. Transcrevo-o: "Dizem que os gênios cometem o suicídio... Eu quero é ser normal e continuar escrevendo no Face e em papel de pão... Amanhã eu sei que vou continuar vendo o sol nascer e, se pagar em prestações, no verão - quem sabe? - estico até Fortaleza! Ser universal é adentrar, verdadeiramente, a si mesmo. Podem vir pedras de todos os lados, mas nada como cheirar as gosmas dos pés de "acácia ' e sentir o cheiro do pão saindo quentinho do forno, nas infâncias de antigamente. Eu sou do tempo em que a gente se contentava em cheirar as provas mimeografadas. E quem é assim, não cresce torto... Faltava malandragem? Penso que não... Sobravam motivos para sermos felizes, mesmo tendo um par de congas... Cada um, na vida, cumpre o papel que julga que lhe compete. Às vezes o que aprendemos com alguns exemplos é o que não devemos seguir. Acredito que agora ela esteja bem. Eu sempre penso que quem apronta por aqui leva uns puxões de orelha a mais, mas é bem recebido. Ainda bem que eu sou orelhuda!"
Encontrar o Fernando um homem jovem e feliz, constituído no caminho das pessoas comuns e imprescindíveis, me fez tecer um comparativo entre as várias formas com que as pessoas constituem as suas existências. Li vários comentários sobre a morte de Amy. Respeito-os todos, porque cada pessoa traz em si a sua verdade. Entretanto, li opiniões como " a realidade do mundo em que a gente vive é dura demais para a sensibilidade de um artista. Quem se contenta com  um mundo desigual e doente como o atual consegue viver em seu mundinho desprezível, vivendo uma vida medíocre. "
Fiquei pensando se no mundo há vidas medíocres... Se o artista transcende o humano, a ponto de necessitar viver em outra dimensão... Tudo o que é belo morre no homem, mas não na Arte. " Assim, como pode existir legado sem Arte? Como pode haver Arte sem inspiração? Como pode haver inspiração, se o mundo é desigual e doente? Perdoem-me... O mundo é grandioso e belo na sua totalidade. Há focos de doenças sim e desigualdades, mas elas podem e deveriam ser combatidas pela ação do olhar universal de quem - por desejo próprio - expandiu-se no mundo através da Arte. Vi uma Amy mutilar-se fisicamente em rede mundial e saber da sua morte me dói, porque sei que ela nunca terá a chance de ter 40 anos e agir de outra forma. Amo a obra de Elis, de Cazuza e do Renato, mas penso que todos foram pessoas tristes - daquela tristeza de quem não aguenta ficar "só consigo mesmo". A genialidade tem disso. Mais do que a dor dos fãs, penso na dor da família da Amy. É lá que sobrará um lugar à mesa e que faltará um abraço nas datas especiais. A dor da família dela não difere, em nada,  da dor das pessoas comuns que cruzam conosco nas esquinas e que também perderam entes queridos. Concluo, então, que nenhuma vida é medíocre. As pessoas constituem-se pelas histórias familiares, pela força de vontade e pelo amor - inclusive o amor à vida... Cada um vive de acordo com as suas concepções de felicidade...A vida nos é dada para ser preservada. Quando optamos por maltratá-la, ferimos a nós mesmos e a quem amamos - que chorarão a nossa ausência...
Há pessoas que agem e transformam o mundo em silêncio, sem estardalhaço. Nunca estarão nos noticiários [...], por opção. Às vezes é melhor ter poucos seguidores e pouco dinheiro, mas ter saúde, fazer arte e deixar um legado igualmente rico - para a universalidade que nos margeia... Descanse em paz, Amy.

domingo, 24 de julho de 2011

Orgulho do meu Inter

Folder do SC Internacional (versão em inglês e alemão) para a Copa Audi, que começa terça-feira na Alemanha. 
Jogaremos contra o poderoso Barcelona.
O meu colorado me orgulha.

O oportunismo de sempre

Ouço agora a voz do oportunismo. O Galvão Bueno, transmitindo a Fórmula 1, comentou futebol. E, como se fosse dono da verdade, disse que na Copa América não era a vez de tornar Neymar e Ganso protagonistas. Eles teriam que entrar na seleção aos poucos. Lembro que o "comentarista global" e grande parte da mídia clamaram pela presença dos meninos da vila na seleção. A cada toque de bola de um deles, o Galvão exaltava um novo gênio. Agora, mudou o discurso. Dele e de grande parte da mídia.

Drogas...

Não curtia muito a música de Amy Winehouse, embora reconhecesse o poder de sua voz. Ela foi vítima das drogas que assolam o mundo e precisava de ajuda. Só lamento a onda preconceituosa que chegou à web depois da tragédia. Alguém chegou a dizer que "esta pessoa não merece ter nascido". Lamentável.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Visitem o blog do IEL

 
Amigos, visitem o blog do IEL. Desde janeiro, o número de acessos já está em quase 20 mil, com destaque para julho, com 4.706 visitas até ontem. Além dos leitores brasileiros, temos visitantes internacionais: EUA (592), Alemanha (398), Portugal (56), Argentina (26), Hungria (20), China (18), França (15), Romênia (14), Vietnã (14). Assuntos de maior interesse: projeto Autor Presente e livros editados. 
O endereço do blog é www.ielrs.blogspot.com

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ela

Ali vai ela, toda bonita, toda de chita.
A cabeça ergue, o passo segue.
Não olha para trás, não visa os lados.
Ao assovio, ignora.
À palavra, desdenha.
O destino não se sabe.
Toda de chita, toda bonita, ali vai ela.
Ergue a cabeça, segue a passo.
Ignora ao assobio.
Desdenha a palavra.
Não se sabe o destino.

O beijo

Um beijo jogado no ar
se refestelou na direção daquele bar.
Lá,onde havia multidão,
fui capaz de arriscar uma canção.
Espiei, olhei, estufei o peito
para sentir onde havia efeito.
No final, para mostrar minha tristeza,
virei corpo e saí em vagareza.

Nova lição de Amanda

Um emocionante discurso da professora Amanda Gurgel, no dia 19 de maio, mexeu com o Brasil. Um vídeo mostra que ela não se intimidou com a presença da deputados e da secretária de Educação e faz uma defesa consistente da educação, dando uma lição de dignidade. Agora, em seu blog (www.professoraamandagurgel​.blogspot.com), ela reforça a postura ao não aceitar um prêmio de uma entidade empresarial.. E aponta as razões por meio de uma carta. Vale a pena ler.
Oi,
Nesta segunda,o Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE) vai entregar o prêmio "Brasileiros de Valor 2011". O júri me escolheu, mas, depois de analisar um pouco, decidi recusar o prêmio.
Mandei essa carta aí embaixo para a organização, agradecendo e expondo os motivos pelos quais não iria receber a premiação. Minha luta é outra.
Espero que a carta sirva para debatermos a privatização do ensino e o papel de organizações e campanhas que se dizem "amigas da escola".
Amanda

Natal, 2 de julho de 2011

Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,

Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, “pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação”. A premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho.

Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald's, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.

A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação. Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de 1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.

Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas “organizações da sociedade civil de interesse público” (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas. Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal.

Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.

Saudações,

Professora Amanda Gurgel

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dia do amigo?

Já está ficando chato. Mais outro dia dedicado a... Dizem que hoje é o Dia do Amigo. Quem dedica amizade por alguém sabe que, em qualquer dia do ano, esta relação se mantém. Não é preciso uma data para pontuar isso. Nossos publicitários estão criativos....

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Falcão demitido. Eu já previra

Não sou oportunista. Por isso, em relação à demissão de Falcão hoje, 18 de julho, reproduzo o que escrevi aqui, no dia 10 de abril, quando ele assumiu o Internacional. O título já dizia tudo.

Falcão é ídolo. Não é técnico...

O ex-volante do Internacional e hoje comentarista Falcão acertou contrato com o clube. É o novo técnico. Postei agora no Facebook  que o acerto feito por volta de 23h deste sábado me desagrada. Não acho que Falcão seja o técnico ideal para o Inter. Entre a teoria (seus comentários) e a prática existe uma longa distância. Ah, fazem 15 anos que ele tentou ser técnico, sem obter sucesso. Lamento que nosso maior ídolo seja queimado e, em breve, ouça constrangido o tradicional "burro" em seus ouvidos. Mas sou colorado e vou torcer. Tomara que eu "queime" a língua. 
Prontamente, o gremistão e amigo Dudu Guimaraens chutou: "Jorge, "cornetear" antes dele assumir?". Respondi ao camarada jornalista que não é corneta e sim posição. Assim como eu disse antes que o Porto-Alegrense estava contratando um ídolo (Renato Carioca) e não um técnico, faço o mesmo agora. Aliás, com o Falcão, nossos maiores clubes terão os seus dois maiores ídolos na casamata. Dois ofensivistas. Gostaria de queimar a língua, no caso do Inter. Mas...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Inventaram o Dia Internacional do Homem

Quem inventou o Dia Internacional do Homem? Uma cadeia de loja ou uma agência de publicidade deste mundo capitalista interessadas em dividendos? Um macho indignado com o Dia Internacional da Mulher? Uma mulher disposta a exibir homens sarados na Internet? Onde foi parar a tal da criatividade?

Parabéns, fonte de cultura

Tu és uma amiga inseparável. Quando vou ao cinema, te espio ou penetro no teu interior para cultura respirar. Quando uma pessoa próxima faz aniversário, recorro a ti. Por isso, vibro com teu aniversário. Vida longa, recheada de páginas, Bamboletras. Mais tarde, passarei aí para te abraçar e presentear do meu jeito: comprando um livro. Assim é nossa relação!

Um dia sem nuvens

Nuvens escuras, afastecem. Eu sonho com o meu sol. Embora azul, da cor daquele time, te quero céu de brigadeiro. E, à noite, eu desejo espiar minha lua cheia sem qualquer nuvem a ofuscá-la. É pedir demais?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Bola na rede, rede é história

 Dois assuntos que me interessam estarão em pauta neste sexta-feira no Beira-Rio. Em comemoração ao mês do futebol, o Museu do Inter sediará uma mesa redonda entre historiadores que debaterão a temática futebol.

A chuva não dá trégua em Porto Alegre


Vamos virar sapos em Porto Alegre. Desde a madrugada desta quinta-feira, mais de 60 milímetros de chuva já atingiram a capital, segundo o registro da estação meteorológica da RBS. O número já supera a metade da média do mês de julho para a cidade, que é de 120 milímetros. Captei esta imagem de um ponto de alagamento, na Lima e Silva com Luiz Afonso. Em outros locais, com avenidas Loureiro da Silva, João Pessoa e Borges de Medeiros, a inundação é maior.

CASA ARRUMADA [Carlos Drummond de Andrade]

 



Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação
e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.

Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas.
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida.

Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.

Casa com vida tem fogão gasto pelo uso,
pelo abuso das refeições fartas,
que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.

E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.

Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto.
Casa com vida é aquela em que a gente entra
e se sente bem-vinda.

A que está sempre pronta pros amigos, filhos, netos, pros vizinhos.
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.

Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias.

Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela.
E reconhecer nela o seu lugar.

Sem brilho

O sol ficou escondido no canto de uma nuvem chuvosa. 
E o dia, sombrio, perdeu o encanto. 
Mesmo assim eu canto, fazendo dueto com o barulho dos pingos d'água no telhado.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Brilho

A lua não brilha nesta noite.
Será que o sol brilhará amanhã?
A penumbra de hoje
será o claridade de amanhã?

domingo, 10 de julho de 2011

Olívio Dutra, o anti-Palocci

Por Lucas Azevedo, de Porto Alegre, em CartaCapital

 Em velho prédio numa barulhenta avenida de Porto Alegre, em companhia da mulher, vive há quatro décadas o ex-governador e ex-ministro Olívio Dutra. Em três ocasiões, Dutra abandonou seu apartamento: nas duas vezes em que morou em Brasília, uma como deputado federal e outra como ministro, e nos anos em que ocupou o Palácio do Paratini, sede do governo gaúcho. Apesar dos diversos cargos (também foi prefeito de Porto Alegre), o sindicalista de Bossoroca, nos grotões do Rio Grande, leva uma vida simples, incomum para os padrões atuais da porção petista que se refastela no poder.

No momento em que o PT passa por mais uma crise ética, dessa vez causada pela multiplicação extraordinária dos bens de ex-ministro Palocci, Dutra completou 70 anos. Diante de mais uma denúncia que mina o resto da credibilidade da legenda, ele faz uma reflexão: “Política não é profissão, mas uma missão transitória que deve ser assumida com responsabilidade”.

De chinelos, o ex-governador me recebe em seu apartamento na manhã de terça-feira 14. Sugeriu que eu me “aprochegasse”. Seu apartamento, que ele diz ter comprado por meio do extinto BNH e levado 20 anos para quitar, tem 64 metros quadrados, provavelmente menor do que a varanda do apê comprado por Palocci em São Paulo por módicos 6,6 milhões de reais. Além dele, o ex-governador possui a quinta parte de um terreno herdado dos pais em São Luiz Gonzaga, na região das Missões, e o apartamento térreo que está comprando no mesmo prédio em que vive. “A Judite (sua mulher) não pode mais subir esses três lances de escada. Antes eu subia de dois em dois degraus. Hoje, vou de um em um.” E por que nunca mudou de edifício ou de bairro? “A vida foi me fixando aqui. E fui aceitando e gostando”.

Sobre a mesa, o jornal do dia dividia espaço com vários documentos, uma bergamota (tangerina), e um CD de lições de latim. Depois de exercer um papel de destaque na campanha vitoriosa de Tarso Genro ao governo estadual, atualmente ele se dedica, como presidente de honra do PT gaúcho, à agenda do partido pelos diretórios municipais e às aulas de língua latina no Instituto de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “O latim é belíssimo, porque não tem nenhuma palavra na sentença latina que seja gratuita, sem finalidade. É como deveria ser feita a política”, inicia a conversa, enquanto descasca uma banana durante seu improvisado café da manhã.

Antes de se tornar sindicalista, Dutra graduou-se em Letras. A vontade de estudar sempre foi incentivada pela mãe, que aprendeu a ler com os filhos. E, claro, o nível superior e a fluência em uma língua estrangeira poderiam servir para alcançar um cargo maior no banco. Mas o interior gaúcho nunca o abandonou. Uma de suas características marcantes é o forte sotaque campeiro e suas frases encerradas com um “não é?” “Este é o meu tio Olívio, por isso tenho esse nome, não é? Ele saiu cedo lá daquele fundão de campo por conta do autoritarismo de fazendeiro e capataz que ele não quis se submeter, não é?”, relembra, ao exibir outra velha foto emoldurada na parede, em que posam seus tios e o avô materno com indumentárias gaudérias. “É o gaúcho a pé. Aquele que não está montado no cavalo, o empobrecido, que foi preciso ir pra cidade e deixar a vida campeira”.

Na sala, com exceção da tevê de tela plana, todos os móveis são antigos. O sofá, por exemplo, “tem uns 20 anos”. Pelo apartamento de dois quartos acomodam-se livros e CDs, além de souvenires diversos, presentes de amigos ou lembrança dos tempos em que viajava como ministro das Cidades no primeiro mandato de Lula.

Dutra aposentou-se no Banrisul, o banco estadual, com salário de 3.020 reais. Somado ao vencimento mensal de 18.127 reais de ex-governador, ele leva uma vida tranquila. “Mas não mudei de padrão por causa desses 18 mil. Além do mais, um porcentual sempre vai para o partido. Nunca deixei de contribuir”.

Foi como presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, em 1975, que iniciou sua trajetória política. Em 1980, participou da fundação do PT e presidiu o partido no Rio Grande do Sul até 1986, quando foi eleito deputado federal constituinte. Em 1987, elegeu-se presidente nacional da sigla, época em que dividiu apartamento em Brasília com Lula e com o atual senador Paulo Paim, também do Rio Grande do Sul. “Só a sala daquele já era maior do que todo esse meu apartamento”.

Foi nessa época que Dutra comprou um carro, logo ele que não sabe e nem quer aprender a dirigir. “Meu cunhado, que também era o encarregado da nossa boia, ficava com o carro para me carregar.” Mas ele prefere mesmo é o ônibus. “Essa coisa de cada um ter automóvel é um despropósito, uma impostura da indústria automobilística, do consumismo”. Por isso, ou anda de carona ou de coletivo, que usa para ir à faculdade duas vezes por semana.

“Só pra ir para a universidade, gasto 10,80 reais por dia. Como mais de 16 milhões de brasileiros sobrevivem com 2,30 reais de renda diária? Este país está cheio de desigualdades enraizadas”, avalia, e aproveita a deixa para criticar a administração Lula. “O governo não ajudou a ir fundo nas reformas necessárias. As prioridades não podem ser definidas pela vaidade do governante, pelos interesses de seus amigos e financiadores de campanha. Mas, sim, pelos interesses e necessidades da maioria da população”.

O ex-governador lamenta os deslizes do PT e reconhece que sempre haverá questões delicadas a serem resolvidas. Mas cabe à própria sigla fazer as correções. “Não somos um convento de freiras nem um grupo de varões de Plutarco, mas o partido tem de ter na sua estrutura processos democráticos para evitar que a política seja também um jogo de esperteza”.

Aproveitei a deixa: e o Palocci? “Acho que o Palocci fez tudo dentro da legitimidade e da legalidade do status quo. Mas o PT não veio para legitimar esse status quo, em que o sujeito, pelas regras que estão aí e utilizando de espertezas e habilidades, enriquece”.

E o senhor, com toda a sua experiência política, ainda não foi convidado para prestar consultoria? Dutra sorri e, com seu gestual característico, abrindo os braços e gesticulando bastante, responde: “Tem muita gente com menos experiência que ganha muito dinheiro fazendo as tais assessorias. Mas não quero saber disso”.

Mas o senhor nunca recebeu por uma palestra? “Certa vez, palestrei numa empresa, onde me pagaram a condução, o hotel e, depois, perguntaram quanto eu iria cobrar. Eu disse que não cobro por isso. Então me deram de presente uma caneta. E nem era uma caneta fina”, resumiu, antes de soltar uma boa risada.

sábado, 9 de julho de 2011

Versão dos Jornalistas mostra luta da categoria

 A última edição do jornal Versão dos Jornalistas, editado pelo sindicato gaúcho, mostra três momentos da luta dos profissionais: salários ao nível do faturamento das empresas, luta pela retomada do diploma para exercício da profissão e a violência a que são submetidas lideranças e estudantes. É leitura importante.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Espetáculo da natureza

Este é um período lindo em Garopaba (SC) e nas praias vizinhas. Na foto, postada no Facebook pela amiga Marta Regina Schlichting, vemos golfinhos na Praia do Rosa. Amigos que moram lá ou estão de passagem dizem que já foram vistas baleias na Gamboa e na Ribanceira. 
O amigo Sérgio Saraiva avisa: uma adulta na Praia do Rosa e uma mãe com filhote na Praia da Ribanceira (Imbituba) estão fazendo a festa na região da APA (Área de Proteção Ambiental) da Baleia Franca nesta quinta-feira. Quem percebe a importância dessa volta da baleia franca à região onde foi caçada e quase dizimada no passado, só pode estar exultante. Da Gamboa, onde o artista plástico e pousadeiro Henrique Schucman registrou na quarta-feira (6), a presença de três adultas, vem a notícia de outra avistagem (pode ser um dos três animais) na Praia do Siriú nesta manhã. Sabrina Litman aponta a presença de uma adulta na Praia do Rosa neste início de tarde.Marta Regina Schlichting, assessora de imprensa do Instituto Baleia Franca (IBF) confirma o par (mãe+baleote) na Ribanceira. A temporada promete!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Alegria infantil

Minha sobrinha e afilhada Fernanda está fazendo dois anos hoje. Fui dar um abraço e muitos beijos nela e me senti um guri. Quando ela disse "vamos brincar, dindo", não me contive e caí na gandaia. As fotos mostram tudo.