quarta-feira, 3 de abril de 2013

Luta sem baderna

Teu depoimento, Marcela Donini, retrata a posição de todas as pessoas que conhecem a força de uma luta. O movimento foi liderado por jovens, mas lá estavam pessoas mais velhas, que já participaram de outras batalhas. Não fui, mas li depoimentos de colegas com cabeça branca que marcharam ao lado de jovens. A manifestação de segunda foi uma embrião que vai gerar a caminhada de quinta e de outras tantas. Em frente!

Lutar


Documento da colaboração de Imprensa com o golpe de 64

Íntegra do editorial do jornal O Globo no dia 2 de abril de 1964, um dia depois do golpe. Trata-se do documento histórico de uma colaboração explícita!

“Ressurge a Democracia”


Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada.
Agora, o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo.
Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.
Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo.
As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, “são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI.”
No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei.
Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.
Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.
A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.
Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos. Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto. Sejamos dignos de tão grande favor.”

Jovens defendem seus direitos

Depoimento de Rosina Duarte, amiga consciente que não aceita as adjetivações que estão sendo distribuídas. É cabelo branco, como eu, e revolucionária.
 
"Ando de ônibus e fui na passeata contra o aumento das passagens, na última segunda-feira. Não vi vândalos, vagabundos ou depredadores. Só jovens defendendo o direito de toda uma população que é carregada como gado e, na maioria das vezes, reage como ovelha. Eu, inclusive. E pior: paga R$ 6,10 por dia.
Violentos, eles? Violência é esperar mais de hora por um ônibus na parada, é quebrar uma costela porque o veículo estava tão cheio que os passageiros não conseguiam chegar à porta e arrastavam quem estava no caminho como um tsunami humano. Violência é o ônibus andar antes da pessoa pisar no chão e seguir viagem deixando a criatura de pé quebrado estirada no meio da rua. Violência é apertar uma grávida contra um banco a ponto da criança virar dentro da barriga e sair da posição de parto.
Por isso, senti vergonha quando um menino possivelmente mais moço do que meu filho, se aproximou de mim, enquanto eu gritava:"Recua, polícia, recua. É o poder popular que está na rua". Não sei como era seu rosto, porque estava meio coberto por um chale palestino. Mas era magrelinha, levava um crisântemo amarelo na mão e seus olhos claros sorriam quando me disse: "Aprendemos com vocês". Custei um pouco a compreender que se referia a minha idade, a minha geração. Só que não havia muitos da minha geração caminhando com ele e comigo.
Então, menino dos olhos claros, se aprendeste alguma coisa conosco, acho que está na hora de reaprendermos com vocês. Portanto convoco todos os de cabelos brancos ou pintados para a passeata de quinta-feira com o grito de guerra da gurizada: Vem pá luta vem, contra o aumento!"

Pesquisa de perfil dos jornalistas brasileiros será divulgada no dia 4 de abril

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) lança nesta quinta-feira, 4 de abril, em entrevista coletiva à Imprensa, o relatório final da pesquisa "Perfil profissional do jornalista brasileiro". A atividade será às 14h30, no Hotel Aracoara, em Brasília. O lançamento do relatório da pesquisa marca as atividades do Dia do Jornalista - 7 de abril.

A pesquisa é um projeto do Núcleo de Estudos sobre Transformações no Mundo do Trabalho da Universidade Federal de Santa Catarina (TMT/UFSC) em parceria com a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e com apoio do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) e da Associação Brasileira de Pesquisadores do Jornalismo (SBPJor). Foi a primeira vez que se realizou uma pesquisa com jornalistas baseada num estudo prévio das dimensões da categoria - aproximadamente 145 mil profissionais - e com amostragem de todas as regiões do país.

Os resultados se baseiam em respostas de 2.731 jornalistas, de todas as unidades da federação e também dos exterior, a um questionário online. Com margem de erro inferior a 2%, foi desenvolvida com a participação voluntária dos profissionais.

Entre as características demográficas da categoria, o relatório aponta significativa expansão na presença feminina no fazer jornalístico. Segundo os dados da pesquisa, hoje há mais mulheres (64%) do que homens atuando no mercado de trabalho. Apesar disso, os homens ocupam predominante os cargos de chefia.

Quase a íntegra dos jornalistas que atuam no Brasil têm formação superior (98%), segundo os dados. Desses 91,7% têm graduação em Jornalismo. Dos graduados, 61,2% são formados no ensino privado e 40,4% deles têm curso de pós-graduação. Foram identificados 317 cursos de Jornalismo no país.

De acordo com o levantamento, 59,9% dos jornalistas recebem até cinco salários mínimos. O índice de desemprego observado na categoria coincide com a taxa no país, que fechou o ano de 2012 com 5,5%. A cada 4 jornalistas, 1 está filiado a sindicato, ou seja 24,2% são associados a entidades sindicais. Dos jornalistas, 55% atuam em mídia (veículos de comunicação, produtoras de conteúdo etc.), 40% atuam fora da mídia, em atividades de assessoria de imprensa ou comunicação ou outras ações que utilizam conhecimento jornalístico, e 5% trabalham predominantemente como professores.

Estes e muitos outros dados serão apresentados aos participantes da Entrevista Coletiva, que contará com a presença de diretores da FENAJ, do FNPJ, da SBPJOR e de um dos coordenadores da pesquisa, o professor Samuel Pantoja Lima (da Universidade de Brasília, cedido ao Departamento de Jornalismo da UFSC). O relatório será publicado no livro "Perfil do jornalista brasileiro - Características demográficas, políticas e do trabalho jornalístico em 2012", em impressão pela Insular (Florianópolis).

O QUE: Entrevista Coletiva de lançamento nacional do relatório da pesquisa "Perfil do jornalista brasileiro"
ONDE: Hotel Aracoara (Salão Fernando Costa) - Setor Hoteleiro Norte, Quadra 5, Bloco C Brasília - DF, Fone (61) 3252-5252
QUANDO: 4 de abril, quinta-feira, às 14h30

Deusa do trovão


Das tantas imagens que publiquei do sítio Terra e Magia, faltou uma especial. É da gata Oreru, uma das três que circulam no local. O nome significa Deusa do Trovão, da mitologia Tupi Guarani. Estava ao meu lado e cliquei...