sábado, 25 de agosto de 2007

Índia é agredida por jovens. Como isso ainda acontece?

Quando pensamos que o espírito humanitário passa a valer mais, surgem novas informações que mostram o caminho contrário. Um exemplo: a série de crimes contra os índios da reserva de Dourados (MS) teve ontem um dos mais terríveis episódios. A índia caiová Adélia Garcia Garcette, 37 anos, foi espancada por quatro menores entre 12 e 14 anos. Dois deles foram detidos com as roupas ainda sujas de sangue da vítima. O jovem de 12 anos estava alcoolizado. A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo testemunhas, os garotos invadiram a casa de Adélia, dentro da reserva, e começaram a agredi-la com facões. Ela teve ferimentos graves no olho esquerdo e a mão esquerda foi decepada. A índia está internada no Hospital Evangélico de Dourados. Quatorze 14 índios foram assassinados no Estado neste ano.
Um absurdo que merece a atenção de nossas autoridades.

Confissões de um piloto

Recebi e sinto obrigação em dividir com meus amigos e leitores o belo texto escrito por um comandante da Varig.
Apreciem porque vale a pena....

Aos pilotos do TAM 3054

Quaisquer que sejam as conclusões da investigação em curso do
recente e trágico acidente da TAM, estou convicto de que Kleyber e
Stephanini não o desejavam; que envidaram seus melhores esforços
no sentido de evitá-lo; que esperavam entregar seus passageiros sãos e salvos a
seus familiares e amigos.

Descansem em paz, companheiros, e um bom vôo para o novo destino.

Não conheci pessoalmente nem Kleyber nem Stephanini, mas isso não importa. Eram
aviadores como eu. Com eles compartilhei o mesmo céu, os mesmos aeroportos,os
mesmos prazeres e tensões da profissão. Talvez um deles, numa tarde perdida no
tempo, estivesse na cadeira da esquerda daquele avião alinhado na cabeceira da
pista 35L do Aeroporto de Congonhas, aguardando autorização da torre para
decolar, enquanto eu, de meu Boeing 737-500, esperava, numa longa fila, a minha
vez de entrar na arena.

A cada decolagem, a cabeceira era ocupada pelo avião seguinte, e o mesmo ritual
se repetia. Era uma sucessão de momentos solenes e mágicos, como aquele em que o
touros encaram os toureiros antes dos embates finais.
Naqueles momentos, éramos todos irmãos. De tribos diferentes, mas irmãos.
Sabíamos dos perigos que diariamente nos rondavam.

Eram ossos de um ofício perigoso, no qual as conseqüências de falhas humanas são
muitas vezes catastróficas.

Éramos todos dependentes emocionais da aviação. Ela nos atraíra desde meninos
com força irresistível. Não houve como escapar a seu fascínio.

Chegara minha vez. Da cabeceira da pista, observando a fila de aviões que
aguardavam minha partida, sabia que os olhares de meus companheiros estavam
postos no Boeing azul e branco prestes a se lançar aos céus.

Éramos novamente os meninos de calças curtas que passavam os sábados e domingos
nas varandas abertas dos antigos aeroportos admirando os DC-3, Curtiss Commando,
Convair e Constellations pousando e decolando. Éramos os mesmos, apenas nossos
postos de observação agora eram melhores.

Nunca foi fácil ser aviador. Enfrentar tempestades, pistas curtas e
escorregadias, quase-colisões com outros aviões, acordar de madrugada, dormir
tarde, passar noites voando, sacrificar vida pessoal, familiar e sentimental,
não ver os filhos crescerem, não ter feriados, natal, ano novo, carnaval, fins
de semana com a família
nem com os amigos, comer apressado antes das descidas, sofrer de gastrite ou
úlcera, embranquecer prematuramente os cabelos.
De muita coisas nos privamos, mas jamais traímos aqueles
meninos que um dia olharam para o céu e se deslumbraram; que não concebiam outra
profissão que não a de aviador.
Não era um veterano de cinqüenta e muitos anos quem pilotava o avião azul e
branco naquela tarde distante; era o menino que eu
um dia fora.

Aceitávamos os riscos. Sabíamos que um dia talvez a sorte nos fizesse despencar
do céu. Mas valia a pena. Em que outra profissão nos sentiríamos como águias
ágeis e velozes?
Que outro trabalho nos brindaria com mágicas noites de luar em catedrais de
alvas nuvens?
Onde mais achar crepúsculos assim?


Comandante Carlos Ari César Germano da Silva

30/07/2007

Inter, com chuva e tudo

Chuva e futebol são incompatíveis. É a primeira frase que surge quando olho para a rua e noto que não pára de chover aqui em Porto Alegre. Faltam duas horas para o jogo em que o Internacional enfrentará o Atlético-PR em busca de uma vitória que o fará subir na tabela do Brasileirão. A vontade é de ficar em casa, de não me expor à umidade deste prolongado inverno que me deixa em estado gripal desde maio. Mas estou decidido a ir ao Beira-Rio para incentivar meu clube. O jogo será encardido, com chutões e desfavorável para quem está com melhor plantel no momento (o Inter). As arquibancadas certamente estarão vazias, como na foto ao lado. Contudo, a paixão pelo time rubro é mais forte. Um sócio não pode ir só nas boas. Pronto: me convenci e vou ao jogo. Depois eu relato se o sacrifício valeu a pena. Isso implica numa vitória colorada, na qual acredito. Vamos, Inter....