domingo, 27 de fevereiro de 2011

Mais amor, menos motor

Voltei a pouco do local do crime. No asfalto da José do Patrocínio, na Cidade Baixa, em Porto Alegre, ficou registrado o protesto contra o motorista que atropelou deliberadamente centenas de ciclistas na sexta-feira. O movimento no horário - 13h de domingo - era reduzido, mas os pedestres paravam, comentavam ou tiravam fotos, como eu fiz. Temos que conscientizar a população de que é possível sermos mais humanos e civilizados. A rua não tem dono. É preciso compartilhar.
 

Moacyr Scliar morreu. Ficam a vasta obra e o exemplo de amor pela escrita


O escritor gaúcho Moacyr Scliar morreu à 1h deste domingo. No entanto, ficam na nossa memória O Exército de um Homem só e O Centauro no Jardim, dois livros de sua vasta obra. Em 73 anos de vida, o "imortal" produziu mais de 70 livros (praticamente um por ano) e sempre dizia que escrevia com prazer. Isso é verdade, pois andou por diversos gêneros da literatura, como contos, romances, literatura infanto-juvenil e ensaios. Além disso, era colunista frequente de uma dezena de publicações, de jornais diários como Zero Hora e Folha de S. Paulo a revistas técnicas. Escrevia em qualquer lugar a qualquer hora, auxiliado pela tecnologia – jamais viajava sem seu laptop. Tal dedicação à palavra e ao ofício que exercia com evidente prazer transformaram Scliar em um dos autores mais respeitados do Brasil.
Formado em medicina, o escritor tinha especialidade em saúde pública e também era professor universitário. Em 2003, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Era, portanto, um imortal. Scliar recebeu o prêmio Jabuti em1988, 1993 e 2009, o da Associação Paulista de Críticos de Arte em 1989 e o da Casa de las Americas em 1989. Lembro de seus livros, de seus textos sobre saúde e de sua visão sobre política (a mesma minha).

Foto: arquivo site Literatura no Brasil